With Or Without You escrita por Annye


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Depois de dois milênios, eu retorno com essa incrível história. Capítulo de hoje dedicado especialmente a liz, que deixou um comentário me cobrando mesmo, e finalmente está sendo atendida.
Boa leitura.



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Bella

Assim que eu finalmente peguei no sono, fui acordada por um choro de bebê. Suspirei alto. Meus pais com certeza se levantariam para acudi-lo se eu não o fizesse, mas os dois realmente precisavam descansar.

Reuni forças o mais rápido que pude, e levantei da cama, fazendo com que meu namorado se mexesse à procura do cobertor. Revirei os olhos. Deve ser algum costume nova iorquino dormir de edredom, apesar do calor (e realmente fazia calor naquela primavera).

Fui em direção ao quarto do pequeno John Swan, que tinha um choro estridentemente alto para um pequeno de cinco meses. Quando cheguei ao quarto, lá estava ele com o rosto pregado nas grades do berço. Descobrimos que ele já estava virando há alguns dias, e desde então, a atenção era redobrada. Logo que o peguei no colo, ele começou a acalmar-se, mas só iria voltar a dormir depois que mamasse. Liguei o aquecedor de mamadeira, enquanto ficava ninando John.

John. Eu ainda ficava muito emocionada com esse nome. Minha mãe só aceitou saber o sexo do bebê quando ele nascesse, porém já tinha os nomes prontos meses antes: se fosse menino, John. Se fosse menina, Lilian. Seria uma homenagem póstuma aos pais de Rose, que morreram de forma trágica e misteriosa. Falando nela, Rose amou, obviamente. Emmett, seu futuro esposo (sim, esposo), fazia questão de trazê-la aqui em Bervely Hills pelo menos uma vez por semana.

Emmett era muito altruísta, pé no chão, e faria tudo por Rosalie. Talvez por isso eu me senti incrivelmente feliz quando eles anunciaram que iriam se casar. Em meio a esses meses difíceis, foi fácil apegar-me a Emm. Ele era o melhor amigo de Edward, e eu a melhor amiga de Rose. Logo, nós quatro andávamos sempre juntos, me fazendo descobrir que além de todas as características acima, ele era louco e engraçado.

Fora o fato de ser homem, Emmett me lembrava de um pequeno furacão, que eu ainda não arrumei palavras suficientes para dizer o quanto faz falta. Emm lembrava Allie, minha melhor amiga, desaparecida há seis meses.

– A mamadeira já está quente? – perguntou minha vó Marie, entrando no quarto e indo me ajudar.

– Acredito que sim. – disse simplesmente. Vovó decidiu que permaneceria aqui para ajudar minha mãe o quanto fosse necessário, mas no momento, ela estava mais a enlouquecendo. Ela esticou os braços, então eu passei o bebê.

– Vá dormir querida, aposto que você tem um dia cheio amanhã. – Assim que ela terminou de falar, eu bocejei. De fato estava bem cansada, e no dia seguinte, eu teria que resolver o assunto dos Brandon... Argh, não gosto nem de pensar.

– Ok. Eu vou indo. Boa noite Marie. – eu disse dando um beijo nela e caminhando para sair do quarto.

– Boa noite. Ah, Bella, – ela chamou, me fazendo olhar para trás – É melhor você mandar seu namorado para casa dele, antes que Charlie acorde e tenha uma síncope. – revirei meus olhos saindo, mas ainda pude ouvir um “pelo menos cubra a bunda dele”.

Quando retornei ao meu quarto Edward já estava vestindo suas calças. Cheguei por trás, o abraçando e deixando um beijo em seu ombro desnudo.

– Já vai? – perguntei um pouco desapontada. Era ridículo ter vinte cinco anos nas costas, trabalhar, ter dinheiro suficiente para comprar um apartamento, e mesmo assim ficar na casa dos pais. Mas eu não tinha coragem de deixar meus pais nesse momento. Além do mais, Edward vivia com sua mãe, numa mansão ao lado da minha, e com certeza ele não a deixaria morando ali sozinha. Pelo menos estávamos perto suficiente para ficarmos juntos todos os dias, isso é, quando Charlie não dava um chilique e começava a me tratar como uma menina de quinze anos no ensino médio, dizendo que não queria comportamentos impróprios debaixo de seu teto.

– Sim, antes que seu pai me encontre. – ele disse se virando e me abraçando pela cintura, enquanto começava um beijo. Automaticamente, eu rodeei minhas pernas em sua cintura, me suspendendo em seu colo, enquanto aprofundávamos nosso beijo. – Talvez eu possa ficar por mais algum tempo... – ele disse em meus lábios, sorrindo, e logo depois voltando a me beijar, mas assim que ele me colocou na cama, o afastei.

– Amanhã o dia vai ser cheio. É melhor você ir para sua casa... – eu disse chateada, mas considerando que era uma quarta, ou melhor, quinta-feira, não seria apropriado fazer uma segunda vez. Pelo menos não se eu pretendesse acordar cedo.

– Você tem razão. – ele disse beijando minha mão e indo pegar o restante de suas roupas. – Amanhã depois do almoço você ainda quer minha companhia? – perguntou enquanto se aproximava de mim.

– É claro. Por todo esse tempo eu evitava pensar, mas agora saber que estou cada vez mais próxima de ir à mansão Brandon para encontrá-la vazia... Não irei conseguir sem você. Então por favor, diga que ainda está de pé – supliquei para ele.

– Lógico que está de pé. Te pego para almoçar a uma, e logo após nós vamos à mansão, ok? – ele perguntou me dando um beijo, e eu apenas assenti. Logo após nos despedimos com mais um beijo, e ele partiu.

Era estranho estar no escritório do tio Greg desacompanhada e tendo acesso a toda a papelada. Sentia-me uma invasora, mexendo no que não era seu. Apesar de que, teoricamente, aquilo era meu, por hora.

Quando foi declarada a ausência de Gregory e Alice Brandon, Charlotte Fields, a mãe de Alice, apareceu para requerer sua pensão, mas deixou claro que não queria administrar nada. Edward e eu entramos com uma ação, e eu acabei ficando com a tutela desses bens, administrando também a empresa e propriedades.

Porém, precisava urgentemente pegar uns papéis que ficavam no escritório pessoal do tio Greg em sua mansão. O grande problema em estar ali, era lembrar que naquele momento minha amiga poderia estar morta. Aquilo era tão doloroso e inconcebível para mim, que eu afastava veementemente essa ideia. Entretanto, Charlotte estava de olho no dinheiro que iria inteiramente para ela, então vivia procurando argumentos para declarar morte presumida para os Brandon.

A grande questão é que estava difícil provar qualquer coisa. Alice foi dada por desaparecida cerca de duas horas antes do pai. Além do mais, os dois desaparecerem em locais totalmente diferentes. Não há corpos, nem vestígios. E para coroar o mistério, ninguém tentou algum contato, pedindo dinheiro ou favor. E bem, do pouco que eu trabalhei na empresa do tio Greg, descobri que ele era, definitivamente, um homem de favores.

Tratei de me concentrar em meu trabalho, e ele foi relativamente rápido, acho que motivado por minha ansiedade em visitar a mansão Brandon. No almoço, Edward me buscou como combinado, e fomos num restaurante de frutos do mar, que ficava perto de nossas casas. Era um restaurante novo, então não tinha muito nome. Mas o espaço era bom, e a comida saborosa. Ah, e era desconhecido suficientemente para não esbarrarmos em ninguém. Pelo menos até hoje. Para minha total surpresa, a hostess nos levou a uma mesa, que estava ao lado de outra ocupada por ninguém mais ninguém menos que Jasper.

Eu mal podia me lembrar da última vez que vi Jasper. Acho que foi no velório. Bem, eu não sabia como estava minha amiga, mas gostaria de saber, apenas para enviar a foto dele aos pedaços. Jasper não tem falado nem mesmo com Rose. Ele se afastou de todos, e eu tinha um ótimo palpite do motivo, já que ele chegava desfilando, e assim que reconheceu Edward e eu, encarou com ódio.

– Olá! – cumprimentou Jasper surpreso.

– Ora, quem é vivo sempre aparece. – Edward comentou, espirituosamente. – Como está Jazz? Jessica. – ele cumprimentou animosamente o primo, e apenas balançou a cabeça para a mulher.

– Vou indo bem. E vocês? Têm visto Rose? – ele indagou.

– Oh, estamos bem na medida do possível. E só para constar, Rose está nervosíssima com você, afinal ela esperava pelo menos ser convidada pessoalmente para o casamento... – Fechei a cara pelo comentário. Para mim ainda era inconcebível que ele passara anos com Alice sem nunca propô-la, e com alguns meses apenas, iria casar-se com a vadia da Jessica.

– Já que tocou no assunto, Edward, vocês dois irão? Se sim, não se esqueçam de confirmar, afinal, grandes festas, grandes planejamentos. – ela disse com voz provocativa, me encarando. – A propósito, se puder repassar esse aviso a Alice, eu agradeceria. Infelizmente não consigo entrar em contato com ela e...

– Chega Jessica. – Jasper gritou nervoso, batendo a mão na mesa. O clima já estava pesado, eu sei, mas não deixaria Jessica sair por cima, sendo que minha amiga nem estava aqui para se defender.

– Alice não irá ao casamento. – eu disse apenas, e pude notar algo diferente no olhar de Jasper. Óbvio, ele queria vê-la mais uma vez. Mal sabia ele quanto isso seria difícil.

– Algum motivo em especial? – perguntou Jessica com sua voz cretina, me fazendo perder todo o resto de paciência que me restava.

– Sim. Ver a sua cara cínica, cheia de reboco mal feito dá alergia nela. Agora, eu acho que a gente tem que ir embora, não é? – disse encarando Edward, que assentiu e se levantou sem pensar duas vezes. Eu já estava de saída também, quando voltei para falar com Jasper – Ah, você poderia ser menos egoísta, e lembrar que sua irmã também perdeu os pais. Ela irá casar também, a propósito. Talvez devesse ligar, a parabenizando, para pelo menos fingir que se importa. – depois dessas palavras me dirigi a saída do restaurante, seguida por Edward.

Comemos em um restaurante de massas qualquer, e fomos rapidamente para a mansão Brandon. Apenas ao chegar ali e abrir a porta da casa, me desfiz em lágrimas nos braços de Edward. Eram tantas lembranças, que chegavam a me sufocar.

– Ok. – disse quando me acalmei, ainda parada no batente da porta de entrada da mansão – Não vou aguentar ir ao quarto, tão pouco ficar vendo as fotografias que tem, principalmente na sala. Então vá na frente, abaixe todos os porta-retratos, inclusive no escritório, e logo depois eu vou. – combinei com Edward.

– Tudo bem. – ele me deu um selinho, e partiu mansão a dentro.

Quando entrei no escritório procurei não pensar no lugar, e sim, ir objetivamente aos documentos que eu precisava. Edward me auxiliava naqueles que ele entendia, mas ainda faltavam alguns. Então não tinha jeito, eu teria que procurar os papéis pelo aposento.

Fui abrindo cada gaveta com um pouco de receio. Se eu encontrasse uma foto, ou algo referente à minha infância com Alice, eu não conseguiria me recuperar a tempo finalizar minha tarefa ali hoje, tendo que retornar outro dia (algo que eu definitivamente não queria).

Respirei fundo me concentrando apenas em papéis. Edward também vasculhava pelo resto do lugar, colocando tudo que achava na mesa central, formando uma grande pilha ali. Estava concentrada em algo que ele acabara de achar, quando ele me chamou.

– Amor, o que é isso aqui? – ele me perguntou com uma pasta preta bem estufada, com um adesivo escrito “secreto”. Como se aquela etiqueta afastasse alguém. Mais provável que ela despertasse a curiosidade, como fez em mim, e por incrível que pareça em meu, geralmente politicamente correto, namorado.

– Provavelmente algo que não que não deveríamos mexer...

– Mas nós vamos, certo? – ele disse com um sorriso torto lindo, se aproximando de mim.

– Você me conhece tão bem. – disse simplesmente, enquanto o beijava e pegava a pasta de suas mãos. – Ok. Primeiramente, desculpa tio. – falei para o ar. Como se estivesse falando com ele. – Agora, vamos ver o que tem aqui.

Ao abrir, tomei um puta susto. Para mim que vivo na área administrativa, era óbvio os esquemas de corrupção e fraude que ali continham, apenas de passar o olho. Edward também deve entendido, pois estava tão atônito quanto eu.

– Sinceramente, eu já esperava. – Edward começou – Só acho louco ele guardar essas provas aqui, num lugar tão fácil. Isso destruiria a empresa dele, e de todos os envolvidos facilmente. – completou ele, me fazendo fechar imediatamente aquele relatório. Meu pai e o tio Greg tinham relações entre as empresas. Só de pensar meu sendo processado, perdendo tudo, e podendo até ser preso, fez meu estomago revirar. Eu leria aquilo com mais calma depois, mas definitivamente aquilo ficaria comigo, e não dando sopa por ai. O que me fez pensar...

– Será que existem outros relatórios? – perguntei para Edward.

– Vamos procurar. – ele disse simplesmente. Não sabia se Edward entendeu o motivo da minha angústia, se é que ele sabia que eu estava angustiada, tudo que eu sei é que ele se moveu no mesmo momento, a fim de me ajudar.

Após procurarmos por todos os cantos, gavetas e estantes, não encontrei nada, diferentemente de Edward.

– Bella, achei essa pasta aqui. “Dossiê menino Brandon”. Isso representa algo? – ele dizia enquanto me trazia a pasta. Precisei pensar um pouco, já que de cara não me veio nada. Mas logo que eu abri e li a primeira página, tudo ficou claro.

– Ah, sim. Lembra quando estávamos Alice, Jacob e eu em Nova York? – ele franziu o rosto quando eu disse “Jacob”, mas apenas ignorei e prossegui. – Allie estava procurando por seu irmão. É uma longa história, mas resumindo, Charlotte e Greg tiveram um filho antes de Alice. E esse menino pode estar vivo. Alice procurou por esse irmão logo após terminar com Jasper, mas depois veio a tragédia e então... Enfim, esse dossiê se refere a tudo que o tio Greg sabia do garoto, provavelmente. – eu disse, enquanto passava as páginas.

– PARA! – Edward gritou comigo, me fazendo olhar assustada e um pouco brava para ele. – Desculpe. Volta naquela foto, por favor. – Eu voltei para página anterior, e Edward a encarou com olhos arregalados, e logo se apoiou na mesa, me deixando assustada.

– Edward, o que está acontecendo?

– Essa foto. – ele disse apontando. A foto era de um bebê enrolado numa manta azul, sendo segurado por uma mulher que parecia ser a parteira. – Eu-eu conheço essa mulher. – gaguejou ele.

– Sério? – eu disse esperançosa, me levantando da cadeira. – Alice ficaria muito feliz de encontrarmos seu irmão. Podemos ir atrás da mulher, e perguntar se ela pode nos dar mais informações sobre o bebê... – comecei a tagarelar, mas fui interrompida por Edward.

– Não será necessário, pois eu conheço o bebê também. – olhei em dúvida, e ele apenas respondeu. – Assim que vim para Califórnia meu melhor amigo me mostrou essa mesmíssima foto, Bella. Meu amigo órfão, que deve ser poucos anos mais velho que Alice. – concluiu ele.

– Espera. Você está querendo dizer que...

– Emmett é o tal irmão perdido de Alice.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Antes que me perguntem: você ira abandonar essa fic? Absolutamente NÃO. Acontece que hoje tenho mais responsabilidades, logo, sobra-me menos tempo. Porém, essa fic será finalizada e ponto final. :)
Agora, sejam bonzinhos e me deixem reviews, nem que sejam para me xingar de vaca e falar para eu atualizar essa bagaça com mais frequência. HUSUHAS
Beijos



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