-Boom dia dorminhoca! – Kate sentia um beijo molhado na bochecha. Ela já tinha sido acordada pela mãe, mas voltara a dormir.

-Quem é o... – ela abriu os olhos, mal-humorada. Mac estava na sua frente com um sorrisão.

-Uhwg! Quem deixou você entrar aqui? – ela atirou o travesseiro no amigo.

-Estamos atrasados para Hogwarts e ninguém mais conseguiu te acordar. E desde quando eu preciso de permissão pra entrar aqui? – ele forçou para aparecer ofendido.

-Corta essa, Mac!.. e uou.. eu tinha esquecido!! – ela pulava da cama, indo direto para o roupeiro e jogando uma calça jeans e uma camiseta sobre a cama. Mac pegou o all star da loira do chão e ficou encarando-a, divertido.

-Você vai ficar ai, é? – ela pegava os tênis das mãos do moreno, rindo sarcasticamente.

-Ér.. eu... to indo ver o Draco. – ele saiu vermelho pela porta. Kate girou os olhos e trocou de roupa correndo. Sorte que seu malão já estava pronto. Era bem a cara dela se atrasar no primeiro ano em que iria para Hogwarts. Antes de sair do quarto, a loira se certificou de que não esquecera de nada. Sim, ela tinha esquecido. A única foto que ela tinha com o pai, que nunca saia da cabeceira de sua cama. Estava em um porta retrato duplo, e na foto do lado Harry, Draco, Kate, Mac e Sirius sorriam e abanavam para ela. A garota pegou o porta retrato e desceu correndo as escadas.

-Oi Kate! – O irmão a levantou do chão com um abraço. Embora fosse apenas uma no mais velho do que ela, Draco já estava consideravelmente maior.

-Oi Draco! – ela sorriu para ele.

-Vaamos crianças! – Lilian gritava de perto da porta.

-Ah.. não da tempo nem pra tomar café? – Kate fazia biquinho.

-Ninguém mandou dormir mais do que a cama! – Mac sorria.

-Tudo bem, eu arrumei umas coisas pra você comer no caminho. – Draco exibia um sorriso triunfante segurando um guardanapo com pedaços de bolo e uma maçã.

-Ah, você é o melhor! – a loira beijou a bochecha do irmão.

-É. Tem razão. – ele sorria presunçoso. Era bem Draco aquele sorriso..

-Eu vo indo gente. Nos vemos na estação! – Mac abanava e saia correndo pela porta.

-Você já falou com o seu pai antes de ir, querida? – Lilian virava para a filha.

-Sim, Ontem à noite antes de dormir. Ele fez um discurso sobre responsabilidade, e tomar cuidado, e ficar longe de confusões, e bla, bla, bla.. – ela virava os olhos.

-E o medalhão?

-Está no malão, mãe.

-Certo. Então podemos ir. – a ruiva flutuava os malões dos filhos, e a gaiola com Izzie, a coruja de Draco, até o porta-malas do carro do ministério.

-Desculpe pelo atraso. Kate demorou demais para acordar. – ela disse para o motorista, olhando para uma Kate que já se sobressaltara para protestar.

-Hey!

-E por acaso é alguma mentira? – a ruiva ria divertida.

E os três embarcaram no carro que os levaria direto para a estação King's Cross.

As proximidades da plataforma 9 ¾ estavam lotadas de gente para todos os lados que se olhava. Muitos alunos com seus malões e corujas piando, cumprimentando-se depois de um verão inteiro separados. Logo Susana, Thiago e Harry se aproximaram de onde os Snape estavam.

-Oi, Lilly! – Susana abraçava a ruiva.

-Oi Su, Pontas! E olá Harry querido. – Lilian beijava a bochecha do afilhado.

-Oi dinda. – o garoto de cabelos bagunçados e oclinhos redondos como os do pai sorria timidamente.

-Como vai o meu afilhadiiinho? – Thiago debochava, apertando as bochechas de Draco.

-Estou encantadoramente bem, querido dindinho. – Draco piscava os olhos teatralmente, entrando na brincadeira. – já estava morrendo de saudades. – ele secara uma lágrima imaginária.

-Ok, já chega. Cansei da brincadeira. – o moreno ria, tirando Kate do chão com um abraço.

-Sirius mandou dizer que sente muito por não estar aqui. Ele disse pra dar um mega abraço na princesa dele. – ele piscou para Kate.

-Está dado então. Pode me soltar tio Pontas...– ela sorria.

-Nada disso. Esse foi o abraço do Sirius. Agora tem o meu. – ele girava a menina com um abraço mais apertado.

-Ok, antes que eu seja potencialmente esmagada... TIA SUUU! Ele está sendo mau comigo.. – ela fazia beicinho.

-Ora.. coitadinha. Quer que eu diga pra ele nunca mais fazer isso?

-De jeito nenhum. – ela sorria se soltando de Thiago.

-Quando foi que você cresceu e eu não vi? – ele bagunçava os cabelos da loira.

-Essa não cola. Me viu ainda ontem à noite, tio Pontas.

-O que é que você colocou na comida dela ontem à noite. Fermento? – Thiago abraçava Lilian.

Kate, Harry e Draco tinham se distanciado um pouco dos pais para conversar. Kate sorria bastante. O seu sorriso, como dissera Mac “com cara de demente” era bem típico da loirinha.

-É, Potter, quem diria que iriamos viver para ver esse dia chegar... – dizia a loira enquanto prendia os dois garotos em um meio abraço, andando pela estação Kings’s Cross. Os três caíram na gargalhada.

-Eu acho que vo indo, gente. Vejo vocês por ai? – Draco ia dizendo.

-Claaro. Vai ver tua namoradinha.. – Kate piscou pra ele.

-Eu não tenho uma namoradinha. – ele respondeu emburrado

-Tem uma namoradinho então? – Harry ria.

-Vocês são muito engraçadinhos. Formam um belo par, sabia?

-ECA! – os dois responderam juntos.

-Ta, nos vemos por aí, maninho. Juízo, hein? – Kate fazia uma careta para ele.

-Meu Merlin, olha quem me pedindo juízo... – ele girava os olhos e ia empurrando o carrinho na direção da mãe.

-Mãe, eu já vou indo. Vo ver se encontro alguém. – ele beijava a bochecha da mãe.

-Ahn, alguém. Sei... depois você me conta quem era esse “alguém”. – Thiago piscava para ele.

-Ok, querido. Se cuide, e tenha juízo. Não quebre regras, fique longe de confusões e...

-Tá, mãe. Você fez esse discurso no ano passado. – ele limpava a marca do batom da mãe na sua bochecha. – Você não confia mais em mim?

-É claro que confio. Mas é bom você lembrar que Kate também estará indo agora. E eu preciso da sua ajuda pra ficar de olho nela. – ela suspirava. – Sabe que vamos ter muitos problemas com ela. Não ouve ninguém e faz só o que quer.

-Certo mãe. Eu vou ficar de olho na Kate. – ele fazia uma careta. – Até o Natal mãe.

-Até querido. – ela sorria, enquanto Draco sumia na multidão. Lilian voltou o seu olhar para a filha, que tentava sem sucesso fazer cara de inocente.

-Ér.. o que eu posso dizer.. Eu sou assim. – ela sorria. – Culpa do Sirius.. e sua também tio Pontas. – ela piscava.

-Você é a minha melhor aprendiz. – Thiago bagunçava o cabelo de Kate. – Não se esqueça de arrasar com eles no quadribol.

-Alunos do primeiro ano não jogam.. – ela fazia cara de emburrada.

-É. Mas se você se destacar nos testes, tem mais chances de entrar logo no ano que vem. – ele piscou. – Aliás vocês dois são os meus prodígios. – ele bagunçava os cabelos rebeldes de Harry.

-Vamos Thiago? Susana sorria.

-Ah, sim. Nos vemos mais tarde, ruiva. – Thiago se despedia.

-Sim, sim. – Lilian abraçava Susana.

-Até depois Harry. – Kate foi saltitante para o lado da mãe e ficou abanando até os Potter sumirem também.

-E você mocinha. Nem preciso dizer mais nada não é?

-Não. Papai já cuidou disso ontem à noite. – a loira girava os olhos.

-Você não vai ter o Sirius para encobrir suas travessuras. – ela a encarava severa.

-Eu tenho outros meios. – Kate sussurava, sem que a mãe ouvisse.

-O que você disse?

-Nada mãe. – ela sorria artificialmente.

-Katherine Evans Snape o que...

-Com licença. – Um casal com uma garotinha de fartos cabelos rebeldes se aproximava das duas. – Poderia nos dizer onde fica a plataforma 9 ¾? – A mulher dizia timidamente.

-É claro. Também estamos indo para lá. Podemos ir todos juntos. – a ruiva sorria amavelmente.

-Essa conversa não terminou, moçinha. – ela sussurava para Kate, que ia saltitando até o lado da outra garota.

-Oi. Qual o seu nome?

-Hermione. Hermione Granger. – a garota respondia um pouco envergonhada. – E o seu?

-Katherine. Katherine Snape. Mas pode em chamar de Kate. – ela dizia com um sorriso.

Hermione pareceu paralisar.

-Nossa! Você é mesmo? Digo, você tem a...

-Cicatriz? – Kate a interrompeu emburrada. Detestava esse tipo de reação das pessoas, e detestava ainda mais aquela maldita cicatriz no pulso esquerdo. A loira levantou o braço e mostrou-o para Hermione.

-Incrível... digo, eu li muitos livros que mencionavam a seu respeito. – ela disse depressa, tentando remendar quando viu que Kate se aborrecera com a situação. – Desculpe. É que eu sou nascida trouxa e... bem...

-Não tem problema nenhum! Não ligue para o meu mau humor, ele não tem fundamento. – ela sorria piscando para Hermione. – Eu já me acostumei.

As duas meninas foram conversando o resto do caminho até entrarem no expresso. Depois de quase ser esmagada pelo abraço da mãe, Kate entrou com Hermione para procurar uma cabine vazio e acabaram encontrando Mac no caminho.

Por fim encontraram uma cabine, em que Harry já estava sentado de frente para um garoto de cabelos ruivos.

-Oi, de novo, Harry! – Kate se jogava no banco ao lado do moreno.

-Este é Rony Weasley. – dizia o moreno de oclinhos sentado na ponta.

-Olá. - dizia a loira apertando a mão do ruivo. – Sou Kate Snape! A propósito, esta é Hermione Granger! – ela apresentava sua mais nova amiga aos outros que estavam na cabine.

-Prazer! – Mac beijou a mão de Hermione, que corava violentamente, sentando de frente para Kate. Mac sentava ao lado da loira, que deitou a cabeça no colo dele pondo os pés para cima.

-Uau, essa cabine é enorme! Cabem umas doze pessoas aqui dentro! – Kate brincava com uma mecha do seu cabelo, tingindo-a de roxo.

-Podemos sentar aqui? – Duas garotas entraram na porta do vagão. Uma delas tinha os cabelos castanhos e pouco ondulados e curtos, os olhos num tom verde-água. A outra era mais alta, e tinha os cabelos num tom acobreado, mais ondulados e longos, os olhos tinham um tom azul- piscina.

-Claro! –Kate sorria.

As garotas sentaram-se no canto mais perto da porta, ao lado de Rony e Hermione.

-Nomes...? – Kate sorria para elas.

-Eu sou Lyra, e esta é a... Fernanda, não é? – a menina de cabelos mais curtos virava-se para a outra, que balançava positivamente a cabeça. Parecia ser mais tímida.

-Prazer. Eu sou a Kate. – Kate voltava para a sua mecha, que agora estava quase azul.

Nesse instante mais dois garotos pararam na porta, indecisos se entravam ou não.

-Entrem ai. – Mac apontava para o banco lateral.

Um dos garotos era alto e tinha os cabelos negros, assim como os olhos. O outro tinha os cabelos um pouco mais claros e olhos verdes muito escuros.

-Sou Evandro, e esse é o Dean. – O garoto de cabelos negros dizia sorridente. Dean sentou-se ao lado de Fernanda e Evandro do outro lado.

-Oi, gente. – Draco entrava sentando-se no último espaço vazio aos pés de Kate. Teriam mais lugares, mas só Kate já ocupava três deles.

-Oi! – todos responderam em uníssono.

Um tempo depois, uma garota de longos cabelos lisos cor de mogno parava ofegante na porta.

-Caramba. Ta dificil achar lugar! – ela já dava meia volta.

-Espera! Pode sentar aqui. Mac sentava Kate e oferecia o lugar, agora vago, ao seu lado.

-Hey! –Kate protestava.

-Qual é, vamos ser solidários! – Mac sorria para a garota ao seu lado. Kate o fuzilava com o olhar.-Oi. Eu sou Mac. Qual o seu nome?

-Eu sou Lola. – ela olhava apreensiva para Kate.

Nem dez segundos depois, um garoto espiava curioso para dentro, é procura de um lugar vazio. Ele tinha os cabelos castanhos bagunçados, e olhos verdes mais claros que os de Dean.

-Entra. Aqui tem lugar. – Kate sorria apontando para o espaço entre ela e Draco, que antes era ocupados pelos seus pés.

-Tá cheio. – Mac dizia emburrado.

-Não tá nada! – Kate sorria para o garoto.

-Ooooi. Eu sou Kate. – ela ria infantilmente.

-Eu sou Matthew. – o garoto não parecia nem um pouco constrangido, e sorria também. – Mas pode me chamar de Matt.

-Ok, Matt. De onde você é? – Kate virava-se para ele.

Os dois foram conversando por quase toda a viajem e Mac fora emburrado o caminho inteiro.

Quando estavam quase chegando, uma garota, que parecia bem mais velha entrou pela porta. Ela já estava com as vestes da Grifinória e tinha um distintivo de monitora no peito. Tinha os cabelos negros, lisos em cima e ondulados nas pontas, caídos sobre os ombros. Os olhos muito negros também.

-Olá Draco! – ela piscava para o garoto.

 -Ahn.. Oi Isa. – ele sorria. –Galera, essa é a Isa. Ela é a monitora da Grifinória.

-Bom, eu só vim avisar que estamos quase chegando. Então já vão se revezando para colocar suas vestes. Agente se vê por ai, Draco. – ela ia saltitando até a outra cabine.

Pouco à pouco a cabine foi esvaziando, até que só sobraram Rony e Harry nela. Kate e Hermione voltavam já com suas vestes.

-Pra onde foi todo mundo?

-Draco já foi na frente. Os alunos do segundo ano em diante vão separados dos do primeiro. E os outros não voltaram mais. Devem ter ido também. Vamos?

-Claro. – os quatro desceram juntos do expresso.

Logo que desceram, já se distinguia um vulto gigantesco conhecido, guiando os outros alunos.

Hagrid veio até eles com os braços estendidos. Kate instintivamente abraçou o grandão, e Harry fez o mesmo.

-Ola pequena Snape, Harry. – Hagrid fazia um movimento pra frente e pra traz com a lanterna que segurava. – Hoje vocês vem comigo. Er.. certo. Vamos indo.

-Esses são Rony Weasley e Hermione Granger. – Kate os apresentava.

-Ah, sim. Bem vindos, bem vindos à Hogwarts. – ele sorria.

-Ahn.. Hagrid. Como vamos até lá? – Harry perguntou curioso.

-Ora, nós vamos de barco. – o gigante falou, como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo.

(...)