Soluço tentou ao máximo não parecer chateado em seu aniversário. Ele não queria decepcionar o seu pai.

Pela primeira vez, o problema maior não foi o ocorrido no seu aniversário de 8 anos, mas sim qual seria seu Soul-Patronus.

Soluço nunca teve nada de destaque. Provavelmente seu Soul-Patronus será uma lagartixa, pensou.

Ele se preparou psicologicamente durante a madrugada para se dar bem por final. Ele sentia que poderia fazer tudo mudar a partir de agora.

Mas isso só fez com que Soluço ficasse mais e mais cansado.

Soluço levantou-se e tomou café com seu pai. O café que seu pai havia feito era muito especial. Com muitas opções e carinho.

- Eu acho que você terá um Soul-Patronus poderoso, filho. – disse seu pai, tirando Soluço de seus pensamentos.

- Eu tenho quase certeza que será um animal bem idiota. – respondeu Soluço, sonolento.

Seu pai o encarou por longos segundos e suspirou.

- Tenha fé, moleque! Todos os animais são importantes, você sabe. – disse seu pai, chacoalhando seu ombro, como ele sempre faz.

Soluço olhou para os imensos olhso de seus pais que eram quase escondidos pela densa barba vermelha.

- Obviamente. Se o meu Soul-Patronus for uma zebra, eu servirei como comida para leões.

Seu pai olhou para ele e não respondeu.

- Quando você chegar com seu Soul-Patronus, todos nós vamos comemorar! Eu prometo. – disse seu pai, tentando animá-lo.

- Obrigado pai. Mas quem tanto além de você e eu? - Soluço tentou parecer o menos sarcástico possível.

- Seus amigos de escola, oras. - disse e seu velho pai como se fosse óbvio.

A ideia definitivamente era terrível, quis dizer Soluço, mas seu pai se levantou e disse para ele se trocar que deveriam ir para a floresta.

Sua blusa era o equivalente a uma blusa de uma criança de 12 anos. Ele pensava como Stoico, o imenso pudera ser seu pai.

O caminho que andaram até a floresta foi silenciosa. Stoico estava tão perdido em pensamentos quanto Soluço.

Quando chegaram à floresta, seu pai segurou-lhe os dois ombros e disse:

- Vai ficar tudo bem. Não importa qual será seu Soul-Patronus, sempre me orgulharei de você.

Soluço assentiu com a cabeça e seu pai o abraçou.

Soluço se sentia tão frágil nos braços de seu pai. Com apenas um braço, seu grande pai poderia levanta-lo do chão com imensa facilidade. Isso era constrangedor pra um garoto que acabara de completar 16 anos.

Enquanto andava, mais distante do pai ficava. Sua vontade era de se virar a todo o momento para dar “só mais um tchau”. Mas ele resistiu. Ele deveria continuar sozinho.

E Soluço já estava na floresta. Era fria, mas o ar era bom, ele pensou.

A brisa tocava seu rosto com suavidade e ele decidiu seguir a corrente de ar.

Liberdade. Essa era a sensação. Uma sensação especial de estar em comunhão com a natureza, se sentindo parte do mundo...

Mas o que soluço não esperava era ver seu Soul-Patronus com outros três na fronteira das Legiões.