The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 42
|Jack| Lies Part II


Notas iniciais do capítulo

Continuaçãããão de Lies, agora com Jack :D
Terá então a parte três ainda, então aguardem ;)



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Jack até se esqueceu da dor que sentia em sua perna enquanto era transportado pelo portal segurando Griflet fortemente ao lado de Soluço e Merida.

Quando toda a bruma negra que os transportara se dissipou completamente, Jack pôde ver onde estava.

Era luxuoso, mas sombrio. Luz não entrava em nenhum lugar, pois as janelas estavam tampadas com cortinas grossas e escuras. O chão era tão encerado e preto que dava para ver seu próprio reflexo enquanto andava. A estranha sensação de que as paredes ouviam estava presente, por mais estranho que possa ser. Qualquer passo em falso era perigoso, do mesmo jeito que o medo de virar cada corredor dava medo de pensar o que apareceria.

– Nos leve ao arsenal. – Disse Jack para Griflet que esperava pacientemente ao seu lado.

– Como quiser. – responder Griflet fazendo uma leve reverência em provocação. – Saindo deste corredor entraremos em um grande salão vazio. Uma escadaria levará ao primeiro andar e outro corredor. Há apenas duas portas, uma em cada lado. Ao do lado direito fica o cofre onde Breu guarda os pertences mais preciosos. Não é difícil de encontrar.

– Vamos então. Quanto mais rápido pegarmos as armas, mais rápido poderemos achar Breu e enfrenta-lo. – disse Soluço sério.

Griflet reprimiu uma risada quando Soluço terminou de falar. Jack puxou a corda em sua direção.

– Cale a boca. – disse Jack para Griflet.

– Eu gosto desse cara! – disse Griflet apontando para Jack com a cabeça. - Parece comigo. – Griflet deu outro sorriso, dessa vez torto como Jack sempre dá.

– Eu não sou um babaca e traidor como você.

– Verdade; você é pior.

Jack fez uma expressão de confusão, o que apenas deixou Griflet mais risonho.

– Fala sério, eu não sou traidor. Eu apenas faço o que me bem convém, diferente de você que é idiota o suficiente para se importar com os outros.

– Cale a boca, Griflet, e vamos logo até o cofre.

Eles chegaram rápido até a escada grande para subir até o cofre. No caminha pareceu apenas três guardas, que foram facilmente arrebatados por Merida. Quando chegaram no topo da escada, Griflet deu uma risada possessiva.

– Idiotas.

Griflet estava todo amarrado, os braços atados ao lado do corpo, mas as pernas estavam soltas para ele poder se locomover. Um erro, já que com um simples chute na perna ferida de Jack, o garoto recuou de dor, derrubando a espada. Griflet se agachou em questão de segundos e usou a lâmina da espada para cortar a corda que o prendia. Ele fez isso com uma habilidade sobrenatural, no qual Soluço e Merida ficaram paralisados. Ao se soltar da corda, pegou a escada no chão e se levantou. Merida apontava uma flecha na cabeça dele.

– Eu não faria isso. – ele disse, abrindo um sorriso psicopata. – Se eu fosse você abaixaria esse arco porque eu posso a qualquer momento matar seu amiguinho.

– Fique longe de Jack.

– Ah é? Vocês nem sabem lutar direito. Seus planos são falhos e inocentes. Cadê as estratégias? Os planos? Estão fazendo tudo errado. – Griflet levantou o pé e pisou duramente na perna machucada de Jack. Jack soltou um grito cortante.

– PARE AGORA COM ISSO! – suplicou Merida ainda apontando a flecha na cabeça de Griflet. Mas agora ela tremia, era possível notar.

– Ou o quê? Se eu morro, ele morre junto! – loucura era visível nos olhos de Griflet. Griflet que sempre fora extremamente bonito e atraente, agora estava assustador. Olhos doentios, sorriso psicopata e desespero aparente. Griflet puxou Jack com a mão livre e o colocou em sua frente, como um escudo humano. – Pode nos matar se quiser.

Soluço que estava ao lado de Merida, parecia silencioso. Será que ele criava um plano? O que estaria por vir?

– É horrível dizer isso... O que eu posso fazer por você, Griflet? – dor na voz de Merida era nítido.

O sorriso de Griflet conseguiu ficar maior.

– Minha liberdade pela dele.

– Como poderemos saber que você não vai nos trair de novo? – perguntou Soluço.

– Eu posso matar vocês quando eu bem entender. – Griflet tirou de seu bolso um frasco com um conteúdo escuro. – Mas a única coisa que eu peçoo é liberdade. Posso transportar-me quando eu quiser.

– Sua liberdade, mas solte Jack agora. – disse Soluço.

– Soluço, não... – disse Merida para Soluço, nervosa.

Soluço transmitiu um olhar confiante e assentiu com a cabeça.

– Solte Jack.

– Como desejar. – Griflet sorriu de modo doentio. Jogou Jack para frente. O garoto caiu de joelhos. Griflet pegou a espada e apontou na coluna espinal de Jack, pronto para furar a medula óssea do garoto e, se mirasse bem, conseguir furar ao mesmo tempo o coração.

Jack sentiu um pavor horrível. Não conseguia se levantar porque Griflet o prendia com o pé bem na perna machucada. Lágrimas de dor vazavam por seus olhos.

Mas o peso foi absolvido quando Griflet foi acertado com uma flecha em sua coxa. Merida continuava a apontar a flecha em Griflet, mas o covarde pegou seu frasco e se transportou imediatamente, deixando apenas pó negro para trás. Merida soltou um grito de frustração.

Soluço estava agachado ao lado de Jack, ajudando-o a se levantar. Soluço parecia assustado.

– Está tudo bem, Jack?

– Só hoje eu quase morri milhões de vezes. Estou sentindo que sou a vítima perfeita para vilãozinhos insolentes.

Soluço soltou uma risada, aliviado. Eles se abraçaram fortemente, Soluço com lágrimas nos olhos.

– Eu pensei que fosse perder meu irmão.

– Se eu fosse você, torceria para me perder. É meio óbvio que eu sou o filho preferido. – disse Jack ironicamente. E foi aí que Soluço soube que estava tudo realmente bem. Era esse Jack que ele conhecia.

***

– É impossível abrir a porta. Não tem como pegarmos as armas sem a ajuda de algum guarda. – disse Merida que forçava a porta do topo da escada, tentando entrar e achar a sala com o cofre.

– Vamos descer as escadas e entrar em outro corredor, onde provavelmente terá um guarda. Não há outra opção.

Jack estava bem frustrado. Seu corpo ainda estava em adrenalina e seu único pensamento era onde ele poderia encontrar novamente aquele desgraçado para poder mata-lo.

– A propósito, Merida, eu nunca daria minha benção para seu casamento com aquele filho da mãe. Ele é um verme.

Merida abafou uma risada.

– Mas se você quiser casar com meu irmãozinho aqui, eu até que penso na possibilidade de dar minha benção. Ele é bem legal, afinal. – disse Jack apontando com a cabeça para Soluço. Tanto Merida quanto Soluço ficaram envergonhados.

Quando chegaram ao outro corredor, viram uma porta gigantesca se abrir de um dos quartos. De dentro saiu uma mulher alta e de cabelo armado com uma expressão malvada, mas abatida. Os três se esconderam atrás da porta para que a mulher não vesse-os ali.

– Vamos pegar ela? – sussurrou Merida para os dois garotos.

– Espere, ele já saiu. – disse Soluço.

– Deveríamos ter abordado ela imediatamente. – bufou Jack, segurando sua perna que doía.

Mas não levou muito tempo e a mulher voltou com um homem ao seu lado. Jack reconheceria aquele homem de qualquer jeito.

Aquele homem, o único que ele confiava. O homem que sumiu e o deixou sozinho. O homem que ele chamava de tio.

Elijah estava ali, bem ao lado da mulher, com o olhar impaciente de sempre. Estranhamente Jack sentiu medo de seu tio.

– Eu conheço eles. – disse Merida surpresa. – Eles foram em casa, no meu noivado. São os pais de Griflet.

– Certeza disso, Merida? Aquele homem é meu tio, Elijah.

Merida e Soluço olharam para Jack perplexos.

– Seu tio Elijah que estava sumido? Quer dizer que...

– Ele mentiu. Quero dizer, quem não mentiu para mim?

Jack tentou reprimir tantos pensamentos que passaram em sua cabeça, mas não conseguiu. Ele se lembrou do dia em que acordara sem memória. Estava acordando e Elijah olhou para ele, irritado. Tio Elijah disse:

“Como você foi parar aí, menino?”

“Aí como?”

“Você some e deixa todos nervosos.”

“Quem é você?”

“Seu tio. Seu tio Elijah, é claro”

E Jack não se lembrava de nenhum tio Elijah. Tentou puxar na memória algo relacionado àquele homem, mas ele nem se lembrava do que fizera no dia anterior. Ao contar ao tio isso. Ele perguntou:

“Nenhuma memória da infância?”

“Não consigo nem me imaginar mais novo.”

“Algo te fez perder a memória.” E então completou: “Vamos para casa que lá eu te ajudo.”.

E nunca ajudou.

– Tio Elijah, né? Será que é isso mesmo quem você é? – Jack perguntou, saindo de trás do esconderijo e encarando Elijah.

Merida e Soluço aprontaram-se para sair do esconderijo também e ficaram ao lado de Jack para apoiá-lo. Tanto a mulher quanto Elijah estavam surpresos e encurralados.

– Merida, faça as honras.

– Olá, sogrinhos. – Merida sorriu secamente e atirou sua flecha, acertando propositalmente a braço da mulher e o ombro do homem.

A mulher arrancou a flecha do braço, soltando um ruído de dor. Elijah se ajoelhou com a dor, as mãos tremendo, tentando arrumar coragem para puxar a flecha. Soluço aproveitou a vulnerabilidade de ambos e prendeu-os com a corda extra que pegara antes e guardara no bolso da calça.

***

– Só precisamos de nossas armas. Vocês nos ajudarão a consegui-las, caso contrário morrerão. – disse Merida duramente. Ela caminhava de um lado para o outro, atormentada.

– Certo, Merida, eu sei que isso é importante, mas droga! Esse homem não é meu tio, eu quero entender!

– Desculpe, Jack Frost, mas há coisas mais importantes neste momento do que se ele é realmente ou não seu tio.

– Você diz isso porque a vida inteira viveu com sua família! Por acaso sua memória foi roubada? Você confiou em um homem monstruoso, achando que ele era seu tio? Não, então cale a boca porque você não sabe o que eu estou sentindo! – Jack gritava com ódio.

Merida suspirou, sem paciência. Ela levantou as mãos para cima, suplicante.

– Pra mim já deu! Ótimo, faça do seu jeito.

Merida foi para o outro canto do corredor. Soluço levantou-se para confortá-la. Jack finalmente ficou sozinho com o tio.

– Quem é você?

– Elijah.

– Não tio Elijah?

– Nunca fui seu tio, garoto estúpido.

Jack não se controlou e socou os dentes de Elijah. Elijah devolveu um sorriso, enfrentando-o.

– Você não tem passado, está jogando fora seu presente e nunca terá futuro. Eu tenho pena de você.

– Eu tenho pena de você, seu escravo idiota de Breu.

– Chore, Jack Frost. A qualquer momento chegará nossos reforços e você será morto.

E imediatamente a porta ao outro lado do corredor começou a fazer barulho para tentar abrir. Por sorte Soluço havia trancado antes, pegando a chave da mulher.

– O que vamos fazer agora? – perguntou Merida, armando seu arco e flecha.

– Vamos por aqui. – disse Soluço apontando para a porta em que a mulher havia saído antes.

– Não, vocês não podem entrar aí! – A mulher suplicou, soando frio.

– Ah é? Agora que eu quero entrar! Soluço, levante esses tietes de Breu e vamos ver o que tem atrás dessa portona. – pronunciou Jack com firmeza na voz, por mais que por dentro ele se sentisse na beira de um precipício.

Soluço segurou a corda de Elijah enquanto Jack a da mulher. Merida abriu lentamente a porta com o arco armado preparada para o que poderia vir.

Uma passarela fina e perigosa era o único veículo para poder passar sem cair em uma foça escura e amedrontadora. Jack tinha medo de olhar para baixo, pois aquele lugar escuro e sem fim parecia o fim do mundo.

Quando levantou a cabeça viu que bem no meio da sala gigantesca havia uma jaula suspensa. Dentro havia quatro pessoas.

Uma delas era Rapunzel.


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Notas finais do capítulo

Continua...