The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 27
|Hiccup| Merida's tears


Notas iniciais do capítulo

Semana que vem terei provas, então vocês sabem, não postarei :(
Maaaas, vocês poderão ler e reler esse cap que eu acho que vocês irão gostar como eu gostei de escrever ;)
~não revisei, preguiça~



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Soluço entrou no quarto do pai após Merida ir embora. Por mais que ele precisasse conversar com Jack e Rapunzel, este momento ele apenas queria ficar com seu pai.

Ele segurou a mão de Stoico por um tempo, esperando quando ele abrisse os olhos. A gratidão que sentia por não ter perdido mais um membro de sua família era infinita.

Seu pai lentamente depois de alguns minutos apertou a mão de Soluço e abriu os olhos.

Diferente de antes, ele não parecia que havia levado uma surra horas atrás. Seus olhos brilharam, de alegria ao se encontrar com os olhos de Soluço.

Soluço quis dizer algo, mas nenhuma palavra transmitiriam seus sentimentos nesse momento. Stoico lentamente se desvirou na cama, ficando com as costas recém-saradas deitadas no colchão velho. Ele olhou afetuosamente a Soluço e com a força de hábito, procurou o dragão dele. Soluço já havia percebido isso: as pessoas sempre que o encaravam, encaravam também o dragão como se ele a qualquer momento fosse cometer algo anormal.

Os olhos de Stoico esbugalharam-se no momento em que encarou Banguela. Soluço não havia entendido por que e decidiu virar-se para também encarar.

Foi então que ele notou. Banguela estava no estágio dois.

Ele se perguntou em que momento isso acontecera. Foi aí que concluiu que provavelmente foi à noite passada, antes de dormir, quando estava cansado demais para notar.

- Isso é inacreditável, Soluço, em apenas três dias seu Soul-Patronus já estar em estágio dois.

De fato, era inacreditável.

Soluço ficara absolutamente amedrontado no momento em que tivera que salvar seu pai da prisão. Ele até agora não conseguia acreditar no que havia feito no castelo e como havia enfrentado o rei. Tantas coisas em apenas três dias que realmente, era inacreditável.

Soluço sentou ao lado do pai e perguntou afetuosamente:

- Está com fome, papai?

Com o típico olhar amável, Stoico afirmou e Soluço foi buscar comida.

Não havia absolutamente nada na cabana, o que era de se esperar, então Soluço decidiu procurar pela floresta algo comestível.

A fome por fim chegou a ele também por uma grande sorte, encontrou uma árvore de maças perto de uma cachoeira.

Droga, Soluço pensou, eu nunca tentei subir em uma árvore antes.

Seu medo inegável para fazer coisas consideradas perigosas ou mortais fez com que ele preferisse sentir fome. Porém, ele se lembrou de que em menos de 24 horas havia quase sido morto pelo rei de sua Legião, seguido por cavaleiros irritados e botado terror em vários bandidos presos e dois guardas que imediatamente seu pavor passou. Nada poderia ser pior agora.

Pelo menos ele esperava.

Ok, pensou Soluço, respirando fundo, você consegue, Garoto do Dragão. No mesmo momento em que ele pensou nesse apelido, ele teve vontade de vomitar. Que apelido ridículo!  Ele focou novamente na árvore.

- Você não poderia criar asas e me ajudar a pegar umas maças, não? – perguntou Soluço, se dirigindo a Banguela.

Por um momento Soluço sentiu certo deboche da parte do dragão. Ele criou coragem e grudou em um tronco e subiu.

Não olhe para baixo, ordenou para si mesmo, Não ouse olhar para baixo, não olhe para...

Soluço subitamente caiu. Ele olhou para a árvore e depois para Banguela, que parecia estar se divertindo com a situação. Soluço deu um olhar desafiador e decidiu subir novamente.

Um pé neste tronco, outro neste galho e não olhe para o chão. Essas foram as ordens que Soluço deu a si mesmo.

Soluço quando menos percebeu, conseguiu sentar no tronco maior da árvore. Ele suspirou e encarou o chão. Estava tão longe.

Antes que ele perdesse o equilíbrio, Soluço começou a colher as maçãs rapidamente, guardando-as em sua camisa amarelada de sujeira. Sua barriga roncava e sua garganta se secava cada vez mais.

Ele ouviu risadas vindas da cachoeira e imaginou quem poderia ser. Soluço cuidadosamente desceu da árvore e silenciosamente foi se aproximando da cachoeira, entre as flores para ninguém nota-lo.

Era Jack e Rapunzel... se beijando? Soluço não podia acreditar no que estava vendo.

Jack sustentava Rapunzel e a beijava apaixonadamente de olhos fechados. Soluço achara tal cena tão nojenta que recusou de continuar vendo. Ele decidiu que na próxima vez que os vessem, ele de algum modo faria uma piada disso.

Caminhando, ele foi voltando até sua nova casa, comendo a maçã que acabara de colher. Ele entregou ao pai e decidiu ir até a cozinha, para descansar.

Lágrimas queriam descer. Ele reprimia com toda sua força, pois chorar nunca fora algo que ele se orgulhava em fazer.

Era tanta pressão. Tantas coisas novas, problemas e coisas que Soluço não conseguia acreditar por que isso acontecia com ele, que Soluço tinha medo de pensar muito no assunto, pois isso o deixava a beira das lágrimas.

Ele decidiu focar seu olhar para algo longe, tentando distanciar as insistentes lágrimas e notou que Merida havia esquecido seu arco e sua aljava com as flechas. Ele caminhou até os objetos e os encarou.

Era belo, ele pensou. Os detalhes talhado na flecha tinham detalhes tão perfeitos em dourado que Soluço não teve dúvidas de que aquilo fora feitos por deuses.

As flechas, ele notou, estavam velhas e gastas, como se ela saísse por aí, flechando tudo que vesse e depois retirasse para poder usar de novo. Ele achou a ideia engraçada.

Soluço poderia ser um fracasso em absolutamente tudo, porém se havia algo em que ele era bom, isso era trabalhar na ferraria com seu pai. Soluço notou enquanto voltava com as maçãs, que ao lado da cabana havia uma salinha com alguns materiais mecânicos. Soluço por fim decidiu levar as flechas de Merida até lá para reformá-las.

Flechas novas seriam ótimos presentes, ele pensou. E durante a tarde, trancou-se na salinha e reformou as flechas, transformando-as em algo extremamente artístico, como o arco, talhado delicadamente pelas mãos artísticas de Soluço. Ela ficaria encantada.

Enquanto Soluço voltava a guardar as flechas na aljava para dar de presenta à Merida, ele ouviu um barulho que vinha da árvore ao lado. Soluço virou-se rapidamente e olhou pela janela a árvore. Cachos ruivos voavam por trás dela.

Soluço não podia acreditar. O que Merida estaria fazendo no meio da tarde na floresta?

Soluço abriu a porta da salinha com as ferramentas e como um furacão, Merida entrou e o abraçou. Ela estava tão gelada e ele tão quente. Soluço sentiu-se mal por isso.

- Você não deveria sair no meio da tarde, Merida. Está frio demais, você poderia ficar doente. Ou pior: você poderia ser pega ultrapassando o limite das Legiões.

Merida não contestou. Apenas o abraçou mais e mais forte, o que foi estranho. Ele não se lembrava do último abraço que recebera de uma garota – ainda mais bonita –

- Eu estou me sentindo tão mal. – ela sussurrou com a boca próxima a orelha de Soluço.

Soluço delicadamente soltou-se do abraço e olhou para os olhos de Merida.

- Por quê?

Soluço a levou para a sala, que era mais quente. Merida sentou-se no pequeno sofá, olhando atentamente para toda a cabana, como se nunca a tivesse visto antes. Como ela morava em um castelo, provavelmente a cabana de Soluço era surpreendentemente pequena, ele pensou.

Merida apoiava os cotovelos em suas coxas, com a cabeça caída. Seus cachos ruivos cobriam seu rosto. Soluço sentia que ela provavelmente estava segurando lágrimas.

Soluço sentou-se ao seu lado e por mais insano que isso pareça, criou coragem e pôs seu braço nas costas de Merida, para confortá-la.

- Estou cansada. – sussurrou Merida entre os cachos.

Soluço encarou Merida, confuso.

- C-como assim? – perguntou Soluço debilmente.

- Cansada de parecer inquebrável. Cansada de parecer forte e corajosa a todo o tempo. Cansada de decepcionar quem eu amo. De mentir pra quem eu amo. Eu apenas queria... paz.

Soluço nunca imaginou que Merida poderia falar de si desse jeito. Muitas vezes, Soluço sentia que precisava agir com cautela ao se dirigir à Merida. Ela sempre tinha certeza de quem ela era e como agir. Ele sentiu-se na obrigação de ajudá-la, qualquer fosse o problema.

- Os problemas só surgem para quem pode suporta-las. – sussurrou Soluço, próximo do ouvido de Merida.

Ele sentiu que a respiração de Merida ficou mais acelerada. Seu coração começou a bater loucamente ao sentir o hálito quente de hortelã de Merida atingindo-o.

- Me abraça. – ela pediu.

Soluço levou alguns longos segundos para absorver as palavras.

- Te a-abraçar? – perguntou Soluço. Mas antes que ela respondesse, ele o fez.

Seus braços a envolveram em sua cintura. Ela descansava a cabeça em Soluço e com os olhos fechados, lágrimas começaram a cair. Lágrimas que Soluço nunca esperou ver caíram.

Merida não queria chorar perto dele, mas ela se sentia confortável demais envolvida em Soluço que as lágrimas desciam naturalmente. Ela não conseguia mantê-los dentro dela por mais nenhuma porcaria de segundo.

- Eu briguei com minha mãe. Elliot me deixa confusa. Meu pai estará em uma guerra. Me sinto tão sozinha. Tudo o que eu tinha foi tirado de mim bruscamente e o que me sobrou foi nada.

Nada.

Essa palavra incomodou Soluço. Então ele não era nada? Eles não eram nada? O que ela estava dizendo? Ele não podia suportar ficar sem resposta.

- Você tem nós. – ele disse com a voz mais calma possível.

Merida queria dizer que sim, ela sabe disso. Mas não era esse tipo de coisa que ela sentia. Ela sentia falta era de tudo que ela tinha antes. Tudo que era normal para ela. Ela só queria ser aquela garota de sempre.

A única coisa que Merida fez foi se aproximar mais. Ela deitou-se no colo de Soluço e pediu para que ele fizesse o mesmo.

Soluço estava enrijecido. Ele não conseguia se sentir confortável com tamanha proximidade. Merida pegou a mão de Soluço e o entrelaçou em seus dedos, passando suas mãos entrelaçadas pela sua cintura.

- É engraçado, não acha? Como nosso coração bate tão forte contra nosso corpo. – disse Merida com os olhos fechados, apertando os dedos de Soluço.

Soluço não sabia o que responder. Ele estava demasiadamente perplexo para dizer alguma coisa.

Merida só conseguia pensar o quão reconfortante é a sensação de ter uma respiração quente em nossa nuca. Uma sensação gostosa de paz e proteção. Ela não queria se largar dos braços de Soluço.

Ela sentia um amadurecimento da parte dele. Ela podia perceber que ele estava mais alto e não tão magricela.

Ela nunca havia percebido o quanto ele era bonito.

Seus olhos verdes sempre tão expressivos. Sua bondade. Sua inteligência.

A beleza interior de Soluço era tão grande que era necessário fechar os olhos e senti-la como Merida estava fazendo.

E a sensação de que não pudesse mais sentir isso doía.

Merida poderia adormecer com o ritmo do coração de Soluço, mas a se não voltasse para a casa antes que alguém sentisse sua falta, provavelmente perderia mais ainda as pessoas que ama.

- Tenho que ir. – Merida disse enquanto se levantava.

- Não, Merida! – Disse Soluço, levantando-se do sofá, como se acabasse de acordar de um sonho, encarando-a, que arrumava seu vestido amassado. Ele pigarreou quando ela virou-se para encara-lo. – Digo: tenho algo pra te mostrar.

Ele a levou de volta para a salinha e com seu corpo tampou o pacote sobre a mesa.

Ela olhava para ele curiosa. Ele tirou de trás dele a aljava e entregou a ela.

Merida encarou a aljava e com um sorriso tirou as flechas de dentro.

Belas flechas feitas artisticamente por Soluço estavam em suas mãos. Nada poderia descrever sua emoção.

Lágrimas rolaram em sua face.

Soluço lentamente se aproximava dela. Ele queria beijá-la nesse momento. Mostrar para ela o que ele sentia.

Mas não pôde tentar. Merida virou o rosto no momento em que Soluço esteve perto o suficiente para que fosse possível eles respirarem o mesmo ar.

Ele, no entanto, enxugou aquela lágrima e se afastou.

- Desculpe. – disse Merida e saiu da salinha, correndo para a floresta, entre as árvores.

Soluço ficou observando-a ir novamente embora e ficou se perguntando o que raios teria a levado até ele. Ele então sentiu algo incomodando em seu rosto e notou que um cabelo ruivo e cacheado havia ficado preso nele.

Nenhuma garota havia se aproximado tanto dele, e justamente a garota se casaria.

Exatamente, a garota se casaria, pois Soluço faria de tudo para esse casamento não sair.


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Notas finais do capítulo

Quando vai ter Mericcup, quando, quaaaandoooo? Bem, pra quem ama Mericcup, um começo de indício de romance aí ;)
hhuehueheuheuehue eu realmente não sei o que dizer nesse momento... Reviews?
AAAAH, LEMBREI! Já tenho mais de 100 páginas escritas da fic! Eeeeeh, isso é um record pra mim :D