The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 18
|Hiccup| You'll be alright.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos "boa sorte" nas provas, pessoal! Isso me ajudou muito, de verdade!
Eu não sou uma aluna ruim, haha, mas em matemática eu sou absolutamente HORRÍVEL! Eu tirei nota vermelha em todas as provas desse ano mas tam tam tam tam: TIREI 9 NESSA! OMG, ISSO É REAL?
Então obrigada pelo apoio ♥
Estava com saudade de escrever sobre nosso quarteto favorito :( muitas inspirações nessa semana, espero que curtam o cap :)



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Calor. Era isso que Soluço sentia.

Muito, mas muito calor.

A temperatura normal de um legionário do Ar é fresca. Mas o coração de Soluço batia fortemente em sua caixa torácica.

O sol já havia nascido por completo e não tinha mais vestígios sequer dos outros três. Apenas Soluço e seu dragão. Seu dragão...

– Banguela? Sério mesmo? Você é o animais mais temido de todos e é banguela? Você não é tão assustador sem dentes. – disse Soluço para seu dragão que voava ao seu lado.

E então ficou. Soluço decidiu que esse seria o nome de seu Soul-Patronus: Banguela.

Sua casa ficava no centro da vila. Não teria como Soluço não passar pela multidão sem ser encarado.

Soluço deu um longo suspiro e com o pé direito, decidiu entrar na movimentada vila.

E de fato ela estava movimentada. Tão movimentada quanto em dias de festivais.

Mas quando Soluço pisou na vila, todos se calaram. Todos os olhos estavam encarados para ele. Alguns surpresos, outros transbordando de ódio. Uns com pena.

Pena. Soluço odiava que as pessoas sentissem pena dele. Por toda sua vida as pessoas sentiam pena e o ajudavam com tarefas braçais ou algo que poderia abalar seus sentidos.

Ele não era tão incapaz para as pessoas sentirem pena dele.

Mas não foi isso que deixou Soluço mais surpreso. O que mais deixou foram os olhos que o encaravam com medo.

– Eu sabia que ele era problema.

– Ele nunca foi normal.

– Quem diria que ele é filho de Stoico! Uma desonra.

Esses sussurros perturbavam Soluço. Ele não conseguia sair do lugar. Ele não sabia o que fazer.

Mas uma voz o tirou de seus pensamentos.

– Filho, Corra! - rugiu seu pai, claramente com dor em sua voz.

Seu pai gritava desesperado preso em um tronco na praça central. Seus cabelos estavam presos ao rosto, suado.

Seu rosto estava vermelho e suas expressões desesperadas.

Suas costas sangravam.

Soluço não podia suportar ver seu pai, a única pessoa de sua família ferida.

Ele correu.

Mas não para longe.

Ele correu para seu pai.

Dois guardas reais seguravam seu pai, que debatia para se libertar. Cada ver que ele se tentava se livrar do tronco, mais ele gritava.

Soluço não conseguia pensar na dor que seu pai deveria estar sentindo.

Menos de meio metro de seu pai, os guardas o seguraram. Soluço gritava de pânico, tentando se soltar, mas cada vez mais os guardas o levavam para longe de seu pai.

Soluço esticava o braço tentando alcançar Stoico debilmente. Lágrimas brotavam de seus olhos.

E a única coisa que Soluço conseguiu compreender lendo os lábios de seu pai foi:

“Vai ficar tudo bem.”

E ele foi levado para longe.

***

Soluço calou-se enquanto caminhava.

Ele estava cansado demais para contrariar. Cansado demais para fugir.

Cansado demais para pensar.

Sem contestar, Soluço sentou-se na carruagem de prisioneiros. Soluço não tinha ideia para onde iria. A prisão talvez.

As pedras do caminho batiam e faziam movimentos na carruagem. A cabeça de Soluço batia a cada buraco que passavam e seu Soul-Patronus agia tão indisposto quanto ele.

Eles estavam extremamente distantes da vila. Só poderia ser a prisão pela distancia em que o levavam.

Mas para a surpresa de Soluço, eles passaram reto da prisão e continuaram cavalgando.

E só havia um lugar tão longe quanto a prisão.

Eles se aproximavam cada vez mais do castelo real. Quando finalmente chegaram, os guardas o arrancaram da carruagem e o levaram para as portas do fundo do castelo.

Ele sempre achara lindo o castelo da família real. O ar do lugar era tão puro que não combinava com a sensação de espirito de Soluço.

As pedras frias do castelo poderiam ser tão confortáveis quanto qualquer outro lugar.

Soluço não conseguia subir as escadas que os guardas o empurravam. Lentamente, eles o empurravam, degrau por degrau. A imensa escada o levava para a torre.

Ele foi trancafiado na torre circular e deixado sozinho entre o frio das pedras que o cercavam. Uma única cama pairava ao seu lado e a pequena janelinha, num lugar tão alto que Soluço não alcançava.

Soluço tentou pensar no que estava acontecendo. Juntar as peças.

Mas era muito para ele naquele momento.

E apagou.

***

Um braço forte levantou Soluço do chão bruscamente. Sua cabeça girou ao ficar de pé e quando virou-se para encarar quem quer que fosse, o homem disse:

– O rei vai falar com você.

Não teria como Soluço discordar. Ele arrumou sua blusa que estava amassada e desceu com o guarda as escadas.

Pelo sol, já deveria ser 4:00 da tarde. Quanto tempo ele ficara apagado?

Ele agora conseguia juntar alguns pensamentos. Eles estavam à procura de Soluço por conta do Soul-Patronus e foram à sua casa. Mas ele não estava lá.

Seu pai provavelmente havia mentido sobre o paradeiro dele para inocenta-lo. Eles não haviam acreditado.

Seu pai persistiu. Por isso foi levado para o julgamento na praça.

Por isso que toda a população o encarava.

Soluço estava enfraquecendo ao chegar a essa conclusão. Seus joelhos amoleciam, mas a presença de seu Soul-Patronus o mantinha ereto.

Quando encarou Banguela, lembrou-se das palavras de seu pai:

“Vai ficar tudo bem.”

E por mais que Soluço soubesse que não era verdade, decidiu mentir para si mesmo e acreditar que sim, tudo ficaria bem.

O pátio principal do castelo era imenso. Soluço não podia deixar de imaginar quantas festas, boas músicas e risadas deveriam ter no pátio em dias de festa. Mas nesse momento, só havia o trono do rei e de sua família no canto na sala. Ele estava sentado divinamente, com uma postura ereta.

Rei Luft, um homem robusto, com cabelos grisalhos, que antigamente foram negros, olhos azuis escuros e uma barba rente e bem aparada ao rosto olhava para Soluço surpreso. Seu Soul-Patronus, uma pantera, brilhava com os olhos atentos aos seus pés. Pelo tamanho, deveria estar no último estágio de crescimento.

– Soltem-no. – Disse o rei com sua voz grave.

– Como quiser, alteza. – disse o guarda que segurava o braço de Soluço, soltando-o e saindo do pátio.

– Aproxime-se, jovem do dragão. – disse o rei, tentando manter a voz calma.

Soluço deu passos até chegar bem próximo do Rei. Ele nunca havia visto o rei pessoalmente, e pelo que sabia, o rei Luft fora um homem brilhante na juventude.

– Tem algo a nos dizer sobre isso? – disse o rei Luft, apontando para o Soul-Patronus.

– Alteza, nem eu sei ao certo... – disse Soluço, extremamente baixo.

– Compreendo. – o rei falou mais para ele mesmo do que para Soluço.

O rei Luft levantou-se e desceu do pedestal onde pairava os tronos. Ele aproximou-se do dragão e sussurrou extremamente baixo, a ponto de Soluço não escutar direito: “Está acontecendo. A era chegou.”.

Soluço olhou confuso para o rei. O rei se distanciou novamente e perguntou a Soluço:

– Você tem conhecimento de algo estranho, jovem?

O coração de Soluço acelerou loucamente. Será que ele sabia?

– Q-que tipo de coisa estranha, alteza? – gaguejou Soluço.

O rei bufou.

– Há dezesseis anos, uma epidemia estranha atacou toda a população. Você deve saber do que estou falando.

– Epidemia do Breu.

– Epidemia do Breu. – confirmou o rei.

Fora disso que sua mãe havia morrido. Não teria como Soluço esquecer.

Uma poeira negra atingia as pessoas, enforcando-as toxicamente, tirando-as da sanidade e nunca, ninguém sobrevivia as dores que aquilo causava.

– Mas faz oito anos que não temos mais indícios da doença. Mas ela voltou. – O rei murchou. - Ela voltou e está mais forte, Soluço. E há dezesseis anos, uma profecia fora dada a mim quando consultei a Montanha Dos Ventos Uivantes a procura de uma cura.

O rei Luft tirou de sua capa um pergaminho. Ele bufou e começou a ler.

“O símbolo do mal

Ressurgirá entre a Legião.

Entre o bem ou o mal

Lutará entre os irmãos.

Uma nova era surgirá

Se aquele não fracassar.

O maior terá que deter

Para não perder o poder.”

– O que você entende, jovem? – perguntou o rei, gravemente.

Soluço absorvia as palavras lentamente. O rei, sem paciência concluiu.

– Recebi a profecia há dezesseis anos. Nada fazia sentido antes.

Mas você tem dezesseis anos.

O símbolo do mal ressurgirá na Legião... Não pode ser outra coisa a não ser esse maldito dragão. - disse o rei, apontando para o Soul-Patronus. - 

Entre os irmãos? Que irmãos? É sua Legião? Ou sua linhagem maligna? Quem são seus irmãos? – questionou o rei. Seu Soul-Patronus levantava-se, mostrando seus dentes na direção de Soluço.

– Que nova era poderia surgiu se você não fracassar? O maior terá que deter, certo? Eu sou o maior.

O rei levantou-se bruscamente e com sua perna, derrubou Soluço no chão e apontou a espada no peito de Soluço.

– E eu não vou perder meu poder.

O sangue de Soluço começou a subir por sua cabeça. Ele não conseguia raciocinar corretamente. A ponta da espada apertava seu peito, fazendo com que o tecido rasgasse. Seu instinto de sobrevivência fez com que ele pegasse a adaga que estava dentro de sua calça. Ele apontou a arma no braço do rei e apunhalou o braço dele.

O rei Luft voou para longe de Soluço como um tornado. O simples toque de sua arma fizera isso? Ele não conseguia pensar.

As portas do pátio abriram e guarda corriam em direção de Soluço e do rei. Rapidamente, Soluço correu entre os guardas e saiu do pátio, trancando-os por fora.

O corredor era comprido, mas Soluço quebrou uma janela gigante com a ponta de sua adaga, que despedaçou todo o vidro em minúsculos pedacinhos. Ele pulou a janela e avistou um cavalo marrom preso ao lado da cozinha.

Ele cortou o fio que prendia o animal e cavalgou para longe, ainda sem a possibilidade de raciocinar direito o que estava acontecendo.

Então havia mais partes da profecia. ele precisava contar isso aos outros três.

Mas antes precisava salvar seu pai.

“Vai ficar tudo bem, pai.

Eu prometo.”.



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Notas finais do capítulo

Altas emoções. Eu não consigo me por no lugar do Hiccup. Eu enlouqueceria.
O que será que vem por aí?
Digam nos reviews o que acham ^^
http://fanficb4-guerradaslegioes.tumblr.com/