The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 12
|Hiccup| The Soulmate-Patronus


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, não postei ontem :(
Mas é porque estou doente e a luz do computador fazia minha dor de cabeça ficar insuportável.
Porém, hoje, eu peguei o netbook e pensei: "Nhé, vou ver se tem algum comentário..."
Mas daí eu me deparei com 4 recomendações! OMG, isso aumentou meu astral no mesmo momento.
Obrigada por todo o carinho e as palavras fofas. Eu amo vocês ♥
Espero que gostem desse capítulo :)



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Soluço não conseguia pensar em outra coisa a não ser seu dragão.

Era terrível pensar que algo que faz parte de você possa ser terrível. Soluço apenas queria um motivo para se orgulhar.

Pensava como o tratariam quando chegasse a sua Legião.

Eles haviam se despedido depois de que Rapunzel saiu correndo como uma maluca. Eles não conseguiam entender o motivo. Por fim cada um voltou para seus lares.

A cada passo que ele dava ao lado deu seu Soul-Patronus, mais ele se sentia mal. Quando ele menos percebeu, já havia chegado à fronteira da floresta.

Ele suspirou e entrou na vila.

Pela primeira vez em toda sua vida, Soluço sentiu-se observado por outras pessoas.

Na verdade, eles não olhavam diretamente a ele, mas sim para seu pequeno Soul-Patronus.

Soluço caminhava olhando para o chão. Não era confortável ser observado por todos. Eles cochichavam e apontavam para ele.

A única pessoa que teve coragem de se aproximar foi Astrid.

– Hey, Soluço! – ela corria em sua direção, ofegante.

– Oi. – Sua voz soava baixa. – Iaí?

– Isso é o quê? Uma lagartixa mutante? – Astrid perguntou, com um sorriso torto em direção a seu Soul-Patronus.

– Há-há. Engraçado, Astrid. Muito engraçado. – Soluço olhou para o céu, que já estava com cor de sangue do entardecer. – Desculpe-me, mas gostaria de estar sozinho agora.

Astrid parou de andar, encarando-o.

– Soluço, você está estranho... Há algum problema? Eu não recomendaria guardar tudo para você mesmo.

Soluço virou-se e a encarou. Ela estava com as mãos na cintura.

– Tenho que ir pra casa.

Ela ficou encarando-o irritada, mas compreendeu, deixando-o só.

Soluço entrou por trás de sua pequena casa. Ele ouvia seu pai trabalhando com os ferros no arsenal.

Quando ele pisou na ferraria, seu pai virou-se e o encarou orgulhoso. Ele limpou as mãos em seu avental e caminhou até Soluço para congratula-lo.

Quando estava a menos de um metro de distância de Soluço, seus olhos procuraram o Soul-Patronus do filho. Seu olhar enrijeceu.

– O que é isso?

Stoico sempre tratara Soluço com muito carinho. Raramente ele falava duro com ele.

– Um Soul-Patronus.

– Eu sei que é um Soul-Patronus. Quero saber que réptil é esse. – Ele apontava desgostoso para o Soul-Patronus que flutuava tranquilamente no ar.

– Um dragão. – Soluço respondeu inseguro.

Stoico bateu o punho esquerdo na mesa ao lado, irritado.

– Não pode ser... Dragões não existem!

Soluço estava a ponto de enlouquecer. Ele apenas queria entender.

Stoico olhou para os lados, perdido. Ele passou as mãos gigantes pelos cabelos ruivos espalhafatosos e abraçou Soluço.

Soluço estava enrijecido. Ele não conseguia relaxar com esse abraço tão inesperado. Ele colocou seus braços em volta do pai por fim e encostou sua cabeça naqueles grandes ombros.

Quando fechou os olhos, sentiu as lágrimas queimarem.

– Eu estou com medo. – ele sussurrou.

– Não tenha. Eu sou seu pai. Eu vou te ajudar.

Você está comigo.

As pernas de Soluço tremeram e ele desmaiou.

***

Na cabeceira de sua cama, seu Soul-Patronus dormia tranquilamente em uma paz que não existia em Soluço. Ele não entendia.

Seu pai estava sentado ao seu lado. Ele havia colocado um pano na testa de Soluço e respirava com dificuldade.

Ele olhou para Soluço e repensou seus sentimentos. Ele suspirou.

– Filho, eu já te contei como conheci sua mãe?

As forças de Soluço voltavam devagar. Ele fez que não com a cabeça.

Seu pai deu uma breve risada e relaxou, sentando-se no pé de Soluço.

– Ela era uma garota incrível. Muito inteligente e centrada. Se você a vesse de longe, sem conhecê-la, você diria que ela era uma garota absolutamente movida pela razão.

Mas essa não era a verdade.

Eu lutava. Lutava bravamente e tinha muitos amigos que louvavam meu sucesso. Todos me admiravam, menos ela. Ela era o oposto de mim.

E era ela que eu queria conquistar.

Nós tínhamos 16 anos quando engatamos um namoro. – Ele riu desajeitado. – e lembro-me que quando conversamos pela primeira vez, nossos Soul-Patronus se envolveram de um modo especial.

Você sabe, os Soul-Patronus absorvem nossos sentimentos mais profundos mesmo que nós ainda não tenhamos percebidos.

E com o amor verdadeiro, ele é muito intenso. Isso o que aconteceu apenas acontece com o amor verdadeiro.

Isso se chama Soulmate-Patronus.

Ela não era tão racional quanto eu pensava. Ele era tão intensa com seus sentimentos... A sensação de perdê-la era insuportável.

Mas parece que às vezes, as coisas que mais temos medo acontecem.

Ela... adoeceu e eu não conseguia encarar a realidade. Não podia.

O que me deu forças para continuar foi você, filho. Ela sempre me dizia que você era especial.

Ela não podia estar mais certa.

Seu pai suspirou fundo e levantou os olhos, olhando para o teto e fechando os olhos. Suas pálpebras tremiam.

– Os problemas apenas surgem em pessoas que podem suportá-las, filho. Um dragão... – ele parou. – Isso é apenas uma antiga lenda. Nada demais aconteceu não é mesmo?

Ele se levantou, recusando-se em encarar os olhos de Soluço. Soluço não se sentia confiante em cortar tudo que aconteceu na floresta.

Stoico caminhou até a porta e colocou e encarou o chão. Por fim disse:

– Descanse um pouco, filho.

Seja corajoso.

E saiu.

Soluço ficou encarando o teto por um longo tempo. Ele estava relembrando seu aniversário de 8 anos.

Seu pai nunca havia dito o motivo da doença da mãe. Na verdade, ele nem se lembrava dela ter ficado doente. Mas uma coisa ele nunca conseguiria esquecer.

Ele não conseguia dormir de ansiedade. Seu aniversário de 8 anos começaria em horas. Ele escutava vozes do quarto de seus pais e espiava seu pai pela fresta da porta. Ele segurava a mão inanimada de sua mãe e lágrimas discretas escorriam pelos seus olhos. Soluço nunca havia ficado tão surpreendido em sua vida. Seu pai não chorava.

Ele caminhava de uma lado para o outro e socava a parede. Um médico o apoiava.

Seu pai então confirmou com a cabeça algo que Soluço não ouvira e ao lado, seu Soul-Patronus cresceu um estágio.

Eles apenas crescem quando fazem algo de extrema coragem.

E uma das coisas mais corajosas que seu pai fez foi aceitar que a mulher que ele mais amou havia partido.


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Notas finais do capítulo

"A tristeza não nos muda, Hazel, ela nos revela."
John Green.
*
Quis apenas deixar esse quote aqui registrado. Acho que faz sentido.
Eu percebi que vocês não sabem minha idade! :O
Tenho 13 :)
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