Seaweed Brain escrita por SeriesFanatic


Capítulo 12
Andrômeda


Notas iniciais do capítulo

Obrigada Mary Andrews pela recomendação ♥



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Eu ia postar ontem, mas deu problema no Nyah!

Annabeth brincava de briga com Nico no jardim do palácio, ela tentou colocar em mente as aventuras que viveu, de preferência as suas favoritas. Como aquela vez que ela e seus primos Charles e Silena (que namoram escondido já que seus pais são casados, mesmo sem eles serem irmãos) contra as Myrmekos. A vez que ela ajudou os irmãos menores de Charlie e Silena, Piper e Leo, a encontrarem Buford, a mesa fujona. Aquela vez que ela e Luke enfrentaram o gigante Caco para recuperarem o caduceu do pai dele. Teve também aquela vez que Annabeth e Thalia foram atrás da quadriga roubada do tio Ares. E aquela em que ela foi com Nico e Bianca atrás da espada perdida do seu tio avô Hades. E teve também aquela vez que Thalia, Annabeth e Luke conheceram seu primo Hal e lutaram contra três leucrotas.

É, a vida de Annabeth era boa. Apesar de Atena amar as corujas, a mãe em si não era tão coruja assim, na verdade, a rainha mal conhecia os dois únicos filhos que tinha e não se incomodava muito com as aventuras de Annabeth ou as travessuras de Malcom. Contanto que eles limpassem a bagunça e não causassem nenhuma guerra muito grande. Como quando Annabeth forçou Thalia, Nico e Bianca a irem com ela para Roma há poucos dias como presente de aniversário para conhecer a cidade e terminaram entrando em uma luta conta os melhores da Legião: Jason, Octavian, Reyna, Hazel e Frank. Annabeth derrotou todos com facilidade e com isso, quase causou uma guerra greco-romana.

Mas naquela tarde, ela só queria saber de se divertir e derrotar Nico como sempre. Zoë os observava com atenção de longe, ela sempre foi a prima mais quieta e a que parecia nunca envelhecer. Charlie ajudava Leo a construir uns fogos de artificio, enquanto Silena, Katie, Miranda, Bianca e Piper conversavam sobre alguma coisa. Os trigêmeos Lee, Michael e Will brincavam de alguma brincadeira idiota com Travis, Connor, Pólux, Castor e Malcom. Drew fitava seu reflexo no lago se achando a pessoa mais bela (e fútil) do mundo. Thalia e Luke continuavam sem dar sinais de vida.

    - Ai! – gritou Nico. – Qual é Annabeth, manera um pouco!

Annabeth estava com a cabeça no mundo da lua, ela nem havia se dado conta que cortará o rosto dele sem querer com sua adaga.

    - Desculpa Nico. – ela disse forçando um sorriso solidário.

    - Tudo bem prima? – perguntou Silena.

    - Claro prima, só me distraí um pouco. – Annabeth mentiu.

Na verdade, Piper, Drew e Silena não eram suas primas de sangue. Afrodite era uma bela e disputada princesa que foi oferecida em casamento a um rei ai, eles tiveram as três meninas e o cara morreu envenenado, então Afrodite se casou com Hefesto, que tinha dois meninos. Apesar de Hefesto ser tio de sangue de Annabeth e Afrodite não, as meninas ainda a chamam de prima. Da mesma forma que Leo faz forçando os olhos a ficarem super fofos a fim de conseguir algo. Annabeth tentou tocar no rosto de Nico para ver o tamanho do corte, mas ele recuou como praxe, Nico odiava parecer fraco perto dela.

    - Nico deixa de bobagem foi só um corte, deixe-me ver. – ela disse tentando tocar nele.

    - Não, tá tudo bem! É sério. – ele disse se desviando.

Bianca revirou os olhos e deu um sorrisinho, Katie e Miranda comentaram algo que fez Piper e Silena franzirem a testa de surpresa e então as irmãs caíram na risada. Zoë olhou apreensiva para Annabeth, como se esperasse que do nada ela parasse de tentar ver o corte no rosto de Nico e se transformasse em um monstro. A cena era engraçada, a princesa correndo atrás do próprio tio para ver um corte na bochecha dele, as meninas deram risadinhas.

Longe dali, Thalia encarava o bracelete que sempre usava, seu pai deu o nome de Aegis ao objeto e lhe dissera que era um presente de família, já que sua mãe Reia fez o bracelete para que seu filho caçula desse ao filho (a) menor. Thalia queria estar em seu quarto, mas não iria suportar Bianca falando o tempo todo que Annabeth não tinha culpa alguma pelo noivado, então ela simplesmente foi para um dos quartos de hóspedes que estava desocupado. A vista mostrava a floresta que cercava Atenas e o céu tão escuro e ameaçando tempestade, que ela não soube dizer por que os primos estavam brincando no jardim.

    - Finalmente te achei. – disse Luke.

Thalia continuou encarando Aegis e se lembrando do pai, por mais que ela quisesse não se lembrava da mãe ou do irmão que morreu pelo veneno de duas cobras, Jasão. Thalia ouviu Luke se aproximar, ele tentou abraça-la por trás, mas ela mexeu os ombros e se livrou dele, terminou saindo de perto da janela e tentou sair do quarto, mas estava trancado. Virou-se a tempo de ver Luke provocando-a escondendo a chave na túnica roxa.

    - Devolva. – ela disse exigente.

    - Venha pegar. – ele provocou.

  - Luke, é sério, devolva. – ela disse murcha, não estava com cabeça para brigar.

Luke caminhou até ela, rápido o suficiente para imprensá-la na parede antes que tentasse fugir. O cheiro de canela que saia de sua boca fez Thalia prender a respiração, aquilo era convidativo demais. Os cabelos loiros estavam rebeldes pela primeira vez em dias, desde que voltará do treinamento em Esparta, Luke estava usando roupas melhores, o cabelo arrumado e parecia muito mais confiante que antes. Mas naquele momento, seus cabelos estavam como antes, como nos velhos tempos, o sorriso traquino e de elfo característico de seu pai, estava estampado em seu belo rosto, provocando-a do jeito mais sedutor possível.

    - Luke... – ela queria ordenar que ele a deixasse ir, mas saiu como um sussurro de desespero.

Luke se aproximou dela devagar, fazendo com que Thalia fechasse os olhos de leve. Ele passou as mãos pela cintura dela, puxando-a para sua cintura e deu-lhe um longo e sincero beijo.  A consciência de Thalia gritava: “Não faça isso! Ele está noivo de Annabeth! Da sua sobrinha Annabeth!”, mas o desejo era maior. Ambos guardavam uma paixonite um pelo outro desde os doze, mas nunca tiveram coragem de dizer nada, então ele teve de ir para Esparta a mando do pai e Thalia tentou esquecê-lo conhecendo novos caras, o máximo que conseguiu com esse plano foi sair Grécia a fora com Annabeth para aventuras e terminou sem conhecer ninguém interessante. Então, desde que Luke voltou, a paixonite voltou com ele só que dessa vez deixando bem claro: “É paixão, Cara de Pinheiro.”.

Luke lhe dera esse apelido depois dela ter ficado presa em uma árvore quando menor, antes dela ir morar com Atena, quando Zeus ainda era vivo. Hermes viva ocupado e deixava Luke com o avô, já que sua esposa estava ocupada demais cuidando dos gêmeos Connor e Travis. Então Thalia e Luke cresceram juntos brincando pelo imenso quintal do palácio do rei Zeus e um belo dia a pequena ficou presa num pinheiro chorando até que o pai perdeu a paciência e a tirou da árvore com as próprias mãos. Luke massageava o traseiro de Thalia, que se prendia ao pescoço dele como se fosse uma boia de salva-vidas. Ela desencostou da parede e andou em frente, fazendo-o andar para trás e cair na cama de casal.

    - Eu te amo. – disse Luke corando de nervoso.

    - Eu sei disso. Eu também te amo. – ela disse soltando o boche de raio fazendo a túnica cair no chão.

Luke livrou-se da sua túnica com a mesma facilidade, ela jogou-se em cima dele e bem, você sabe o que acontece quando duas pessoas se amam, se trancam num quarto com uma cama bem macia... obviamente que não vão dormir, mas dá pra ter uma ideia do que aconteceu né! Enquanto Zoë (de mal grato), fazia um curativo no rosto de Nico a mando de Bianca, Annabeth estava encarando o rio ao lado de Drew, mas não admirando o seu reflexo como Narciso (Tadinha da Eco gente, eu gostei dela) e sim pensando em Percy. Não importava se ele havia ou não roubado a espada (as paredes do palácio tem ouvidos. Vulgo, Connor e Travis ouviram Hermes falando da espada com Apolo), se havia ido para terra justamente para ajudar Gaia... havia algo nos olhos dele... algo que Annabeth não conseguia explicar o que era... algo que mexia de verdade com seu coração e talvez por isso doía tanto saber que ele nunca sentiu nada por ela.

    - Annabeth. – chamou Ártemis.

Todos os primos pararam o que estavam fazendo e olharam para a rainha. Ártemis tinha o rosto firme, sério, tão sério que chegava a dar um pouquinho de medo. Ela usava uma túnica ouro claro e inclinou com a cabeça para a porta de madeira em forma de U de cabeça para baixo para que a sobrinha a seguisse.

    - Algum problema minha senhora? – perguntou Zoë.

Apesar de Ártemis ter adotado Zoë quando ela tinha uns seis anos, a menina nunca a chamou de mãe, era sempre “minha senhora” ou “lady Ártemis”. A rainha ignorou a existência de Zoë, dos irmãos, dos sobrinhos e dos primos e entrou no castelo; todos, até mesmo Drew, encararam Annabeth. Na maioria das vezes aquilo só podia significar uma coisa: castigo. Mas algo no rosto da rainha fez com que os meninos ficassem apreensivos, olhando de modo assustado para Annabeth, que seguiu a tia com o peito inflado e punhos cerrados. Elas foram até o quarto de Atena, que era em forma de O e sem paredes (com exceção do banheiro), sustentado por belas colunas. Em cima da cama havia um lindo vestido branco de seda.

    - Alguma coisa errada, tia? – perguntou Annabeth à Ártemis.

Der repente à expressão séria de Ártemis passou para medo, ela nunca havia visto a tia assim, mesmo após seu tio Apolo engana-la para matar o homem que ela amava. Ártemis nunca ficara com aquela expressão, o que assustou a princesa; evidentemente ela estava prendendo as lágrimas e então Atena saiu do banheiro, o rosto mostrava dúvida e dor e certa quantidade de desespero. Atena fez com que a filha vestisse o lindo vestido, prendeu com uma tira de ouro embaixo dos seios da menina; com colar, brincos e uma pulseira perto do ombro, Annabeth parecia uma verdadeira deusa. E a menina temia que seu casamento estivesse a minutos de começar.

Luke não era visto havia horas, Thalia estava se escondendo desde o baile. Mas Annabeth havia ido à cozinha duas vezes naquele dia, Ella não estava bicando ninguém por causa de bolos. Bem, ela estava picando os meninos, mas porque eles queriam comer doce antes do almoço, então isso até que foi normal. Não havia preparativo nenhum na cozinha, no castelo... em canto algum... o que fez o coração de Annabeth bater a mil por hora. Sua mãe e sua tia favorita estavam evidentemente tristes, preocupadas e segurando as lágrimas. A princesa sabia o que estava acontecendo.

    - Gaia me quer. – ela disse depois que Atena penteou os seus lindos cabelos loiros.

    - Não. – respondeu a rainha segurando as lágrimas.

    - Então...

    - Poseidon disse que só devolveria Anaklusmos se a tivesse. – disse Ártemis.

Provavelmente era uma informação pesada demais para Atena dizer. Annabeth respirou fundo fechando os olhos. Atena NUNCA havia penteado os cabelos da filha. Sempre que tinha dificuldade, ela ia atrás de Thalia ou Bianca, quando era menor, Quíron ou o pai é quem ajeitavam a menina. A princesa notou que a mãe estava usando o colar de coruja que seu pai a dera no primeiro encontro deles, às escondidas de Zeus, que não considerava o filosofo Frederick digno de sua filha caçula. Se Atena guardou aquele colar, mesmo enferrujado do jeito que estava, então talvez sua mãe não fosse tão fria quanto Annabeth pensava.

    - Sei que é tarde para dizer isso, mas... prefiro o casamento. – disse Annabeth prendendo as lágrimas também.

    - Querida, por favor, não torne isso mais difícil. – Ártemis pediu, claramente odiando a ideia.

Annabeth apenas continuou olhando o próprio reflexo no espelho da penteadeira, enquanto Ártemis estava sentada na cama, triste e engolindo o choro. Atena abaixou-se para deixar a cabeça ao nível da de Annabeth (que estava sentada) e deu um beijo na bochecha da filha, enquanto uma lágrima escorria por seu rosto. Nem mesmo a última mensagem da mãe, o pedido de desculpa e suas palavras de sabedoria, fizeram com que Annabeth sentisse menos triste. Seu tio Ares foi o chofer da carruagem e a levou até o penhasco ao lado de Atenas, onde uma corda prendia no topo como no Bungee Jump (só que sem a parte divertida e a parte de voltar para o topo do penhasco), onde amarrou a menina.

    - Lamento mesmo. – ele disse fingindo ser solidário. – Mas precisamos daquela espada caso Gaia ataque novamente e o idiota do Poseidon só irá dá-la caso você seja dada como oferenda.

    - Ao contrário do senhor, titio, eu sou inteligente. Deduzi isso antes de minha mãe começar a me arrumar para a minha morte. – ela disse áspera.

Normalmente Ares iria discutir ou até mesmo xinga-la de nomes tão pesados que faria uma criança chorar, mas ele apenas amarrou as cordas nela e voltou para a carruagem.

    - Não irá me empurrar? – perguntou Annabeth com um nó do tamanho do mundo em seu pescoço.

    - Não, confio nos meus nós. Afinal, o monstro que Poseidon irá mandar poderá muito bem lhe pegar com os tentáculos, só é preciso que você fique perto do mar. – disse Ares entrando e dando meia volta com a carruagem.

Annabeth sentou e esperou o objeto branco sumir de vista e então caiu no choro. Pensou em todos que amava. Do seu falecido pai até a sua cadela Sra. O’Leary. Dos poucos bons momentos que teve com os primos e dos excelentes momentos que teve com seus tios/amigos Bianca, Nico e Thalia. Dos velhos tempos com Thalia e Luke, lembrou até do seu nada querido avô Zeus e da sua tia avó irritante Hera. Os rostos de todos os membros de sua família lhe vieram à mente, até os das pessoas irritantes. E por fim apareceu em sua mente seu irmão mais velho Dédalo, que morreu quando Annabeth era pequena, ele era a alegria e orgulho de Zeus e Atena, o neto/filho perfeito, mas foi morto por uma flecha vinda sabe-se os deuses de onde.

Desde a morte do seu querido irmão, Atena não foi mais a mesma, fechou-se para o mundo e era sempre fria, então poucos anos depois, Frederick morreu, deixando Annabeth sozinha com uma mãe grávida e distante. Todas as angústias, medos e problemas que ela enfrentara ao longo da vida, pareciam tão insignificantes agora. A traição de Percy, a morte de seu pai, de seu avô, de seu irmão, o acidente que quase matou Malcom... tudo era tão banal. Quíron, Nico, Bianca, Thalia, Luke... todas as pessoas que Annabeth admirava e amava... nenhuma delas pareceu vir a sua mente com tanto sentimento quanto Percy. Os belos olhos verde mar, os cabelos negros, o sorriso de bobo... seu Cabeça de Alga... então a água se moveu de modo diferente do normal, um monstro surgiu. Annabeth não saberia descrevê-lo, mas sabia que fedia muito.

“é isso, vou morrer sem ao menos dizer aos meus amigos e ao meu irmão que os amo. Sem ao menos ver Percy outra vez. Sem ter a chance de beija-lo...” ela pensou.

Ouviu um rugido (ao menos ela achava que fosse um rugido) e fechou os olhos, esperando a morte.


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Notas finais do capítulo

Sem o mínimo de cinco comentários/reviews por capítulo, sem capítulos novos.