- Tá bom senhorita Stress! Já vou.

- Você devia falar menos e fazer mais. Se fosse assim esse trabalho já estaria pronto!

...

2 Meses antes...

Ok! Eu não estava conseguindo pensar, depois do anuncio da diretora. Eu e o Rodrigo tendo que conviver por um ano. Não consegui pensar mais em nada. Eu nem se quer consegui riscar e desenhar no meu caderno, isso significava que eu não estava normal, quer dizer eu estava mais anormal do que já sou. As aulas passaram rápido, já que eu brisei o tempo todo. Finalmente o sinal tocou, peguei meu livro e um suco. E sai da sala, hoje não queria escutar as meninas felizes por suas duplas, então procurei uma arquibancada pra ler. Achei um cantinho, tomei meu suco e comecei a ler...

"Um dos meninos inclina-se para perto de Tobias, que está de costas para eles, e sussurra:

- Covarde."

(Insurgente - Veronica Roth)

Alguém me interrompe. Merda!

- O que você está lendo!? Em que parte está!?

Era ninguém menos que o Rodrigo.

- Insurgente!? Conhece!? Ou melhor você sabe o que é um livro!? Ou só sabe o que é a bola, e o futebol!? Se quiser te apresento, livro - Rodrigo, Rodrigo - livro.

Eu fui um pouco grossa confesso, mas estava nervosa, por ele ter interrompido minha leitura,  e principalmente por ele ser minha dupla. Mas ele encarou com bom humor.

- Ui senhorita Stress! Eu só vim aqui porque não tem jogo e queria ler também! Pois é eu sei o que é um livro, e sei de futebol também. Só vim falar com você, porque está lendo o mesmo livro que eu.

Vish! Foi então que percebi que ele segurava um exemplar de Insurgente em uma das mãos. Fiquei totalmente sem graça, mas não falei nada, na verdade eu só o encarava. Só porque é popularzinho se acha. Ele quebrou o gelo.

- Posso sentar aqui com você!?

- Não! - respondi de imediato.

Mas ele se sentou.

- Eu disse que não! A popularidade te deixou surdo!? Ou você se acha que só porque é popular pode ir sentando...

Ele me interrompeu.

- Calma Senhorita Stress. Vamos conviver por um ano, temos que mudar essas diferenças entre a gente!

Era aquele o problema! Ele ia conviver comigo por um ano!!

- Er... Sobre isso! Será que a diretora pode trocar!?

- Você quer trocar!?

- Quero - murmurei.

- Olha não sei de onde vem esse ódio todo de mim!? Mas muita gente gostaria de fazer trabalho comigo....

- Ah, Lógico! Tava demorando! "Todo mundo quer fazer trabalho comigo" porque eu sou o gostosão, popular, e todo mundo me ama. Sai dessa cara. Eu não sou como eles. Eu não gosto de você e de nada que venha do seu mundo.

- Meu mundo!? Meu bem, por acaso você era apaixonada por mim e eu não correspondi!? E agora você tem esse ódio por mim!?

- Sem chance garoto.

- Mesmo!?

- Sério, você não faz meu tipo.

- E como seria o seu tipo!?

- Alguém que não seja como você.

- E de onde vem essa aversão por mim.

- Porque você é a versão masculina da Renata, aquela patricinha idiota.

- De fato a Renata pega pesado as vezes, mas ela não é tão ruim assim.

- Lógico os iguais se defendem. 
- Não tem nada que eu faça ou que eu te fale que vai mudar sua opinião, né!?

- Nada.

- Temos um ano pra mudar isso. Tenho um ano pela frente pra te mostrar que sou melhor do que você acha.

- Ui ele é melhor.

- Você entendeu.

Então nos calamos cada um voltou à sua parte no livro, ele estava um pouco mais adiantado que eu . E então ele me interrompeu, de novo.

- Em que parte você está!?

- Você tem mania de sempre interromper as pessoas!?

- Depende. Já chegou na parte em que o Tobias morre nos braços da Tris!?

Meu Deus! Como assim o Tobias morre!? Não pode ser! Eu não respondi, estava tendo um mini ataque interno. E ele percebeu.

- Calma Senhorita Stress, eu estou brincando. Bom eu não sei se isso vai acontecer, mas estava brincando. Você devia ver como ficou! - ele riu.

Não suportava que alguem risse de mim.

- Para de rir, seu retardado.

- Ok então nervosinha. Mas só se jurar que não vai trocar de dupla. Jura!?

- Se essa é a condição, perdeu. Pode continuar rindo.

- Eu acho que então vou rir por muito tempo. - disse com ar desafiador.

- É o que veremos.

O sinal tocou.

- Vejo você depois senhorita Stress.

Ele se levantou. E saiu. Fui para a sala de aula (Argh!) E sentei na minha mesa, assim que a professora chegasse eu pediria para sair da sala e pra falar com a diretora. Ela tinha que me mudar!!! A professora chegou e fui falar com ela.

- Sora, posso ir falar com a diretora!?

- Não, vai sentar.

- Mas sora.

- Já mandei! Vai se sentar!!

Sai andando em direção a minha mesa.

- Merda!

- O que você disse!?

- Nada.

- Repete Maria Luisa!

- Nada.

A professora estava tão nervosa quanto eu.

- Repete agora Maria Luisa!!!

- Nada!

Estavamos a ponto de sair no tapa e alguém interferiu. Rodrigo! Acho que ele adora interromper.

- Malu, Professora, não vamos brigar! Por favor vamos manter a compostura.

- O Rodrigo tem razão! Desculpa Maria Lu... Malu.

Argh! Intrometido! Mas era melhor evitar tretas, pelo menos agora.

- Er... foi mal, sora.

Ela foi para perto da lousa, e eu pro meu lugar.

- Vamos começar a aula!

Ela começou a falar da materia dela, e da atitude maravilhosa (segundo ela) do Rodrigo! Metido!! Como sempre ignorei as aulas e desenhei no meu caderno. Depois eu copiava tudo do caderno da Priscila. O sinal tocou, depois dr aulas entediantes. Fui no armario, guardei umas coisas, peguei uns livros.  Quando fechei o armario, Rodrigo estava me olhando.

- O que você quer!?

- Um muito obrigada e eu pedido de desculpas serve.

- Desculpas!? Por que!?

- Ai nervosinha. Você me tratou mal, e eu te salvei.

- Ah, claro! Muito obrigada por se meter na minha treta super homem! O que você quer agora um beijo!? - disse bem irônica.

- Um beijo não seria nada mal. Mas me contento só com um obrigada de verdade, e um pedido de desculpas.

- Não vou falar nada.

- Ah, é. Esqueci que não correspondi seu amor e você agora tem ódio por mim.

- Cala a boca! Eu nunca nem gostei de você. Amor!? Fala sério. E até agora não gosto.

- Ai nervosinha!

- Se eu falar isso você para de me encher o saco!?

- É! Pode ser.

- Ok então. Desculpas por te tratar mal, e obrigada por me salvar Super Homem, agora sai daqui.

- Está melhorando. Temos um ano pra você melhorar isso!

- Putz, esqueci de falar com a diretora.

- Ótimo! - ele riu.

- Vou conseguir me livrar de você.

- Sem chance! - ele falou desafiador.

E saiu. E eu fiquei lá, pensando.

Amanhã eu ia conseguir... Pelo menos eu espero...