De Volta escrita por Porcoelho


Capítulo 3
Recordações


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês, com um pouquinho de atraso, admito.Espero que gostem!



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CAPÍTULO 2

Recordações

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Assim que Sasuke chegou na frente de casa, encontrou Itachi. Pelo visto, seu irmão já estava de saída.

Mas Itachi não estava com tanta presa, ainda tinha tempo para praticar uma de suas atividades favoritas: provocar o irmão mais novo.

– Então, Sasuke... Eu devo te agradecer pelo favor? – perguntou Itachi, irônico.

– Que favor? – preguntou Sasuke ao irmão.

– Ora, se bem me lembro o pai tinha pedido para que eu levasse as ferramentas para o senhor Kizashi – falou, sorrindo. – Mas pelo visto, você se antecipou.

– Não precisa agradecer – respondeu. – Eu não tinha muito o que fazer mesmo, então não me custou nada.

– Sério Sasuke? – perguntou, retoricamente. – Você quer me convencer de que foi até a fazenda Haruno apenas por que não tinha nada para fazer? Justo hoje? – Sasuke não respondeu, já sabia onde Itachi queria chegar. – Como ela está?

– Bem – limitou-se a responder. Sabia que seu irmão mais velho não o deixaria em paz se não o fizesse. Além disso, não adiantava tentar esconder a verdade de Itachi, já que ela estava na cara.

– Hum, você a viu então? – Novamente não foi respondido, mas continuou. – Quanto tempo vai ficar?

– Dois meses – se sentiu obrigado a respondeu novamente.

– Então você tem pouco tempo, irmãozinho – falou, para provocar Sasuke. – É melhor agir rápido.

– Deixe que disso eu cuido, Itachi – respondeu, já sem paciência. Era incrível como seu irmão conseguira praticamente acabar com a felicidade que estava sentindo há instantes atrás.

– Tudo bem, eu já vou indo então – se despediu o irmão mais velho.

Sasuke entrou em casa, e logo foi recebido pela mãe.

– Você voltou, filho. Quer comer alguma coisa? Você ainda não almoçou... – Sasuke não negou, conhecia muito bem sua mãe para fazê-lo. – Venha, sente-se aqui.

Enquanto Sasuke almoçava, sua mãe também o perguntou sobre Sakura. Mas, ao contrário de Itachi, não o fez para provoca-lo. Ela só queria saber se Sakura estava bem. Também perguntou sobre sua amiga Mebuki. Sasuke aproveitou para falar com a mãe sobre o almoço ao qual eles haviam sido convidados. Dona Mikoto ficou feliz com o convite e disse que avisaria Itachi e Konan, já que Sasuke havia “esquecido” de falar sobre isso com o irmão.

Na verdade, ele tinha lembrado mas queria logo se ver livre de Itachi. Então quando o irmão disse que ia embora, ele achou melhor nem comentar nada sobre isso.

Após o almoço, Sasuke foi até o celeiro. Bom, não era mais o celeiro. Os cavalos haviam sido transferidos para um lugar menor já que seu pai, Fugaku, havia vendido alguns dos animais no início do ano passado. Desde então, o celeiro havia se tornado a casa de Sasuke. Ele tinha improvisado um quarto ali. Ainda fazia as refeições na casa da fazenda, e passava algum tempo lá com os pais. Mas gostava de ter seu lugar, sua privacidade. No seu canto, Sasuke podia colocar os pensamentos em ordem...

E era isso que ele estava fazendo agora: pensando.

Seus pensamentos estavam tomados por uma certa pessoa. Uma certa garota de cabelo cor-de-rosa.

Sasuke sorriu ao pensar em Sakura. Linda...

Quando a viu não conseguiu desviar os olhos dela. Ela parecia ainda mais bonita do que ele lembrava. Estava diferente, era verdade. Os cabelos estavam mais curtos, na altura dos ombros. Ela parecia mais madura. Mas ainda tinha aquele jeito delicado e aquela determinação no olhar. E por falar em olhar, os olhos verdes dela continuavam tão lindos quanto ele lembrava.

Mas infelizmente ela pareceu um pouco distante, parecia que não queria estar na presença dele. Quem sabe, estivesse nervosa. Sasuke sorriu de canto ao pensar que talvez, depois de todos esses anos, ele ainda mexesse com ela.

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..

...

Em seu antigo quarto, Sakura vasculhava lembranças do passado.

Achava que havia levado quase todas as fotos dela e de Hinata, mas, ao bisbolhotar o quarto, acabou achando uma caixa repleta delas. Cada fotografia era uma recordação.

Sakura, às vezes, queria poder voltar no tempo; naquele tempo em que podia ficar ao lado dos pais em Konoha e se divertir ao lado de Hinata. Naquele tempo, ela não tinha que se preocupar com emprego e com responsabilidades e nem com um pedido de casamento...

Pegou uma das imagens da caixa na mão; ainda lembrava daquele dia em que ela e Hinata haviam tirado aquela foto. Era o aniversário de 13 anos da morena. Ela se viu tão sorridente ao lado de Hinata, e imaginou como a amiga estaria hije, afinal haviam se passado oito anos...

Ah, como queria saber de Hinata... Agora, se recriminava mentalmente por não ter mantido contato com a amiga. Mas, antes não havia a internet para facilitar a vida de uma amizade à distância – e Sakura achava que ainda hoje isso não era diferente em Konoha; e, infelizmente, as duas amigas não se falavam há muito tempo.

Revirando a antiga caixa que tinha achado no guarda-roupa, Sakura encontrou diversas fotografias dela e de Hinata. Haviam fotos desde que as duas eram apenas crianças – afinal, a amizade tinha começado ainda na infância – até dias antes da rosada ter ido embora para Tóquio.

Relembrando o passado, Sakura se dava conta que tudo o que teve de abrir mão para se tornar uma médica.

Não que seu sonho não tivesse valido à pena, mas, muitas vezes, ela teve vontade de largar tudo para o alto e correr para os braços da mãe. Ainda mais porque Tsunade não era do tipo carinhosa.

Sakura sorriu ao lembrar da tia. Tsunade era uma pessoa realmente difícil, mas com sua sobrinha era sempre muito atenciosa e cuidadosa, e Sakura não tinha nada do que reclamar do tempo em que morou com a tia.

Mas além de ficar longe da família, a rosada também teve que abrir mão da sua cidade, da escola, dos amigos...

Agora lembrava como era bom viver em Konoha; como ela adorava viver ali, como gostava do campo e do ar puro. Além disso, Konoha era uma cidade em que todos se conheciam. Todos os moradores, na maioria fazendeiros e suas famílias, se davam bem.

Recordava com um sorriso no rosto sua época de escola. Ela e Hinata viviam grudadas. Estavam sempre juntas. Eram colegas de classe, viviam dormindo uma na casa da outra, gostavam das mesmas coisas e eram confidentes. Sakura lembrava que até mesmo quando se tratava do amor ela e Hinata pareciam ter combinado.

Hinata era apaixonada por Naruto. Sakura achava o garoto um idiota, principalmente porque Naruto vivia correndo atrás dela. Então ficou realmente surpresa quando Hinata lhe contou que amava o loiro. Não pôde deixar de se sentir culpada, pois Naruto tinha uma quedinha por ela. Mas garantiu a Hinata que não sentia nada pelo loiro, e que nunca ficaria com ele. Hinata sabia disso, e jamais brigaria com Sakura por algo assim. Até porque, já sabia que a rosada só tinha olhos para um outro garoto.

Sasuke, por quem Sakura era apaixonada desde criança, era o melhor amigo de Naruto. Por isso, a rosada dizia que ela e Hinata combinavam até na escolha dos garotos. As duas eram melhores amigas, e se apaixonaram pelos dois meninos – que também eram unha e carne.

Sakura não sabia se tinha vontade de rir ou de enfiar a cabeça em um travesseiro ao lembrar de tudo o que elas faziam para tentar conquistar os dois garotos.

Na verdade, as ideias, que hoje Sakura admitia serem vergonhosas, eram sempre dela. E ela sempre arrastava a tímida Hinata junto.

Como Sasuke e Naruto eram um ano mais velhos que as duas, não eram colegas de classe. Por isso, Sakura e Hinata estavam sempre perto dos dois na entrada da escola, no recreio, pelos corredores, na saída...

Parando para pensar naquilo agora, Sakura se dava conta de que ela e Hinata só haviam conseguido se formar no Ensino Fundamental porque eram realmente muito inteligentes; pois perdiam mais tempo andando atrás de Naruto e Sasuke do que estudando.

E o pior era que elas não os seguiam somente na escola. Quando Sakura descobria que os dois iam para qualquer lugar que fosse, arrastava Hinata junto com ela para segui-los.

O bom é que como Naruto gostava de Sakura, ele sempre vinha falar com as duas garotas. E arrastava Sasuke junto. E, quando isso acontecia, Sakura dava um jeito de empurrar Hinata para Naruto, e se atirar para cima de Sasuke. Não que isso desse muito certo.

Com o tempo, os quatro passavam cada vez mais tempo juntos. Claro, graças aos esforços de Sakura, que coincidentemente, sempre ia passear com a amiga nos mesmos lugares que Sasuke e Naruto estavam.

É claro que eles se divertiam, mas Sakura não ousaria dizer que todos eles haviam se tornado amigos. Ela era amiga de Hinata, claro; mas não queria ser só amiga de Sasuke, e odiava Naruto.

Hinata mal abria a boca quando todos se encontravam. Só falava quando era questionada, ou quando Sakura puxava assunto com ela; e quase tinha um ataque quando Naruto lhe dirigia a palavra.

Sasuke falava ainda menos. E com certeza não era do tipo que gostava de fazer amizades. Vivia chamando até mesmo o melhor amigo de idiota. E mandando que Sakura o deixasse em paz. Para ele, ela era muito irritante – palavra que ele usava para descrevê-la constantemente.

Naruto parecia o único realmente feliz do “grupo”. Falava com todos, e ria de tudo.

Sakura lembrava que vivia brigando com o loiro. Ela odiava o fato de Naruto gostar dela porque se sentia culpada por Hinata. Além disso, ela amava Sasuke, e Naruto era um idiota.

Mas a Sakura de hoje sabia que, na época, ela era bem pior que Naruto.

Sua vida era resumida a Sasuke. Vivia correndo atrás do garoto; e ele sempre a desprezava. Mesmo assim, Sakura estava sempre tentando conquistá-lo. Por mais que Sasuke dissesse que não gostava dela, e a mandasse ficar longe, a Haruno não desistia.

Sasuke a humilhava, a fazia sofrer, chorar. Nossa! Quantas lágrimas havia derramado por causa do Uchiha.

E o dia em que viu sua prima beijando Sasuke na saída da escola então...

Nem esperou Hinata para as duas irem embora junto com Sasuke e Naruto. Saiu correndo e ao chegar em casa se trancou no quarto e chorou. Parecia que o mundo ia acabar. Na verdade, o mundo dela tinha realmente acabado.

Ficou três dias sem ir à escola. E sem ver Sasuke.

Até que o viu enquanto andava triste pela fazenda Haruno, e acabou encontrando Sasuke na divisa das terras de sua família com as da família Uchiha.

Assim que viu o garoto, Sakura desatou a chorar. Sasuke, por sua vez, apenas revirou os olhos; e explicou que Karin o havia agarrado de surpresa.

Isso bastou para que Sakura parasse de chorar. E também bastou isso para que o coração da garota se enchesse de esperança. Para ela, Sasuke ter vindo se explicar significava que ele se importava.

Aproveitando a oportunidade de ter Sasuke tão perto, e agindo impulsivamente, Sakura fez igual à prima e o beijou. O garoto não teve reação, e tudo foi muito rápido.

Não querendo ser xingada por ele, Sakura se pôs a correr quando os lábios se afastaram.

Corria em direção à casa da fazenda com um enorme sorriso no rosto.

Nenhum dos dois falou sobre o beijo. E, depois daquele dia, Sasuke continuou tratando a garota friamente.

Mas Sakura não se importava. Afinal, ele não havia a xingado por ter feito aquilo; e, o mais importante, ela tinha dado seu primeiro beijo no garoto por quem era apaixonada.

Já a Sakura de agora, se recriminava por ter sido tão boba. Se sentia envergonhada de ter corrido tanto atrás do Uchiha. Enquanto ele a odiava e a queria bem longe. Tudo bem, Sakura admitia que era meio insistente. Mas Sasuke não precisava a tratar tão mal. Precisava?!

A Sakura de hoje sentia raiva por Sasuke Uchiha. Toda essa boa educação dele para com ela de hoje mais cedo não tinha convencido Sakura. Enquanto estivesse em Konoha, ela mostraria ao metido e arrogante Uchiha que havia mudado e que não sentia mais nada por ele; que hoje não ficaria com Sasuke nem mesmo se ele implorasse de joelhos.

O que Sakura duvidava que ele fosse fazer algum dia... Afinal, ele a achava irritante.

Mas, e daí? Ela também não gostava dele. Odiava o jeito superior, indiferente e frio dele.

Talvez, até o achasse irritante também!

E com a aparência de Sasuke, Sakura duvidava que ele precisasse fazer algo para ficar com qualquer mulher. Elas deviam se atirar aos pés dele. Assim como ela fazia, há oito anos.

Droga! Como ele tinha conseguido ficar ainda mais lindo?

Ela o odiava por isso também.

Uchiha idiota.

Resolveu deixar a caixa de fotos de lado, afinal, as fotografias haviam trazido boas recordações; mas outras nem tão boas também...

Saiu do quarto e desceu as escadas, em direção ao primeiro andar. Seguiu para a cozinha e encontrou a mãe.

– Então filha, matou a saudade do seu quarto? – perguntou Mebuki, se virando para Sakura.

– Sim – respondeu, rindo. Sentou-se à mesa, de frente para a mãe. – Sabe mãe, estava pensando... Você tem notícias da Hinata? – perguntou Sakura.

– Ah, não muitas minha filha – disse. – Como você sabe, a fazenda dos Hyuuga não fica muito perto daqui e eu quase não saio aqui da fazenda.

– Ah...

– Você deveria ir vê-la, querida – falou Mebuki, sorrindo para a filha. – Tenho certeza de que Hinata gostaria de ver você. Vocês eram tão grudadas...

– Não sei, mãe – disse Sakura, insegura. – Quer dizer... Eu quero falar com ela, mas não sei se Hinata ainda lembra de mim como sua amiga – justificou. – Também não tenho coragem de chegar na casa dela assim do nada... Depois de todos esses anos...

– Então acho que ir ao Ichiraku na sexta é uma boa oportunidade para isso – incentivou Mebuki. – Além disso, você pode se divertir.

– Ah, o Ichiraku – falou Sakura, relembrando do único bar da cidade. – Ainda fazem aqueles bailes nas sextas por lá? – perguntou à mãe.

Sakura lembrava que nunca pôde ir nesses bailes de sexta à noite porque ainda era muito nova para esses coisas quando foi embora de Konoha.

– Sim, ainda fazem. Nem tudo mudou nesse tempo em que você esteve fora minha filha – falou.

Sakura assentiu.

Ela esperava que a amizade que Hinata tinha por ela também não tivesse mudado.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler :)Gostou dessa fic? Então talvez goste de:http://fanfiction.com.br/historia/398122/My_Everything/
Beijos e até próximo capítulo!