– Então, – Luke coçou a cabeça – eu e Nico queríamos pedir um pequeno favorzinho...

Percy ergueu uma sobrancelha e olhou desconfiado para os amigos.

– Favorzinho? Que tipo de favorzinho você está exatamente se referindo?

– Aquele tipo de favorzinho simples como deixar eu e Nico morarmos com você enquanto não arrumamos outro apartamento para morarmos – disse Luke, esboçando uma careta.

– O que? – Percy perguntou descrente – Vocês já tem um apartamento, não tem?

Luke abriu a boca para responder, mas logo após olhou alarmado para Nico, que revirou os olhos.

– Nós fizemos uma simples festinha lá em casa – Nico deu de ombros – apenas umas 300 pessoas, nada de mais.

– E... – Percy encarou-lhe pedindo mais detalhes.

– É, foi uma festinha como todas as outras, mas duas gatas bêbadas começaram a se atracar e do nada uma delas teve a brilhante ideia de queimar a outra.

Percy ainda olhava meio confuso para Nico e Luke, como se não tivesse entendido.

– Cara, você tem problemas? A casa pegou fogo!

Por alguns segundos, Percy ficou encarando os amigos com uma expressão de medo.

– Ei, expliquem melhor isso aí.

Luke repirou fundo e sentou em uma cadeira.

– É o seguinte...

~ Flashback on ~

Luzes coloridas brilhavam no interior do apartamento de Luke e Nico. O barulho que vinha das caixas de som que os cercava era alto, considerado até “extremamente ensurdecedor” pela vizinha velha e rabugenta que morava o apartamento de cima. A mulher chegara até a ameaçá-los de uma morte lenta e dolorosa, o que obviamente ambos os garotos sequer ligaram. Bem, o fato de sua vizinha ser uma cartomante maníaca que acredita ter o sangue dos antigos magos do Himalaia não era algo que se levasse a sério, principalmente por dois jovens.

O relógio de ponteiros que ocupava seu lugar no centro da parede da sala de estar marcava duas horas da manhã, e Drew não se demorou a pedir outro copo de whisky para o homem que estava servindo bebidas no pequeno bar no canto da sala de estar. A morena observou de longe os vários casais se agarrando, muitos destes caídos no chão de tão embriagados. Ela revirou os olhos. Estava cansada de esperar que um dos garotos da festa que não estivesse cem por cento bêbados viesse falar com ela.

Drew Tanaka pegou sua pequena bolsa, arrumou seus longos cabelos castanhos escuros e percorreu o olhar crítico pelos meninos da festa.

Primeiramente seu olhar foi atraído até um menino alto e forte. Charles Beckendorf, o cara com o traseiro grande. Bem, vejamos... Alto? Sim. Forte? Claro. Gostoso?Sem dúvidas. Um homem perfeito na opinião de Drew... Ou quase perfeito. Drew já começara a caminhar em direção ao garoto quando Silena Beauregard, um bela menina dona de olho azuis profundos e cabelos sedosos se aproximou de Charles. Logo ambos estavam se agarrando próximos a uma parede e qualquer. Merda! Drew esquecera que a líder de torcida dos infernos estava ficando com o garoto.

Drew logo procurou outro garoto pela multidão de jovens adultos e seus olhos pararam em um garoto com cabelos loiros desarrumados, camisa levemente amassada, olhos claros e sorriso cafajeste estampado no rosto.

Luke Castellan, o stripper mais gato e sexy de toda a cidade.

Drew sorriu ao vê-lo sem nenhuma garota, aliás, o que era melhor do que ficar com um dos anfitriões gatos da festa?

A garota não perdeu tempo em chegar perto de Luke, e menos ainda ao beijá-lo.

Eles já estavam ali se beijando fazia um bom tempo quando Drew sentiu alguém puxando seus cabelos e involuntariamente pulou para trás.

– AHHHH! – gritou ao cair no chão, e logo viu a menina de cabelos pretos e olhos azuis a encarando. Se olhar matasse, Thalia já teria incinerado Drew – SUA VADIA! POR QUE PORRAS VOCÊ FEZ ISSO?

Algumas pessoas bêbadas que estavam dançando pararam e começaram a encarar as duas meninas, porém algumas pessoas ainda dançavam ao som da música Wake Me Up.

– Queridinha... – Thalia falou lentamente e se aproximou de Drew – Vadia é a tua mãe! – ela respirou fundo – SUA PUTA!

Dito isso Thalia pulou em cima de Drew, resultando em arranhões, tufos de cabelos arrancados e maquiagem borrada.

A música simplesmente parou e todas as pessoas olharam espantadas para as das meninas que brigavam no chão. Os murmúrios variavam entre “Por que elas estão brigando?”, “O que aconteceu?”, “Nossa, duas gatas brigando!” e “Quando elas irão parar?”.

Luke encarava ambas as meninas com olhos arregalados, porém a expressão dele nem se comparou à expressão que ele fez logo após Drew ter chutado Thalia no rosto.

A morena de olhos azuis ficou tão furiosa que se levantou, apoiou-se no balcão da cozinha e pegou a primeira coisa que viu: uma caixa de fósforos.

– PUTA! – Thalia gritou com sua voz embriagada. Obviamente ela estava bêbada.

Thalia pegou um fósforo, riscou meio cambaleando e tacou na Drew. Bem, ela tentou jogar na Drew. O fósforo aceso caiu em cima de um pano de cozinha, que estava perto da longa cortina.

O fogo começou a se espalhar quase que instantaneamente, porém demorou um pouco até a primeira pessoa – no caso Luke – sair do choque.

– Fogo! – falou ele – Apaguem o fogo!

Nico Di Ângelo, o outro anfitrião da festa correu até a pia, encheu um balde de água e jogou no pano que pegava fogo. Luke veio logo atrás tentando ajuda-lo.

As pessoas começaram a correr para a porta de entrada, tentando sair do lugar, porém várias pessoas estavam embriagadas demais e erravam a porta.

Apenas depois de muito tempo, quando todos já haviam saído do loca, incluindo as duas meninas que estavam brigando, que os garotos finalmente conseguiram apagar o fogo.

Uma expressão de alívio percorreu pelo rosto de Luke por alguns instantes. Logo a porta foi escancarada e Jorge, o síndico do prédio olhou para ambos. Apenas seu olhar dizia que ele estava furioso.

~ Flashback off ~

Logo que Luke terminou de relatar os acontecimentos de sua festa, Percy começou a reclamar.

– Vocês estão de brincadeira? Como podem ter deixado uma bêbada pegar um fósforo e...

– Percy, me poupe né? – Nico revirou os olhos – Apenas me diga se poderemos ficar aqui ou não.

Bufando, Percy caiu de costas no sofá, logo cobrindo seus olhos com ambas as mãos. Mal sabiam esses meninos que a vida de seu amigo estava para virar uma grande confusão, pelo menos mais do que já estava.