O abraço pareceu demorar vários minutos. Não que eu estivesse contando, muito pelo contrário. Estava perdida, me deliciando com a proteção que sentia no conforto dos seus braços. Estar tão perto de Klaus, depois de 4 meses, me fez repensar muitas das decisões que tomei no passado e mais uma vez tive certeza de que nesse momento estava fazendo a escolha acertada. Lutar pela minha felicidade, pela nossa felicidade, nunca poderia ser errado.

– Não acredito que tomei coragem e vim até aqui – falei baixinho, não me distanciando do seu corpo – Ainda estou tentando achar as palavras adequadas pra te dizer mas… - respirei fundo, aproveitando pra inspirar a doce fragância que dele imanava – Não sei por onde começar. – concluí enquanto soltava uma pequena risada de nervoso.

Enlacei a sua cintura com mais força, esperando ansiosamente que ele dissesse algo. Alguns segundos se passaram até sentir o meu corpo sendo levemente empurrado até ao sofá. Abri os olhos, que fechara por instantes, e observei a postura do homem que me olhava atentamente, sentado do meu lado. Abri a boca, pronta pra tentar explicar a minha presença em New Orleans, achando que Klaus não iria falar, quando ele resolveu interromper o meu dilema mental.

– Você está aqui, isso é tudo o que importa. – afirmou com convicção – Eu te disse que uma pequena cidade não seria o suficiente para uma mulher que nem você. – esboçou um daqueles seus sorrisos convencidos – Será que agora podemos chegar a um acordo? Daqui em diante você vai me escutar e entender que no final sou sempre eu que tenho razão. – provocou não parando de sorrir.

– Não força Klaus, também não é preciso exagerar. – revirei os olhos, internamente feliz com a sua reação.

– Estou mentindo, Sweetheart? – os seus olhos brilhavam intensamente enquanto pronunciava a última parte.

– Digamos que dessa vez você estava correto – dei o braço a torcer, não tendo, nem querendo mentir. – Você sempre soube que mais cedo ou mais tarde o meu lugar seria ao seu lado. – admiti, encarando o seu rosto.

– Isso quer dizer exatamente o quê, Caroline? – questionou, me fazendo tremer com o tamanho da sua intensidade.

– Quando você foi embora, prometendo não voltar a Mystic Falls, eu acreditei que os meus problemas estivessem resolvidos. Tentei jogar de lado todas as conversas que a gente teve, todos os momentos mais profundos que você e eu permitimos que existissem entre nós. Tentei aproveitar o verão na companhia dos meus amigos, me divertir, e esquecer que alguma vez eu havia conhecido o poderoso Niklaus Mikaelson. – interrompi brevemente a minha explicação, recebendo automaticamente um gesto da sua parte para que eu continuasse – No fundo eu sempre soube que não tinha como apagar a sua existência de dentro de mim, por isso é que eu tentei de todas as formas possíveis ocupar o meu tempo com várias atividades. Acho que não preciso dizer que falhei, a prova disso está bem na sua frente – apontei pra mim mesma enquanto mordia o lábio – Nem todas as coisas ruins que você fez conseguiram superar o sentimento que já estava se alastrando dentro de mim. Eu neguei durante meses, deixei você se mudar, respeitei o alívio dos meus amigos por terem se livrado de você, mas até há poucos dias eu não fui mulher suficiente pra encarar a realidade. – levantei, circulando pela sala, presa nos meus próprios pensamentos.

“Ainda lembro quando o vi pela primeira vez…”

“Ele era o inimigo mas tudo mudou no dia do meu aniversário…”

“Todas as nossas conversas, a vulnerabilidade que ele só demonstrava perto de mim…”

“O primeiro beijo real, a maneira como os nossos corpos se entregaram um ao outro…”

“A saudade que ficou desde então…”.

Não tinha mais como segurar as palavras que queriam fugir da minha boca, melhor ainda, do meu coração.

– Eu sou apaixonada por você – declarei sem mais reservas – Os últimos meses fizeram com que eu estivesse certeza de muita coisa, mas nada se compara com isso. Então, finalmente respondendo à sua pergunta, eu estou aqui porque estou pronta. Você disse que me iria esperar mas sou eu quem não consegue esperar mais. Se você ainda me quiser, eu prometo que não vou mais fugir. – concluí, me virando para o encarar.

Klaus permanecia parado, agora também de pé. Parecia sério, não deixando escapar o que estava sentindo através da sua expressão facial. O meu coração estava acelerado, mil e um cenários passavam pela minha cabeça e não sabia o que fazer para me acalmar. Tinha colocado pra fora o segredo que mais bem guardei dentro de mim. Só esperava que não fosse tarde demais.

– Eu sempre vou querer você Caroline. – respondeu com voz firme.

Sem que eu tivesse tempo pra assimilar o significado das suas palavras, senti o meu corpo batendo na parede e os lábios de Klaus se apoderando dos meus.

Não era um sonho, era real.

O beijo começou com tranquilidade, apesar da rapidez com que fui encurralada. A suavidade com que nos movíamos, apenas aproveitando as sensações, não tinha explicação. Estávamos contando uma história, a nossa história. A saudade que sentíamos, a vontade de estarmos juntos, a esperança de que seriamos felizes… Tudo isso traduzido num beijo perfeito.

Sem deixar de me tocar, Klaus separou as nossas bocas, me olhando de um jeito apaixonado, mais forte do que eu alguma vez havia visto.

– Fala pra mim love, eu preciso ouvir – sussurrou perto do meu ouvido – Por favor – pediu, não se importando em utilizar um termo tão raro, vindo do tão temível hibrido.

Se fosse qualquer outro momento, eu ficaria confusa, sem saber o que ele queria tanto escutar. Mas esse era O momento. Depois de tanta espera, de tantos obstáculos, estávamos finalmente em sintonia. Não havia mais nada que me impedisse de pronunciar as palavras que ambos precisávamos de ouvir.

– Eu te amo Klaus – confirmei o que há muito sabia, mesmo nunca o admitindo em voz alta – Eu te amo – repeti, ao mesmo tempo que a sua mão limpava uma lágrima que caia no meu rosto, sem que eu me apercebesse.

Mais uma vez fui silenciada pela sua boca. Agora com intensidade, mostrando o quanto ele me queria. Agarrei o seu cabelo, incentivando as suas investidas, enquanto as suas mãos passeavam pelo meu corpo, me deixando quente, muito quente. Flashes do passado invadiam a minha memória, o jeito com que ele me tomava, ainda que agora ele não estivesse fazendo nada mais intimo. Como se tivesse lido a minha mente, senti a sua mão descer, pronta pra alcançar o interior do meu vestido. Soltei um gemido de antecipação, os seus lábios estavam ainda colados aos meus, a expectativa queimava dentro de mim, quando de repente uma voz preocupada quebrou a nossa ligação.

– Niklaus, alguém sequestrou a Hayley.

Nada mais se ouviu.