Gotta Be Somebody escrita por MissLerman


Capítulo 3
Capítulo 3 In The Echo


Notas iniciais do capítulo

Heeey sweets, então, não postei antes por falta de tempo. Minha escola de dança está preparando um festival então estou meio muito apurada com relação a ensaios HEUHEUE mas enfim, aqui estou. E, se tudo der certo, atualizo Happiness sábado. Verei como estarão minhas tardes. Enfim, lá vai o capítulo. E bem, teve uma leitora apenas que acertou o que o Percy se tornou HEUHEUEHUH mas não citarei nomes. Aproveitem o capítulo



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Ela era rápida. Aquela garota parecia realmente saber o que estava fazendo. Annabeth andava tão suavemente quanto uma corça. Porém, se recusava a dar as costas para mim. Quando a questionei, ela simplesmente me disse que sua tia havia lhe ensinado que nunca é saudável dar as costas para uma... criatura (sim, ela usou esta palavra). Ainda não gostava daquela ideia. Ela me assustava mas ao mesmo tempo me deixava completamente maravilhado. Pela primeira vez em toda minha vida me senti forte, e senti confiança o bastante para enfrentar o que quer que aparecesse em minha frente. 

Mas era estranho, afinal sempre tivemos medo de tais criaturas. E agora, olhe para mim, sinto meu sangue pulsar cada vez mais rápido. Meus ouvidos prestam atenção em sons a quilometros. Eu sentia cheiros estranhos, e podia sentir até mesmo o medo percorrendo as veias de Annabeth. Aquilo, essas habilidades novas, são simultaneamente estranhas e maravilhosas. Eu me sentia forte como um touro. Mas, ao mesmo tempo, sentia que explodiria com tanta energia pulsando dentro de mim. 

Sabia que aquilo era uma reação, seja lá o que tivesse acontecido comigo. E sabia também, que seria uma maldição que eu provavelmente carregaria por toda minha vida. Nunca mais teria minha vida normal de volta. Se, algum dia, eu tornasse a ver aqueles que fizeram parte de minha "vida normal". Aquela era outra questão que parecia atrapalhar meus pensamentos sempre. Eu sequer estava perto de casa. Não poderia explicar para minha mãe o que estava acontecendo, nem ampará-la. Porém, o pensamento de que, talvez, o melhor seria eu não voltar para casa, chegou até meus neurônios. 

Por que claro, quem gostaria de ter um monstro em sua família? Não queria ver minha mãe desolada por minha culpa. Estava indo ver a tia de Annabeth e esperando que ela me ajudasse com este problema. Não é, exatamente, um problema, mas também não me parecia uma solução. Aquilo nunca seria a solução.

- Sua tia mora longe? - perguntei pulando e me agarrando em um galho de uma árvore, deixando meu corpo suspenso. "Quanta força" pensei.

Annabeth, que minha pouco atrás de mim, parou subitamente quando me viu balançando no galho da árvore preso apenas por minhas mãos. Saltei e, para minha não surpresa, meus pés sequer fizeram cócegas quando pousei no chão, mesmo eu estando descalço. 

- Já estamos chegando, tenha paciência. Talvez ela te dê a resposta que você procure. - ela respondeu, me cutucando na altura do quadril com sua vara. Aquilo era um sinal para que eu andasse mais rápido. Ela me tocava do mesmo jeito que um pastor toca as suas ovelhas.

- E você tem alguma noção de qual seja? - pergunto. Mas na verdade estava apenas tentando puxar assunto com ela. Annabeth passou o caminho todo calada, ela não me parecia ser uma pessoa de muitas palavras. Ao contrário de mim, é claro.

- O que você acha? - ela respondeu rindo - Você sabe o que é isso, Percy? - Annabeth me perguntou apontando com o cajado para a mordida localizada em minha perna. 

- Não tenho certeza, mas imagino o que seja. É só um tanto surreal demais. Na vila onde eu nasci sempre contavam histórias a respeito de... você sabe... Mas nunca acreditei que fosse encontrar um, e muito menos... 

Não me permiti concluir. Não, era assustador demais. Mesmo com todas essas novas habilidades, mesmo com tudo isso, ainda me parecia muito macabro e inacreditável. Meu cérebro custava a acreditar que eu estava mudando. Porque, pelas histórias que me foram contadas, a transformação começa com a mordida, e se completa com a noite. Porém, tecnicamente, eu já estava mordido quando acordei a noite, sozinho, no meio de uma floresta desconhecida. Talvez as lendas não fossem verdade. Ou talvez fosse e eu já havia me transformado por completo, só não havia "explodido" ainda. Talvez estivesse tudo errado e certo ao mesmo tempo, assim como o claro e o escuro se fundem em um eclipse. É uma comparação ridícula, mas talvez as coisas não sejam tão opostas como realmente parecem ser.

- Pelo visto ainda está em fase de negação. Ainda não aceitou o está começando a ser parte de você mesmo. - Annabeth disse enquanto ia me cutucar novamente. Mas, desta vez, algo soou dentro de mim, como um alarme, me virei de repente e agarrei seu bastão. 

Se ela ficou assustada com isso? Quase nada. Apenas arregalou seus olhos e ficou me encarando, como se estivesse esperando eu me acalmar. Escutei seu coração bater cada vez mais rápido, e o medo aumentar cada vez mais. Ela respirava rápida e reparei que seus olhos acinzentados ficaram ainda maiores. Mas eram olhos lindos, e raros, por sinal.

Me senti um tanto mal por deixá-la tão assustada. Mas, sinceramente, aquilo não fora intencional. Senti que era como um gambá, que soltava seu mau cheiro sempre que se sentia ameaçado. Outra comparação ridícula, eu sei. Nunca fui bom em me expressar.

- Perdão - digo, soltando-a.

Annabeth ainda parecia assustada, mas fez um sinal para que eu caminhasse em sua frente, como já havíamos feito.

- Por que tem medo de mim? - perguntei, mesmo já sabendo da provável resposta.

- Não tenho medo de você, tenho medo do que está se tornando. Não é algo... bom, digamos assim.

- Me tornando? Quer dizer que ainda não me tornei por completo, certo? Tem algum jeito de impedir isto?

Então havia uma certa esperança? Quero dizer, para mim. Será que havia algum jeito de impedir? Me senti bem melhor, desde que acordara mais cedo.

Annabeth suspirou. Ela parecia saber a resposta, mas seu olhar me dizia que ela não podia me fornecer tal informação. 

- Chegamos - ela disse apontando para uma pequena cabana cheia de limbo e plantas, onde uma orquídea se alojara no canto de seu telhado - Você precisa ver minha tia Hera, se quiser respostas. Sinto muito mas creio que eu não seja a pessoa certa para te dar as respostas que você tanto procura.

Pensei no tanto de perguntar situadas em minha cabeça. E pensei, ao mesmo tempo, se estas tantas perguntas teriam respostas as quais me agradariam. Mas, principalmente, se a pergunta mais importante, a única a qual eu realmente me importava com a resposta, se esta me seria positiva. Não queria ficar assim para sempre. Por mais que eu sentisse que este fosse meu destino.

- Acha que vou ficar assim para sempre? - pergunto para Annabeth, me virando para encará-la. 

Ela me lançou um sorriso torto.

- Defina "assim", Percy. - ela respondeu.

Não entendi ao certo o que ela quis dizer.

- Você primeiro precisa encarar o que você é. - ela me disse novamente.

- Mas é difícil. Ainda não consigo acreditar que... que...

- O que? Que você está se tornando um lobisomem? - Annabeth disse, embora seca.

Aquela palavra, pela primeira vez mencionada desde que a remota ideia surgira em minha mente, fez efeito imediato em mim. Senti meu coração acelerar novamente. E a adrenalina tomou conta de mim novamente. Sim, aquela sensação de novo. O sentimento de poder partir uma árvore ao meio com o mínimo de esforço estava de volta. E, mais uma vez a loira em minha frente tinha em seu rosto uma expressão assustada. Meus músculos estavam tensos, pareciam feitos de ferro. Mas eu respirei fundo. O desejo de obter respostas pareceu acalmar meu corpo de imediato. Respirei mais uma vez e senti meu coração de acalmar. Fechei meus olhos e cerrei meus punhos, não poderia negar mais.

Aquela loira parecia saber de muita coisa. Ela constatou o que eu era apenas por ver uma mordida em minha perna. E agora, mais uma vez, me desafiara. Mas sua tia Hera tinha as respostas que eu queria. Ou melhor, eu esperava que ela tivesse as respostas que eu queria. Não poderia negar que Annabeth, de fato, estava ajudando e muito. Ela não me conhecia direito e mesmo assim aceitou o desafio de me ajudar. Aquela loira era, realmente, a garota mais incrível e corajosa que eu já conhecera.

- Sim, que eu estou me tornando um lobisomem. - confirmei.


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Notas finais do capítulo

Tchaaaaaaaaaaaaaaaaaaan HEUEHUEHUEHUEH gente, eu amo lobisomens, demais. Sério, vampiros são legais, mas não se igualam a lobisomens, eles são dyvos *-* enfim, é nisso que o Percy está se transformando. E sim, logo ele encontrará Hera. Mais respostas e mais problemas, consequentemente. Aguardem os próximos capítulos. Beijos e NHAC :3