Abri meus olhos. Estava de noite e estava chovendo, por causa da escuridão, não conseguia reconhecer aonde estava. Eu estava montada em um cavalo eusando um vestido medieval, era roxoe tinha enfeites dourados e pretos, epossuía um capuz. De repente senti uma brisa, e após isso, frio e dor, muita dor, e também sentia uma dor de cabeça desgraçada. Olhei para o meu corpo, eu estava sangrando. Mal conseguia me manter acordada. A minha visão ficava cada fez mais turva. Quando parecia estar me aproximando de um grande portão de ferro, em volta de uma muralha de pedra, com dois guardas na frente, perdi os sentidos.

***

Acordei novamente. Estava deitada em uma cama. Estava vestindo outra roupa, agora usava uma camisola off-white com detalhes verdeclaros. Estava cheia de curativos na minha barriga, nas minhas pernas e nos meus braços. O que será que tinha acontecido? Me levantei, olhando para todos os lados. Minha cabeça ainda doía um pouquinho. Tinha que descobrir onde estava. Examinei o quarto: era tudo no estilo medieval, então estava na Idade Média. Eu estava hospedada naquele quarto, na certa os guardas do reino em que eu estava teriam me visto e me resgatado. Tinha que descobrir em qual reino eu estava e quem era o rei.

Eu estava com vontade de explorar melhor o ambiente, por isso, me atrevi a dar uma espiada no corredor, abrindo um pouco a porta. Conseguia ver algumas pessoas andando de lá pra cá, servos, segurando jarros, roupas, etc. Fechei a porta novamente. Tinha que sair do quarto, mas eu estava de camisola. Fui correndo ao armário que tinha no quarto, lá tinham vários vestidos medievais, um mais lindo do que o outro, mas eles tinham a aparência de serem meio...pequenos, pelo menos pequenos para o meu tamanho (caso vocês estejam se perguntando, eu não sou gorda, é que eu sou alta, só nessa época eu já tinha 1,76 m, e as roupas eram mesmo bem pequenas). Escolhi uma que parecia ser a menos apertada. Coloquei no meu corpo. Digamos que eu tenha sofrido um pouco para que a roupa fechasse, mas acabou ficando direitinho no meu corpo. Era um vestido longo e azul, com detalhes prateados. Ajeitei o meu cabelo com algumas presilhas que tinham no quarto, e depois coloquei um sapato. Me olhei no espelho, estava pronta.

Abri a porta, com um sorriso no rosto. Comecei a caminhar os corredores, observando as belas tapeçarias que ficavam espalhadas pelas paredes, até que vi uma que me parecia familiar, uma vermelha com um dragão amarelo nela. Ouvi vozes, assim, virei minha cabeça para frente. Fazendo isso vi um homem, alto, loiro e de olhos azuis. Ao lado dele estavam várias pessoas, que pareciam estar questionando - o, pareciam estar perguntando que roupa ele iria usar em algum tipo de evento, já que ficavam levantando na sua frente diversas vestimentas, nas quais ele só mexia a cabeça, negativamente. Deduzi que ele seria um nobre, na certa um príncipe. Eles todos pareciam não notar a minha presença, afinal, eu estava no início do corredor, e eles, no final. Fiquei observando - os mais um tempo até que um homem disse:

Príncipe Arthur, você tem que se decidir!

Quando eu ouvi aquilo, eu gelei. Seria ele quem eu estava pensando que ele era? Era sim, com certeza, tinha que ser. Quase comecei a ter um ataque epilético no meio do corredor. Saí de perto daquele corredor. Dei uma virada com aquela cara de fã surtada. E fui na direção do quarto, mas antes de me trancar lá novamente, decidi que eu devia conhecer melhor o lugar, afinal, estava óbvio que eu estava em Camelot! Fui correndo para o resto dos corredores, em direção ás escadas. Eu meio que conhecia cada canto daquele castelo, como se já tivesse estado lá antes, isso tudo por causa de um mapa que tinha no meu livro.

Desci as escadas, passando por uma porta com uma placa, ao lado de uma porta, escrito: "Gaius, médico da corte". Eu fiquei com uma vontade de bater na porta, mas não sabia se tinha coragem. Acabei batendo, e de repente, só ouvi uma voz gritando:

Pode entrar! A porta está aberta.

Entrei, observando cada estante, que possuía desde diversos livros e váriaspoções misteriosas. Gaius estava mexendo uma poção na sua mesa, quando se virou, em minha direção, e falou:

Quem é você?

Eu sou Ana.

Ana?

A garota que os guardas acharam...no meio da noite.

Ah! Está se sentindo melhor?

Sim...mas a minha cabeça ainda dói um pouco...

Aqui. - disse, me entregando um frasco - Isso vai fazer você se sentir melhor.

Obrigada. - falei com um sorriso no rosto.

Você parece ser de bem longe daqui...

Mais ou menos...mas acho que esse não é o ponto importante agora.

É claro. Então, já conhece a cidade?

Ainda não, acho que vou dar um passeio por ai e conhecer melhor...a cidade.

Ok, se cuide. - disse, acenando para min

Obrigada. - disse indo em direção a porta.

Assim, saí do quarto de Gaius, guardei o frasco no meu bolso e saí para fora do castelo, entrando na cidade. Fui andando, explorando os ambientes. Estava andando no meio das pessoas, que caminhavam para todos os lados, quando esbarrei em uma moça, ela era morena, um pouquinho mais baixa do que eu, tinha cabelos castanhos e cacheados.

Oh, me desculpe. - disse a mulher.

Sem problema, sou eu que deveria estar me desculpando. - respondi, fazendo com que a mulher me olhasse com uma cara do tipo "Uma nobre está pedindo desculpas para min?!" - Olá, eu sou Ana.

Eu sou Guinevere. - disse, nessa hora eu abri um sorriso em meu rosto novamente, era a Gwen.

Acho melhor eu ir agora, foi um prazer te conhecer. - disse, continuando o meu "tour" pela cidade.

Após mais um tempo andando pela cidade, retornei ao castelo. Passaramse algumas horas, e já estava escurecendo. Andando pelo corredor, novamente, dei de cara com uma mulher. Ela tinha uma pele pálida, porém radiante, olhos verdes e cabelo tão preto quanto o meu.

Você deve ser Ana. - disse a mulher, que, por sinal, possuía um sotaque meio irlandês.

Sim...e você é?

Eu? Eu sou Morgana. - respondeu, gelei de novo.

Aquela mulher tinha tanta compaixão em seu rosto, mas, infelizmente, eu não podia me tornar amiga dela, não podia, sabendo do que ela faria no futuro, não tinha chance. Parte de min estava dizendo "Mate ela enquanto você ainda tem chance! Não tem ninguém olhando!", porém, outra parte de min me falava "Tenha misericórdia! Tente mudála, para que ela não se torne aquela bruxa!", não posso negar que tinha vontade de pular no pescoço dela e segurá-lo até a morte dela.Mas eu não podia simplesmente matá-la, isso era o dever de outra pessoa...falando nisso, acabei percebendo algo muito estranho...onde estaria Merlin? Merlin não estava na casa de Gaius quando eu fui lá. Merlin não estava ajudando Arthur a escolher sua roupa. Merlin não estava conversando com Gwen. Merlin não estava correndo pelos corredores. Merlin não estava em lugar algum. Tive que fazer uma rápida análise dos fatos: Gwen ainda era serva, Arthur ainda era príncipe, Morgana ainda era do bem, Gaius parecia meio sozinho, e (só nessa hora que eu fui dar valor a isso) ele parecia meio que arrumando algumas partes da casa...Então, a dedução mais lógica era que Merlin ainda não tinha vindo a Camelot!

Me despedi de Morgana e fui para o meu quarto. Me sentei na penteadeira e comecei a me olhar no espelho, entediada, até que alguém bateu na porta.

Senhorita?

Eu?

O rei a espera na sala para o jantar.

Eu tinha que estar apresentável para aparecer em um jantar com a família Pendragon. Me levantei e percebi que haviam alguns vestidos dobrados em cima de uma mesinha. Examinei os vestidos que lá tinham. E escolhi um roxo escuro. Rapidamente me troquei e me ajeitei. E desesperadamente saí correndo em direção a sala de jantar. Por pura sorte, eu sabia onde ela ficava, e fui em sua direção. Entrei lá, silenciosa e educada, e, assim, Uther, o rei de Camelot, disse:

Bem vinda a Camelot!

Após isso um servo puxou uma cadeira para eu sentar, e, enquanto me ajeitava na cadeira, falei:

É um prazer estar aqui, realmente.

Você já deve ter passado pelo resto do reino, certo...Ana?

Sim.

E o que você achou? - perguntou Uther

Maravilhoso. - respondi, enquanto olhava as outras pessoas à mesa, Arthur e Morgana, e sem querer esbarrei na taça de vinho que estava na minha frente, fiz aquela minha cara de "Que mer..." e um servo veio me ajudar a limpar o vinho derrubado. - Oh meu Deus! Me desculpa...

Sem problema, foi só um acidente. - disse Morgana

Depois que tudo tinha voltado ao normal (traduzindo, eu estava limpa novamente), o jantar continuou e a conversa também.

Assim, terminado o jantar, todos foram para os seus respectivos aposentos, e deitaram - se em suas camas, para uma boa noite de descanso. Eu, assim que entrei no meu quarto, fui correndo procurar o vestido que estava usando quando cheguei em Camelot, de noite, quando estava sangrando. Se perguntam por que? Porque, na certa, lá estaria a minha bola de cristal, e eu queria muito falar com Kryn. Achei o vestido e lá estava, bem no fundo do bolso.Peguei a esfera de cristal e pressionei as letras e assim, Kryn apareceu no vidro transparente.

Olá?

Kryn eu preciso falar com você!

Diga.

Primeiro, eu estou em Camelot, ok...mas, se eu estou em Camelot, e já estive com o Doutor, isso quer dizer que eu entrarei em todas as outras histórias?

Talvez.

E segundo, como é que várias pessoas, como por exemplo a Morgana e o Uther, sabem o meu nome mesmo antes de eu ter lhes contado?

Digamos que você é uma nobre de um reino que eles conhecem...

Que seria?

Wanderblow.

E terceiro, o que aconteceu para eu chegar aqui? Sabe, eu estava sangrando!

Wanderblow foi atacada e você fugiu, e acabou parando em Camelot.

Atacada por quem?

O reino de Kenterwill.

Não conheço nenhum desses reinos...

É porque eles não são de Álbion. - disse - Então, satisfeita com as minhas respostas?

Não exatamente, mas por hoje é só, preciso ir dormir...mas, que dia da semana é hoje?

Terça - feira. - disse Kryn, desaparecendo da bola de cristal.

***

Na manhã seguinte, acordei com a luz fraca que entrava pela janela. Naquela hora da manhã ainda era bem friozinho, mas não podia esperar para mais um dia em Camelot...Mas, estava tudo tão calmo. Eu queria ação! Fiquei mais um tempinho na minha cama, e, assim, me levantei com a brisa da manhã. Ouvi alguém bater na porta. "Quem é?", eu perguntei, me aproximando bem devagar. Abri a porta, era uma serva.

Senhora, você gostaria de ter um banho?

Sim...-respondi.

Assim, a mulher saiu e depois voltou com uma "banheira" (aquilo não era nem exatamente uma banheira, né), na qual ela despejou muita água. Ela me perguntou se estava quente o bastante, eu disse que sim, então ela me deixou sozinha no quarto. Me despi de minhas roupas e tomei um banho. Depois me arrumei para mais um dia em Camelot. Coloquei um vestido vermelho sangue (minha cor favorita) com detalhes dourados. Estava linda.

A serva chegou novamente me oferecendo um desjejum. Me sentei a mesa e comi. Eu não sei por que, mas ter servos me deixavam um tanto...desconfortável.

Depois do desjejum, sai do quarto e fui andando pelos corredores, até que o movimento começasse no castelo e todos acordassem para um novo dia, quarta - feira.

Quando todos começaram a se movimentar no castelo, eu desci as escadarias e fui até a casa de Gaius, sabe, eu queria o agradecer pelo remédio, e que agora eu estava muito melhor. Foi no caminho que eu me toquei, era quarta - feira, e na minha cabeça veio um pensamento mais ou menos assim "Ó meu Deus! É quarta - feira, é hoje!", se alguém estiver lendo isso não está entendendo, né?Pelo visto o castelo estava meio movimentado demais porque havia ocorrido uma execução apouco tempo. Quando cheguei na casa de Gaius, já entrei falando, mas minha boca se calou quando eu vi um homem, magro, alto, de olhos azuis e cabelo preto me encarando, era Merlin.