Doce Problema escrita por Camila J Pereira


Capítulo 9
Angustia


Notas iniciais do capítulo

Para felicidade geral Bella e Edward xerife estão de volta.
Neste capítulos veremos o que de fato aconteceu após o saboroso e quase romantico café da manhã preparado por Edward para a nossa Bella arisca.
E teremos um novo personagem - Jasper. Ele também nos fará rir.
Divirtam-se.



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Edward

Não conseguia deixá-la nem por um minuto, tive que ser expulso da sala de emergência do hospital. Ameacei a todos com a minha autoridade policial para que cuidassem e fizessem tudo por ela. Permaneci do lado de fora chamando sempre os enfermeiros que entravam e saíam, sentindo-me morrer aos poucos. Os enfermeiros não me diziam nada que valesse a pena, o que piorava o meu desespero.

Meus poucos conhecimentos de medicina diziam que Bella não foi ferida com gravidade. Os sinais vitais estavam fortes e eu não detectei nenhum osso quebrado. Porém ela não recuperou a consciência desde o momento do acidente, quando o automóvel a atingiu e jogou longe. O motorista não teve culpa, ela saiu da minha casa parecendo alucinada, só porque eu me declarei à ela.

Quando a vi sendo lançada, descobri o que era o terror. Enfrentei cavalos selvagens e touros gigantescos. Já levei coices e chifradas, sofri tombos fantásticos e comi muita poeira...mas jamais senti medo.

Até hoje.

Era mais um sentimento novo que estava sendo descoberto e era terrível. É terrível sentir-se impotente, sem controle, não poder concertar as coisas ou mesmo prever.

Quase não respirei até o Dr Jasper Hale, amigo de infância, sair da sala, cerca de uma hora depois, para me dizer que Bella estava bem.

- Como?! E todo aquele sangue no rosto e na cabeça?

- Ela está bem, Edward, eu já lhe disse. - Me irritava aquela calma dele.

– Bella ficou inconsciente.

- Eu sei.

- Examinou os joelhos dela, Jasper? A calça se rasgou. E o tornozelo inchou. Examinou-a direito? - Perdi a paciência.

- Lógico que sim.

- Não, você não fez isso. - Acusei.

- Eu sou o médico aqui e sei o que fazer. - Ele apontou para si mesmo.

- Então como pode afirmar que ela está bem?

- Porque ela está bem. Muito bem para quem foi atropelada. É você meu amigo, é você quem está mal, não quer que te examine também?

- Sem piadas por favor. - Pedi.

- Não estou fazendo piadas. Está mais branco que um papel. - Provavelmente eu estava mesmo, não era todo dia que você via a sua garota sendo lançada longe.

- Jasper, ela tem um calombo na têmpora que mais parece uma bola de gude. Você não é um bom observador. Precisamos de uma segunda opinião. Chame a Alice, talvez ela veja o que você não viu. - Falei um pouco alterado.

- Eu não posso chamar a Alice, ela está em uma cirurgia agora. - Jasper respirou fundo e continuou: - Se continuar assim você vai acabar me ofendendo de verdade Edward, pensei que éramos amigos. - Jasper estava mesmo parecendo ofendido, mas no momento eu não me importava, não me importava com nada só queria o bem dela.

- E somos! Por isso mesmo deveria me ajudar quando preciso! Examine-a novamente, Jasper! - Nesse momento já estava completamente descontrolado.

- Fale mais baixo, Edward! - Jasper segurou-me pelo braço e conduziu-me até a sala de espera. - Temos algumas senhoras na ala de maternidade que não estão interessadas em ouvi-lo.

- Rá. Preciso de um médico e não de um comediante sem graça. - Ele riu debochado.

- Ora, ora! Mas desde quando não aprecia piadas?

- Desde agora!

- Wow! - Ele levantou as mão para cima como se rendesse.

- Preciso de um médico, Jasper!

- Você precisa é de um chute no traseiro. - Falou impassível. - Quem precisa de um médico é a garota lá dentro.

- Não me irrite. - Avisei-o.

- Quem esta fazendo isso é você. Está me irritando e irritando os enfermeiros. Olha, ela levou alguns pontos no cotovelo e joelho esquerdo. Também fez uma radiografia do tornozelo. Eu estava preocupado com uma possível fratura. Bella já recuperou a consciência, sim senhor. Por isso, respire, relaxe e vá patrulhar o estacionamento ou qualquer outro lugar, enquanto tento fazer o meu trabalho, certo? Se tudo correr bem, você poderá levá-la para a sua casa dentro de uma ou duas horas.

- Minha casa? - Repeti. Jasper deu de ombros.

- Ela não é a sua amiga? - Perguntou malicioso.

Eu cerrei as pálpebras. Uma sensação de imenso alivio me envolveu. O peso que oprimia meu coração começou a ceder, enfim. Encostei-me na parede, precisando de apoio.

- Sim. Ela é a minha amiga. Só que ainda não sabe disso.

- Muito bem. Não poderia dar-lhe alta até saber que minha paciente tem onde ficar até recuperar-se. - Respirei pesadamente. - Vamos tomar uma xícara de café. Você está muito pálido, Edward. - A voz de Jasper voltou ao tom natural de cordialidade. Ele me conduziu até a lanchonete do hospital e pedimos café.

- Diga-me agora o que esta acontecendo. Sou o seu amigo, não? - Passei as mãos pelos cabelos, estava cansado. - É ela, Edward? - Ele perguntou compreendendo. - É a garota que você...? Acha que é ela?

- Sim, Jasper. Tenho certeza que é a garota que esperei esse tempo todo. Eu já a amo. - Confessei. Jazz sabia tudo sobre mim, somos grandes amigos e ele sabe sobre a garota por quem sonhava encontrar e acreditava nisso. Ele também tinha um sonho parecido, até que Alice, seu grande amor foi transferida para este hospital e eles se casaram seis meses depois. Foi amor a primeira vista.

- Como se conheceram? - Contei tudo o que tinha acontecido no dia anterior até aquele momento. Jasper gargalhou com toda a história.- Você agiu como um menino apaixonado, que em vez de aproximar a garota amada, afasta, mostrando a ela o seu pior lado. Nem parece o cowboy experiente de antes.

- Acho que agi assim mesmo.

- Bom, terá oportunidade de se redimir agora. Ela ficará com você até que se recupere, tempo suficiente para mostrar o seu melhor lado.

- Talvez... - Jasper olhou para o relógio no pulso.

- Tenho que ir agora. Relaxe, xerife. Tudo vai dar certo. - Ele tocou em meu ombro depois levantou-se e se foi.

Relaxar? Como? Eu deveria ser preso por agir como um imbecil. Por deixá-la se espatifar daquela maneira horrorosa. Já que não poderia me prender, sai da lanchonete e atravessei o corredor que levava até a capela do hospital. Fiquei sentado no banco de madeira, sabe Deus por quanto tempo. Não fiz nenhuma prece de agradecimento pelo milagre daquele dia, mas tinha certeza de que, em algum lugar, alguém sabia como estava me sentindo.


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