Doce Problema escrita por Camila J Pereira


Capítulo 19
Caminho para a Festa


Notas iniciais do capítulo

Um pouquinho de cada um dos nossos personagens neste capítulo.
E mais novos personagens... Uns ótimos, outros nem tanto...
Espero que gostem.



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Bella

Tinha tentado deixar a vergonha da noite passada de lado e queria mesmo me divertir hoje ao lado dele. As ruas estavam amontoadas, muitas famílias caminhavam ou apenas estavam paradas em grandes grupos conversando. Alguns minutos depois estávamos passando por uma linda capela e ao seu lado podia-se ver que muitas pessoas trabalhavam em algo. Edward parou o carro e vi um grande espaço que parecia fazer parte da capela. Havia muitas árvores ali e embaixo delas muitas mesas decoradas e as pessoas colocavam os seus pratos sobre elas. Um pouco mais no fundo havia um palco improvisado fechado com cortinas vermelhas. Ao que parecia teríamos uma peça ou algo parecido.

Olhei em volta e muitas crianças brincavam e percebi que algumas delas estavam fantasiadas. Vi os gêmeos de Rosie correndo e gritando, estavam caracterizados de cowboys e isso não me surpreendeu.

- Já posso ver os gêmeos daqui.

- São realmente pouco discretos. - Edward saiu do carro e abriu a minha porta pegando a torta que eu segurava. - Volto logo. Espere aqui.

Enquanto ele caminhava várias pessoas falavam com ele, realmente popular o xerife. Vi que ele parou para conversar com uma senhora e ele entregou a torta a ela. Os gêmeos o viram e gritaram enquanto corriam para pular em cima do tio que os carregou de uma só vez. Instintivamente sai do carro para ver a cena melhor. Aquilo deveria me lembrar de alguma coisa, mas eu não sabia o quê. Senti uma pontada em minha cabeça que incomodou bastante.

Voltei a prestar atenção na cena a minha frente. Agora Edward conversava com os dois e ele estava agachado na frente dos meninos. Vi Edward olhar para a minha direção e apontar para mim, os garotos seguiram o dedo do tio e ao me verem abriram lindos sorrisos que eu retribui. Acho que eles decidiram na mesma hora, os dois começaram a correr em minha direção. Com certeza não aguentaria os dois pulando em cima de mim com tantos machucados assim. Vi Edward gritar com eles e depois correr pegando cada um com um braço. Mas o xerife não parou de avançar, trouxe os meninos até perto de mim.

- Agora educadamente, um beijo de cada um. - Ele falou com os meninos.

- Oi Bella. - Recebi um beijo e um abraço de Fabrício.

- Oi, querido.

- Oi, Bella. - Felipe me beijou e abraçou também.

- Oi, amorzinho. Sabiam que vocês estão muito bonitos?

- Obrigado. - Disseram juntos com um sorriso ainda maior.

- Você vai assistir a parada com a gente?

- Vou sim, Felipe.

- Vamos participar da peça no final da parada. Você vai assistir?

- Fabrício, eu não perderia isso por nada. - Disse afagando o seu cabelo.

- Ah, então vocês estão aí! - Rosie caminhava em nossa direção com as mãos na cintura. Dei alguns passos mancando na direção dela e a abracei.

- Olá, Rosie. - Falei ao me afastar.

- Que bom que veio Bella. Você está mesmo muito bonita. - Ela me elogiou.

- Tenho que agradecer a você pelo vestido.

- Ah, quê isso. Ed adora azul. - Falou piscando para mim. Fiquei vermelha na certa. Ela tinha feito isso propositadamente. Realmente era mesmo muito astuta. Rosie virou para o irmão. - Oi irmãozinho. - Ela se esticou para beijá-lo. Edward tinha se aproximado de nós com os meninos ainda como seus prisioneiros.

- Oi, Rosie. Elizabeth, onde está?

- Conversando logo ali com algumas senhoras. Ela ficará aqui com elas. Disse que está muito cansada para a parada.

- É melhor mesmo que fique. - Edward disse.

- Ah sim, Jasper e Alice estiveram aqui, mas já foram para frente do colégio.

- Sim, já estou indo. Você não vai?

- Vou apenas chamar a vovó, ela queria ver a garota de cabelos lindos. Esperem um minuto. - Rosie pediu se afastando de nós e eu sorri totalmente sem jeito.

- Vamos, fiquem sentados aí. - Edward colocou os sobrinhos dentro do seu carro e eles logo começaram a brincar de direção.

Nossos olhares se encontraram e senti como se compartilhássemos algo em comum, só nosso. Sorrimos e ele acariciou rapidamente o meu rosto com as pontas dos dedos. Logo Rosie voltou acompanhada de Elizabeth e mais três pessoas idosas. Uma senhora caminhava ao lado de Elizabeth e a outra de braços dados com um senhor, todos estavam muito sorridentes.

- Oh! Aí está você, menina! - Elizabeth falava enquanto me abraçava. - Então, o xerife não a espantou? - Ela deu um beijo em Edward nesse momento e voltou à atenção para mim.

- Olá, Elizabeth. Você está muito bem hoje. - Cumprimentei a amorosa avó de Edward.

- Ela não é linda? - Elizabeth segurava o meu rosto e falava para os outros.

- Qual o nome dela? - O senhor perguntou.

- Bella Swan. - Rosie respondeu.

- É muito lindo o seu nome, mocinha. Eu sou Sam Uley.

- Obrigada e muito prazer, senhor. - Eu apertei a mão que ele me ofereceu. Não queria me ver nesse momento, deveria estar parecendo um tomate de tão vermelha.

- Olá, Bella, eu sou Emily Uley, esposa de Sam. - A senhora me cumprimentou.

- Olá.

- E eu sou Sue Clearwater. - A outra estendeu a mão.

- Muito prazer.

- Soubemos do acidente. Que bom que está bem. - Emily falou muito gentil.

- Obrigada. Estou bem melhor agora. - Afirmei.

- O que acham? Ela não me dará lindos bisnetos? - Quando Elizabeth disse isso eu não soube onde enfiar a minha cara. Rosie riu descaradamente e Edward se engasgou não sei com o quê.

- Elizabeth, acho que já deu. Já expressou a sua opinião, agora temos que ir se não perderemos o inicio da parada. - Edward falou depois de se recuperar, mas ele parecia muito desconcertado.

- Nos veremos lá, maninho e cunhadinha? - Rosie riu.

- Rosie! - Edward a repreendeu.

Despedi-me dos meus novos conhecidos que voltaram para onde estavam e Rosie pegou as crianças e foi para o carro que estava estacionado próximo do de Edward. Entreolhamo-nos sem graça. Isso realmente não estava nada bom. Todos pareciam ter expectativas com relação a mim e o xerife. Não era isso o que eu queria, não era mesmo.

- Sem comentários. - Disse e ele concordou.

- Vamos? - Perguntou sem jeito.

- Xerife! - Ouvi uma voz anasalada o chamar e quando viro para ver quem era, sinto o meu rosto todo desmoronar. Edward que já ia se dirigir para o outro lado do carro parou para atender o chamado.

- Oi, Jéssica. - Ele cumprimentou a garçonete intriguista.

- Olá, xerife. - Sério, eu vi os olhos dela brilharem e ela era toda sorrisos para ele. - Oi. - Ela falou e quase não olha para mim. Até parece que eu me importo, bufei. - Vai para a parada?

- Sim, estou indo com a Bella agora mesmo. - O sorriso dela foi por água a baixo e ela me lançou um olhar de esgueira.

- Ficaremos próximos lá? Sempre vemos as paradas juntos. - Que idiota.

- Sim, pode ser. - Edward parecia mesmo não dar importância a ela, e eu quase, eu disse, quase, ficava com pena. Jéssica pareceu ficar com raiva, vi seus olhos fecharem rapidamente em fendas, mas ela tratou logo de disfarçar.

- Sabe quem está na cidade, xerife?

- Não.

- Tânia Denali. - Ela sorriu maliciosamente. Tânia Denali? Quem seria essa? - Perguntou por você mais cedo.

- Obrigado, Jéssica. Até mais. - Ele me pegou pelo cotovelo e me guiou até o banco do carro. Vi Jéssica me lançar um último olhar mortal e ir embora.

- O que foi isso? - Perguntei quando ele já tinha começado a dirigir.

- Nada de mais.

- Não me pareceu isso. Acredito que essa criatura tenha sentimentos por você.

- Talvez. - Ele respondeu simplesmente e eu bufei incrédula. Então ele se achava o último biscoito do pacote? - O quê? - Ele me perguntou.

- Nada. - Fiz uma careta de desdém.

- Ela só é uma garota mimada, Bella. - Até parece que homens não poderiam se interessar por garotas mimadas.

- E quem é Tânia Denali que ela fez tanta questão de dizer que estava na cidade? - Perguntei desconfiada. Eu sabia que tinha sido uma jogada de Jéssica. Ela estava com ciúmes de mim com o xerife e como ela não conseguiu a atenção dele comigo ao seu lado, lançou o nome de uma terceira pessoa.

- Prima de Jasper. - Muito vago isso. Mas o que me importava tudo isso afinal? O xerife era livre. Não deveria ficar bisbilhotando assim. Mas aquilo estava me incomodando. Se Jéssica não tinha nenhum envolvimento com ele, com certeza essa Tânia tinha.

- Edward, você não tem, tipo assim, uma namorada ou algo do gênero, né? Porque ontem, você sabe... Nós dois... - Parecia uma idiota tentando me explicar. A verdade é que eu não queria ser a outra na vida dele. Eu nem sabia se queria ser alguma coisa, só sabia que não seria a amante.

- Como? O quê? - Levei um solavanco com a freada brusca que ele deu. - Você tá louca? Aqueles remédios não estão mesmo te fazendo bem, não é? - Ele parecia ofendido.

- Garanto que estou no meu estado normal, Edward. Desmemoriada, mas não louca. - Afirmei ficando irritada.

- Não parece. Sou um homem honesto, Bella. Eu não tenho namorada e não sou casado. Esqueceu o que te falei ontem? Estou apaixonado por você e se tem alguém na minha vida, sinto muito se isso te assustar, mas é você. - Bom... Isso foi esclarecedor, realmente assustador, mas esclarecedor. Ficamos nos encarando por algum tempo sem falar nada até que ele mesmo quebrou o silêncio. - Alguma dúvida? - Eu apenas neguei com a cabeça. Ele voltou a dirigir e não falamos mais nada.

Edward

Não acreditava que ela estava me perguntando aquilo. Eu tinha deixado bem claro os meus sentimentos por ela, desde o inicio. Sou um homem honesto e não enganaria mulher alguma. Ela não confiava em mim ainda, tinha mentido para mim. Bella sentia-se atraída por mim, isso estava na cara, mas ainda não era digno da sua confiança. O que eu poderia fazer para que essa cabeça dura me deixasse entrar de vez na vida e no coração dela?

Seguimos calados o resto do caminho, ela estava mergulhada nos seus próprios pensamentos e eu nos meus. Eu queria muito saber o que ela estava pensando nesse exato momento, queria ter esse poder, mas tenho que me contentar com outras estratégias.

Quando chegamos perto do colégio onde começaria a parada vimos um aglomerado de pessoas e carros. Era certo que não avançaria mais nenhum metro com o carro. Vi o carro de Rosie estacionado e ela saindo de dentro dele estacionei atrás dele.

- Vamos lá então. - Falei ao desligar o carro.

Os meninos já estavam fora do carro, pulando histéricos porque participariam da parada. Rosie teria que levá-los até a entrada da escola, onde eles se preparariam para o evento. Antes de nos separamos marcamos um local para nos encontrarmos. Virei para Bella que já tinha saído do carro e me preparei para carregá-la, mas ela tentou se afastar.

- Qual o problema?

- Edward, você não vai me carregar aqui. - Ela estava envergonhada.

- Ah, pelo amor de Deus! Deixa de bobagem Bella.

- Não. Eu posso andar.

- Está mancando. - Lembrei a ela.

- Não tem problema.

- Sem teimosia, menina. - Ela parecia uma mula empacada.

- Rá! O que acha, que sou uma menina mimada também? Ah não, sou uma mulher com mentalidade de criança, não é isso? - OK, a respondona ainda estava ali. Bella parecia irritada com o que eu disse.

- Vejo que essa parte da sua memória está intacta, assim como o seu mau humor.

- Não estou de mau humor.

- E o que é então?

- Não gosto de chamar a atenção. - Eu respirei fundo para minha linda cabeça oca. Com delicadeza aproximei-me e dei um beijo em sua testa. Segurei seu rosto entre as minhas mãos.

- Sabe, eu sou forte e inquieto. Tenho que estar carregando sempre algo em meus braços. E ficaria muito feliz se ajudasse você a não forçar seu tornozelo hoje, ainda está muito inchado. - Bella não me falou nada, mas eu sabia que tinha cedido, então a carreguei no colo e a levei para o local em que tinha combinado com Rosie.

De lá dava para ter uma ótima visão da saída da escola. Coloquei Bella em pé na minha frente, minhas mãos não a tocavam, mas nossos corpos estavam praticamente colados. Seu perfume e o seu magnetismo me impediam de prestar atenção no que havia a minha volta. Só dei conta de que Rosie estava ao nosso lado porque ela tocou em meu ombro. Bella me fazia esquecer tudo.


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