POV Edward

Há quase 2 meses eu e Bella estávamos namorando. Era maravilhoso conhecer um pouco mais sobre ela todos os dias. Ela ficava cada vez mais encantadora aos meus olhos.

O primeiro jantar na casa de Bella, no qual me apresentei ao seu pai, foi bem melhor do que eu esperava. Conquistei o sogro e passamos boas horas tomando cerveja e comentando sobre os últimos jogos de nosso time. Pois é, tive sorte de torcer pelo mesmo time que o sogrão.

Algumas semanas depois Bella conheceu minha mãe e Emmett. Ela os adorou e não tive dúvidas que foi recíproco.

Nessa mesma noite Bella disse que me ama. Ela me olhava nos olhos com tanta admiração e carinho. Quando soltou aquelas famosas palavras eu me senti feliz. Aquela pequena garota me amava. Com todas as mulheres que me disseram isso durante a minha vida, nenhuma transparecia tanta sinceridade no olhar. Me senti pressionado, ela merecia uma resposta a altura. Eu não poderia ficar em silêncio e decepcionar a minha menina, então repeti que a amava também. Sua reação foi melhor do que eu esperava. Bella veio para meu colo e me abraçou tão forte que esqueci de tudo que se passava ao nosso redor. Ela ficou um tempo agarrada a mim. Mas depois veio a dúvida. Eu devia ter dito isso? Deveria deixar ela pensar que eu a amava?

Era óbvio que ela era especial, e eu sabia disso porque nunca senti vontade de ficar tanto tempo com uma mulher como era com Bella. Sua frequente presença não me cansava, pelo contrário, eu a queria comigo o tempo todo porque só ela tinha o poder de me fazer esquecer todos os problemas com apenas um olhar. Mas amor era uma palavra muito forte, significa um sentimento muito forte. Eu não deveria dizer isso sem realmente sentir, certo? E eu não amava Bella ainda, amava? Não, claro que não! Era muito cedo para isso acontecer. Mas eu obviamente não poderia negar que estava encantado e talvez... apaixonado, mas amando não. Era um relacionamento muito curto para dizer que havia amor. Ninguém consegue amar uma mulher assim tão rápido, mesmo que essa mulher seja Isabella Swan.

Acho que só repeti suas palavras para não magoá-la e consequentemente acabar com a nossa noite.

Ainda assim, não posso negar que estava imensamente feliz por ter Bella comigo. Ela era como o sol quente e brilhante em um dia frio. Bella iluminava minha vida. Ela era tão boba e inocente, isso era o que mais chamava minha atenção. Ela ria de coisas simples e se divertia com pouca coisa. Era como uma gatinha manhosa às vezes, e isso era extremamente fofo. Ela tinha um olhar de anjo, rosto de boneca e corpo de mulher. Eu me sentia o cara mais sortudo do mundo por tê-la em meus braços. Eu era o cara mais sortudo por ter conquistado seu coração puro. Falando em puro, ela é tão pura, em todos os sentidos possíveis. E mesmo com toda pureza ela sabe como me deixar quente muito rápido. Bella também não escondia sua excitação por causa das bochechas que ficavam perfeitamente rubras nos nossos amassos, juntando ao castanhos quentes dos seus olhos nesse mesmo momento, eram minhas partes favoritas.

Emmett na noite depois do jantar encheu minha cabeça sobre transar com uma menor. Dizia que devia ser bom a adrenalina do proibido. O cara de pau ainda queria que eu falasse como tinha sido com Bella. Tentei enrolá-lo dizendo que não era apropriado, disse também que Bella era tímida e não gostaria de saber que alguém fora nós dois sabia detalhes de nossa vida sexual. Porém Emmett me conhecia há 24 anos e não era fácil enganar o grandalhão. Primeiramente fui zoado por estar tanto tempo sem sexo, depois ele disse que admirava minha atitude. Mas ainda assim não deixou de soltar uma de suas pérolas "pelo menos você tem suas mãos. Cara, só toma cuidado pra não ficar com tendinite*..." não deixei Emmett continuar. Ele já tinha falado merda demais por hoje. Dei um tapa -que não foi nada fraco- em sua cabeça antes de sair do quarto. Ouvi seu gemido por alguns segundos que foi seguido pelo barulho de seus passos rápidos no chão. Pela minha visão periférica vi Emmett correndo em disparada vindo na minha direção. O que eu fiz? O óbvio. Corri.

…

Meu pai me deu o prazo de 2 meses para me casar com Tânia. O primeiro mês já estava no fim e a pressão para deixar Bella só aumentava. Carlisle não tinha me dado o direito de escolha, ele só me deu um tempo para aproveitar minha nova namorada porque logo teria que noivar com Tânia.

Não vou negar que os negócios eram importantes, mas minha vida também era e casamentos não estavam nos meus planos. Ainda mais casar com uma mulher como Tânia. Ela não é o tipo de mulher que um homem escolhe para casar. Sem contar que tem a parte de deixar Bella, essa eu não gostava de jeito nenhum.

Depois de muito pensar e quase explodir meu cérebro ao fazê-lo, tomei uma decisão.

Bella me ama e eu não estou disposto a desistir dela, então nós vamos conseguir passar por isso juntos.

TOC TOC

Uma senhora baixinha colocou a cabeça pela fresta da porta

– Edward?

– Oi mãe

– Está tudo bem?

– Não completamente. Estou quase ficando louco.

Esme se aproxima e senta na cama batendo nas pernas. Um convite de afago que eu amo. E esse mesmo convite me era feito desde pequeno. Não neguei, eu nunca negava um carinho de Esme. Deitei na cama com a cabeça em suas pernas

– Meu menino está confuso - dizia enquanto passava a mão no meu cabelo - Você está quase botando fogo no chão de tanto ir pra lá e pra cá. Consigo ouvir seus passos lá de baixo

– Tomei uma decisão

– Ah é?

– É, mas estou com medo, muito medo

– Oh Edward. Não sei qual foi sua decisão, mas tudo que eu quero é te ver feliz, e mesmo que não pareça seu pai também, ele só está cego pelo medo de perder a empresa. Pense muito bem, filho. Porque se você fizer a decisão errada todos iremos sofrer com você no futuro. E nós não queremos te ver infeliz.

Suspirei fechando os olhos. Eu sentia que de qualquer forma eu seria infeliz.

Tudo que eu desejava no momento era poder acordar e descobrir que tudo isso era só um sonho.

...

4 meses depois

Hoje faz exatamente 4 meses desde que tudo aconteceu. Era difícil de acreditar. Eu me pegava toda noite pensando na mesma coisa. Não, não era só à noite, era o tempo todo. No meu carro, na empresa, ao olhar para minha família, tudo. Tudo me leva de volta para aquilo.

Flashback on

Era sete da noite em ponto. Combinei com Bella de buscá-la para jantar.

Logo que estacionei o carro na frente da casa, Bella saiu sorrindo pela porta e entrou no carro.

– Oi amor - ela se aproximou e depositou um beijo em meus lábios - onde vamos?

– Estou a fim de comer coisas gordurosas. Que tal uma pizza ou um lanche? - perguntei dando partida no carro

– Eu acho ótimo. Não estou com pique pra fingir que sei comer aquelas coisas sofisticadas

Ri sendo acompanhado pela risada baixa e doce de Bella que ecoou pelo carro me enchendo de alegria e paz. Meus pensamentos estavam a mil até aqui, mas com a risada de Bella tudo se dissipou e apenas esse som , que soava como música em meus ouvidos, dominou minha mente . Isso me acalmou e me fez esquecer o porquê de estarmos aqui.

Bella tinha colocado sua mão esquerda na minha coxa. Juntei minha mão por cima da dela e fiz carinho em sua palma durante todo caminho, só tirando quando a direção pedia.

Resolvemos pegar lanches com refrigerante, batata frita e sorvete no drive thru. De lá fomos para uma praça, a mesma que fomos logo que nos conhecemos

– Aqui estamos nós de novo. - Bella disse de forma doce. Colocando a colher com sorvete na boca e sorrindo para mim

– É, e nós precisamos conversar

Bella parou e me olhou com medo. Abaixou o rosto e colocou outra colher de sorvete na boca, dessa vez não dirigiu seu olhar a mim

– Sou toda ouvidos

– Ok. Eu só queria te dizer uma coisa… - falei devagar e pausei pensando em como começar

– Diz Edward - Ela estava com a cabeça baixa e a voz triste. Não aguentava vê-la assim, então me aproximei e a abracei. Apertei Bella em meus braços com toda força que pude. Ficamos assim por algum tempo até ela se afastar. Aparentava estar mais calma, mas seu semblante ainda estava triste e seus olhos estavam cheios d'água - Você veio me dizer que vai se casar com Tânia, não é?

– Não é bem assim, Bella. Eu... eu meio que achei uma solução

– Solução? - Me olhou desconfiada. Será que ela não tinha esperanças para nós?

– Sim. Bom, é meio complicado, não sei se você vai topar - Falei meio inseguro. Pois é, eu estava morrendo de medo

– Ok, pode falar qual sua solução. Estou esperando - Ela disse cruzando os braços e fazendo uma careta. Aquilo foi muito fofo. Tive vontade de pegá-la nos braços, mergulhar em seus lábios e depois em seu pescoço até esquecer de tudo, mas me segurei.

– Então, eu estava pensando... não tem como eu fugir do casamento - Bella suspirou e desviou o olhar- Você sabe, meu pai…

– Eu sei, vá direto ao ponto, por favor.

– É… Eu meio que pensei... Eu posso fazer Tânia se cansar de mim e pedir divórcio. Não vai ser tão difícil afinal não é como se eu quisesse esse casamento. Mas nós podemos continuar juntos e garanto que nada vai mudar entre a gente.Talvez não vamos poder sair em público tão facilmente, mas ainda assim estaremos juntos e isso basta, não é?

– Espera, o que você está me sugerindo?

– Quero que você seja minha amante

– Eu não estou ouvindo isso - Ela disse me olhando enquanto lágrimas desciam pelo seu rosto

– Bella, eu...

– Você só pode estar brincando!

– Não, Bella, eu…

Ela soltou um riso nervoso enquanto limpava as lágrimas com a mão

– Eu posso pensar melhor sobre isso? - Sussurrou. Se eu não estivesse prestando tanta atenção nela não teria entendido o que disse

– O tempo que quiser. Mas antes eu queria... - Me cortou novamente. Caramba, eu nunca ia conseguir me explicar

– Eu vou pra casa e você não precisa me acompanhar, quero ficar sozinha

– Eu não vou te deixar ir embora sozinha. Eu te levo até em casa, por favor Bella.

– Certo.

Seguiu para o meu carro e não me olhou nem falou comigo até que estivéssemos em frente a casa dela

– Eu te procuro quando souber uma resposta - Seus olhos estavam vermelhos e me senti o pior homem do mundo por fazer a minha boneca chorar até ficar com os olhos vermelhos

– Vou esperar. - Me aproximei e limpei os resquícios de lágrimas que havia em seu rosto. Bella não desviou os olhos de mim, e eu também não tinha a intenção de desviar os meus dela tão cedo. Seu rosto lindo e seus cílios estavam molhados, seus olhos tão expressivos estavam vermelhos e ainda continham lágrimas. Sua boca se dobrava em um sorriso pequeno e triste. Eu me estava me odiando extremamente nesse momento.

Passei meus dedos pelos lábios dela sentindo a textura. Eles eram tão suculentos e macios. Como se isso não fosse o suficiente pra me encantar nessa garota, ela ainda tinha um gosto único e viciante.

Ela era como uma droga, tudo nela me viciava.

Bella suspirou e colocou os braços ao redor do meu pescoço me puxando sem nenhuma delicadeza para o melhor beijo da minha vida.

...

Depois de deixar Bella em casa eu corri para a minha sem parar de pensar em nenhum minuto naquele beijo. Bella me beijou como se sua vida dependesse disso, eu não me importei nenhum pouco porque aquela merda estava boa. Só me separei de Bella quando meu pulmões estavam quase gritando por socorro. Mas me arrependi logo depois porque Bella deu um sorriso rápido e saiu do carro. Entendi que ela precisava pensar, mas achei que ela estava exagerando um pouco.

Se ela quisesse mesmo ficar comigo essa seria a solução e não o problema.

Se passou uma semana e Bella não tentou nenhum contato. Eu dormia com o celular do lado do travesseiro para não correr o risco de não ouvir uma ligação ou mensagem de texto. Todos os dias conferia meus e-mails na esperança de ela ter tentado se comunicar por lá. E ao chegar em casa corria até Esme para saber se tinha algum recado. Eu estava ficando desesperado.

Meu pai percebeu que eu não saia mais para encontrar Bella e que não estávamos mais nos comunicando. O velho maldito estava radiante por isso. Para ele significava que a data do casamento já poderia ser marcada.

Quanto a Bella, eu entendia que ela precisava pensar. Sério, eu entendia. Mas uma semana era tempo o suficiente, não? Ela disse que me amava então não devia ser tão difícil pensar sobre isso. Será que ela entendeu que eu ia ser casado com Tânia só no papel? Será que ela entendeu que eu seria somente dela mesmo com uma aliança no dedo? Alias, se ela não quisesse eu faria questão de ficar sem aliança perto dela.

Eu só não aguentava mais esse silêncio.

Eu esperaria até o próximo final de semana. Bella teria mais 5 dias para me procurar, se ela não o fizesse, eu iria até ela.

5 dias depois

Eu não aguentava mais. Já fazia quase duas semanas e Bella não me procurou um dia sequer.

E nessas malditas duas semanas era só nela que eu conseguia pensar.

Não vou dizer que aguentei ficar sem procurá-la, há umas duas noites eu não consegui dormir porque pensava nela, então liguei para o seu celular. E nas 32 vezes que tentei nesses últimos dois dias, seu telefone dava na caixa postal.

Então eu estava decidido, hoje mesmo eu iria até a casa dela e lá ela não poderia fugir de mim.

Hoje era domingo, acordei às 9h40 da manhã. Queria levantar, me arrumar e correr para casa de Bella, mas não queria acordar a família dela por causa da minha ansiedade. Então fiquei andando pelo quarto tentando pensar em algo bom o suficiente para conseguir conversar sem ser expulso por Bella a tapas.

Consegui me segurar até às 11h. Tomei banho tentando enrolar ao máximo em baixo do chuveiro para chegar na casa pelo menos depois do almoço.

40 minutos no banho foi o máximo que consegui. Fui até a cozinha e deixei o tempo passar enquanto conversava com minha mãe, Emmett e Nany que preparava o almoço. Nany era a "chef" de cozinha da nossa casa. Estava com nossa familía desde que me conheço por gente. Eu e Emmett a apelidamos de chef porque ela era a mestre cuca da nossa cozinha e sempre foi a melhor cozinheira do mundo para nós.

Olhei no relógio e vi que já era 13h15. Respirei aliviado. Hora de ir ver -ou enfrentar- a minha garota.

Consegui fazer a viajem até a casa de Bella em 30 minutos, um novo recorde. Desci do carro ansioso e nervoso, não sei dizer o porquê. Parado na porta dela senti o estômago embrulhar.

Eu precisava ver Bella, tocá-la. Já fazia 2 semanas desde a última vez que a vi e não estava me aguentado de saudade.

Bati na porta e apertei a campainha. Caso não ouvissem de um, ouviriam do outro. Porém, não ouvi nenhum sinal de que a porta iria abrir. Apertei a campainha de novo, esperei alguns segundos e bati na porta. Nada. Quando ia apertar a campainha de novo a porta se abriu.

Renée abriu a porta devagar com um pequeno sorriso, mas o rosto estava completamente abatido.

– Oi Edward

– Oi Renée. Bella está?

– Não. Edward, Bella não está mais aqui

– O quê? Como assim? - Posso dizer que estava assustado? Dizer que a pessoa não está mais aqui pode ter mais do que um significado.

– Ela se mudou, foi morar com a tia. Não tenho permissão de te dizer onde ela está, me desculpe - O pequeno sorriso que segurava em seu rosto foi sumindo, agora dando lugar a tristeza e olhos cheios de lágrimas.

– Como assim se mudou? - Senti meu coração acelerar juntamente com minha respiração. Minhas pernas enfraqueceram e me apoei no batente da porta - Ela não pode ter se mudado! Está no meio do ano letivo. Renée, por que você deixou ela fazer isso? - Eu sabia que estava jogando toda frustração em Renée, mas eu estava nervoso, não conseguia evitar

– Não pude fazer nada - Foi quase um sussurro mas eu ouvi

– NÃO PÔDE FAZER NADA? COMO NÃO PÔDE FAZER NADA? VOCÊ É A MÃE DELA, CARAMBA! MERDA! - Percebi que estava gritando. Tentei me controlar respirando fundo. Renée deixou as lágrimas caírem e chorava na minha frente - Me desculpe Renée, eu... - Passei as mãos no rosto frustrado - Tudo bem, quando ela vai voltar?

– É por tempo indeterminado. Nem sei se um dia ela irá voltar - Renée se entregou ao choro agora. Fiquei a olhando atônito. Não sabia o que fazer. Na verdade eu também queria chorar, então se tentasse consolar Renée ia acabar ambos jogados no chão aos prantos.

– Não... Não! Ela não pode ter feito isso. MAS QUE MERDA! - Bati os pés no chão como uma criança. Mas não estava ligando para isso no memento. Eu me sentia tão estranho. Não sabia definir exatamente o que era porque nunca havia sentido algo do tipo. Mas sentia meu coração se apertar ao me lembrar que ela não estava mais aqui e que não estaria mais aqui quando eu precisasse.

Droga, ela se foi. O meu raio de luz se foi, ela me deixou e não quer eu a procure. Eu não ia poder mais ouvir sua voz doce, não ia sentir mais os seus lábios grudados ao meu. Eu nunca mais sentiria o cheiro dela, o gosto dela.

– Por que ela fez isso? - Minha voz estava rouca e falha. Fiz uma força descomunal para conseguir soltar essa pergunta já que minha garganta secou completamente. Mas Renée não me respondeu, ela só chorava. Resolvi que devia ficar sozinho e comecei a caminhar para o meu carro.

– Edward! - Renée gritou e eu me virei devagar, mais uma vez respirando fundo - Ela deixou uma coisa para você, espere. - Voltei até a porta devagar pensando que nada que ela tivesse deixado seria melhor do que ter a sua presença de volta

Renée logo apareceu na porta, dessa vez com um envelope verde na mão estendido para mim.

– Obrigado - Peguei sem a olhar. Não queria ver as lágrimas de Renée mais uma vez. Eu estava me segurando a tempo demais, vê-la chorar seria como autorizar meus canais lacrimais a liberarem todo líquido guardado.

Não abri o envelope até que estivesse seguro pelas paredes do meu quarto. Fiz o caminho da casa de Bella até a minha com o envelope no banco do passageiro, era como se ele chamasse meu nome. A curiosidade para saber o que tinha ali era enorme, mas não era maior do que o medo do que poderia encontrar.

No meu quarto fiquei sentado na minha cama enquanto observava o envelope que estava sobre a mesma. Estava em uma guerra interna entre a curiosidade e o medo. Eu olhava para o envelope esperando aparecer uma voz do além me dizendo para que abrisse logo. Então finalmente, em um impulso, antes que meu lado medroso se manifestasse novamente, peguei o envelope o abrindo. Encontrando lá dentro um papel dobrado em quatro partes.

Abri devagar, me preparando mentalmente para o que quer que estivesse ali

Edward,

Sei que te devo explicações por ter ido embora desse jeito, por isso estou deixando essa carta e espero que entenda minha atitude.

Não, eu não aceito ser sua amante. É uma situação vergonhosa demais e se você me amasse de verdade, como disse naquela noite em que conheci seus pais, você nunca iria me propor algo do tipo. Iria lutar por nós, lutar com sua família e com o mundo se fosse preciso… por mim. Isso era o que eu faria por você.

De qualquer forma, uma parte de mim sabia que isso ia acontecer, eu já esperava por isso. Só não imaginava que seria assim.

Mas quero que saiba que não fui embora por você, fui embora por mim. Eu não suportaria vê-lo casado com outra mulher. Eu não suportaria saber que teria uma esposa te esperando quando chegasse em casa. E se caso eu aceitasse sua proposta, eu não saberia ser uma amante. Eu sei muito bem qual o papel de uma amante e se eu não conseguisse cumpri-lo, é claro, com uma bela mulher como Tânia em casa você ia acabar se deitando com ela. Não te julgo, porque ela estaria cumprindo o papel dela e fazendo o que eu talvez não conseguiria fazer. Mas imagina que daí nascesse um fruto, um lindo bebê trazendo graça e alegria. Pois é, mais uma coisa que eu não suportaria. No fim de tudo, eu não sou mulher suficiente para suportar ver o homem que um dia foi meu, no qual eu não tenho dúvidas nenhuma que amo, nos braços de outra mulher.

Eu sei, sou nova e você foi meu primeiro namorado, meu primeiro amor e etc. E é por esse motivo também que achei melhor sair da cidade. Eu poderei ter novas oportunidades e novos amores, sem ter que vê-lo com ela por perto.

Sei todo o motivo por trás desse casamento, também sei que Tânia não é sua pessoa favorita no mundo, mas está claro como água que ela gosta muito de você. Então eu desejo que vocês sejam muito felizes, e que em algum momento você -ou vocês- acabem descobrindo o amor nesse casamento.

Eu tentarei seguir em frente, tentarei fazer faculdade e visitar Londres! Tentarei encontrar novos amores, novos amigos. Eu vou recomeçar. Mas saiba que eu nunca, nunca irei me esquecer de você. Você estará sempre na minha memória, afinal foi meu primeiro beijo e o primeiro homem que amei. E isso a gente nunca esquece, não é? Mas acho que nem se eu quisesse conseguiria te apagar da minha vida.Você sempre terá um lugar na minha mente e no meu coração.

Gostaria que meu lugar fosse com você, gostaria que não estivéssemos nessa situação. Gostaria de ter te encontrado com outra vida, ou talvez em outro momento no qual pudéssemos ficar juntos. Mas infelizmente nem tudo é como queremos. E acho que ninguém mais do que nós dois sabemos disso.

Bom, espero que a empresa cresça e prospere, porque assim, eu sei que nada faltará na sua vida.

Eu te amo, e quando ler essa carta, eu provavelmente ainda estarei te amando e pensando em você.

Seja feliz

Com amor,
sua Bella Swan

Fim do flashback

Bella se foi e não deu mais sinal de vida desde então. Para completar a merda estou casado com Tânia há um pouco mais de 2 meses.

Minha vida estava uma droga desde esse casamento.

Quanto ao meu pai, ele não se aguenta de tanta felicidade. A empresa estava melhor do que nunca e sua alegria era palpável. Pelo menos alguém saiu feliz nessa história.

Meu salário aumentou com o crescimento da empresa, eu estava satisfeito por isso, Tânia nem se fale. Porém eu não estava nada feliz porque sabia do que tive que abdicar para que tudo isso acontecesse.

Tânia tinha como hobby me provocar e gastar meu dinheiro. Acho que entendi porque o pai dela queria nos casar logo, aquela mulher gastava como louca.

Ela era outra que estava feliz com essa situação. Tânia adorava se aparecer comigo ao seu lado, e eu não me importava, comecei a me acostumar com isso.

Várias vezes Tânia conseguiu me seduzir e me fez perder a cabeça. Sexo com Tânia era louco e selvagem. Eu não tinha um pingo de dó e a comia sem qualquer delicadeza. Ela como uma vadia estava sempre satisfeita.

Pensar em Bella era algo que eu fazia constantemente. Eu tinha tanta saudade da minha doce e inocente menina. Mas ninguém além de Esme sabia da falta que ela me fazia. Eu vivia fingindo. Todos me viam como um homem feliz e bem sucedido. Eu era bem sucedido, mas não feliz.

Não tem um dia que eu não me arrependa da maldita proposta que levou minha Bella para longe de mim.