Rosa Adormecida escrita por Kuroi Namida


Capítulo 12
Uma Tarde com a Vovó


Notas iniciais do capítulo

Oie!!! Acho que vão gostar desse capítulo, ele está mais engraçadinho como os outros! Sem drama hoje! Beijus



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Naquela tarde, como prometido assim que teve uma folga no hospital Dimitri resolveu levar Rosemarie até a residência de sua avó Yeva para uma conversa bastante diferente. Enquanto Dimitri esperava do lado de fora da porta da casa da avó, Rose olhava ao redor de todo o jardim da entrada durante uma caminhada curta que fazia afastada de onde Dimitri se encontrava.

 - Rose? –ele chamou.

 - O que? –ela disse de longe.

- Vem... –ele fez sinal com a mão olhando para os lado percebendo que havia um vizinho de sua avó recém saindo de sua casa.

 - Dimitri! –disse o sujeito sorridente. – Como vai?

- Tudo bem Hickman? –respondeu enquanto desviava os olhos rapidamente para Rose e via a mesma andando até a janela da casa.

- Tudo certo! Olha eu acho que dona Yeva deu uma saída.

- Sério? Ela marcou comigo... –disse notando quando Rose escorou simbolicamente as mãos no vidro para ver dentro da casa.

- Que idiota! –disse Rose. – É mais fácil eu entrar e ver se tem alguém. –ela riu encarando Dimitri.

- Acho que ela deixou as chaves debaixo do tapete! –disse Hickman desviando atenção do moreno.

 - Ah! –Dimitri sorriu. – Obrigado!

 - De nada! –sorriu o sujeito.

- Que falta de cortesia convidar alguém a sua casa e sair! –disse Rose ao se aproximar vendo Dimitri abaixando-se para apanhar as chaves.

- Ela deve ter tido algum imprevisto e... –quando ele se levantou Rose não estava ali. – Rose? -ele franziu a testa. – Rose? –ele olhou ao redor. – Rose? –ele simulou um chamado alto.

 Sem resposta o médico colocou as chaves na porta e a abiru logo entrando na casa e encostando a porta. Logo que deu dois passos viu Rosemarie descendo as escadas e sorrindo:

 - Casa bonita!

- Como é que você chegou aí tão rápido?

- Caso você não tenha notado eu não tenho um corpo físico e pesado! Consigo me mover bem mais rápido do que você...

- É eu percebi... –disse deixando a chave sobre uma mesinha e se virando sem encontrar a garota de novo. – Rose?

 - Oi! –disse atrás dele dando-lhe um susto.

- Dá pra parar? –disse em tom sério. – Não consegue ficar quieta em um mesmo lugar por pelo menos dois segundos?

- Desculpa querido, mas você tá falando com uma garota em coma! Ficar parada no mesmo lugar é comigo mesma. –disse em tom irônico.

- Isso não é engraçado.

 - Eu sei! –ela franziu a testa.

- Só se comporta tá bom? –Dimitri se afastou.

- Ai como você é chato! –disse Rose unindo as sobrancelhas e vendo-o se virar encarando-a com ar todo sério. – Gostava mais de você quando você não sabia que eu estava por perto. –ela andou pela sala.

- Eu também gostava mais de você quando não podia te ouvir tagarelando no meu ouvido o dia inteiro. –retrucou Dimitri.

 Rose enfiou a língua entre os dentes e fez careta para o médico agindo igual criança e depois se jogou no sofá com os pés pra cima.

 - Fique a vontade Rose. –disse ele encarando a cena.

- Que foi? Não posso sentar também?

- Pensei que não tivesse um corpo para sentir fadiga. –ele foi irônico sem mostrar os dentes.

- Só porque não posso sentir os moveis com a minha bunda não significa que eu não possa agir como se pudesse.

 Dimitri sacudiu a cabeça apertando os lábios e seguiu pelos dois degraus que o levariam ao outro cômodo dizendo:

- Fique aí.

- Claro vou ligar a TV pra ver o que tá passando! Ah é, eu não tenho dedos sólidos... –disse a garota em tom alto.

 Dimitri seguiu até o escritório da avó onde a mesma costumava cuidar de seus afazeres pessoais, e de seus hobbies e procurou por algo em particular. Não encontrando este regressou pelo corredor e se dirigiu a cozinha onde abriu a geladeira e procurou algo para beber. Assim que fechou a porta deu de cara com Rosemarie em pé atrás da mesma, no susto Dimitri quase deixou o jarro de suco natural cair no piso.

- Eu não disse pra você esperar na sala? –reclamou ele.

- E eu por acaso sou cachorro pra você dizer senta Rose, rola Rose, abana o rabinho Rose? –disse ela cruzando os braços.

- Ah... –ele resmungou qualquer coisa em russo depois disso enquanto andava até a pia.

- O que significa isso aí que você disse? –ela se virou.

- É um palavrão em Russo. –ele respondeu sem se virar.

 - Legal! Mas quando quiser me xingar pode fazer isso na minha língua doutor?

- Você é sempre assim? –Dimitri virou o rosto encarando-a.

- Depende! Você quer dizer transparente? –o moreno quase riu, mas ao invés disso Dimitri simplesmente se afastou segurando o copo já cheio com suco e andou em direção à sala.

Quando Dimitri se aproximou do sofá da sala onde anteriormente Rosemarie estava sentada, ele deu uma boa olhada ao redor e logo se sentou apanhando uma revista de sobre a mesinha de canto. Quando voltou a erguer os olhos notou que Rose estava de pé diante da estante observando os porta retratos.

- Você não pode agir como se tivesse um corpo sólido? –Dimitri levou os olhos para as paginas da revista de curiosidades.

- Cada um se diverte como pode doutor Belikov. Você canta musiquinhas no elevador eu faço isso! –ela sorriu sinicamente.

- O que mais você me viu fazer? –o rapaz a encarou enquanto bebia suco.

- Como assim? –disse Rose supostamente com a mão sobre a estante.

- Você me viu trabalhar, me viu no elevador, me viu lendo no meu quarto... –ele ergueu uma sobrancelha fazendo uma cara sagaz.

- Quer saber se eu te vi trocando de roupa ou tomando banho doutor Belikov? –debochou Rose. – Não! Para o seu governo eu perdi meu corpo não a vergonha na cara.

- Que bom. Por que seria constrangedor pra você. –ele riu baixando os olhos em direção a revista.

- O que quer dizer com constrangedor para mim? –disse ela escorando os cotovelos no encosto do sofá atrás do médico.

 - Quer dizer que... –ele se virou para encarar a garota e ouviu a porta abrir.

 Suas palavras foram interrompidas pelo som de Yeva adentrando a residência com uma pilha de sacolas em mãos que ela parecia trazer do mercado. Dimitri se levantou e deixou seu copo assim como a revista sobre a mesinha e andou até a avó para ajudar a mesma com as compras.

 - Deixa, eu pego isso! –disse ele.

- Ah, obrigado querido! –Yeva sorriu levando a mão as bochechas do neto.

- Vó não faz isso. –reclamou o moreno ficando sem graça.

- O que foi? –perguntou a mulher. – Rose está aqui? Está com vergonha pela moça ver sua avó que trocou suas fraldas e limpou sua bunda suja quando você era menino agora apertar suas bochechas?

 Rosemarie deu uma gargalhada tão alta que se mais alguem além de Dimitri pudesse ouvi-la teria levado um susto achando que era alguém passando mal.

 - Obrigado Yeva. –retrucou Dimitri.

- Não seja bobo Dimka, é só uma menina! –sorriu a mulher.

- Que mania estranha dessa família. Você me chama de pequena Rose e essa sua avó pensa que eu tenho doze anos... –reclamou Rose sentindo-se frustrada.

 - Deve ser o seu tamanho. –respondeu Dimitri passando por ela enquanto levava as sacolas.

 - Diga oi a menina por mim Dimka! –sorriu Yeva.

- Ela pode te ouvir vó. –ele retrucou indo pra cozinha.

 - Ha! –disse Yeva. – Sendo assim fique a vontade querida!

 - Obrigado! –disse Rose vendo a mulher olhando ao redor. – Mas eu estou na sua frente! –ela sorriu.

- Se eu fosse você não seria tão gentil. –disse Dimitri voltando da cozinha. – Rose não é tão adorável quanto você pensa. –ele se dirigiu a avó e mais uma vez Rose fez careta. – Na verdade ela acabou de zombar de você. –ele riu encarando a garota.

 - X9... –retrucou Rose.

 - Por que ela faria isso Dimka? –riu Yeva indo para a cozinha.

- Por que ela é irônica e sínica. –respondeu.

- Melhor do que ser um velho resmungão de apenas... Quantos anos você tem mesmo? Dimka. –ela debochou.

- Vinte e oito, e Dimka é apelido de família... –ele retrucou.

- É impressão minha ou vocês dois estão discutindo? –perguntou a mulher com olhar confuso.

- Seu neto é um grosso! –disse Rose se sentando na pia.

- Está maltratando a pobre garota Dimitri Belikov? –insistiu.

- Se você ficasse com ela um único dia falando no seu ouvido, se jogaria na frente de um carro só pra poder encontrá-la do outro lado e esganá-la com as próprias mãos. –disse Dimitri enquanto guardava latas no armário onde Rose estava sentada.

 - Se eu pudesse te daria um chute na bunda agora mesmo seu metido. –retrucou Rose sacudindo as pernas no ar.

- Mas você não pode... Acostume-se com isso. –disse Dimka encarando-a.

 - Idiota.

- Nunca pensei que veria meu Dimka falando com sua amiga imaginária depois de tanto tempo. –falou Yeva.

 - Como assim depois de tanto tempo? –disse ele.

- Querido você não se lembra? Quando era pequeno você contava estórias sobre suas aventuras como uma menina chamada Eva.

- Aha! Então você já nasceu com esse defeito de fabrica! –riu Rosemarie enquanto Dimitri apenas a encarava com olhar seco.

- Eu não me lembro disso dona Yeva.

- Você apanhou na escola uma vez por que falava com essa tal de Eva Dimka. Foi uma fase difícil da sua vida querido. –Yeva abraçou o neto pela cintura ficando quase debaixo do braço do mesmo por ser muito baixa.

 - Tadinho! –riu Rose fazendo biquinho proposital.

- Eu era só uma criança. –resmungou ele jogando um olhar mortal sobre Rose.

- Isso explica por que só você consegue me ver! –seguiu Rose. – Ouvi dizer que pessoas com problemas mentais veem coisas além do que as pessoas normais conseguem!

- Aha! Você é uma piada Rose. –ele respondeu em tom sarcástico. – Mal consigo conter meu desejo interno de rir.

- Não se reprima Dimka! –ela riu.

- Querido não me disse por que trouxe Rose aqui. –se manifestou Yeva totalmente perdida no meio da conversa já que só ouvia seu neto falando com o vácuo.

- Ah! Eu já tinha esquecido... –ele encarou Rose mostrando seu olhar seco outra vez. – Quero saber o que exatamente você fez que permitiu que eu visse Rose.

- Eu farei um chá, então sentaremos na sala e falaremos sobre isso... –ela sorriu e tocou o braço do neto logo se dirigindo ao fogão e colocando uma chaleira de água para esquentar.

Enquanto isso Rosemarie sacudia suas pernas sobre a pia mantendo o sorriso sínico na cara trocando olhares entre a avó do rapaz que andava pela cozinha, e com o próprio que ainda mexia nas sacolas de compras mantendo expressão de médico.


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Notas finais do capítulo

No próximo mais explicações sobre o porque de Dimitri conseguir enxergar Rose!!! Beijos



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