Oque ele estava fazendo ali?

Não tenho nada contra ele, de verdade. Ele é o filho de Hefesto mais inteligente que eu já conheci. Apesar de ser muito ativo e brincalhão toda hora.

Não o conheço direito, o máximo que eu já devo ter falado com ele deve ter sido um "oi".

Naquele momento, ele estava com aquele sorriso bobo de sempre, como se tudo estivesse sobre controle. E era isso o que eu esperava. Que esteja tudo sobre o controle. Afinal, não é todos os dias que um semideus é chamado para conversar na Casa Grande. Na maioria das vezes, é algo muito importante.

Ao chegar lá, cumprimentei os dois.

– Bom dia Quíron. Olá Leo. - eu sorri.

– Bom dia querida, estávamos a sua espera. - disse Quíron.

– Bom dia Emma - Leo sorriu

– Muito bem, já que estão os dois já aqui, entrem, temos muito a conversar. - Quíron fez um gesto com a mão apontando para a porta para que entrássemos.

mas espera um minuto ai... "temos"? Então Leo deve estar envolvido com o que quer que seja que Quíron queira me falar.

– Todos sabemos que o acampamento esta correndo enormes riscos de ataque, certo? - começou ele quando acabamos de entrar e sentamos em umas cadeiras na sala de estar.

Era verdade. O acampamento está sendo muito ameaçado há uns 6 meses pra cá, sendo cercado por monstros em algumas das vezes e coisas do tipo.

Concordamos com a cabeça. Ambos continuávamos quietos.

– Há uma legião de empousas que queriam destruir o acampamento. Invadir e acabar com tudo. Mas elas tinham um acordo: ou algum semideus se arriscava no "Desafio da Morte", ou elas atacavam. Fiquei sem escolhas e tive que escolher o desafio. O sr. D está de férias, então não pudemos fazer um acordo melhor. Tenho que confiar nelas, elas juraram pelo Estige que se o semideus vencer, elas não atacariam e nunca mais tentariam invadir o acampamento.

– Mas o que é o Desafio da Morte? - disse Leo de repente.

– Um desafio com torturas, segundo elas. Se o semideus sobreviver até o final, ele vence. SE ele sobreviver. Não quero fazer isso, mandar um semideus se arriscar, mas não temos escolhas. Ou um semideus se arrisca, ou todos nós teremos que lutar contra elas até a morte.

Eu e Leo nos entreolhamos.

–Mas Quíron - eu comecei - porque nós estamos aqui?

Ele sorriu de lado.

– Você chegou ao ponto em que eu estava querendo chegar. Vocês dois são os únicos que tem o potencial para, acredito, vencerem o desafio. Mas apenas 1 de vocês dois poderá se voluntariar para o desafio. Um de vocês dois terá de se arriscar no Desafio da Morte.

Nós dois arregalamos os olhos. Estavamos em choque.

Quer dizer então que eu ou ele teremos que nos voluntariar para ser torturados e torcer para que fiquemos vivos?

– Como nós dois temos o potencial de passar no desafio? de vencer essa coisa? Logo nós? Logo eu? O idiota Valdez? E Percy, Annabeth, Jason? Eles com certeza são melhores do que nós! - disse Leo. Pela primeira vez eu concordei com algo que ele disse. Pela primeira vez eu vi ele falando algo realmente sério.

Eu apenas concordei com a cabeça. Estava pasma de mais para responder algo.

– Vocês podem não ver agora, mas são mais poderosos do que imaginam. - falou Quíron.

– Ok, tudo bem. Mas se não quisermos fazer isso? - eu consegui falar.

– Então teremos que reunir todos os semideuses do acampamento e ver se algum voluntario realmente forte aparece. O desafio acontece daqui a 1 mês. Precisamos do voluntario até um dia antes do evento. Vocês tem até lá para pensarem a respeito. A decisão é de vocês.

Balançamos a cabeça concordando.

– Agoram podem ir. Façam as suas escolhas entre vocês. Não façam a escolha errada. E antes de irem, quero lhes pedir umas coisas. Treinem. Treinem muito juntos. Se ninguém aparecer, vocês dois são as únicas opções. Tentem se aproximar e criarem uma grande amizade vocês dois. Sinto que vocês se darão muito bem. - disse Quíron com um tom de... aquilo foi sarcasmo?

Não importa, eu precisava começar a treinar e pensar bastante. E eu precisava também criar uma amizade com o bobo do Leo Valdez.

Leo e eu saímos da Casa grande e ele me acompanhou.

– Ei, o que você acha disso tudo? Tipo, nós podemos morrer lá e tal, o acampamento iria sentir falto do Leo aqui. - disse Leo sorrindo

Depois daquilo tudo ele ainda faz palhaçada?

– Leo, isso é sério, precisamos estar mais preparados do que nunca, temos que salvar o acampamento - eu falei.

– Eu sei, desculpa. Estou acostumado a TENTAR fazer os outros rirem - disse ele rindo.

Eu acabei rindo junto.

– Eeeei, você riu. - disse ele ainda rindo.

– Ri porque você é engraçado, palhaço.

– Viu, a "grande amizade" já está tendo um incio. - Disse ele imitando a voz de Quíron, o que me fez soltar uma gargalhada, enquanto ele ria junto.

Para pessoas que meio que acabaram de se conhecer, já parece que nós nos conhecemos a muito tempo.

– Acho que Quíron estava certo. Acho que vamos nos dar bem. - disse eu após parar de rir.

– É o que espero né? haha.

Dei uma risadinha e fomos para os chalés.

Parando no chalé 6, o de Atena, ele disse:

– Mais tarde a gente conversa mais e se conhece direito! No jantar, na fogueira, que tal?

– Ótima ideia - disse dando um sorriso de lado.

– Até mais tarde então. - ele acenou - fui. - e saiu correndo em direção ao chalé de Hefesto.

Ele olhou pra trás e eu acenei. Ele acenou de volta. Nesse meio tempo, ele esbarrou num Filho de Ares que por pouco não derruba ele com um soco. O garoto saiu da reta de Leo bufando. Leo se virou a tempo de me ver rindo muito dele.

Ele fez uma pose e uma expressão do tipo "Ah é?"

– Eu vou ter minha revanche senhorita Emma. - berrou ele de lá.

– Ah vai, com certeza. - berrei de volta com sarcasmo.

Nós dois rimos, ele voltou a correr pro seu chalé e eu entrei no meu.