The Bulletproof escrita por Terume


Capítulo 2
Capítulo 01 - Spy


Notas iniciais do capítulo

> Eu gostaria de dizer que muito sofridamente excluí toda a história de the bulletproof e tentei recomeçá-la de forma confortável e bem humorada. Antes de atirarem as pedras, eu sei que joguei meu compromisso com a fic pro ar, desculpem ;-; mas a verdade é que, como eu havia dito no último capítulo postado, todas as minhas ideias para a história foram pro além e eu estava insatisfeita com o rumo que ela havia tomado.
> Quero deixar claro que, TUDO o que aconteceu antes, vai acontecer sim - algumas coisas de forma diferente, maybe.
> Para todas as leitoras que se deram ao trabalho de pedir mais capítulos e virem ver se haviam capítulos novos, meu imenso obrigada, e digo que quem quiser falar comigo por mp SEMPRE que quiser, estou à disposição.
Espero que gostem :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/395808/chapter/2

Ouvi a porta do quarto dos fundos se fechar assim que fechei a da entrada. Um pouco cansada e atordoada com a caminhada do mercado até o prédio sob um sol escaldante de um verão totalmente exagerado e desnecessário, caminhei em direção à cozinha e notei Oliver vindo em minha direção, vestindo apenas um samba-canção vermelho estampado. Uma cena bem comum nos últimos dias.

Engraçado como suas tatuagens o deixava atraente. Desenhos sem qualquer significado, frutos de uma mente ansiosa para ter o corpo pintado. Elas íam do pescoço até as mãos, e algumas na região do peito e barriga. Magrelo e cabeludo, mas altamente desejável para qualquer uma que, em sã consciência, tenha bom gosto.

– O que trouxe pra mim? – perguntou com sua voz de moleque, coçando a nuca. Bocejou, soltando o ar com as bochechas cheias e os braços moles.

– Hum, na verdade, lasanha pro almoço.

Aproximou-se do balcão e apoiou os braços sobre o mesmo, seguindo-me com o castanho de seus olhos, enquanto eu guardava a comida em conserva no congelador, como se esperasse algo.

– Pois não? – olhei-o com certa dúvida.

Duas e meia e ele acabara de acordar. Aquele horário regrado de férias resumido em: fazer o que bem entender a hora que quiser. A verdade é que uma semana com Oliver e as coisas não estavam tão mal quanto eu achei que estariam. Ainda. A vida fora muito fácil ao seu lado, anos luz de distância da vida que eu tinha antes. Detalhes a parte.

– Temos visita – revirou os olhos arregalados, apoiando o rosto em sua mão direita – e vamos sair hoje – completou.

– Quem é? – perguntei, não contendo minha casual curiosidade. – E talvez eu saia com o Sebastian essa noite.

Oliver se ergueu na hora, evitando contato visual, deu um riso frouxo e sarcástico, virou e saiu, queixando-se totalmente para a minha pergunta.

Curiosa essa sua saída. Pense em qualquer coisa que ele possa ter pensado para agir dessa forma e você provavelmente acertou em alguma delas. Oliver é uma bela história, tampouco um belo clichê.

Sebastian era um colega de faculdade. Na verdade, muito mais do que isso, foi quem me salvou lá dentro nas primeiras duas semanas, o que lhe dá créditos extras quando se fala de amizade. Felizmente, graças a ele, fiz amigos e conheci meu campus da faculdade muito mais rápido do que o meu recorde em colégios grandes. Havíamos combinado de nos ver nas férias, sem que fossem nas aulas extras do curso – que a propósito, começariam semana que vem –, e decidimos sair pra qualquer bar esta noite, em grupo.

Talvez eu devesse levar Oliver, que obviamente fazia parte desse ciclo de amizade que compunha Sebastian, eu, e alguns outros garotos. Nunca entendi o problema entre os dois, mas há uma estranha e infantil rivalidade entre eles. A recente reação do senhor revoltadinho é a prova disso.

Lembrei que tinha visita em casa e supus que fosse alguma garota da faculdade. Oliver tinha mais garotas no pé dele do que aulas semanais. A verdade é que “estar com alguém” havia se tornado algo tão fácil pra ele, que ficou entendiante. “Sinto muito pelos românticos atuais, mas a vida é rápida, não há tempo para perder”, by Michaels.

Tirei o par de tênis que usava e larguei ali na cozinha mesmo, meias não fariam tanto barulho no piso amadeirado. Pensei em três possíveis e recentes possibilidades: a) Britney Morris – sim, nome de vadia; b) Kera Henderson – a garota que dera bola para ele em um corredor qualquer da faculdade; e c) August Raymond – um lindo que nos ajuda nas matérias mais complicadas do curso. E a probabilidade de c ser tão real quanto a minha vontade de que fosse é mínima.

Aproximei-me da porta na ponta dos pés, parando e encostando a orelha para ouvir algum resquício de vida ali dentro.

Nada.

Interessante, porém muito suspeito.

Ousei pousar minha mão sobre a maçaneta fria. Pensei se deveria invadir sua privacidade ou não, e claro que minha sensata conclusão foi que eu já deveria ter entrado e gritado qualquer coisa; não querendo ser desagradável, claro.

Girei-a lentamente, sentindo as batidas do meu coração ecoarem pelo meu corpo tenso e meramente curioso. Minhas expectativas eram altas, imaginei tudo o que poderia estar dentro daquela caixa de segredos. Quando notei, estava praticamente encurvada sobre a maçaneta, com a cara enfiada na minúscula fresta que estava prestes a se abrir. Empurrei lenta e insignificantemente a porta, dando espaço para o vão tão almejado.

Olhei minuciosamente adentro. O quarto estava escuro e apenas a luz do abajur estava acesa. Cerrei os olhos, esforçando-me para enxergar alguma situação. Então sofri o que podemos chamar de abalo causado por um fato ameaçador súbito e inesperado, pra fechar o meu momento spy com chave de ouro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

As coisas acontecerão um pouco mais devagar desta vez, então preparem seus corações ksfjghshgn