Moonlight escrita por Pamisa Chan


Capítulo 6
Em busca de Luna


Notas iniciais do capítulo

O capítulo de hoje tá MUITO louco, gente. Partiu pra ficção a história... Não está muito relacionado ao trecho da música, mas tudo bem. Espero que aproveitem a leitura, até as notas finais!
"And I need you to be
Like the haven I seek"



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Quando acordei daquele sonho, me sentia estranho, parecia que faltava um pedaço de mim. Não um pedaço físico, e sim, um pedaço de minha alma. Que por consequência doía tanto quanto se fosse um pedaço de minha carne. Eu não sabia porque aquilo estava acontecendo. Seria a falta de Luna por um dia? Levantei-me da cama e fui vê-la, queria saber se estava tudo bem com ela, pois nessa semana que se passou, ela vinha até minha casa todos os dias, e dessa vez ela não veio. E eu precisava dela. Eu precisava dela em meu mundo. Eu precisava dela para ser o refúgio que eu procurava. Fiquei pensando em diversas possibilidades. Inclusive se ela havia ido embora da cidade sem me avisar. Ou se ela tivesse sumido. Mas acho que não, o mundo ainda parecia muito belo pra mim, acho que se ela houvesse desaparecido de repente, meu mundo voltaria a ser como antes. Mas quem sabe?

Chegando no casarão da senhora, toquei a campainha mas ninguém atendeu. A porta estava aberta e eu resolvi ver se podia encontrar alguma pista lá dentro. Adentrando o portão, antes da casa, havia um enorme quintal, aparentava ser uma garagem, mas não havia carros lá. Fiquei por alguns minutos admirando as orquídeas brancas que estavam no jardim, me lembrando da última vez que vi Luna, quando eu peguei uma das flores e coloquei em seus cabelos. Ela havia ficado tão maravilhosa. Mais do que já era. A orquídea deu um enorme contraste com seus lindos e enormes cabelos negros e seu vestido preto rodado, e combinava com sua linda pele branca e macia. O sorriso em seu rosto, tão doce, tão inocente me fazia querer olhá-la eternamente... E seus olhos de lua, brilhavam como nunca e eu podia ver meu reflexo neles. Depois daquela tarde que passamos juntos, não a vi mais, e hoje já faz dois dias desde então.

"Fugit te lunae lumen"... Aquela frase não saía de minha mente, e eu ficava tentando entender o que queria dizer. Pensava, pensava, mas não conseguia decifrar de jeito nenhum aquelas palavras. Será que aquele sonho tinha algo a ver com esse sumiço tão repentino de Luna? Lembrar dela... de seu misterioso e inocente rosto... de seus enormes cabelos negros... de seus olhos de lua que brilhavam de maneira tão delicada... de seu sorriso tão gentil e simpático... de sua voz tão meiga e doce... Tudo isso me deprimia cada vez mais.

Depois de olhar o belo jardim, resolvi entrar na casa. Na entrada, havia uma enorme sala com uma grande escadaria bem no centro. A sala tinha dois pianos pretos que ficavam um de cada lado da porta da entrada e as paredes eram cheias de suportes para instrumentos musicais, haviam vários violinos e também alguns saxofones e violões. Fiquei olhando boquiaberto. Nunca havia visto tantos instrumentos assim, e cada um deles devidamente polido e bem cuidado. Não tive nem coragem de encostar neles. Na parede esquerda onde ficavam os violinos, logo ao lado deles, havia uma porta de madeira que estava aberta, pude ver que ali ficava a cozinha e entrei. Era um lugar muito bem organizado e limpo. Os armários e prateleiras eram todos brancos com detalhes pretos. Eu não gostava de sair por aí entrando em casas alheias e revirando tudo, - Claro, isso é muito comum de se acontecer - mas eu precisava vasculhar por pistas. E afinal, não tinha ninguém lá. Fui abrindo os armários, portinhas e gavetas em busca de algum sinal, alguma dica do que poderia estar havendo, mas sem resultados. Voltei à sala e resolvi subir as escadas, lá em cima provavelmente ficavam os quartos.

Lá em cima havia ao todo quatro portas. Duas logo na frente e uma em cada lateral. Essas portas possuiam placas douradas com uma escrita em vermelho, abaixo da escrita podia se ver uma pequena pintura emoldurada. Suponho que eram os nomes das garotas que moravam lá. Em cada placa se lia: "Noctis Caelum", com a imagem de um céu escuro; "Stella Caelorum", com a imagem de uma estrela no céu; "Mari Magno", com a imagem de um grande mar; e "Lunae Lumen", com a imagem de uma lua brilhante. Quis entrar no quarto com o nome de Luna escrito, mas resolvi deixá-lo por último. Mal sabia eu o que me esperava dentro de cada uma dessas portas.

Fui adentrar a primeira porta, a da lateral esquerda, "Noctis Caelum". Ao chegar perto dela, antes de entrar fechei meus olhos por um instante e pude mentalmente enxergar com nitidez um enorme e belo céu noturno estrelado, assim como o dos meus sonhos. Nessa visão, a lua era fracamente visível, quase desaparecendo. Abri meus olhos novamente voltando à realidade, virei e empurrei a maçaneta. Dentro só se enxergava um enorme clarão e eu sentia uma força tentando me sugar. Então, essa força sobrenatural simplesmente me jogou pra dentro do quarto e eu de repente caí em um sono profundo.

Eu pairava em um enorme céu noturno igual ao de meus sonhos, podia ver a lua bem distante de mim e não conseguia a alcançar. De repente, uma garota de pele pálida, cabelos negros, lisos e muito, muito compridos, que chegavam até seus pés, apareceu atrás de mim. Ela usava um grande vestido preto cheio de enfeites brilhosos, que pareciam estrelas em um enorme céu. Ela estava com a cabeça baixa, assim, tendo sua face coberta por seus longos cabelos negros. De uma maneira rápida ela ergueu a cabeça e me olhou nos olhos. Seus olhos tinham uma cor muito escura, como o céu noturno. Comecei a imaginar que aquela seria Noctis Caelum. Ela me encarava de forma fria, sem sentimentos. De repente abriu a boca e disse a mesma frase que Luna havia dito naquele outro sonho: "Fugit te Lunae Lumen." e acrescentou "Fugit te Noctis Caelum". E desapareceu como vento. De repente tudo ficou branco e eu comecei a cair por um grande tempo.
De repente eu acordei, eu estava deitado na frente da porta - que agora estava fechada - de Noctis Caelum.. Lá agora não tinha mais nada escrito e a pequena pintura emoldurada estava toda em branco. O que acabara de acontecer? Minha cabeça doía. Tentei abrir novamente a porta, mas agora ela estava trancada. Então, eu fui até a segunda porta, "Stella Caelorum", novamente, fechei os olhos e tive outra visão. Eu podia ver um céu de uma cor fraca, não tão intensa como o preto da noite. E estava todo estrelado, lá longe, a lua, fugindo como sempre. Voltei a realidade e girei a maçaneta. O mesmo clarão e aquela força tentando me obrigar a entrar. E lá fui eu de novo, caindo em um sono profundo.

Eu ainda estava no céu, como nos sonhos, porém desta vez, ele estava quase apagado, e agora, eu estava pisando nas estrelas. Elas não me queimavam e nem me prejudicavam. Apenas me sustentavam, como o solo. Havia milhares de estrelas enfileiradas, como que formando um caminho para a Lua, que parecia se afastar mais e mais. Eu pulava de estrela em estrela tentando alcançar a Lua, mesmo que parecesse improvável. Mas eu precisava chegar até ela. Luna estava lá, eu tinha certeza! Depois de pular umas dez estrelas, quando eu ia saltar para a próxima, senti uma mão em meu ombro, me impedindo de continuar. Me virei e vi uma linda garota loira, cabelos compridos e lisos e uma franja de lado. Ela me olhava com um sorriso gentil e seus olhos eram em um tom amarelado e brilhavam muito, como as estrelas. Era Stella Caelorum. Ela estendeu sua mão, como se pedisse para eu acompanhá-la. Para onde ela me levaria? Será que ela queria me levar até Luna? Ou me afastar mais ainda dela? Ao ver que eu não ia segui-la, ela disse "Fugit te Lunae Lumen, fugit te Noctis Caelum... Fugit te Stellae Caelorum!" desapareceu junto com as estrelas, e eu então comecei a cair.

Acordei na frente da porta de Stella Caelorum, aconteceu o mesmo que da outra vez. Nada escrito na porta, o quadrinho em branco, porta trancada. Vendo que nada resolviam esses sonhos estranhos, resolvi ir direto para a porta de Luna, já que ela provavelmente apareceria pra mim, mesmo que fosse para fugir de mim. Mas eu precisava vê-la de perto novamente. Fui até sua porta e fechei os olhos. Nada me veio em mente. Então fui abrir a porta direto. Estava trancada. Acho que eu precisava seguir a ordem das portas... Então lá fui eu para a porta de Mari Magno. Dessa vez, eu via o mar, um grande mar. E também, mal enxergava o céu e a lua, embora eles fossem um pouco visíveis. Abri os olhos e abri a porta. Novamente, um clarão que me sugava. E mais uma vez entrei em sono profundo.

Dessa vez, eu estava no mar, olhando para o céu, que não estava mais tão escuro como costumava ser. Ele estava perdendo a cor, como que "desbotando" e junto com isso, a lua cada vez mais distante. Logo, ascendeu do mar uma garota de lindos cabelos ruivos e ondulados, seu rosto era cheio de sardas e seus olhos eram de uma bela cor, um azul meio esverdeado. Eram da cor do mar. Ela me encarava e tentava me seduzir, se aproximando de mim e tentando me abraçar, me puxando para dentro do mar. Descobri que ela era uma sereia! Mari Magno era uma sereia! E ela cantava com uma linda voz "Vent te Mari Magno! Vent te Mari Magno!" enquanto tentava tocar meus lábios com os seus. Embora ela fosse linda, eu não podia aceitar isso. Eu amava Lunae Lumen! Não deixaria qualquer outra garota me beijar, jamais! Empurrei-a, abaixei minha cabeça e tentei me afastar dela. Num instante, ela fez um rosto espantado e logo em seguida, seu semblante se encheu de ódio. Ela gritou "FUGIT TE MARI MAGNO!" E voltou ao mar. Eu queria entender porque ela apenas disse isso e não disse o mesmo que todas as outras. As areias do solo marinho me puxavam e aos poucos eu ia acordando na vida real.

Abri os olhos e olhei para a porta de Mari Magno. Seu nome não estava lá, mas no lugar da pintura, havia algo escrito.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem mais um capítulo, pessoal! Espero que gostem. Olha! Dessa vez teve bem mais que Mil palavras! Espero que isso agrade a todos...
Bem, como sempre, peço que divulguem como for possível e deixem reviews, isso significa muito pra mim!
Até o próximo capítulo ^_^