She Will Be Loved escrita por Carol Munaro


Capítulo 15
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Notas iniciais do capítulo

Hello! Boa leitura :3



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- Mais 10 dólares. É só o que eu tenho. - Disse na maior sinceridade.

- Tudo bem. Coloca aí na mesa. - O garoto disse. Era o mesmo desde que a Alice tinha ido pegar bebidas pra gente. Resolvemos apostar dinheiro. Coloquei os 10 dólares na mesa.

- Sua vez? - Alice perguntou e eu assenti. Ela estava sentada na mesa, já que era do lado. Posicionei o taco pra fazer o maior número de pontos possíveis e até impossíveis! - Não querendo ser chata, mas já são quase 22h00.

- Já tá acabando. - Falei. Como eu acertei a bola, é minha vez de novo. Se eu acertar a bola oito na caçapa , acabou o jogo, eu venci e levo todo o dinheiro. - Só mais um pouquinho pra esquerda. Bola filha da puta! Pra esquerda! Um milímetro e... Foi! - Alice ficou olhando pra mim com cara de confusa. - Acabou o jogo! - Quando falei, ela entendeu e sorriu.

- Demorou.

- Ele é bom. - Falei sobre o garoto.

- Mas não fui eu que ganhei né. - Ele disse. - Enfim, eu já vou indo. Tchau pra vocês. - Acenamos. Recolhi o dinheiro da mesa e guardei.

- É muita grana, Andrew.

- Eu sei. A gente divide.

- Você ganhou sozinho.

- E daí? Gosto de dividir as coisas. - Ela assentiu. Olhei pro relógio. - É melhor a gente ir. - Alice se levantou.

- Vamos chegar lá que horas? Quase meia noite?

- Onze e meia, mais ou menos. - Saímos do pub e entramos no carro. Alice esticou as pernas e as deixou apoiadas em cima do painel. Depois de alguns minutos, ela, com certeza, já vai estar dormindo.

(...)

- Eu senti saudade. - Bia disse me abraçando.

- Não foi nem uma semana. - Ela fez bico e eu ri, beijando sua bochecha em seguida. Alice saiu do carro e a mãe dela começou a chorar. Não entendi porque, até reparar que a Alice estava diferente. Bem diferente. Acho que ela se vestia e agia assim antes de acontecer aquilo com o Will.

- E minhas bonecas?

- Mais tarde, Bia.

- A pessoa mais importante chegou. Com licença. Claro, mais importante juntamente contigo, princesa. - Peter brotou do meu lado e pegou a Bia no colo, falando a última frase pra ela.

- São quase meia noite. - Falei.

- Eu sei. Vou dormir aqui. - "Posso dormir na sua casa, Andrew? Vai ter um barraco de última hora?". Pra que perguntar, Peter? Nos despedimos da Alice e da senhora Mendler. Meu pai estava na porta de casa desde a hora que eu cheguei. Murmurei um "oi" e ele continuou com a cara de merda. Depois que passamos pela porta, Peter colocou a Bia no chão, que foi correndo lá pra cima. Já estávamos indo pras escadas quando meu pai me chama. Joguei a mochila pro Peter e pedi pra ele subir.

- Fala. - Disse me virando de frente pra ele.

- Eu falei sério em te deserdar.

- Imaginei. Quer que eu faça o que?

- Sabe que tá de castigo né? - Dei de ombros.

- É só isso?

- Nunca entendi a sua indiferença, Andrew.

- Pai, eu to cansado, preciso de um banho... Outra hora, ok. - Virei e comecei a subir as escadas.

- Tá achando que vai ter outra vez?! Se tiver, só se for com o teu dinheiro, porque de mim você não ganha nem mais um dólar! - Ficar sem dinheiro é do capeta, também né. Continuei subindo as escadas como se nada tivesse acontecido. Até que escuto essa quando abro a porta do meu quarto: - Não nasci pra sustentar vagabundo.

- Como é que é?! - Estava quase nas escadas pra descer novamente, mas sinto uma mão me puxando pelo braço.

- Não esquece que tua irmã tá aí e ela já se assustou com os gritos do teu pai. - Óbvio que era o Peter.

- Você ouviu o mesmo que eu?!

- Ninguém é surdo. E eu to curioso pra saber o que aconteceu nessa viagem. Rolou um sexo selvagem? - Revirei os olhos. Peter é idiota.

- Alice não é esse tipo de menina.

- Imaginei. E ela tá diferente né? Pra melhor! Se deu bem hein. - Ri.

- Eu descobri quem é o cara lá. - Disse entrando no meu quarto. Bia estava lá, agarrada com o meu travesseiro.

- Encontraram com ele?

- Ele era namorado dela.

- Isso é óbvio, mas encontraram com ele ou não? Teve treta?

- Ele morreu, Peter.

- Isso é sério?

- E eu ia brincar com isso?

- Sei lá. Tu é babaca. - Mereço...

- É sério. Ele morreu mesmo. - Deitei do lado da Bia depois de esvaziar minha mochila e deixar um bolinho de roupa suja no chão. Depois eu iria colocar na máquina lá embaixo.

- Que horror! - Peter disse depois de um tempo em silêncio.

- Você e a Alice se beijaram? - Por incrível que pareça, não foi o Peter que perguntou. Olhei pra Bia.

- Tá muito espertinha pro meu gosto. - Disse cutucando o braço dela, que se contorcia parecendo uma lagartixa.

- É que vocês se gostam. E as princesas da Disney sempre beijam os príncipes.

- É, mas eu não sou nenhum personagem da Disney (graças a Deus!) e muito menos a Alice.

- Mas... Vocês se gostam. - Peter disse.

- O que é isso? Um complô? - Perguntei irritado. Sou afim da Alice, mas não passa disso. Prefiro minha liberdade. Vi uma roupinha de boneca sendo colocada na frente do meu rosto. - Que é isso?

- Você prometeu! - Bia falou.

- Não prometi nada! Mas, como sou um bom irmão e uma ótima pessoa, cadê a boneca? - Peter gargalhou. - Tá rindo de que, palhaço?

- Vou pegar a boneca. - Bia disse saindo do quarto.

- Aproveitando que a Bia saiu, peguei o celular de um ex-amiga gostosa da Alice pra você. Mas já que fica rindo de mim, fico com o número pra minha pessoa.

- Não, espera aí! Podemos negociar. - Safado.

- Tá na parte da frente da minha bolsa.

- Por que não ficou com o número pra você?

- Porque eu to com a Alice.

- Então, rolou beijo!

- Sim, rolou beijo. E não vou atrás da Emily. Pra começar, eu nem quero. E ela odeia a Alice. Então, nem pensar.

- Quando rolou o beijo? Sexta?

- É.

- Onde foi?

- Não preciso contar os detalhes pra você. Alias, isso é coisa de menina.

- Você parece gostar dela.

- Não viaja. - Bia entrou de novo no quarto com três bonecas nas mãos. - Tá, por onde eu começo? - Perguntei pegando uma delas.

(...)

- Tive insônia ontem. - Disse assim que vi a Alice saindo de casa segunda de manhã. - Espera aí, cadê a maquiagem?

- Acordei atrasada. Também culpa da insônia. Mas na verdade eu fiquei com preguiça de passar. - Fiz cara de surpreso. Não era fingimento. Eu realmente to surpreso. Abri a boca pra comentar das roupas, mas ela foi mais rápida. - Por favor, não pergunte onde está o preto.

- Você fica bem melhor assim. - Falei entrando no carro e ela fez o mesmo.

- Obrigada. - Ela respondeu sorrindo envergonhada. Sorri também.

- Vou ter que trabalhar agora. Meu pai não vai mais me dar nada. Quer dizer, minha mãe não vai mais me dar nada.

- Era o dinheiro da pensão?

- Era.

- Se sua mãe souber disso...

- Ele se fode. Eu sei. Mas eu quero ter meu próprio dinheiro.

- Tá querendo virar homem agora.

- Tá me chamando de gay, garota?

- Hm... Não. To dizendo que você ainda é um garoto.

- Então, eu sou imaturo.

- Você entendeu, Andrew!

- Tá se irritando já.

- Não to não. Para de ser chato. - Ri. - Mas tá quase lá.

- Quase lá onde?

- Em agir como homem, como um adulto e não como um garoto.

- Isso é bom.

- É... - Ela não falou muito depois disso. Chegamos na escola quase 10 minutos depois. Novamente as pessoas olharam, mas não porque ela veio comigo. E sim porque ela estava diferente. Quando eu digo que a mudança é gigantesca, eu não to exagerando.

(...)

- Se mais alguém me perguntar se eu sou aluna nova, juro que enterro o nariz do cidadão na cara. - Alice disse irritada e eu ri. - Você ri porque não é contigo!

- É engraçado. - Estávamos no intervalo. Não tinha ninguém sentado com a gente. Preferia assim. Mas preferia também que aqueles fuxiqueiros não ficassem olhando. 

- Não é não. - O assunto acabou. Então, ela abriu o Querido John e começou a ler.

- O livro tá mais interessante que eu? - Perguntei fingindo estar ofendido.

- Qualquer coisa é mais interessante que você. - Me aproximei dela e falei no seu ouvido:

- Não foi isso que você disse quando estava bêbada. - Ela virou o rosto de frente pra mim.

- Exato. Eu estava bêbada.

- Mesmo assim.

- Eu não tenho culpa se você é bonito. - Ela disse com as bochechas coradas.

- Obrigado. Mas isso eu já sabia.

- Você é tão modesto, Andrew. Eu fico impressionada.

- Mais ironia pra que, né? E eu reparei que você não me deu um beijo hoje.

- Reparei nisso também. - Me aproximei e ela desviou. - Tem muita gente olhando.

- Tá desconfortável?

- Demais.

- É... Tem a biblioteca no segundo andar...

- Sério, Andrew?

- O que tem? Mais privacidade que isso, impossível. - Ela, finalmente, fechou o livro. Alice se levantou e perguntou onde era.

(...)

- Perdemos uma aula. - Ela disse sentada do meu lado. Ainda estávamos na biblioteca, sentados um do lado do outro.

- A minha era matemática. Então, não me arrependo.

- Eu tinha prova. Você tá me levando pro mau caminho.

- Eu? Diria que é o contrário. Você só tem cara de santa.

- Eu digo o mesmo pra você. - Passei meu braço pelos ombros dela. - Não, espera. Nem cara de santo você tem.

- Mas que mentira. Lógico que tenho. Não só tenho a cara, como sou um anjo também.

- Para de mentir, menino. - Ela disse rindo. - Vai fazer o que hoje a tarde?

- Tenho treino. Mas to com preguiça.

- Eu vou dormir depois de comer alguma coisa. Me inveje.

- Invejo mesmo! Eu to morrendo de sono.

- Que pena. - Ela disse irônica.

- Mereço... - Olhei em volta e respirei fundo. - Queria que a gente tivesse viajando de novo.

- Eu também. - Alice disse e encostou a cabeça no meu ombro.

- Só nós dois e ninguém mais. - Ela me olhou confusa por alguns segundos e depois voltou a recolocar a cabeça no meu ombro. Não que eu esteja me apaixonando e toda aquela coisa chata e melosa, mas nos acostumamos com a presença do outro. Não sei se ela se acostumou tanto quanto eu, mas, hoje quando acordei, estranhei estar sozinho no quarto.


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Notas finais do capítulo

Bom, desculpem a demora. Eu realmente tive pouco tempo. Só hoje cheguei em casa era mais de 18h00 pq fiquei estudando e.e Chato, eu sei. Mas aí está o capítulo e espero q vcs tenham gostado. Bye! :3