She Will Be Loved escrita por Carol Munaro
Notas iniciais do capítulo
Hello! Boa leitura :3
- Mais 10 dólares. É só o que eu tenho. - Disse na maior sinceridade.
- Tudo bem. Coloca aí na mesa. - O garoto disse. Era o mesmo desde que a Alice tinha ido pegar bebidas pra gente. Resolvemos apostar dinheiro. Coloquei os 10 dólares na mesa.
- Sua vez? - Alice perguntou e eu assenti. Ela estava sentada na mesa, já que era do lado. Posicionei o taco pra fazer o maior número de pontos possíveis e até impossíveis! - Não querendo ser chata, mas já são quase 22h00.
- Já tá acabando. - Falei. Como eu acertei a bola, é minha vez de novo. Se eu acertar a bola oito na caçapa , acabou o jogo, eu venci e levo todo o dinheiro. - Só mais um pouquinho pra esquerda. Bola filha da puta! Pra esquerda! Um milímetro e... Foi! - Alice ficou olhando pra mim com cara de confusa. - Acabou o jogo! - Quando falei, ela entendeu e sorriu.
- Demorou.
- Ele é bom. - Falei sobre o garoto.
- Mas não fui eu que ganhei né. - Ele disse. - Enfim, eu já vou indo. Tchau pra vocês. - Acenamos. Recolhi o dinheiro da mesa e guardei.
- É muita grana, Andrew.
- Eu sei. A gente divide.
- Você ganhou sozinho.
- E daí? Gosto de dividir as coisas. - Ela assentiu. Olhei pro relógio. - É melhor a gente ir. - Alice se levantou.
- Vamos chegar lá que horas? Quase meia noite?
- Onze e meia, mais ou menos. - Saímos do pub e entramos no carro. Alice esticou as pernas e as deixou apoiadas em cima do painel. Depois de alguns minutos, ela, com certeza, já vai estar dormindo.
(...)
- Eu senti saudade. - Bia disse me abraçando.
- Não foi nem uma semana. - Ela fez bico e eu ri, beijando sua bochecha em seguida. Alice saiu do carro e a mãe dela começou a chorar. Não entendi porque, até reparar que a Alice estava diferente. Bem diferente. Acho que ela se vestia e agia assim antes de acontecer aquilo com o Will.
- E minhas bonecas?
- Mais tarde, Bia.
- A pessoa mais importante chegou. Com licença. Claro, mais importante juntamente contigo, princesa. - Peter brotou do meu lado e pegou a Bia no colo, falando a última frase pra ela.
- São quase meia noite. - Falei.
- Eu sei. Vou dormir aqui. - "Posso dormir na sua casa, Andrew? Vai ter um barraco de última hora?". Pra que perguntar, Peter? Nos despedimos da Alice e da senhora Mendler. Meu pai estava na porta de casa desde a hora que eu cheguei. Murmurei um "oi" e ele continuou com a cara de merda. Depois que passamos pela porta, Peter colocou a Bia no chão, que foi correndo lá pra cima. Já estávamos indo pras escadas quando meu pai me chama. Joguei a mochila pro Peter e pedi pra ele subir.
- Fala. - Disse me virando de frente pra ele.
- Eu falei sério em te deserdar.
- Imaginei. Quer que eu faça o que?
- Sabe que tá de castigo né? - Dei de ombros.
- É só isso?
- Nunca entendi a sua indiferença, Andrew.
- Pai, eu to cansado, preciso de um banho... Outra hora, ok. - Virei e comecei a subir as escadas.
- Tá achando que vai ter outra vez?! Se tiver, só se for com o teu dinheiro, porque de mim você não ganha nem mais um dólar! - Ficar sem dinheiro é do capeta, também né. Continuei subindo as escadas como se nada tivesse acontecido. Até que escuto essa quando abro a porta do meu quarto: - Não nasci pra sustentar vagabundo.
- Como é que é?! - Estava quase nas escadas pra descer novamente, mas sinto uma mão me puxando pelo braço.
- Não esquece que tua irmã tá aí e ela já se assustou com os gritos do teu pai. - Óbvio que era o Peter.
- Você ouviu o mesmo que eu?!
- Ninguém é surdo. E eu to curioso pra saber o que aconteceu nessa viagem. Rolou um sexo selvagem? - Revirei os olhos. Peter é idiota.
- Alice não é esse tipo de menina.
- Imaginei. E ela tá diferente né? Pra melhor! Se deu bem hein. - Ri.
- Eu descobri quem é o cara lá. - Disse entrando no meu quarto. Bia estava lá, agarrada com o meu travesseiro.
- Encontraram com ele?
- Ele era namorado dela.
- Isso é óbvio, mas encontraram com ele ou não? Teve treta?
- Ele morreu, Peter.
- Isso é sério?
- E eu ia brincar com isso?
- Sei lá. Tu é babaca. - Mereço...
- É sério. Ele morreu mesmo. - Deitei do lado da Bia depois de esvaziar minha mochila e deixar um bolinho de roupa suja no chão. Depois eu iria colocar na máquina lá embaixo.
- Que horror! - Peter disse depois de um tempo em silêncio.
- Você e a Alice se beijaram? - Por incrível que pareça, não foi o Peter que perguntou. Olhei pra Bia.
- Tá muito espertinha pro meu gosto. - Disse cutucando o braço dela, que se contorcia parecendo uma lagartixa.
- É que vocês se gostam. E as princesas da Disney sempre beijam os príncipes.
- É, mas eu não sou nenhum personagem da Disney (graças a Deus!) e muito menos a Alice.
- Mas... Vocês se gostam. - Peter disse.
- O que é isso? Um complô? - Perguntei irritado. Sou afim da Alice, mas não passa disso. Prefiro minha liberdade. Vi uma roupinha de boneca sendo colocada na frente do meu rosto. - Que é isso?
- Você prometeu! - Bia falou.
- Não prometi nada! Mas, como sou um bom irmão e uma ótima pessoa, cadê a boneca? - Peter gargalhou. - Tá rindo de que, palhaço?
- Vou pegar a boneca. - Bia disse saindo do quarto.
- Aproveitando que a Bia saiu, peguei o celular de um ex-amiga gostosa da Alice pra você. Mas já que fica rindo de mim, fico com o número pra minha pessoa.
- Não, espera aí! Podemos negociar. - Safado.
- Tá na parte da frente da minha bolsa.
- Por que não ficou com o número pra você?
- Porque eu to com a Alice.
- Então, rolou beijo!
- Sim, rolou beijo. E não vou atrás da Emily. Pra começar, eu nem quero. E ela odeia a Alice. Então, nem pensar.
- Quando rolou o beijo? Sexta?
- É.
- Onde foi?
- Não preciso contar os detalhes pra você. Alias, isso é coisa de menina.
- Você parece gostar dela.
- Não viaja. - Bia entrou de novo no quarto com três bonecas nas mãos. - Tá, por onde eu começo? - Perguntei pegando uma delas.
(...)
- Tive insônia ontem. - Disse assim que vi a Alice saindo de casa segunda de manhã. - Espera aí, cadê a maquiagem?
- Acordei atrasada. Também culpa da insônia. Mas na verdade eu fiquei com preguiça de passar. - Fiz cara de surpreso. Não era fingimento. Eu realmente to surpreso. Abri a boca pra comentar das roupas, mas ela foi mais rápida. - Por favor, não pergunte onde está o preto.
- Você fica bem melhor assim. - Falei entrando no carro e ela fez o mesmo.
- Obrigada. - Ela respondeu sorrindo envergonhada. Sorri também.
- Vou ter que trabalhar agora. Meu pai não vai mais me dar nada. Quer dizer, minha mãe não vai mais me dar nada.
- Era o dinheiro da pensão?
- Era.
- Se sua mãe souber disso...
- Ele se fode. Eu sei. Mas eu quero ter meu próprio dinheiro.
- Tá querendo virar homem agora.
- Tá me chamando de gay, garota?
- Hm... Não. To dizendo que você ainda é um garoto.
- Então, eu sou imaturo.
- Você entendeu, Andrew!
- Tá se irritando já.
- Não to não. Para de ser chato. - Ri. - Mas tá quase lá.
- Quase lá onde?
- Em agir como homem, como um adulto e não como um garoto.
- Isso é bom.
- É... - Ela não falou muito depois disso. Chegamos na escola quase 10 minutos depois. Novamente as pessoas olharam, mas não porque ela veio comigo. E sim porque ela estava diferente. Quando eu digo que a mudança é gigantesca, eu não to exagerando.
(...)
- Se mais alguém me perguntar se eu sou aluna nova, juro que enterro o nariz do cidadão na cara. - Alice disse irritada e eu ri. - Você ri porque não é contigo!
- É engraçado. - Estávamos no intervalo. Não tinha ninguém sentado com a gente. Preferia assim. Mas preferia também que aqueles fuxiqueiros não ficassem olhando.
- Não é não. - O assunto acabou. Então, ela abriu o Querido John e começou a ler.
- O livro tá mais interessante que eu? - Perguntei fingindo estar ofendido.
- Qualquer coisa é mais interessante que você. - Me aproximei dela e falei no seu ouvido:
- Não foi isso que você disse quando estava bêbada. - Ela virou o rosto de frente pra mim.
- Exato. Eu estava bêbada.
- Mesmo assim.
- Eu não tenho culpa se você é bonito. - Ela disse com as bochechas coradas.
- Obrigado. Mas isso eu já sabia.
- Você é tão modesto, Andrew. Eu fico impressionada.
- Mais ironia pra que, né? E eu reparei que você não me deu um beijo hoje.
- Reparei nisso também. - Me aproximei e ela desviou. - Tem muita gente olhando.
- Tá desconfortável?
- Demais.
- É... Tem a biblioteca no segundo andar...
- Sério, Andrew?
- O que tem? Mais privacidade que isso, impossível. - Ela, finalmente, fechou o livro. Alice se levantou e perguntou onde era.
(...)
- Perdemos uma aula. - Ela disse sentada do meu lado. Ainda estávamos na biblioteca, sentados um do lado do outro.
- A minha era matemática. Então, não me arrependo.
- Eu tinha prova. Você tá me levando pro mau caminho.
- Eu? Diria que é o contrário. Você só tem cara de santa.
- Eu digo o mesmo pra você. - Passei meu braço pelos ombros dela. - Não, espera. Nem cara de santo você tem.
- Mas que mentira. Lógico que tenho. Não só tenho a cara, como sou um anjo também.
- Para de mentir, menino. - Ela disse rindo. - Vai fazer o que hoje a tarde?
- Tenho treino. Mas to com preguiça.
- Eu vou dormir depois de comer alguma coisa. Me inveje.
- Invejo mesmo! Eu to morrendo de sono.
- Que pena. - Ela disse irônica.
- Mereço... - Olhei em volta e respirei fundo. - Queria que a gente tivesse viajando de novo.
- Eu também. - Alice disse e encostou a cabeça no meu ombro.
- Só nós dois e ninguém mais. - Ela me olhou confusa por alguns segundos e depois voltou a recolocar a cabeça no meu ombro. Não que eu esteja me apaixonando e toda aquela coisa chata e melosa, mas nos acostumamos com a presença do outro. Não sei se ela se acostumou tanto quanto eu, mas, hoje quando acordei, estranhei estar sozinho no quarto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom, desculpem a demora. Eu realmente tive pouco tempo. Só hoje cheguei em casa era mais de 18h00 pq fiquei estudando e.e Chato, eu sei. Mas aí está o capítulo e espero q vcs tenham gostado. Bye! :3