Loki: Segredos Sombrios escrita por Tenebris


Capítulo 13
Rumo


Notas iniciais do capítulo

Salve, salve, galera! Demorei? Hhahhahh, acho que foi só uma semana. Gostaram da capa nova? Uma amiga minha pediu pra uma amiga dela fazer, e eu realmente amei muito! Achei que os irmãos de um lado, e o Steve e o Loki de outro, deixou a capa muito linda! Enfim, cá estou com mais um capítulo. Sinceramente, não me lembro muito bem do que escrevi, porque faz certo tempinho. Só digo que, em breve, vocês verão certas cenas de ação envolvendo o Loki, a Stella e aí surgem algumas respostas que vocês (e a Stella kkkk) querem tanto saber! Logo, logo, parte dos segredos será revelada! Fiquem atentos. Beijos



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Eu gostaria de dizer que eu vencera essa batalha de olhares.

Mas não. Aliás, acho que essa era minha fraqueza maior. Eu nunca conseguia resistir ao olhar de Loki. Eu abaixara minha cabeça, desviando meus olhos dos dele. Contudo, ainda assim podia sentir o verde de sua íris fitando-me e o deus rindo com aquele sarcasmo faceiro.

Mordi o lábio, encarando um pinheiro qualquer que estava no lado oposto. Eu podia agir feito idiota algumas vezes, mas eu não costumava ser assim. Eu não engolira a história de Loki. Algo devia ter acontecido naquela caverna. Algo que ele queria esconder de mim. Eu não me lembrava de nada, mas tinha certeza de que seria incapaz de usar meus poderes sozinha. Nós escapamos, mas de alguma forma que eu lutaria para descobrir, porque o deus da trapaça jamais me diria isso prontamente.

Essa curiosidade me dominava. Eu queria, urgentemente, saber o que acontecera de fato e como nós havíamos escapado. Eu queria saber por que Loki parecia ter estado dentro da minha mente, e porque também parecia que eu estivera na dele. Entretanto, não era exatamente isso que despertava minha curiosidade. O que mais me motivava a descobrir todas essas coisas era o fato de Loki tentar desesperadamente ocultá-las de mim. Ora, Loki estava escondendo-as de mim por algum motivo muito forte e significativo. Por isso eu queria descobri-las. O ato de Loki em querer esconder as verdades de mim só fazia com que eu quisesse ainda mais buscar essas respostas perdidas.

Mas essa curiosidade era uma coisa com a qual eu teria que aprender a conviver. Afinal, eu já me acostumara ao jeito misterioso do deus. Loki trabalhava de maneira paciente. E, se eu quisesse ter essas verdades, teria que trabalhar e agir da mesma forma. Isso me frustrou, mas pelo menos me contentei em imaginar que um dia poderia ver minhas dúvidas sanadas.

Eu estava ignorando Loki, tocando displicentemente o local onde ele me deixara: Em cima de um pedaço de seu traje. Qualquer pessoa comum pensaria que ele fizera isso por um ato de cavalheirismo, para não deixar uma dama indefesa e ferida diretamente sobre a relva. Já eu pensava que ele teria feito isso para me confundir. Para que eu tentasse adivinhar o motivo de tal atitude. E, como sempre, ele conseguia o que queria, porque eu estava justamente me perguntando o motivo de tal ato gentil. Vindo dele, eu esperava qualquer coisa. E nada de concreto me vinha à cabeça.

Olhando pelo canto do olho, eu observava que Loki ficara de pé, e estava andando em círculos displicentemente. Com uma atitude repentina, toquei minha cabeça e vi que a atadura improvisada ainda estava nela. Comecei a me perguntar por que Loki me salvara tantas vezes, mas tentei me impedir de continuar a pensar idiotices. Loki era imprevisível. Era como vagar num plano escuro, sem usar seus sentidos, desejando encontrar avidamente algo que não existe. E, mesmo assim, ter fé de que irá encontrar o que se busca. Em seguida, comecei a lembrar-me do pensamento que Loki tivera. O pensamento de que eu era o desconhecido, uma utopia distante, e que ao mesmo tempo, fazia o temer-me e desejar-me. Exatamente isso: Ele era o desconhecido instigante, e eu era a Utopia distante.

No entanto, fui retirada de meus devaneios, porque ouvia um barulho grave.

Steve Rogers aparecia. E, ao me olhar neste estado, avançara para Loki, empurrando-o contra uma pedra próxima.

- O que você fez com ela, deus da trapaça? – Steve indagou, num ímpeto incontrolável de raiva.

Loki franziu a expressão ao ser lançado contra a pedra, mas não demonstrou muito mais do que isso. Ele flexionou os dedos num gesto de recomposição, e falou ameaçadoramente, fitando Steve com uma fúria letal:

- Eu estava tentando nos manter vivos. Stella, eu tomei a liberdade de usar seu comunicador para chamar seus amiguinhos... Agora diga para o seu guarda costas abaixar esse escudo.

Loki falava comigo, mas seus olhos ainda fitavam perigosamente os de Steve. Eu me levantei, rezando mentalmente para que não cambaleasse, e corri até o Capitão.

- Ei... Está tudo bem! – Avisei, colocando minha mão no ombro dele. – Nada de mais brigas por hoje.

Steve arfou um pouco, relutou, e abaixou seu escudo. Ele assentiu e virou-se para me olhar.

- Vocês estão sumidos faz horas! – Ele contou, incrédulo.

Porém, maior incredulidade foi a minha. Arqueei as sobrancelhas, perguntando:

- O que? Horas?

Foi então que reparei que os outros Vingadores chegaram. Todos eles estavam ali, menos Banner. Deduzi que o “Outro cara” deveria ter tido alguns probleminhas para voltar à forma original. Meu irmão chegara e me abraçara, olhando com raiva para Loki. Lucca tinha alguns machucados e parecia bem exausto.

- Exato, minha querida. Nós lutamos por horas. Conseguimos vencer os Gigantes de Rocha, mas temo que seja somente o começo de uma série de ataques. Jarvis, sonde o local. – Contou Tony Stark, aproximando-se de nosso núcleo de conversa.

- Ganharam? E como foi? – Perguntei. Pelo menos uma noticia boa naquela manhã que acabava de nascer.

- Relativamente, tivemos poucas baixas. Tivemos a vantagem da surpresa e de estarmos fora de Asgard. O que restou do grupo de Gigantes já voltou para sua terra. Ninguém vai invadir Asgard. – Comentou Thor, pousando seu martelo no chão. – Mas Stark tem razão. Só paramos um ataque apenas. Primeiro, os Jotuns, depois estes... E temo que mais estejam por vir. Teremos que ficar preparados.

Eu assenti, lançando um sorriso encorajador para ele.

- E iremos impedir.

Tony retirou o capacete da armadura e me fitou de um modo analítico.

- Mas, pelo visto, você ficou com a parte mais difícil da missão. Aturar o Homem Rena. O que aconteceu com vocês dois? – Stark perguntou, olhando agora para Loki. O deus o fulminou com o olhar.

- Bem... Alguns Gigantes nos encurralaram. Usei meu poder para fazer a gente escapar e acabamos indo parar numa caverna. – Eu contei, apreensiva porque todos os olhares estavam em mim. – Eu estava quase desmaiando. Os Gigantes tentaram destruir o teto da caverna para nos soterrar. Mas... Eu usei meus poderes de novo e conseguimos escapar. Eu apaguei depois disso.

Stark piscou para mim, dizendo ironicamente:

- É... Não sei, não. Você... O nosso querido Mister Prisão Asgard ali... Uma floresta. Todo mundo machucado... Isso nos dá muito para pensar, Senhorita Alessa. – Stark riu maliciosamente.

Quando ele se aproximou de mim, dei um soco nele. Ignorei o fato de minhas mãos doerem pelo contato com sua armadura. Stark reclamou, entre risos. Steve olhou-o com repreensão.

- Partimos em meia hora. – Anunciou Natasha.

- E você precisa de cuidados, Stella. Está muito ferida. – Disse Steve, prestativo.

E assim, todos nós caminhamos de volta até onde a legião de soldados se encontrava. Steve fez um curativo decente em minha cabeça, reprovando-me pelo meu comportamento arriscado durante a batalha. O toque gentil dele me fez sentir novamente em casa, de alguma forma. Eu estava com alguém familiar num lugar que estranhamente também me soava assim. Steve fazia tudo ao seu redor parecer um porto seguro depois da tempestade. Estando mais calma, me alimentei com as provisões que eu tinha. E dez minutos depois, partimos. Eu estava preocupada com Banner, mas Barton me disse que ele saberia como nos achar no meio do caminho.

A estrada já me era conhecida, e meus pés andavam mecanicamente sobre ela. Tudo fora muito mecânico. As cinco horas de caminhada. As conversas com Steve. Tudo tranquilamente familiar. À noite, precisamos acampar. Eu mal conversei com as pessoas. Preferi dormir e descansar. Como eu estava muito debilitada – tanto física como emocionalmente -, ninguém protestou em me deixar dormir o dia todo.

Mas eu não encontrava a paz que queria. Ocasionalmente, os pensamentos de Loki invadiam minha mente, e eu sentia que minha mente era invadida por ele também. Quanto mais eu pensava no deus, mais vezes isso acontecia. E isso me impossibilitava de dormir. Era como ter duas consciências agindo simultaneamente... Era como ter Loki perto demais, de uma maneira intensa demais. Assim, novamente caminhando por horas, Asgard já era vista por nós. Faltavam minutos de caminhada para chegarmos à Cidade Dourada.

•••

Uma nova manhã nascia. Eu já estava em Asgard há pouco mais de um mês. Um mês vivendo nessa loucura perigosa, na qual cada dia fazia surgir infinitas perguntas sem respostas, que faziam minha mente delirar.

O horizonte já começava a esboçar um tom laranja incandescente, e o sol ia nascendo aos poucos, iluminando parcialmente a paisagem. Ao longe, eu via o Palácio de Asgard cintilar convidativamente. Todos ainda estavam meio sonolentos e preguiçosos. O ritmo geral da nossa caminhada era lento. Tony caminhava ligeiramente confuso, enquanto mexia em algo que parecia ser um celular muito tecnológico. Steve tentava polir seu escudo enquanto andava. Thor ia pensativo, provavelmente arquitetando quais seriam nossos próximos passos. Natasha e Clint iam silenciosamente, quase na sombra, movendo-se como verdadeiros vultos. Banner limpava os óculos e olhava insistentemente para suas roupas, como se temesse que algum rasgo pudesse expô-lo de maneira cômica. Lucca andava mais para trás de nós, perto da legião de soldados asgardianos. Ele devia estar procurando por Sif. Diversas vezes, eu ouvi assobios que poderiam ter sido feitos por ele, mas a moça continuava a ignorá-lo. E eu andava sozinha, no último flanco. Atrás de mim, só havia ele. Loki.

Eu precisava falar com ele, ou pelo menos tentar. Eu costumava ser determinada, mas o deus da trapaça conseguia me fazer vacilar até nisso. Por fim, fiquei parada de braços cruzados, batendo os pés nervosamente no chão. Eu esperei até sentir aquele friozinho característico, aquela brisa cortante que indicava a soturna aparição do deus. Obviamente, era uma manhã bem gelada, beirando aos cinco graus. E o deus da trapaça conseguia fazer o ar esfriar ainda mais, somente com seus passos leves e sua respiração ritmada.

Avistando-o, eu me coloquei de modo a caminhar lado a lado com o deus. Loki tinha um sorriso enviesado no rosto, e seus olhos verdes estavam longínquos, como se ele não tivesse me notado. Contudo, seu sorriso travesso e sua testa vincada me indicavam que tudo não passava de mais um de seus joguinhos.

- Veio terminar sua missão de cuidar do pobre deus da trapaça, Stella? – Loki perguntou, fingindo afetação no tom de voz.

- Na verdade, eu até havia me esquecido disso. Sorte sua. Sou uma guarda costas meio... Rígida. – Comentei, caprichando no tom de ameaça. Isso fez com que Loki revirasse os olhos.

- Estou surpreso com sua sinceridade... – Ele comentou, quase sussurrando.

Eu deixei escapar um riso de descrença, e comentei incisivamente:

- Eu sei que tem algo de diferente... Aconteceu alguma coisa naquela caverna que você não quer me contar. Eu sei disso. Quero respostas.

Loki, finalmente, me fitou. Seus olhos verdes pareciam fixar-se nos meus daquela maneira intensa, quase doentia. Era como se, novamente, ele estivesse tentando me interpretar e identificar se isso lhe seria conveniente ou não. Até mesmo ao olhar para outra pessoa, Loki só conseguia pensar em si mesmo. Fiquei surpresa ao ter chegado a essa conclusão puramente por mim mesma.

- Você não vai me dizer nada, não é mesmo? – Perguntei, referindo-me às tão desejadas respostas. Cruzei os braços, enquanto Loki permanecia caminhando impassível.

- Não. – Ele disse, reticente.

- Ótimo. Mas não vou desistir. – Dei de ombros, ligeiramente contrariada. Minha expressão se fechou um pouco, e isso pareceu de alguma forma divertir Loki ainda mais.

Ele caminhava displicentemente, com as mãos colocadas atrás do corpo. Seus olhos iridescentes fitaram ora o chão, ora o caminho quase vazio em nossa frente. Por fim, se detiveram em mim. Tentei decifrá-los, procurando encontrar um padrão para seus modos de movimento, buscando entender o deus da trapaça de fora para dentro. Queria compreender o que o levava a ser tão misterioso e imprevisível. Olhando para aquele sorriso enviesado, que parecia múltiplo em seus significados, eu tentava entender que tipo de poder de atração aquele homem exercia sobre mim. Devia ter alguma explicação racional para isso. Os olhos de Loki me fitavam de uma maneira intensa, urgente, como se pela primeira vez ele quisesse demonstrar mais do que realmente aparentava.

- Minha cara Stella... Muitas vezes, o processo de descoberta importa mais do que as respostas em si. – Ele disse, sorrindo lateralmente e exibindo seus dentes alvos.

Eu me dei três segundos para decifrar aquela frase. Nada de útil veio à minha mente. Eu já estava ficando irritada por acumular tantas perguntas e tantas curiosidades. Estava quase a ponto de suplicar para o deus que me saciasse com qualquer resposta mais certeira, mas eu jamais faria isso. Nem sei por que pensei dessa maneira. Eu estava ficando inebriada novamente pela presença dele... A claridade verde indecifrável encontrando-se com os negros dos meus olhos ávidos.

- Pelo menos uma vez você podia deixar de usar meias palavras e ser mais direto! – Bufei, ligeiramente agressiva e irritada.

Loki riu levemente durante algum tempo. A claridade do dia aumentava gradualmente, iluminando os cabelos negros do deus. Seus olhos reluziam ainda mais, em meio ao semblante trapaceiro e de aparente contradição. Loki falou casualmente para mim, com aquele clássico tom misterioso e sedutor:

- Se eu fosse direto, você poderia não acreditar em minhas intenções. Além disso, meias palavras contribuem para a... Diversão.


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Notas finais do capítulo

E então? Longo demais? Me digam o que acharam! Beijos