Sam chegara em sua casa e nem se deu ao trabalho de escutar o que sua mãe estava lhe dizendo e já foi correndo para o quarto, se trancando imediatamente. Encostou-se na porta e foi escorregando até sentar no chão.

_Meu Deus Sam! Isso não foi real! Não pode ter acontecido! Como foi tão rápido?

Levantou-se do chão e foi para a sua cama, se jogando em cima de seus ursinhos e travesseiros. Encarava o teto, pensando em Freddie, no beijo que trocaram a poucos minutos atrás, e se Marissa não tivesse entrado? O que ela iria dizer a ele? O que isso significou para ele? Ou melhor, o que significou para ela?

Tentara pensar na última vez que gostara de um garoto, não sentia nada que se comparasse ao que estava sentindo quando o beijou, nunca havia beijado ninguém desse jeito, a não ser um garoto que lhe deu um selinho rápido, mas ela não contava isso como um beijo de verdade.

Será que eu estou gostando dele?

Levantou-se da cama, ficando sentada, pegou um ursinho que ganhara quando tinha cinco anos de seu pai que agora estava desaparecido. Ficou o olhando por um bom tempo.

_Talvez eu esteja apaixonada por Freddie - disse para o ursinho, como se ele pudesse dizer alguma coisa.

[...]

 Freddie estava sozinho no quarto, enquanto esperava sua mãe com o seu lanche.

Seus pensamentos não saiam de Sam como nos outros dias, estava pensando nela com frequência e não sabia ao certo se isso era normal, já que nunca gostara de uma garota, já beijara outras garotas, mas nenhuma que fosse igual Sam.

Achava que estava gostando dela, e sua teoria era beija-la para ter certeza disso. E foi o que aconteceu a beijou e agora não tirava seus pensamentos do beijo, agora tinha certeza que estava gostando dela de verdade, mas só precisava saber o que ela sentia, claro que ele não era esses tipos de garoto que é romântico e que fica mandando flores, ele era mais reservado.

Mas Sam era diferente, de todas as outras, do colégio inteiro, porque ela fora a única que se importou realmente com ele e que se não fosse por ele, poderia até mesmo estar morto. Ela que estava tentando ajuda-lo e quis ser sua amiga quando todos queria distância dele, e mesmo sendo arrogante com ela, ela não parava de tentar um assunto com ele, talvez fora isso que o fizera se apaixonar por ela.

Viu que a porta estava se abrindo e viu sua mãe, passar por ela, com uma bandeja nas mãos, levou até Freddie e depois voltou para fechar a porta.

_O médico disse que você pode sair hoje.

_Ótimo, não vejo a hora de sair desse lugar - respondeu sem olha-la e começou a abrir o pacote que continha seu sanduiche.

_Freddie, aconteceu alguma coisa? Parece que está com raiva de mim, mais que o normal.

"Não deveria ter chegado na hora errada!"

Quis responder, mais só teria que explicar ainda mais coisas e então não respondeu nada e apenas comeu seu sanduiche, afinal, ele praticamente já tinha auta no hospital.

[...]

No outro dia, Sam acordara mais cedo que o normal, para ir a escola, tentou enrolar o máximo que podia em casa, mas mesmo assim acabou chegando cedo na escola.

Não conseguira dormir quase nada a noite pensando em Freddie, no beijo e no que ela deveria estar sentindo. Ficou sentada nas escadas perto da porta onde os alunos entravam, ela foi uma das primeiras alunas que chegara, o que resultara em não ter nada a fazer enquanto esperava o resto dos alunos.

Ficou por quase meia-hora olhando as pessoas chegando com cara de desanimadas, outras chegando alegres, indo conversar com os amigos, ou indo pegar algo no armário, pelo menos, aquilo parecia ser interessante para Sam no momento.

Passou mais alguns minutos observando essas coisas, quando viu uma morena saltitante tampar sua visão, com um sorriso típico estampado em seu rosto.

_Olá Sam - cantarolou.

_Oi - forçou um sorriso.

_Essa cara de novo não, qual é.

_Desculpe, acho que acordei muito cedo hoje.

_Nossa, por que? Estou vendo, está com olheiras.

_Obrigada - ironizou - Era a única coisa que eu estava desejando ouvir nessa manhã.

_Desculpa, mas por que está assim?

_Não consegui dormir direito.

_Por que? Não me diga que é por causa do Freddie de novo, o que ele aprontou dessa vez?

_Me beijou.

_O que!? - primeiramente sua cara era de espanto, depois logo outro sorriso foi se formando - E isso não é bom?

_Não sei, eu estou confusa, não sei nem porquê ele me beijou.

_Isso é um bom sinal, talvez ele goste de você!

_Que seja! Eu não sei o que fazer, tá legal?

_Vai e conversa com ele.

_Não tenho cara para ir ao hospital e conversar sobre isso com ele.

_Eu vou com você.

_Não! Ai que eu não consigo mesmo.

_Poxa, magoou.

_Desculpa, é que eu não consigo.

_Opa, então não olha para a porta - disse, olhando para a porta principal.

_Por que? O que tem lá? - tentou olhar e viu o moreno que estava mexendo com a sua cabeça.

_Eu disse para não olhar!

_Droga! - resmungou - Eu só queria saber, você não me falou quem era, e agora o que eu faço? Será que ele me viu?

_Se continuar falando alto desse jeito, tenho certeza que não vai demorar muito para ele vir aqui.

_E agora? Eu tenho que sair daqui!

_Como?

_Não sei, fica na minha frente pelo menos - empurrou Carly de maneira com que a morena ficasse na frente dela.

_Acho que ele esta te procurando.

_Como sabe? O que ele está fazendo?

_Está olhando para o seu armário, está olhando nos corredores e... Ai! Ele está olhando para cá!

_Fique quieta então!

_Acho que é tarde demais, ele está olhando para cá.

_Não fale mais!

_Agora está vindo em nossa direção.

_Já disse para calar a boca.

_Tarde demais - disse e o moreno se aproximou delas.

_Bom dia Carly... E Sam - olhou para a loira que tentava se esconder atrás de Carly.

_Bom dia - Carly abriu seu sorriso de sempre e deu um cutucão na loira que ainda tentava se esconder.

_Ai!... Oi Freddie.

_Posso conversar com você? - olhou para Carly, como se dissesse para a morena ir embora.

_Ér... Acho que meu namorado quer me ver... Boa sorte Sam! Tchau!

_Droga garota! - resmungou. Olhou para Freddie e forçou um sorriso - O que quer falar? - perguntou, mesmo já sabendo o que ele queria dizer.

_Sobre ontem... No hospital.

O sinal tocou.

"Obrigada!"

_Acho melhor irmos, depois conversamos - pegou sua mochila que estava perto de seu pé e foi para a sala, sem mesmo esperar pela resposta de Freddie.