London Love escrita por Gi Carlesso


Capítulo 3
The Blue


Notas iniciais do capítulo

Olá :) tudo bem? Ela finalmente vai conhecer a The Blue, ai mds!!! Eu já aqui imaginando eu conhecendo minha banda preferida... ai doeu
Ok, parei, boa leituraa



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Acordei no outro dia sentindo meu rosto pesado, havia ainda algumas marcas das lágrimas e meus olhos estavam inchados. Tive que passar alguma maquiagem para poder escondê-las, assim não teria que ouvir perguntas, mesmo que isso já fosse inevitável.

Coloquei uma roupa quente , pois hoje eu queria sair e tentar me divertir um pouco. Ana sempre diz que, quando você sente que vai desabar, sair e rir são palavras e atos que ajudam mais do que tudo. Ela tinha razão, como sempre.

Quando cheguei no andar de baixo, a governanta arrumava a mesa para o café da manhã, mas, de uma forma muito assustadora, ela sorriu em minha direção dizendo o “Bom dia” mais calmo que já ouvi. Do jeito que ela era, eu realmente estava esperando um “Por que falou com seu pai naquele tom, mocinha?!”. Entretanto, sorri retribuindo o bom dia calmo e sorridente.

– Bom dia, Sra. Godwing e bom dia, Scarlet. – ouvi a voz de meu pai surgir quando o mesmo saiu de seu escritório arrumando a manga do suéter marrom. Ele dissera aquelas palavras tão cordialmente, que cheguei a pensar se tudo o que acontecera ontem, fora apenas um sonho. – Filha, hoje eu tenho uma reunião com os meninos da banda The Blue, um deles aprontou novamente e eu tenho que arrumar um jeito de tirar a notícia dos jornais. Gostaria de ir também?

Ok, se isso acontecesse dois anos atrás, eu estaria pulando como um canguru e gritando.

Mas, pelo contrário, eu apenas sorri tentando esconder a completa felicidade e murmurando um simples “claro”. Óbvio que, por dentro, eu não conseguia conter a excitação de conhecer a banda que sonhei em pelo menos assistir um show por tanto tempo, porém, eu não podia mostrar essa alegria, afinal, eu e meu pai tivemos uma “quase” discussão na noite anterior. Bem, eu sou sim daquele tipo de não engolir o próprio orgulho.

Terminamos o café da manhã e meu pai indicou o caminho até a garagem, ao chegarmos lá, eu tive mais uma surpresa - já estou até cansada de tanto me surpreender nessa casa – ao ver uma BMW Z4 M couple cinza estacionada. Eu já estava acostumada com a ideia de ter um pai devidamente famoso e claro, rico, porém ainda assim parecia loucura tudo isso estar acontecendo. Até mesmo encarar a uma BMW parecia uma coisa absurda demais de tudo o que acontecera em minha vida. Meus avós não tinham tanto, apenas viviam de uma aposentadoria e com o salário considerado baixo de meu avô, quem lutava em um emprego que ele mesmo dizia não gostar muito.

Sempre tentei ajudar ao máximo que podia no Brasil, mas por conta de meu português fraco, os empregos sempre duraram pouco.

– Scar, eu... eu queria pedir desculpas por ontem. – disse meu pai com a voz um pouco apagada por causa da música tocando no rádio. Ele tinha a atenção voltada a rua bem a sua frente, porém eu sabia que ainda assim prestava atenção ao o que eu poderia dizer.

Franzi o cenho.

– Desculpas pelo quê?

– Por ter citado aquele assunto. – meu pai suspirou. – Depois de tudo que aconteceu, eu preciso me desculpar. Fui um péssimo pai e sua mãe não menos. Deveríamos ter percebido que você era só uma criança...

– Olha, não vamos falar sobre isso hoje. – cortei não me arrependendo de não poder ouvir o resto. Assuntos voltados ao passado sempre me traziam péssimas lembranças e eu fazia de tudo para evita-los. Sempre foi assim. – Quando você pedir desculpas pelo o que aconteceu quando eu era criança, espero que você esteja olhando para mim e eu veja sinceridade nisso.

Tom não continuou, ele provavelmente entendeu que se fosse para nós dois termos esse tipo de conversa, teria que ser séria e não dentro de um carro ouvindo a banda que ele gerenciava. Eu estava traumatizada com tudo que aconteceu e isso, não mudava nada.

A música Miss me da The Blue tocava animadamente no rádio, uma música que não combinava absolutamente nada com o assunto da briga e muito menos com o clima que ficara no carro depois do quase pedido de desculpas.

Não sei por mais quantas horas ele dirigiu até finalmente chegar no prédio em que um dos apartamentos eram usados como centro de reuniões entre Tom White e a banda The Blue. Senti minhas mãos tremendo, não havia como negar, eu estava nervosa em conhecer os quatro garotos e ainda por cima, ouvir toda uma reunião com eles.

Acho que estou recebendo coisas demais na cabeça. Só acho.

O prédio não era residencial como parecia na entrada, na verdade, era um empresarial sendo cada andar algum departamento diferente. Ao que parecia, o terraço era da empresa de meu pai, onde iríamos encontrar a banda e ele trataria com um deles algo que acontecera. Pegamos um elevador com algumas pessoas subindo até o último andar comigo tentando respirar fundo e não acabar pirando com tudo aquilo.

Ok, sem desespero.

Eles são só garotos.

Pessoas comuns que tentam mostrar o talento.

isso.

Meu pai me guiou quando a porta do elevador abriu e seguimos por um corredor com todas as paredes feitas de vidro. Do outro lado de vários deles, haviam salas com muitas pessoas, depois, passamos por um estúdio e outros. A cada passo, eu me sentia ainda mais nervosa, sentindo minhas pernas quase bambas. O que estava acontecendo comigo? Eu estou até parecendo uma fã louca.

– Bom dia, Sr. White. – disse uma mulher ao chegar ao nosso lado e nos acompanhando até a sala de reuniões. Ela entregou duas fichas ao meu pai, quem li-as lentamente enquanto andava. – Aumentaram o número da oferta para a banda The Blue ceder a entrevista novamente.

– Mas já não haviam aumentado? – perguntou ele sério.

– Sim, mas insistem em ter os garotos na revista. Estão oferecendo capa e algumas fotos nas páginas em que estará a entrevista.

– Não são bobos, é claro que querem os garotos. Justamente agora que estão fazendo sucesso. – meu pai revirou os olhos e devolveu à ela as duas fichas. – Ah, quase me esqueci. Mary, essa é minha filha, Scarlet.

Nós duas apertamos a mão uma da outra. Continuamos seguindo pelo corredor até uma das últimas salas, a qual em sua porta havia uma placa escrito “sala de reuniões”. Hum, bem óbvio. Do lado de fora, eu já conseguia ouvir as risadas e conversas com vozes muito bem conhecidas por mim, coisa que só piorou minha situação nervosa.

E então, Tom abriu a porta e lá estavam eles – dois sentados em um sofá no canto da sala rindo dos outros dois que dividiam uma poltrona relativamente pequena tentando irritar um ao outro. Exatamente como eu os imaginava.

– Noah e Zack, eu já disse para pararem! – disse Tom chamando a atenção dos dois que tentavam se irritar. Noah e Zack Thompson eram irmãos, e para piorar gêmeos. Ambos possuíam cabelos loiros e olhos castanhos divertidos, a única coisa que os diferenciava era a estatura e os músculos de Zack.

Eles olharam para meu pai parecendo assustados em terem sido pegos no flagra e com isso, pararam o que estavam fazendo e se sentaram no sofá ao lado de Will e Henri.

Will Evans era conhecido como o mais centrado do grupo, sempre estava tentando manter os gêmeos e Henri sob controle. Ele era o mais baixo, tinha cabelos castanhos claros e olhos escuros como os dos gêmeos. Mesmo sendo sério, Will conseguia ser engraçado algumas vezes, principalmente com mulheres envolvidas. Will possuía uma lista relativamente grande de namoros, desde modelos internacionais até atrizes muito bem conhecidas que acabavam se envolvendo com a beleza e charme do garoto de 21 anos.

Quanto a Henri Price, bom, nem preciso dizer que ver aqueles olhos extremamente azuis deixa qualquer um de pernas bambas e sem ar. Henri era o mais alto dos quatro, cabelos negros e enrolados arrumados em um topete bagunçado e divertido. Ele era muito charmoso, quieto a maior parte do tempo, mas dono de um charme britânico encantador.

Ocupada demais observando os quatro tentando disfarçar a bagunça, acabei não percebendo os olhos azuis de Henri sobre mim, assim como os gêmeos que pareceram interessados na visão de mim ao lado do grande Tom White.

– Coloque-os na linha. – disse Tom de forma severa à Will, quem apenas assentiu e deu um tapa na cabeça de Zack. Os dois quase começaram uma discussão, mas Noah interviu. – Temos que conversar ainda sobre suas saídas noturnas, Will. Em todas as revistas de fofoca e jornais de todo o Reino Unido só se ouve falar sobre Will Evans e suas “novas” namoradas.

Isso arrancou risos de Henri e os gêmeos, quem provavelmente estavam desfrutando de uma piada interna.

– Desculpe, Tom. – disse Wil fazendo uma a careta à Henri. – Acho que os fotógrafos chegaram na hora errada.

Mais uma vez ocorreram crises de risos, mas Will quem começou.

– Isso não é engraçado, garotos. – meu pai voltou a assumir a postura severa, o que fez os meninos ficarem quietos. – Vocês não estão assumindo as consequências de seus atos, lembrem-se que aparecer muitas vezes em revistas de fofoca com mulheres atrai uma imagem negativa à banda. Isso é sério, vocês quatro têm que ser mais conservadores.

Conservadores? Meu pai estava pedindo para quatro garotos britânicos de 19 à 21 anos para serem mais conservadores quando se trata de garotas? Ok, acho que isso não é exatamente a melhor truque empresarial que ele já fez.

Meu pai se sentou à mesa no centro da sala, convidando-me para sentar ao lado dele. Os meninos assistiam atentamente meus movimentos, o que me fez ficar corada no mesmo instante.

E claro, Tom percebeu.

– Will, Noah, Zack, Henri, – ele disse o nome de Henri de uma forma quase que ameaçadora antes de continuar. – essa é minha filha, Scarlet.

Não consegui entender exatamente o porquê da forma com que meu pai falara ao se referir a Henri, mas preferi não dizer nada. Os meninos pareceram animados em me conhecer, o que me fez pensar que meu pai já havia tocado no assunto sobre ter uma filha que morava no Brasil. Will foi o primeiro a vir até mim e me cumprimentar.

– Oi, Scarlet. – disse ele sorridente. – Você parece muito seu pai.

– Oi, Will. Ahn.. obrigada. – fiz uma careta tentando parecer engraçada, e isso deu certo, pois ele riu.

Os gêmeos vieram juntos na minha direção com um sorriso grande – idêntico – estampado nos lábios. Os dois eram só um pouco mais altos que eu, e ainda mais bonitos de perto.

– Hey, Scar. – disse Noah me dando um abraço, porém afastado por seu irmão quem o olhou de cara feia. – O que? Não posso abraçar a menina?

– Você acabou de conhecer ela, Noah. – Zack revirou os olhos. – Não liga para ele, Noah acha que só porque as pessoas são legais com ele, quer dizer que já são amigos.

– Está tudo bem. – eu disse rindo. – Acho que eu e Noah podemos ser amigos.

Noah começou a gargalhar histericamente antes de parar de forma brusca e apontar o dedo na direção do rosto de Zack.

– Há! – disse ele. – Na sua cara!

A sala se encheu de risos por causa das brincadeiras bobas dos gêmeos Thompson, até mesmo meu pai estava rindo. Os dois saíram de perto de mim ainda discutindo enquanto eu via Henri levantar lentamente do sofá e me encarar de uma forma... entediada.

– Hum, oi. – disse ele, parecia estar forçando o sorriso e esticando a mão esquerda para que eu a apertasse. – Henri.

– Scarlet, mas pode me chamar de Scar. – falei apertando sua mão e tentando imitar o tom seco dele.

Ele sorriu e voltou-se a se sentar no sofá como se nada tivesse acontecido. Ok, mas que diabos acabou de acontecer? A imagem que eu tinha em minha mente sobre Henri Price, era de um garoto charmoso, divertido e até mesmo bobo as vezes, porém o Henri a minha frente era sem graça, seco e até mesmo falso.

Um pouco desapontada, voltei a me sentar na cadeira ao lado de meu pai ainda os observando. Os outros garotos eram exatamente o que eu esperava, por isso poderia me considerar alegre pelo o que estava acontecendo.

– Bem, garotos, espero que tenham entendido. – disse meu pai quebrando o silêncio da sala. – Podem voltar para o dia de folga, eu preciso resolver alguns detalhes das fotos para a próxima revista e além disso... estão livres.

Isso foi o suficiente para que os quatro já pulassem do sofá comemorando como se fossem crianças. Principalmente os gêmeos, que nem se preocuparam com o local que estavam e saíram correndo pelo corredor enquanto ouviam as crises de riso de Will. É, concordo, eles são loucos.

– Zack, esperai!!! – ouvi o berro de Noah no meio do corredor antes de ouvir seus passos até que ele chegasse à porta da sala novamente. – Ei, Scar, nós vamos almoçar em um restaurante perto daqui, quer ir junto?

Olhei para meu pai, quem levantou as sobrancelhas como se dissesse “você decide”.

– Tudo bem, vou sim. Só não me deixem excluída!

De repente, Zack apareceu ao lado do irmão.

– Acredite, - disse sarcástico. – Noah não vai deixa-la excluída.


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Notas finais do capítulo

Vish, Henri é estranho hein? Já vi tudo hehe



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