POV Eve - Drops of illusion

Desespero. Isso com toda certeza me definia naquele momento. Minha cabeça girava e o meu coração estava acelerado, enquanto minhas mãos tremiam. 

Fazia alguns minutos que eu tinha saído da Itália. Mal podia acreditar que estava longe daquela mansão.

E eu estava em pânico, tinha parado em algum lugar muito esquisito e me parecia ser difícil alguém me achar ali. Eu acho. Algumas lembranças inevitavelmente me atingiram com força. 

Senti algo muito quente em minha cara e automaticamente levei meu braço ao meu rosto, tentando inutilmente evitar a claridade. Ao longe, muito vagamente, senti um cheiro estranho e algo muito pesado perto de mim, sufocando-me. Meus olhos ardiam por conta do sol insuportável e por isso, eu tentei a todo custo não abrir os olhos, mas quando o desconforto continuou, foi impossível ignorar. 

Com certeza eu estava em em cima de uma cama, pois sentia a colcha cobrindo-me, mas tinha algo errado... Algo pesado. Inclinei a cabeça, virando-a lentamente para o lado, antes de soltar um grito um pouco alto e fino. 

– Puta que pariu! – xinguei, levando minhas mãos à boca. Meus olhos estavam arregalados. 

Ao meu lado, um homem dormia serenamente, com a cabeça recostada no travesseiro, bem perto de mim. Mas não foi exatamente isso que me apavorou, e sim, porque aquele ali era o Collins. Não, eu ainda não tinha nenhum problema muito grave na cabeça para dar alucinação e com toda certeza eu tinha passado da fase de sonhar acordado, Collins realmente estava ali. Ao vivo e a cores. Porra! Porra! 

E o pior, ele estava nu e eu tinha certeza que eu também. Oh meu G-zuis eu preciso de uma mãozinha! 

– Collins? – chamei, hesitante. Vendo que ele ainda dormia, aumentei o meu tom de voz:– Collins! – gritei, bem perto do seu ouvido, fazendo com que uma mão quase atingisse o meu rosto com tamanha rapidez que Collins acordou. 

– Caralho... –  reclamou, passando a mão nos seus fios loiros. 

– Collins. 

Seus viraram-se para mim e depois, para baixo. Ficamos em silêncio por alguns segundos que mais parecia a eternidade. 

– Droga, Eve! Olha o que você fez... Eu não acredito nisso –  levantou-se de supetão, andando do lado para o outro. Ainda bem que ele estava de cueca. 

– Pára com isso! – bradei, já irritada. 

– Barbie, Barbie... Você passou dos limites – passou novamente as mãos no cabelo, já furioso. 

– Ah, claro né! Eu fiz sexo como meu dedo! – reclamei, irônica. 

– Eu sou homem e... Ah! Esquece. 

– Mesmo? Tá parecendo uma marica desesperada – cruzei os braços. – Não é que você fosse virgem, garotão. 

– É, mas existe a diferença de uma garota de programa e você. Porque... 

– Por que...? – provoquei. 

– Porque você é amiga daquela sua, sua... Ah, você sabe e... 

– Tá, tá... Olha, nada de drama – levantei da cama, entrando dentro do closet, sem trancar a porta. – Sou bem grandinha e, nós fizemos um acordo, lembra? 

Ouvi um grunhido irritado e furioso no quarto. 

– Claro! O acordo... Olha para você, Barbie... Fazendo esse tipo de coisa, como se fosse um acordo. Você é a sua amiguinha são fúteis. 

– Cala a boca, tá! Não fala assim da Mona... E, eu já fiz a minha parte e você vai fazer a sua. 

Tranquei a porta do closet, furiosa. 

Eu só não sabia que aquilo era furada, me arrependi segundos depois. E desejei nunca ter feito aquele acordo idiota... Aonde estava com a cabeça? Era claro que Collins iria se aproveitar e... Não, a culpa tinha sido minha. E agora, eu me sino meio puta. Meio não, muito puta. Eu tinha dado o meu corpo para um esquisito, sem pensar nas consequências que isso me traria. 

Era para ser só um beijo... Que foi mais que um beijo, com certeza. Eu não sabia como, mas aquilo tinha me deixado deprimida e ao mesmo tempo, feliz. Mas agora já foi, Eve. Acabou. 

– É, acabou – murmurei, vendo o meu novo destino. 

Devon, Inglaterra.