Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim escrita por Suzy Cullen


Capítulo 22
Capítulo 21




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Carlisle

Saí do hospital perto do meio dia e fui direto para o trabalho da Rosalie, para leva-la para almoçar como eu prometi.

— Chegou rápido até. — ela falou quando entrou no carro.

— Hoje não era nem um bom dia para te levar para almoçar, você sabe.

— Você me prometeu.

— Eu sei.

— Então, como você tá? Teve mais uma queda de pressão?

— Não já melhorei.

— Pelo menos a Esme deu um bola dentro dessa vez não é?

— Como assim?

— Foi ela que te trouxe e tudo mais.

— Ah foi.

— Tem algo errado com você. — continuei sério. — o que foi?

— Nada.

— Você não ia mudar por causa de nada. O que aconteceu?

— Não aconteceu nada.

— Carlisle, eu sempre desabafo com você, acho que podia confiar em mim.

— Eu confio, claro.

— Então pode falar. Eu sei que é bom ter alguém para conversar nessas horas e pode conversar comigo.

— Mesmo?

— Mesmo. — respirei fundo ainda pensando se era realmente uma boa contar tudo para Rosalie.

— A Esme foi anteontem lá em casa.

— Ah. — ela bufou com indiferença.

— E ela me beijou. — falei baixinho, mas óbvio que Rose tinha ouvido.

— O quê?! O que ela pensa que é?! Você está com a Bella, ela tem que respeitar isso! — comecei a me arrepender de ter dito.

— Eu também fiquei irritado.

— Você não correspondeu, certo? — olhei para ela e fui obrigado a responder como ela esperava:

— Claro que não.

— O que ela falou?

— Começamos a discutir e ela admitiu que sentia minha falta, mas acho que é mentira.

— Cara de pau. É claro que é mentira, ela te magoou e agora diz que ainda gosta de você? Se ela gostasse, tinha que pensar em você antes de fazer todas aquelas burradas.

— Depois disso, acho que eu até concordo com você.

Edward

Estava no trabalho quando recebi o telefonema da Rosalie, me deixando confuso.

— Alô.

— Oi Edward. — ela falou parecendo bem simpática.

— Oi Rosalie. — tentei soar simpático também.

— Desculpe te incomodar, mas a Esme está em casa? Eu precisava conversar com ela. — estranhei, mas mesmo assim respondi.

— Ela está sim.

— Ah ok, obrigada. Até mais.

— Até. — ela desligou primeiro.

Eu não podia imaginar o que Rosalie queria com Esme, mas talvez fosse algo relacionado com o que aconteceu no bosque, já que aquela foi a primeira vez que as duas se falaram. De todo jeito, eu acho não precisaria me preocupar.

Rosalie

Cheguei no apartamento de Edward, que por sorte ficava no bairro que eu conhecia, então foi fácil de achar, sem contar que eu já tinha vindo aqui quando Carlisle e Esme eram casados.

Enrolei o porteiro inocente e entrei sem problemas. Ele me disse onde ficava o apartamento de Edward Masen. Subi o elevador. E eu estava na frente da porta daquele apartamento.

Respirei fundo e bati na porta. Logo Esme a abriu e ficou paralisada quando me viu.

— Esme... Eu queria falar com você. — ela assentiu e fez sinal para que eu entrasse. Assim que fiz isso, ela trancou a porta.

Virei-me imediatamente e me aproximei dela.

— Que história é essa de você beijar meu irmão?

— Rosalie...

— Porque você já está acostumada a trair, não significa que meu irmão é igual, ok? Ele ama a Bella e você não pode fazer nada para mudar isso.

— Eu sei e eu nunca quis prejudicar o namoro deles. — sorri irônica enquanto ela ia em direção à sala. — eu não sei o que aconteceu...

— É claro que não. Olha aqui Esme, você estragou a vida do meu irmão uma vez e eu não vou te deixar estragar de novo. Eu vou fazer o que eu puder para que o Carlisle nunca mais volte a cogitar seu nome, entendeu?

— Rosalie, eu sei que você me odeia e acredite que acho até que você tem razão, mas eu ainda posso sentir sim algo pelo Carlisle e você não pode me impedir disso. — respirei fundo.

— Você é uma vagabunda.

— O quê?

— Isso mesmo! — perdi o controle e parti para cima dela, sem conseguir medir minha raiva.

A empurrei e comecei a bater nela sem nem entender direito porque eu estava perdendo meu tempo com ela, mas por outro lado a raiva era tão grande que eu realmente tinha que descontar de alguma forma.

— Me solte! — ela gritou.

— Você vai deixar meu irmão em paz!

— Você é louca Rosalie! — dei-lhe um tapa forte.

— Repete que eu sou louca! Você não tem moral para falar de mim.

— Pare com isso! — empurrei-a e voltei a bater nela, sem me importar com as possíveis consequências.

Carlisle

Liguei para a Rosalie e ela não atendia, me deixando preocupado. Emmet também não tinha mais notícias dela. Até que Edward me ligou, apenas querendo saber se eu estava bem. Parei a busca pela minha irmã para respondê-lo:

— Estou bem sim, minha pressão está normal agora.

— É... Parece que até sua irmã tá começando a se entender com a minha.

— O quê? Como? — fiquei confuso afinal, Rosalie teria me falado se isso tivesse acontecido.

— A Rosalie me ligou dizendo que queria conversar com a Esme, aí eu disse que ela estava em casa e acho que talvez as duas se acertem agora, não é?

— É sim... Edward, eu vou ter que atender um paciente agora, ok? Depois a gente se fala. — ele se despediu e desliguei.

Imediatamente procurei Emmet, tínhamos que impedir que Rosalie fizesse qualquer coisa, mesmo que já fosse tarde. Ela tinha ficado irritada até depois que a deixei no trabalho quando voltamos do almoço. Se ela visse Esme agora, eu sabia que as coisas não sairiam bem.

Emmet sabia o que tinha acontecido pois eu tinha falado para ele como sempre e assim que falei que Rose procurou Esme, ele entendeu a gravidade da situação. Por sorte, nosso expediente estava acabando e fomos liberados.

— A Rose não vai fazer nada sério não é? — ele perguntou, indo para seu carro.

— Eu não sei. — entrei no meu carro e comecei a guia-lo para o prédio.

Quando chegamos, mais um problema: o interfone. O apartamento de Esme e Edward não atendia e eu e Emmet ficamos mais nervosos.

— Eles não atendem. — disse o porteiro.

— É justamente por isso que precisamos subir. — insistiu Emmet, mas eu sabia que ele não estava convencendo o porteiro.

Éramos dois homens fortes, tentando subir para o apartamento dos Platt onde Esme estava “sozinha”. Eu não o culpava por não querer nos deixar subir.

— Senhor, não somos bandidos. — falei finalmente, apelando para a sinceridade. — não somos estupradores, somos médicos. Se quiser, pode subir com a gente, para ver que não faremos nada. — Emmet me olhou duvidoso, mas não retribuí o olhar.

O porteiro mandou o colega subir conosco. Cada minuto que passava parecia uma hora. Chegamos finalmente e batemos na porta. Ninguém abriu, mas o grito que veio de dentro do apartamento foi suficiente para que o homem pegasse a chave reserva e abrisse a porta.

Rosalie estava batendo em Esme furiosamente. O homem ficou assustado. Emmet e eu corremos. Emmet segurou Rosalie e eu, tive que segurar Esme que parecia completamente desesperada.

— Pode ir Will. — disse Esme e o homem a obedeceu e saiu, ainda surpreso, fechando a porta em seguida.

— Me solta! — gritou Rosalie. — eu vou matar essa vagabunda! — Esme se encolheu e segurou meu braço. Tive que segura-la mais firme.

— Rosalie se acalme! — disse Emmet.

— O que foi que aconteceu? — perguntei olhando para Esme que estava com o lábio partido e sangrando.

— Eu vim aqui ensinar essa mulher a te deixar em paz! — respondeu minha irmã, ainda lutando nos braços de Emmet.

— Você enlouqueceu? — ele perguntou.

— Ela mereceu! — Esme estava bem machucada e sensível, fazendo-me segura-la o mais cuidadosamente possível.

— Emmet, leva Rosalie para minha casa, ela tem a chave.

— Eu não vou sair daqui!

— Rose, por favor, vamos. — pediu Emmet firme, segurando Rosalie pela cintura para fora do apartamento.

Larguei Esme e fui trancar a porta. Quando me virei ela estava no sofá olhando seus ferimentos.

— Eu achei que não iria mais apanhar. — ela sussurrou. Sentei-me ao seu lado.

— Me desculpe pela Rosalie. Você sabe que ela ficou irritada com você depois da traição.

— Eu sabia. Só não imaginei o que ela era capaz de fazer depois que soubesse do beijo.

— Eu sinto muito ter contado.

— Quem sente muito sou eu, por ter te beijado. Eu não podia.

— É... Alguma coisa dói?

— Só meu rosto. — involuntariamente afastei seu cabelo e olhei seu rosto mais atentamente. As bochechas estavam bem vermelhas devido aos tapas e sua boca estava inchada, com o lábio inferior ferido.

— Aqui tem álcool iodado?

— Tem, mas, por favor, não passe no meu...

— Onde está o álcool?

— No armário do banheiro.

— Ok. — me levantei e fui para o banheiro, achando o álcool e o algodão rapidamente. Voltei para a sala e me sentei ao seu lado novamente.

— Isso arde Carlisle, por favor,...

— Você não tem cólica menstrual todo mês?

— Sim, o que isso tem a ver?

— Se você aguenta as cólicas todo mês, vai aguentar isso aqui, que você só precisa sentir uma vez ou outra na vida.

— Péssima teoria. — molhei o algodão e ela se aproximou mais. — vai devagar. — assenti.

— Ok... — coloquei o álcool na ferida do seu lábio, a mais sensível.

— Ai! — ela segurou meu pulso, como quando eu tive que desinfetar o vidro no seu pé. — essa é a que mais dói! — ignorei e apliquei mais uma vez, limpando devagar. Esme não largou meu braço. Depois de muito show, limpei a ferida.

— Pronto. Morreu? — ela sorriu cuidadosamente.

— Quase. — coloquei os produtos em cima da mesa de centro, à nossa frente. — você é um excelente médico.

— Obrigado... — sorri.

— Quando Charles me espancava era bem pior que isso, claro. Eu não colocava álcool por que já doía demais.

— Ele... Batia em você todo dia? — estranhei meu interesse no assunto, mas Esme não percebeu.

— Sim. Mas nos últimos tempos ele me batia por qualquer coisa... Eu comecei a me perguntar se eu era chata, se você já me pensou em fazer o mesmo...

— É claro que não! — me senti ofendido com sua comparação. — eu te tratei tão bem e você ainda tem esse tipo de dúvida?

— Não Carlisle, eu sei que você nunca faria isso, mas... Charles começou a dizer que eu era imprestável, que ele não sabia como você tinha me aturado por tanto tempo sem me dar uma lição... E eu fiquei insegura, sabe? — assenti mais calmo.

— Mas eu nunca pensei em fazer isso.

— Eu sei. Se nada disso tivesse acontecido, será que estaríamos juntos? — desviei o olhar.

— Eu não sei, Esme...

— Você ainda me amaria?

— Eu também não sei. — menti, sem olhar para ela.

— Você já sabe a minha reposta, não é?

— Por favor... Esse assunto passou. — me levantei.

— Você ama a Bella? — ela falou enquanto se levantava e ficava na minha frente.

— Esme. Não quero falar disso.

— Carlisle eu já te disse que ainda gosto de você, que você ainda parece fazer parte de mim... Eu só quero ter a certeza de que você não me corresponde por que você ama ela de verdade.

— Então Esme. Eu amo ela. Eu amei todos os momentos que ela me fez esquecer você... — fiquei irritado por ter dito aquilo assim que ela perguntou:

— Então você a ama porque ela te faz me esquecer?

— Você distorce tudo a seu favor não é? — dei um passo para ficar perto dela. — minha vida era ótima. Eu achava que você era a mulher da minha vida. Mas você me traiu e foi passear pela Europa e eu fiquei sentindo sua falta calado, te odiando ao mesmo tempo e perguntando o que ele tinha que eu não tinha. Aí a Bella apareceu e por um instante eu consegui ficar em paz. Mas você resolveu voltar e já está revirando minha vida toda de novo. — ela deu um passo e senti nossos corpos se tocarem bem de leve.

— Eu estou revirando sua vida não é? — ela mordeu o lábio inferior bem de leve, por causa da sua ferida.

— Isso não é bom. — falei tentado ser firme. — eu não sei o que está acontecendo com a gente.

— Eu também não, mas... Se você me correspondesse, eu não iria te magoar de novo.

— Como pode ter certeza?

— Porque agora eu sei o que é ficar sem você. Eu senti na pele a falta que você me faz. — ela se emocionou. — Seja como amigo, marido, homem... Eu nunca vou encontrar quem te substitua Carlisle. — ela chorava sem soluçar e sem tirar os olhos dos meus. — mesmo que você tenha encontrado.

— A Bella não te substitui. Ela me fez ver as coisas como eram. Não fomos feitos para ficar juntos, Esme. — ela abaixou a cabeça e começou a soluçar.

— Se isso for verdade, por que você acha que eu estou aqui? — ela falou quando me olhou nos olhos mais uma vez.

— Ah Esme... Não tem nada a ver uma coisa com a outra.

— Como não? Tem tudo a ver e você sabe. — ela se aproximou e eu senti algo que não sentia há muito tempo, era um formigamento, algo do tipo.

— Você precisa entender que não vai me ganhar tão fácil. — falei sem filtrar minhas palavras, como sempre fazia quando ela estava por perto ultimamente.

— Então eu tenho chance de te ganhar se eu me esforçar? Se eu te provar que o que sinto é verdadeiro? — ela segurou minhas mãos.

— Você sabe que eu não posso... Eu não posso trair a Bella... Eu não posso fazer isso de novo...

— Você não pode muitas coisas, Carlisle. — ela disse, se afastando.

— Eu não quero me magoar desse jeito de novo.

— Você está em seu direito, mas... Você sabe que existe algo entre nós. — ela falou, parando der repente.

— Eu não quero mais um adeus. — ela me olhou mais calma.

— Não teremos mais um adeus. De quantas provas vai precisar para saber que nada é por acaso?

— Você me destruiu Esme. — ela se aproximou. — Eu tenho que ir. — fui em direção à porta. Antes de abri-la, falei: — esquece tudo o que aconteceu aqui. — fechei-a e peguei o elevador, sem conseguir tirar da cabeça a imagem de Esme.


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