I Won't Give Up escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 58
Novamente em Miami


Notas iniciais do capítulo

Oi! Aqui estou eu novamente só porque vocês acabaram com meus sentimentos com esses comentários. E o nome do capitulo hein? Enfim, boa leitura!



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POV Ally

Peguei o pé de Mary e o puxei com o máximo de força.

– Argh, me deixe – ela gritou e eu suspirei.

Mary era uma criatura extremamente difícil de acordar. Eram apenas 06:30 da manhã. Eu também estava muito cansada. Não foi nada fácil dormir pensando que neste dia eu voltaria para Miami. Acredito que para Mary foi o mesmo motivo.

Entretanto, isso não era um motivo muito bom para fazer todos nós perdermos o voo. Nós optamos por viajar de manhã e não de noite, depois que todos chegassem do trabalho.

– Estou indo – Mary gritou novamente quando eu chamei-a pela milésima vez.

Peguei tudo que faltava do quarto e apenas esperei Mary ficar pronta. Depois de muitos minutos esperando isso, nós finalmente descemos. Fui até o sofá, onde tinha uma garotinha preguiçosa já dormindo. Assim que peguei-a cuidadosamente Mary suspirou.

– Ela pode dormir – Mary acusou como uma criança mimada. Revirei os olhos e ignorei.

Holly logo veio nos abraçar (e chorar).

– Cuide delas – minha tia pediu pela milésima vez a Thomas. Este, apenas concordou divertido.

Antonhy era outro que dormia. O garoto estava em um sono bem pesado e nem se importava que iria viajar. Neste momento ele estava dormindo no colo de Mary porque Thomas estava colocando as malas no carro. Meu tio iria levar nós todos até o aeroporto.

Após terminarmos de nos despedir de Holly fomos todos nos organizar no carro. Mary e eu fomos atrás com as crianças e Mark e Thomas foram na frente. Thony e Mel não acordaram por um segundo. Até mesmo Mary parecia dormir.

Já eu, durante o caminho, apenas pensei ainda mais. Minha cabeça já estava explodindo com as tantas possibilidades para a algumas horas. Poucos minutos depois chegamos ao aeroporto.

Nós demoramos um pouco para tirar as coisas do carro, mas logo já estava tudo pronto para entramos. Mark entrou conosco e nos esperou fazer o check-in. O tempo pareceu passar tão rápido, ainda mais quando ouvi a primeira chamada para embarcar.

Na verdade, desde que sai de Miami tenho estado em dúvida. O tempo passava rápido demais ou muito lento? Afinal, aqui estava eu já voltando para Miami. No entanto, aqui também estava eu com os mesmos sentimentos de sempre.

Quando chegou minha vez de se despedir de meu tio, eu o abracei.

– Boa sorte – meu tio disse sorridente – Com tudo – ele completou um pouco mais sério. Ótimo, agora todos os homens dessa casa leem mentes.

– Obrigada – respondi o soltando.

Mesmo os conhecendo tão pouco eu sentiria falta deles por esse mês. Acho que eu entedia como Mel se sentia. Eu já estava tão acostumada com os Moon. Eles cuidaram de mim quando eu mais precisei. Um sentimento de culpa me atingiu quando me lembrei deles e percebi que não me importei com nada, nem mesmo com eles quando vim para New York.

Logo depois já estávamos dentro do avião esperando a decolagem. Eu já estava tão acostumada a fazer essa viagem que não me preocupei com nada. Entretanto, eu fazia esse mesmo caminho por tantos motivos diferentes de todas às vezes.

A primeira vez que fui de New York para Miami foi quando tudo começou. Estava com minha mãe e com uma ainda menor Mel. Nós esperávamos um recomeço. E no fim, conseguimos, por um tempo.

A segunda vez foi quando eu estava com todos os Moon. Uma viagem para fugir de tudo. Para relembrar os velhos tempos. A viagem teve lados positivos, tanto quanto lados negativos. E que acabou gerando minha outra viagem. Para definitivamente fugir de tudo.

Fechei os olhos encostando a cabeça na poltrona. Soltei o ar lentamente. Minha cabeça parecia obrigar-me a lembrar de tudo em todos os instantes. Mas, já não era aquela parte que você apenas chora por tudo. Tá mais para a fase de se sentir culpada.

Abri os olhos assustada. Olhei ao meu lado e vi Mel abrir um sorriso divertido. Meu coração se acalmou ao ver isso. Ela estava apenas brincando sozinha. Na verdade, brincando com seu urso. Suspirei. Ela nunca solta esse urso. Talvez seja seu jeito de não sentir saudade.

Brinquei um pouco com Mel, porque ela pediu e depois não consegui mais dormir. Mesmo sabendo que nada ia acontecer quando eu chegasse meu coração começou a acerar e minhas mãos a suarem frio. Era uma verdadeira droga ficar ansiosa. Por esse motivo a viagem pareceu demorar ainda mais. Quando finalmente estávamos chegando eu fiquei um pouco mais aliviada, mas ao mesmo tempo mais nervosa, se fosse possível.

Chegamos a Miami e ainda era de tarde. Mel assim como Thony parecia muito empolgada. Já Mary estava tão ansiosa quanto eu. Ela cutucava as unhas sem parar enquanto eu mexia no cabelo sem parar.

– E voltamos – Mary murmurou no momento em que o avião pousou. Prendi a respiração por um segundo. Pois é, voltamos.

Mel pulou do banco com seu urso gigante. Peguei sua pequena mão e a guiei entre várias pessoas. Thomas e Mary vieram atrás de nós com Thony. Nós fomos pegar as malas e demoramos um pouco. Assim que estávamos todos com tudo fomos pegar um táxi.

Quando estávamos saindo do aeroporto me lembrei de quando estava indo embora. Mesmo tão magoada eu não podia evitar olhar para trás. E agora a mesma duvida voltou. Por que ele não veio?

Ele está em um relacionamento”.

Infelizmente me lembrei do que Lauren havia contado. Mas, ele não...

Um puxão na mão me fez despertar. Mel me puxava para dentro do táxi. Thomas me olhava estranhamente, provavelmente percebendo meu olhar vago. Sorri minimamente para ele e depois entrei no carro com Mel. E depois Mary entrou com Thony.

Nós havíamos decido ficar no apartamento de Mary mesmo. Não era muito grande, mas seria melhor do que Thomas e Thony ficarem durante um mês inteiro em um hotel. Além disso, Mary, Mel e eu já dividíamos um quarto então não seria ruim continuar dividindo. Nós três ficaremos com o quarto de Mary que é bem grande. Thomas e Thony ficarão com o quarto de hóspedes.

Fui percebendo aos poucos que o clima de Miami estava bem melhor que o de New York. Não que o frio seja ruim. Mas, eu já estava acostumada com a temperatura mais elevada de Miami, sem ter que usar aqueles casacos gigantes. E agora era bom senti-lo novamente.

Mel olhava tudo empolgada por ter voltado. Eu queria poder fazer o mesmo, mas tinha essas todas essas possibilidades em minha cabeça. Às vezes da raiva você saber pensar.

Nós saímos do carro e pegamos as malas rapidamente. Mel correu para dentro do prédio junto com Mary. Revirei os olhos. Duas crianças. Thomas riu e me ajudou a pegar as malas. Thony nos esperou sem reclamar.

Assim que passamos pela recepção acenei para o porteiro que conhecia. Após subirmos de elevador fomos à frente do apartamento de Mary. A porta estava aberta e ri com o que vi. Mary estava olhando tudo na casa, como se sentisse saudades. Já Mel pulava por aí com seu urso.

– Vou te apresentar minha casa – Mary disse como uma boa anfitriã. Ri quando ela puxou Thomas e Thony para conhecer o lugar. Joguei as malas em um canto do lugar e me joguei no sofá com Mel.

– Saudades daqui? – perguntei para Mel. A menina parou de falar com seu urso para me responder. Ela balançou a cabeça sorrindo. Franzi testa e ela deu ombros.

– Saudades do tio sol e tio pimenta – ela disse gargalhando em seguida. Foi impossível não sorrir com isso. Lembrava-me muito bem do episodio dos apelidos. Eram Dez e Adam esses. – Da tia Drey – acrescentou. Ela nunca conseguiu falar o nome inteiro. – De todo mundo – ela falou balançando as mãozinhas e depois pareceu pensar.

– O que? – pedi e ela pulou no meu colo.

– Muita saudade de Aus. Muita, muita... – ela falou sincera. Meu coração se apertou ao ouvir aquilo. Ah, eu também, pequena, muita.

– Ally, você quer ir conhecer a escola ainda hoje? – Mary interrompeu.

– Sim – respondi rapidamente. Seria melhor conhecer primeiro, já que eu não sabia de quase nada, nem de quem era a escola.

Olhei para Mel e vi que ela já estava distraída novamente com o urso. Mas, eu não me esqueceria do que ela disse. Era impossível.

Todos nós decidimos descansar depois e sair ainda hoje. Saímos era mais ou menos cinco da tarde e optamos por ir andando. Mary andava de mãos dadas com Thony. O garoto havia a amado desde o começo. Eu segurava Mel no colo, porque se ela quisesse andar o caminho todo nós chegaríamos lá apenas de madrugada. Thomas apenas nos acompanhava observando tudo de Miami.

Mary sabia qual era o endereço da escola, mas nunca tinha ido lá. Nós decidimos então arriscar.

Estávamos mais ou menos na metade do caminho quando Mary parou para tomar sorvete. Ela é pior que uma criança. Depois de pegarmos todos os sorvetes decidimos sentar ali mesmo na sorveteria. Íamos em direção a uma mesa na parte de fora da sorveteria quando uma mão tocou meu ombro.

Eu pulei assustada e olhei para trás com o coração acelerado. Foi então que eu vi um casal muito conhecido. Fui acolhida por um abraço assim que sorri.

– Oh, garota que saudades – a Sra. Moon reclamou. Ri enquanto a apertava em um abraço.

– Também estava com saudades – respondi fungando. Ela me soltou por segundo e já fui acolhida por outro abraço.

O Sr. Moon me abraçou carinhosamente e também disse que estava com saudades. Enquanto isso, ouvi o grito de surpresa e alegria de Mary ao meu lado. Assim que o Sr. Moon me soltou Mel pulou em seu colo. Ela realmente o adorava. E era engraçado porque ela o chamava de vovô. Ela assim como eu nunca conheceu o avô. Então atribuía papel familiar para quem confiava.

– Vovô – ela gritou o abraçando o que fez todos rirem. Lágrimas vieram em meus olhos por aquele reencontro.

Meu coração pulava. A semelhança com os filhos era tanta. Quando toda aquela onda de sentimentos veio, me perguntei por que aceitei vim para Miami.

– Estes são meus primos – apresentei os dois que assistiam tudo.

O casal os cumprimentou atenciosamente.

– Vocês estão bem? – a Sra. Moon perguntou e nós apenas assentimos. Eu sabia que ela não entraria em detalhes em nada, ela sabia respeitar todos.

Por alguns minutos nós ficamos conversando sobre minha faculdade porque eu havia falado. Os dois adoraram que eu tenha mesmo seguido essa profissão. Acabei falando que voltei a Miami pelo trabalho em uma escola e os dois trocaram olhares rapidamente confusos.

Eu já não sabia por quanto tempo estávamos conversando quando a Sra. Moon disse para o marido que precisavam ir embora.

– Espero te ver novamente, logo – a Sra. Moon pediu e eu concordei. Depois que todos nós nos despedimos ele foram embora.

– Podemos ver a escola apenas amanhã? – pedi cansada. Mary concordou prontamente, assim como Thomas.

Eu realmente não esperava por isso. Mas, com certeza seria pior se fossem outra pessoas no lugar dos pais. Suspirei com aquela possibilidade. Todos nós estávamos tão felizes por ter os reencontrado, mas ao mesmo tempo isso só aumentou a saudades.

– Vamos jantar fora? – Mary perguntou.

– Claro – respondi.

Nós voltamos calmamente para o apartamento, sem mais surpresas pelo caminho.

POV Austin

Andy e eu jogávamos videogame enquanto todos os outros no assistiam divertidos. Alguns dos meus irmãos torciam para mim e os outros torciam para Andy. Dez e Trish estavam aqui como sempre, assim como Alex. Ele havia voltado há pouco tempo, para a alegria de Audrey.

Faltava tão pouco para eu ganhar quando a porta da casa se abriu e meus pais entraram. Os dois conversavam seriamente, mas ao mesmo tempo felizes. Nós todos viramos para eles em sincronia quando os dois se sentaram na nossa frente. Minha mãe abriu um sorriso gigante e meu pai apenas sorriu divertido.

– Nós encontramos umas pessoas – minha mãe falou deixando todos nós confusos. – Ally e Mary estão em Miami novamente – ela falou sorrindo. Meu coração parou por um segundo quando eu registrei as palavras.

Finalmente. Sorri abertamente. Eu não estava nem um pouco surpreso, mas sim, nervoso e feliz.

– Mas, esperem para falar com elas apenas amanhã. Elas chegaram hoje, é melhor deixa-las descansar – meu pai pediu.

Novamente alguém me pedindo para esperar. Fiquei em duvida por tê-la tão perto, mas não poder falar com Ally. Mas, mesmo assim, depois de tanto tempo eu não me importaria de esperar um dia, para tudo dar certo.

Adam parecia morrer por dentro, assim como eu. De felicidade e de saudade. Já todos os outros estavam muito felizes. No mesmo momento pensei em Mel. Estava com tanta saudade da pequenininha.

– Nós temos que sair para comemorar – Alex propôs contagiado pela felicidade.

– E para comer também – Dez brincou.

– Okay, vamos jantar fora – Audrey falou se dirigindo aos nossos pais.

Acabamos escolhendo o restaurante que Audrey gostava. Ele era bem famoso e caro, típico dela. O restaurante era conhecido porque muitos famosos gostavam de ir nele, quando ficavam em Miami. Mas, como não precisava reservar mesa nós não teríamos problema nenhum em jantar lá.

Mas, eu já previa onde minha cabeça estaria durante todo esse jantar. Com certeza, na mesma garota de sempre.


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Notas finais do capítulo

Palpites para o próximo capitulo? Apenas mais cinco para o final, sem ameaças por favor hahahaha Comentem*-*