I Won't Give Up escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 52
Nova rotina


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoas, primeiro vou agradecer novamente a miley demi1920 pela recomendação linda, amei muito, obrigada *u*
Espero que gostem do capitulo.



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POV Ally

Naquele mesmo dia nós todos ficamos apenas em casa. Conversando, às vezes vendo várias fotos antigas. Todos nós havíamos nos dado muito bem. A única exceção que eu poderia considerar seria Mel.

Ela parecia preferir ser a única criança, porque agora tinha Thony, meu primo, dividindo toda a atenção. Às vezes os dois se encaravam como se desafiassem um ao outro. Mas, muitas vezes faziam uma trégua para brincarem juntos. Thony parecia ter nojo de bonecas. Era engraçado ver os dois brincarem.

Agora já eram dez horas da manhã do outro dia. Meus tios já haviam saído há muito tempo para trabalhar. Thomas saiu um pouco depois. Ele se desculpou várias vezes porque não queria nos deixar sozinhas. Entretanto, eu o obriguei a trabalhar.

E sobrou aqui eu, Mary, Thony e Mel. Meu pequeno primo normalmente ficava com a vizinha, mas eu pedi para que minha tia deixasse-o aqui, afinal, eu sabia como cuidar de crianças.

– Eu estou com fome – Mary reclamou quando o desenho entrou no intervalo. Foi uma verdadeira briga para decidir o que iriamos assistir. No fim, escolhemos Phineas e Ferb. Mel possivelmente não entendia nada, mas Thony gostava.

– Eu também, tia – Thony se virou para mim. O garoto em menos de um dia havia adquirido o habito de chamar Mary e eu de tias, mesmo que eu seja sua prima.

– Tudo bem. Como não quero mexer na cozinha de sua tia, vou comprar algo para nós – falei me levantando. Mary concordou em cuidar dos dois enquanto eu comprava algo.

Como já estava com um short jeans e uma blusa branca, apenas coloquei uma sapatilha branca e sai da casa. Mesmo já tendo morado em New York eu não lembrava muito bem dessa parte da cidade. Decidi arriscar e segui pela rua mais movimentada. Tinha acertado, pois sai em uma avenida cheia de prédios residenciais e comerciais.

Pulei de alegria quando vi um Café ao meu lado. Quando pisei no lugar, senti a sensação de já ter vivido aquilo, como um... Deja Vú? Qualquer coisa me fazia ter essa sensação. Eram tantas as lembranças que era quase impossível não pensar nelas. Como aquela vez que todos nós saímos juntos, nessa mesma cidade, não fazia tanto tempo. Foi quando todos nós entramos no Café e ocupamos o lugar inteiro. Depois comemos bolinhos iguais doidos.

Andei até o balcão sorrindo como uma boba. Nem mesmo sei se deveria sorrir por ficar apenas lembrando. Acabei comprando vários bolinhos, para todos nós. Mary iria amar. Poucos minutos depois eu já tinha pegado tudo que precisava. No mesmo momento em que cheguei a porta do Café uma menina entrou.

Ela parecia animada e segurava três revistas. Uma eu conhecia muito bem. Mas, as outras duas me abalaram ainda mais. Saí rapidamente do lugar e andei em qualquer direção.

Uma das revistas era a mesma que causou tudo isso. Mas, as outras duas eram mais novas. E as duas tinham Austin com Kira na capa. Uma delas ainda tinha toda a banda, o que me abalou totalmente. Eles continuam com o contrato, ou seja, eu e Mary termos indos embora não significa absolutamente nada para eles? Nem mesmo para Austin?

Recusei-me a chorar mais uma vez. Mas, isso parecia fazer com que doesse mais. Estava completamente perdida em meus pensamentos que nem mesmo percebi que já estava na frente da casa. Abri a porta e fui até a sala. Encontrei Mary e as crianças do jeito que estavam antes que eu saí.

– Ei, trouxe comida – falei alto tentando fazer com que ninguém percebesse minha voz abalada. Mary pulou do sofá e começou a me agradecer quando viu seus bolinhos preferidos.

O resto da manhã foi bem calmo. Nós quatro assistimos mais alguns desenhos e depois Mary e eu fomos brincar com as crianças. Foi algo bem divertido. Principalmente por Thony querer que todos seus personagens batessem nas bonecas de minha irmã.

– Ally? – fui chamada e olhei para trás. Meus tios sorriram para nós quando viu nossa situação. Nós quatro estávamos sentados na sala com vários brinquedos espalhados em volta.

Pelo que eu lembrava meus tios trabalhavam juntos porque eram donos de uma fabrica de roupas, não muito pequena.

– Ah, oi – falei me levantando e riram quando Thony reclamou para eu continuar lá.

– Nós queremos apenas lhe entregar algo – Holly disse um pouco mais séria. Assenti e andei até eles. Percebi que ela segurava um envelope não muito grande.

– É o resultado do teste – meu tio esclareceu e eu fiquei surpresa.

– Não precisa... – comecei a protestar, mas ela estendeu o envelope para mim.

– Apenas para não ter nenhuma dúvida – ela pediu e eu ainda relutante concordei.

Peguei o teste de sua mão e abri delicadamente. Eu já não sentia mais nervosismo. Já tinha toda a certeza que precisava. Sorri ainda mais quando vi ainda mais confirmado no papel a minha frente. Minha tia gargalhou quando eu a abracei repentinamente.

Ela lembrava-me tanto meu pai. Holly era apenas dois anos mais nova que meu pai. Entretanto, Thomas é mais velho porque ela o teve muito cedo. Meus tios e meus pais se conheceram na adolescência. Mas, poucos anos meus pais foram embora da cidade em que moravam. Uma parte do motivo é que minha mãe estava grávida.

– Fico feliz que estão todos alegres – Thomas se anunciou sorrindo.

Fomos absolutamente todos fazer o almoço. Não ficamos em silêncio por um segundo. O que foi bom, já que havia coisas que eu precisava esquecer.

Já de tarde não teve algo especial. Meus tios voltaram a trabalhar, mas dessa vez Thomas ficou conosco. Aproveitamos esse tempo para nos conheceremos melhor. Mary já tratava todos como família.

Acho que nós duas tínhamos algo em comum, nos apegávamos às pessoas rapidamente, ou seja, nos machucávamos mais fácil.

POV Austin

Trabalho. Era nessa palavra que minha vida começou a se resumir. Músicas novas não paravam se surgir, escritas, principalmente, por mim. Também tinha revistas novas. Toda a produtora insistia em mais divulgação. Entretanto, divulgação com Kira.

Admito que eu já não aguentava mais tudo isso. A fama, a pressão. E eu já não tinha mais um motivo para tudo isso. Eu continuava do mesmo jeito, mesmo não querendo demostrar a ninguém.

Meus irmãos já estavam bem melhores, mesmo sentindo saudades. Diferente de Adam, o qual se sentia do mesmo jeito que eu. E todos falavam apenas para deixar o tempo passar. Principalmente Jimmy. Ele falava “saia com Kira, deixe o tempo passar”. Tenho a mínima impressão que ele não se importava de Ally ter ido embora.

Voltando ao assunto inicial, essa semana tinha apenas trabalho. Entrevistas, apresentações. Na verdade todos os meses terão mais trabalho. Ainda mais quando foi mencionada a palavra “turnê” na reunião. Estão cogitando a ideia de fazer uma turnê pequena apenas pelo país.

Tudo parecia tão estranho e novo. Essa nova fama. Mas, principalmente sem Ally. Era como se tudo tivesse voltado a ser o que era antes de nos conhecermos. Só que agora eu sabia o que era a minha felicidade verdadeira. Mesmo não querendo admitir, eu sabia que nada seria igual sem ela aqui.

– Está pensando demais – Audrey disse sentando-se ao meu lado. Adam estava pedido em seus pensamentos ao meu outro lado.

– É o que mais faço – admiti e ela suspirou.

– Tudo tão diferente não é? – Adam concluiu e nós assentimos.

– Trabalhar? – perguntei e os dois suspiraram em sincronia. Tudo tão monótono agora, mas eu causei isso, não é?

POV Ally

No dia seguinte foi mais ou menos à mesma coisa que o dia anterior. Com apenas uma exceção.

– Ally, vou deixar com você, caso queira falar com alguém – Thomas falou me entregando um notebook. Como eu havia acordado antes dele ir trabalhar, ele veio falar comigo.

– Ahn, ok – respondi. Falar com quem? Ele me olhou desconfiado só que depois olhou no relógio.

– Mais tarde eu volto – ele disse atencioso e eu assenti.

Depois de ele se despedir, meus tios também vieram falar comigo e logo depois foram embora. Nenhuma das crianças havia acordado, muito menos Mary. Eu nem mesmo sabia o porquê de ter cordado tão cedo. Sentei em um dos sofás da sala e coloquei o notebook de Thomas nos colo.

Falar com quem? Repeti para eu mesma. Ainda continuava insegura para falar com alguém. Eu poderia ser infantil, estar errada, mas eu não queria, ao menos não neste momento. Ainda com esse pensamento, liguei o computador, para apenas ter algo para fazer.

Ok, o que fazer? Perguntei-me quando terminou de ligar. Uma coisa que eu não fazia há muito tempo era entrar no meu e-mail. Era rara as vezes que eu fazia isso. Por curiosidade decidi entrar. Demorei um pouquinho para acertar a senha, mas acabei conseguindo entrar.

– Ally? – chamou uma voz sonolenta. Arregalei os olhos assustada enquanto Mary se afundava ao meu lado no sofá.

– Que susto sua doida – falei enquanto ela ria.

– Desculpe. O que está fazendo? – perguntou curiosa e se inclinou para a tela do computador enquanto eu a encarava.

– Estou vendo... – comecei a falar, mas fui interrompida.

– Ally o que é isso? – ela perguntou um pouco surpresa e assustada. Eu olhei confusa ao mesmo tempo em que ela abria um e-mail.

Assim que carregou foi a minha vez de ficar assustada. O e-mail era da University of Rochester, uma das universidades de New York que mais se destaca no curso de música. Além de ser uma das universidades que eu enviei minha inscrição. Arregalei os olhos e comecei a ler o conteúdo.

A universidade começava pedindo desculpas pela demora em analisar meu pedido de aceitação. Não foi enviada por carta, porque houve alguns problemas com o endereço da minha casa. Logo depois me deixou ainda mais surpresa quando elogiava meu currículo escolar.

“Você foi aceita com 100% de bolsa na Universidade de Rochester”. Ainda havia muitas coisas escritas para baixo, mas eu não tinha a capacidade de terminar de ler.

– Oh, eu fui aceita – falei estática enquanto Mary gritava.

– Parabéns, parabéns – ela gritou enquanto me abraçava. Eu ri retribuindo o abraço enquanto ameaçava chorar – Você conseguiu – ela falou rindo e eu não acreditava.

– Uma das melhores universidades de música – falei encarando a mesma frase.

– E você já tinha desisto – Mary debochou e assenti - E sobre as outras? – ela perguntou curiosa.

– Eu não sei – falei confusa. Todas as outras também eram aqui na cidade, mas eu já não sabia o que pensar. Provavelmente as respostas não chegaram porque eu me mudei muito durante todo esse tempo.

– Eu não posso acreditar – ela falou rindo e eu revirei os olhos.

– Muito menos eu – falei fungando e ela me olhou.

– Não chore – ela falou rindo e me abraçou novamente – Vai aceitar? – perguntou e eu não sabia responder. Depois de tudo eu voltaria a morar a aqui definitivamente? Se sim, nada voltaria a ser como antes não é?

– Eu não sei – falei sincera – Teria que ficar aqui – falei e ela finalmente entendeu.

Ela ficou séria rapidamente e passou a encarar a tela do computador. Eu fiz o mesmo. Era como se a resposta de tudo fosse sair de lá em segundos, mas infelizmente isso não vai acontecer.

POV Austin

– Austin – gritou uma voz feminina. Audrey. Antes mesmo de levantar eu bufei. Porque nós tínhamos que trabalhar tão cedo mesmo?

Levantei rapidamente antes que ela entrasse no quarto apenas para me bater. Por incrível que pareça, Adrian na outra cama não havia acordado. Peguei meu travesseiro e joguei em sua cabeça. Adrian pulou da cama e me olhou bravo.

– É melhor que Audrey puxando seu pé – falei e ele não reclamou mais.

Logo depois estávamos todos nós tomando café rapidamente para não nos atrasarmos. Ninguém falava com Audrey porque qualquer coisa ela gritava. O motivo era Alex ter se mudado para um apartamento e depois ter dado a notícia de que teria que ir para São Francisco. A loja da Sonic Boom lá precisava dele, já que agora Adrian tinha a banda. Ele passaria mais ou menos umas duas semanas lá e já voltaria, mas Audrey continuava triste com a notícia.

– Vamos? – falei me levantando e logo depois pegando a chave do carro. Andy se levantou logo depois. O garoto tinha que repor a aulas do colégio nos horários livres.

– Audrey? – Adam perguntou confuso, ela era a única que continuava sentada. Ela nos olhou confusa e logo depois se levantou.

– Desculpe – ela falou e veio atrás de nós.

Pouco tempo depois eu já estava dirigindo em direção ao estúdio. Hoje nós teríamos que ensaiar para uma pequena apresentação que teríamos daqui alguns dias. Mesmo depois de amanhã sendo ano novo. Nós conversávamos um pouco animados, quando Audrey começou a gargalhar repentinamente.

– Trish é quase nossa empresária – ela falou nos deixando confusos – Ela fala em todos os fã-clubes que acha. Além disso, foi ela que conseguiu essa próxima apresentação – ela falou sorrindo enquanto olhava para o celular.

– Trish é bem convincente quando quer – Andy falou fazendo uma careta.

– Ela também conseguiu uma entrevista, não é? – Adam falou tentando lembrar.

– Sim, ela me mandou nossa agenda – Audrey falou sorrindo. Minha irmã era um pouco estranha, chora e ri ao mesmo tempo.

– Tudo que eu gosto, contar minha vida – falei irônico fazendo uma careta e eles concordaram.

No mesmo momento lembrei que foi por querer proteger uma pessoa de tudo isso, que quem acabou afastando-a foi eu mesmo.


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Notas finais do capítulo

Vish, será que eles vão continuar nessa rotina ou vão fazer algo para mudar tudo?
Gente, quem aí lê Era apenas uma turnê... vai ter que esperar mais um pouco. Estou me dedicando totalmente a IWGU porque falta pouco para acaba-la. Espero que tenham paciência comigo okay?
Quero muitos reviews, porque o número de leitores aumentou muito hein *u* Até o próximo!