POV Ally

Bem, devo contar primeiro o que aconteceu ontem não é? Quando Austin e eu nos beijamos as fãs pareciam não acreditar. Ao menos elas deixaram Austin um pouco livre. Aproveitando chance, Mary pegou a mão de Adam e não soltou mais. As garotas apenas sorriram sem graça para nós e depois foram embora.

Eu não duvidava que elas fossem contar para várias pessoas. Mas, elas não pareciam ser garotas tão ruins, a ponto de falar mal de mim ou até mesmo de Austin. Mesmo depois desse episodio a banda continuava radiante. Afinal, eles tinham fãs. Fãs estranhas, mas fãs.

Os irmãos não paravam de falar nem um segundo, lembrando-se de tudo que as garotas haviam falado. Elas haviam falado que, eles tinham muitas fãs. Muita gente gostava da música deles. Depois dessas revelações eles não pararam de sorrir nunca mais.

Depois que as garotas foram embora, nós desistimos do nosso passeio e fomos para o hotel novamente. Austin não fechava a boca um segundo. Ele estava mais animado que aquelas fãs. Então, imagine.

O resto do dia nós ficamos lá mesmo. Audrey insistiu em procurar nas redes sociais, para descobrir se haviam mais pessoas que gostavam deles. E, bem, havia. Descobrirmos muitos fãs clubes. É impressionante como eles faziam tanto sucesso em tão pouco tempo.

Foi isso que fizemos o dia todo. Devo dizer que foi bem divertido. Principalmente quando Audrey insistiu em falar em um grupo. Eu queria estar lá para ver a reação de todas essas garotas. Foi tipo: “Oh, eu vou desmaiar”, “Eu estou sonhando?”, entre outras coisas engraçadas.

Esse foi o resumo do dia. Agora já estávamos no sexto dia nessa cidade. Uma cidade que havia trazido várias surpresas e emoções. Mesmo assim, não poderíamos ficar aqui para sempre. Amanhã já seria o dia de nossa viagem de volta. Eu estava com o coração apertado de ter que ir embora sem nem mesmo conhecer minha família. Mas, eu não poderia deixar Mel em Miami pro mais tempo.

Eu ainda não havia contado à pequena que tínhamos uma família. Decidi deixar para fazer isso apenas quando estivesse lá. Afinal, se para mim já havia sido uma surpresa descobrir isso, imagina para uma criança de dois anos.

Quando acordei hoje de manhã, Austin havia me avisado que teria que trabalhar mais uma vez. Eu não me opus porque logo Mary e Trish invadiram meu quarto. Agora estávamos aqui apenas conversando.

– Eu acho que deveríamos assistir algo – Mary pediu. Ela estava deitada na minha cama com a cabeça pendurada para fora.

– Mas, não temos TV – Trish observou e eu concordei.

– No quarto do Andy tem – ela deu ombros.

– Por quê? – perguntei confusa.

– Ele pediu? Sei lá – disse dando ombros.

– Vamos lá – disse pulando da cama. As duas concordaram e saíram do quarto.

Nós seguimos para o outro lado do corredor onde ficava o quarto de Andy e Adrian. Na verdade, nós corremos até lá, pois estava muito frio. Coloquei a mão na maçaneta e abri rapidamente.

– Como assim ele não tranca a porta? – Mary perguntou revirando os olhos.

– Melhor para nós. Vai logo estou com frio – Trish delicada como sempre abriu a porta bruscamente.

O quarto deles não era muito diferente dos demais. A não se pela televisão gigante na frente das camas. As duas camas estavam apenas um pouco bagunçadas, assim como o quarto.

– Eu pensei que isso seria o lixão – Mary falou com a mão no queixo. Trish fechou a porta assentindo.

– Até que está arrumado – observei e Mary riu. Eu corri antes delas para pegar uma cama. Provavelmente era a de Adrian, pois estava mais arrumada.

– Injustiça – Mary reclamou quando eu já estava debaixo das cobertas.

– Muito justo – retruquei sorrindo. Trish foi mais rápida que Mary e pegou a outra cama. Mary nos olhou indignada.

– Até você Trish? – reclamou e Trish riu.

– Sim – ela murmurou puxando as cobertas.

– Vai para lá – Mary pediu subindo na cama que eu estava.

– Porque é sempre eu? – murmurei irritada, mas dei espaço a ela.

– Não sei – Mary respondeu se deitando ao meu lado. Nós três ficamos em silêncio e depois Trish riu.

– Ok, agora quem coloca o filme? – perguntou. Mary e eu batemos em nossas testas.

– Você – falei e Trish soltou um muxoxo.

– Por quê? – reclamou.

– Você está sozinha – Mary gritou como se fosse uma resposta obvia. Trish levantou da cama resmungando. Ela pegou o primeiro DVD que viu. Universidade de Monstros.

– Porque eles têm esse DVD? – perguntei confusa.

– Sei lá. Mas, vai ser esse – Trish respondeu. Ela colocou o filme e depois se deitou novamente.

– Só falta a comida – Mary lembrou enquanto o filme começava.

– Ah, não. Você vai então – Trish reclamou e nós rimos.

– Eu não, tá frio – Mary disse e eu ri.

– Está bom assim – falei e elas concordaram.

O filme era bem legal. Todas nós já havíamos assistido o primeiro, uma grande coincidência. Mary dormiu no meio do filme. E talvez Trish também. Já que ela não falava nada, parecia mais morta do que dormindo. Assim que o filme acabou apenas eu estava acordada. Desliguei a TV e decidi dormir também.

Empurrei Mary para o lado e deitei novamente. Segundos depois eu já dormia pesadamente.

POV Austin

Passamos o dia todo trabalhando. Devo dizer que isso não foi nada legal. Nós ficamos discutindo a divulgação da nossa banda. Decidimos divulgar nosso trabalho de várias maneiras. Jimmy insistiu que isso traria ainda mais fama para nossa banda.

Jimmy já decidiu tudo sobre a banda. Há semanas estávamos discutindo isso. Logo, nossa banda estaria em todos os lugares. Todos nós concordamos com isso, até mesmo Dez estava trabalhando conosco. As únicas que não sabiam de nada era Ally, Mary e Trish. Sei que elas não gostariam nada disso, por isso decidimos não contar. Tudo isso só me fazia sentir ainda mais culpado. Acho que o que estou dizendo não faz sentindo. Acho melhor não fazer mesmo.

Balancei a cabeça espantando todos esses pensamentos. Já eram dez horas da noite. Pois é, havíamos trabalhado muito. Nós todos subíamos as escadas em direção cada um a seu próprio quarto. Nós nos separamos cada um para um lado. Abri a porta do quarto esperando encontrar Ally.

– Ally, você... – comecei a falar, mas parei rapidamente. O quarto estava completamente vazio. Franzi a testa quando percebi isso. Onde Ally estava? Eu não tinha visto-a sair. E eu jurava que Trish e Mary estavam com ela.

Saí do quarto, mesmo não praticamente não ter entrado. Vi Adam e Dez fazer o mesmo.

– Onde está Mary? – Adam perguntou confuso e Dez também me encarou.

– Aqui não está – falei levantando os braços. Segundos depois Andy e Adrian saíram do quarto com expressões engraçadas.

– Há algo aqui que lhes pertence – Andy disse com uma expressão de tédio e apontou para dentro do quarto. Fui até lá, assim como os outros dois.

Contive a vontade de rir quando as vi. Ao lado de uma TV gigante havia um DVD de desenho. Balancei a cabeça sorrindo. Trish dormia tranquilamente na cama de Andy. Já Mary e Ally dormiam na cama de Adrian. Mary e Ally estavam totalmente enroscadas, pareciam disputar o espaço. Ally estava descabelada e com uma expressão muito fofa.

Ri e fui até ela. Tirei os braços de Mary delicadamente e puxei um pouco Ally para fora da cama. Abaixei-me ao lado dela e coloquei um braço em sua cintura e o outro em suas pernas. Peguei-a no colo e levantei. A garota estava dormindo tão pesado, que não acordou, apenas se encostou a meu peito e suspirou.

Adrian sorriu para mim e eu retribui. Saí do quarto com Ally em meus braços. Fui até a porta do nosso quarto e empurrei-a. Entrei no quarto rapidamente e fechei a porta como pude. Ally pelo visto tinha passado o dia inteiro de pijama, portanto apenas a coloquei na cama. Arrumei o cobertor em cima dela e sorri.

Era tão bom ver Ally calma. Afinal, ela é muito ciumenta. Ri sozinho e depois de guardar algumas coisas deitei ao seu lado. Puxei-a para meu peito e ela veio de bom grado. Alisei seus cabelos e acabei dormindo enquanto fazia isso.