I Won't Give Up escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 40
Tão familiar


Notas iniciais do capítulo

HEEEY. Revelações no capitulo hein? Quarenta hein, poxa :3 Bem, então, boa leitura! *u*



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POV Ally

Acordei lentamente e fui percebendo muitas coisas. Acabei dormindo depois de pensar tanto. Havia braços em minha cintura e uma respiração em meu pescoço. Muito bom, nós brigamos e Austin me agarra. Tentei me afastar sem acorda-lo, mas foi impossível.

– Por favor, fique aqui – pediu com a voz rouca e meu coração parou. Mesmo não querendo admitir, eu amo tanto esse homem.

– Eu preciso... – tentei dar uma desculpa, mas ele me puxou para si novamente. Nós rosto agora estavam de frente um para o outro. Seus olhos demostravam arrependimento e preocupação.

– Me desculpe – pediu com o tom de voz baixo. Desculpar? É sempre tão fácil assim?

– Não é assim Austin – disse seriamente e ele assentiu.

– Eu sei, vou te reconquistar. Apenas não me deixe – agora eu entendia onde a preocupação se encaixava. Seus olhos me avaliavam preocupados.

– Por mais que eu queira brigar com você, eu não consigo, ainda mais te deixar... – falei balançando a cabeça. Isso era verdade, eu não conseguia me imaginar longe dele. Na verdade, de todos.

Austin sorriu e beijou topo de minha cabeça. Ficamos assim por um tempo. Até ele dizer que precisava trabalhar. Apenas concordei e o observei sair da cama. Quando ele saiu do quarto já eram nove horas da manhã. Sai da cama e do mesmo jeito que estava atravessei o corredor. Não precisa ser um gênio para saber que Adam também foi trabalhar. Abri a porta rapidamente e olhei em volta do quarto. Sem falar nada me joguei em cima da cama de casal. Mary estava deitada ao meu lado. Ela me olhou surpresa e sorriu.

– Discutiu com ele? - perguntou interessada.

– Um pouco – admiti.

– Eu estava muito feliz para brigar - respondeu e eu ri – Quer fazer algo? – perguntou curiosa e eu fiz uma careta.

– Não, apenas ficar aqui – disse esticando os braços em toda a cama, inclusive em cima dela.

– Ok – concordou rindo. Segundos depois a porta foi aberta. Olhamos em direção a ela. Era Trish que estava na porta.

– Vou entrar – falou e não esperou resposta. Abrimos espaço na cama e Trish se deitou ao meu lado. Eu estava no meio das duas.

– Onde está Dez? – perguntei curiosa.

– Trabalhando. Alex também – disse suspirando.

– Bem vinda ao clube – Mary falou e depois gritou com uma falsa animação. Rimos e depois ficamos em silencio.

Passamos parte da manhã assim, conversando, rindo. Quando eram quase onze horas da manhã Mary olhou para mim entediada.

– Vamos sair? – perguntou olhando esperançosa para mim.

– Ah, não – falei rapidamente e ela revirou os olhos.

– Apenas tomar café – Mary suplicou.

– Na hora do almoço? – perguntei confusa.

– Não é a hora do almoço. Além disso, nem tomamos café – reclamou.

– Concordo com Mary – Trish falou assentindo. Suspirei e fechei os olhos.

– Tem um Starbucks na próxima quadra – lembrei e olhei para Mary. Sua expressão demostrava incredulidade.

– Você não me contou isso? – reclamou enquanto eu sentava na cama.

– Agora contei – observei e Trish riu.

– Vamos logo – Mary pediu e pulou da cama.

– Está muito frio lá fora – gritei enquanto saia do quarto. Entrei no meu quarto e fui até minha mala. Eu tinha a impressão que hoje nevaria. Além de ter visto a previsão, está muito frio.

Peguei uma calça preta bem justa e uma blusa de manga comprida apenas branca. Peguei um sapato de salto alto porque não queria colocar um tênis. Prendi apenas metade do meu cabelo e passei um batom vermelho. Por fim coloquei um sobretudo cinza muito quente. Fechei o sobretudo e sai do quarto. Entrei no quarto da frente e vi Mary já pronta.

Ela usava uma blusa azul soltinha, uma calça jeans justa e um salto alto parecido com o meu também preto. Seu cabelo estava preso em uma trança.

– Uau – murmurei rindo e ela me olhava pasma.

– Tá gata hein – falou sorrindo. Nós rimos e Trish entrou. Ela estava mais simples que nós.

– Nós vamos para um café não é? – Trish preguntou surpresa.

– Sim – falei e Mary riu.

– Queremos mostrar o que eles estão perdendo – falou sorrindo e eu concordei mesmo não sabendo da ideia.

– Então vamos – Trish falou e nós concordamos. Começamos a descer as escadas rindo.

– Quem sabe arranjamos gatinhos lá – Mary piscou provocadora para mim. Foi impossível gargalhar. E bem neste momento chegávamos perto das mesas do hotel. Todos estavam lá trabalhando. Com nossas risadas estrondosas todos eles olharam para nós.

Fixei meus olhos em Austin e percebi seu olhar percorrer meu corpo. Sorri e andei confiante até ele. Faltava apenas Austin babar em mim. E Adam em Mary.

– Nós vamos ao Starbucks – avisei e eles concordaram. Austin sorriu para mim.

– Quando acabarmos, nós vamos lá – garantiu e eu assenti. Virei-me sorrindo e vi Mary sorrindo orgulhosa para mim. Saímos do lugar rindo vitoriosas.

Nós conversávamos enquanto eu as guiava para o Café. Eu estava muito certa. Estava fazendo um frio de morrer. Lembranças me atingiram, sobre todo esse caminho. Era bem perto de minha casa antiga. Ainda pensando nisso entramos no Starbucks. Vários olhares se fixaram em nós. Ignoramos e fomos até uma mesa.

Logo depois fizemos nossos pedidos e ficamos apenas conversando. Quando nossos cafés chegaram Mary desviou o olhar para o lado e um sorriso surgiu em seu rosto.

– O que? – perguntei curiosa e a encarei.

– Tem um cara encarando nossa mesa. Ele não é nada feio – ela sorriu maliciosa e eu revirei os olhos.

– Quer que eu faça o que? – perguntei debochando.

– Olhar não tira pedaço – falou sorrindo e eu suspirei. Virei à cabeça lentamente como se estivesse jogando o cabelo para trás. Um homem entono dos vinte e cinco anos encarava mesmo nossa mesa. Ele tinha um olhar curioso e divertido.

– Já olhei – falei olhando para Mary novamente. Ela sorriu e nós continuamos a conversa normalmente. Trish apenas ria quando Mary relatava como o homem era. Minutos depois ele se levantou e saiu do lugar. Demos ombros e começamos a conversar normalmente.

– Ally você vai visitar sua casa? – Mary lembrou e eu suspirei.

– Acho que sim – dei ombros.

–Nos quer junto? – Trish perguntou e eu neguei.

– Vou sozinha. Acho que vou aproveitar agora – falei decidida.

– Nós vamos continuar aqui – Mary garantiu e eu assenti me levantando.

– Já volto – falei e levantei. Elas assentiram e eu saí do lugar. Olhei para os dois lados me lembrando do caminho.

Virei-me para a esquerda, caminho contrário do hotel. Andei calmamente com uma vontade imensa de chorar. Tinha caminhado por tudo aquilo de mãos dadas com minha mãe e meu pai. Quando Mel ainda não tinha nascido. Finalmente cheguei a rua da minha antiga casa. Respirei fundo e fui em direção a casa.

Não era uma casa grande, até considerada pequena. Mas, sempre foi o suficiente para todos nós. A casa tinha um pequeno jardim apenas na frente. E um portãozinho antes dele. Fiquei lembrando-me de todos esses detalhes enquanto caminhava em sua direção. Muitas pessoas caminhavam pela rua, mas não era ninguém conhecido.

Quando cheguei na frente do pequeno portão me assustei. Havia uma pessoa no jardim, batendo na porta. Mas, não era qualquer pessoa. E sim, o cara do Café. Franzi o cenho e resolvi chama-lo.

– Ei – gritei e ele olhou para mim assustado. Nós dois trocamos olhares avaliando um ao outro. Ele era consideravelmente grande, mais ou menos do tamanho de Austin. Seus cabelos e olhos eram castanhos. Seu rosto demonstrava o quanto ele ainda era jovem.

– Ah, olá. Algum problema? – perguntou como se não estivesse em uma casa que seria dele. Ou seria? Afinal, já venderam a casa.

– Sim. O que faz aqui? – perguntei fria. Ele me olhou confuso pela atitude.

– Estou procurando uma pessoa – falou meio receoso. Abri minha boca em surpresa e fiquei curiosa.

– Quem? – perguntei interessada.

– Não sei se devo falar – disse me encarando.

– Ah – exclamei sem graça – Desculpe – falei dando ombros.

– Tudo bem. O que você faz aqui? – perguntou curioso.

– Apenas vendo a casa – falei de uma maneira indiferente.

– Mora aqui? – perguntou assustado. Ele andou para mais perto de mim, como se quisesse passar por mim e fugir.

– Não – neguei e ele suspirou. Ri e o encarei. Parecia tão familiar para mim seu jeito e também fisicamente.

– Ah – exclamou assim como tinha feito antes. Ri soltando o ar e ele sorriu.

– Vim procurar uma pessoa – admitiu e eu levantei uma sobrancelha interessada na resposta.

– Mora aqui? – falei mesmo não conhecendo as pessoas que agora moram aqui.

– Acho que sim – falou meio confuso.

– Posso te ajudar. Sabe o nome da pessoa? – perguntei esperando qualquer resposta, menos a que recebi.

– Os Dawson. Na verdade, Ally Dawson – falou seriamente e um pouco ansioso. Meu coração gelou e eu dei um passo para trás. Respirei com dificuldade e o encarei.

– Porque gostaria de falar com ela? – falei tentando parecer normal. Ele me olhou curioso e sorriu envergonhado.

– Desculpe isso é apenas com ela – falou dando ombros. Aproximei-me dele e sustentei seu olhar.

– Pode falar sou Ally Dawson – falei levantando a cabeça e ele arregalou os olhos.

– Você? – falou surpreso.

– Sim – falei seriamente.

– Oh – murmurou confuso e se aproximou ainda mais de mim.

Momentos depois seus braços me envolveram. Fiquei estática e assustada. Mas, ao mesmo tempo aqueles braços pareciam tão confortáveis e tão familiares. Não sei o motivo, mas desarmei todas as minhas defesas e apenas abracei o estranho a minha frente.

– Demorei tanto para te encontrar garota – revelou carinhosamente contra meus cabelos.

– Desculpe, mas ainda não te conheço – falei envergonhada e me afastei um pouco dele.

– Sou Thomas Dawson – falou sorrindo divertido. Ofeguei e andei novamente para trás. Ele me olhou preocupado, pois obviamente eu estava olhando-o assustada.

– D-Dawson? – gaguejei surpresa e ele riu.

– Sim – falou sorrindo e eu respirei fundo.

– Meu irmão? – perguntei com medo e ele arregalou os olhos.

– Não. Primo – disse seriamente e eu senti minha cabeça girar.

– Mas, eu nunca tive primos, tios, avós – lembrei com lágrimas nos olhos.

– Você apenas não os conhecia – explicou atenciosamente.

– Mas, meus pais nunca disseram – falei sentindo as lágrimas vindas com mais força.

– Eles se afastaram da família – revelou e eu balancei a cabeça freneticamente.

– Eles, não... Não fariam isso – neguei já chorando.

– Acredite em mim. Eles apenas queriam uma vida longe. Seus pais eram muito novos e tiveram muita pressão da família – explicou calmamente e eu tentei limpar as lágrimas.

– Eu acredito. Meus pais eram impulsivos – lembrei e funguei – Mas, como me achou? – perguntei assustada. Afinal, ele poderia inventar tudo.

– Seu nome foi anunciado por uma banda. Minha tia viu e te identificou – falou sorrindo, mas continuei chorando.

– Por isso ficou me encarando? – perguntei soluçando.

– Sim. Eles mostraram uma foto sua na entrevista – falou e eu revirei os olhos. Ele me avaliou um pouco e me olhou apreensivo – Porque está chorando, garota? – perguntou sorrindo.

– Tenho medo. Medo de você apenas mentir. Não tenho quase nenhuma família de sangue – revelei chorando ainda mais. Ele me olhou assustado.

– Seus pais? – perguntou confuso.

– Mortos – apenas falei e as lágrimas continuaram escorrendo por meu rosto. Ele me olhou confuso, assustado e depois triste.

– Desculpe, garota – falou carinhoso e me abraçou novamente. Escondi meu rosto em seu peito, molhando-o inteiramente. Ele alisou meus cabelos e eu fechei meus olhos – Não vou te magoar. Nunca mentiria – garantiu. Mas, neste momento também gostaria de ouvir essas palavras vindas de outra pessoa. Assenti contra seu peito e ele riu – Acho melhor irmos embora, vão pensar que estamos invadindo essa casa – falou arrancando um sorriso meu.

– Quero conhecer meus tios – admiti enquanto passávamos pelo portão.

– Conhecerá. Podemos ir qualquer dia – disse animado e eu suspirei. Nós andávamos calmamente pela rua, observando as pessoas andarem apressadas.

– Moro em Miami – falei me virando para ele. Vi seu sorriso desaparecer instantaneamente.

– Quanto tempo ficará aqui em New York? – perguntou esperançoso.

– Mais quatro dias – respondi e ele sorriu.

– Temos tempo de nos conhecer. E fazer o teste de DNA – avisou e eu frazi o cenho.

– Teste? – falei confusa.

– As pessoas vão desconfiar de mim – disse dando ombros – É obvio. Ainda mais porque você conhece uma banda famosa – falou revirando os olhos.

– Um deles é meu namorado – falei sorrindo e dei ombros.

– Não acredito – balançou a cabeça, incrédulo. Ri, mas logo fiquei séria.

– Não irá sumir não é? – perguntei receosa.

– Nunca – prometeu e chegou perto de mim. Seu braço rodeou meus ombros fazendo-me rir.

– Podemos fazer o teste amanhã? – sugeri e ele assentiu.

– Quando o resultado sair, avisarei você – falou e eu concordei. Nós trocamos números de celulares enquanto conversávamos normalmente. Quando ia contar sobre Mel algo nos interrompeu.

– Está nevando? – ele chamou minha atenção. Olhei para cima e ele estava certo. A neve já começava a cair. O frio pareceu ficar mais intenso.

– Vamos voltar para o Starbucks – pedi e ele assentiu. Como estávamos um pouco longe começamos a andar rápido.

No meio do caminho a neve caia com mais frequência. Mesmo com aquele casaco grosso eu já começava a sentir frio. Trocamos olhares quando faltava apenas uma quadra.

– Vamos correr? – perguntou lendo meus pensamentos. Acho que éramos quase irmãos. Assenti. Precisava da corrida para me esquentar e por competição.

– Claro – falei rindo. Paramos na mesma linha e sorrimos.

– Já – gritou.

Corremos por nossas vidas. Pessoas olharam torto para nós, mas nem demos importância. Minha respiração já começava a ficar pesada assim como a de Thomas. Tentei me concentrar mais, já estava acabando. Mas, Thomas acabou me passando poucos metros antes. Ele chegou primeiro na frente do estabelecimento e se virou para mim. Acabei parando bem em cima dele. Nós rimos e eu mostrei a língua para ele.

– Vamos entrar – pediu e eu o segui. Meu olhar encontrou vários loiros, e outros se virado para nós. Apertei meus lábios em vergonha e também divertimento. Antes de ir até lá me virei para Thomas. Nós estávamos perto da porta ainda.

– Acho melhor você ir embora e apenas nos encontramos amanhã – pedi e ele me olhou confuso. Mas, logo depois seu olhar foi para a mesa lotada virada em nossa direção.

– Entendi. Há vários olhares de ódio em mim – falou rindo e eu o acompanhei. Seus braços envolveram minha cintura e eu coloquei minha cabeça em seu ombro – Seu namorado está com ciúmes. É o loiro que parece mais querer me atacar -observou sussurrando em meu ouvido. Ri vitoriosa.

– Isso é bom – provoquei. Afinal, ele deveria sentir um pouco de ciúmes alguma vez.

– Se é isso que queria, conseguiu. Também não gostaria de ver minha namorada linda agarrada com outro cara – falou rindo em meu ouvido. Revirei os olhos e bufei.

– Ele mereceu – garanti e ele riu novamente.

– Preciso ir antes de ser assassinado – falou e eu gargalhei.

– Só não se esqueça de mim – falei agora seriamente.

– Nunca, garota – prometeu e beijou minha testa. Era realmente bom ter um irmão, quer dizer, primo – Sério, acho que vai me espancar em um beco - falou dramático e eu ri – Vamos nos encontrar amanhã aqui e depois vamos para uma clinica que vou marcar ok? – perguntou e eu assenti.

– Então, Tchau – falei e me separei dele.

– Tchau – disse já se virando para a saída. Fiz o mesmo para dentro e depois que dei alguns passos lembrei que não marcamos o horário. Virei-me para trás e ele fez o mesmo.

– Aqui ás duas horas – gritou um pouco alto demais e logo depois piscou. Acho que tinha ajuda em meu plano de ciúmes. Gargalhei e assenti.

– Amanhã – gritei me virando e rindo. Ainda com um sorriso fui ao encontro de pessoas furiosas e pessoas sorridentes.


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Notas finais do capítulo

AAAAAHH. Será que é verdade mesmo? E esse ciúmes? Terão mais brigas? O que estão achando de tudo isso? Está muito ruim? COMENTEM E RESPONDAM *u*



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