I Won't Give Up escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 22
Visitas & Alta


Notas iniciais do capítulo

Heeey! Demorei? Nome terrível de capitulo neh? Desculpe. Capitulo grande *-* Tentei não enrolar muito nesse capitulo, espero que tenha ficado do jeito que vocês queriam. Temos mais leitores não é? Comentem o que estão achando da história e Boa leitura!



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Acordei com um movimento na cama. Em um segundo lembrei-me de tudo. O coma. Mary. Austin. Respirei fundo e abri os olhos, sonolenta. Pude perceber Austin ao meu lado, estranhei o fato de ele estar sentando ao meu lado, e não saindo da cama.

– Bom dia – Era tão bom ouvir sua voz animada antes de tudo.

– Bom dia – Falei com a voz meio rouca. Fitei Austin confusa, seus cabelos estavam um pouco molhados, ele vestia uma roupa totalmente diferente da que eu me lembrava. – Já foi para casa? – Perguntei.

– Sim, dorminhoca. São nove horas da manha – Avisou e eu me sentei ficando bem próximo dele. Antes que eu pudesse falar algo completou: - Trouxe uma visita – Falou e abriu um sorriso quando viu minha expressão curiosa.

– Quem? – Perguntei ansiosa. Entretanto, ele não respondeu, apenas andou novamente até porta e a abriu.

Comecei a rir com os olhos cheios de lagrimas. Lá estava Mary com seu jaleco e um sorriso sapeca no rosto. Mas, fiquei feliz pela criança em seu colo. Mel estava linda. Vestia um pequeno vestidinho rosa delicado e uma sapatilha também rosa. Havia uma tiara branca em seus pequenos cabelos castanhos. Seus olhos demonstravam sono e um pouco assustada, talvez pela atenção dirigida a ela.

– Mel... – Sussurrei surpresa e feliz. A garotinha se voltou para mim a abriu um sorriso inocente.

– Surpresa – Mary gritou alegremente. Ela se aproximou de mim com a menina que logo estendeu seus braços para mim. Quase arranquei Mel dos braços dela, mas com cuidado.

Coloquei a menina em pé em minhas pernas e a abracei com força. Esta colocou o rosto em meus cabelos. Era tão bom estar daquele jeito. Sorri e comecei a beijar todo o rosto de Mel. A criança começou a rir e dar uns gritinhos infantis.

– Ally – Reclamou a pequena. Senti tanta saudades de sua voz.

– Que saudades da minha menina – Confessei a abraçando forte novamente, e a menina retribuiu do mesmo jeito. Nos separamos e ela passou suas pequenas mãozinhas por meu rosto enxugando algumas lagrimas que caíram.

– Não chora – Choramingou e eu sorri. Beijei sua bochecha e ainda com os braços em volta da pequena lembrei-me das duas pessoas ainda no quarto. Mary parecia que ia pular de tanta felicidade e Austin tinha um sorriso satisfeito.

– Obrigada – Agradeci e os dois assentiram para mim.

Depois dessa manha os dias foram passando cada vez mais rápidos no hospital. Mary todos os dias me visitava, com o objetivo de ser psicóloga, mas também minha amiga. E isso apenas me deixava com mais saudade de Trish, que mesmo nos conhecendo tão pouco somos grandes amigas. Entretanto, não foi autorizada a visita de muitas pessoas por enquanto. Isso para que não me cansasse muito. Apenas Austin estava aqui todos os dias. Ele me ajudava a passar por toda a fase de fisioterapia e também participava de muitas consultas com a minha psicóloga, assim como minha irmã. Ele passou a dormir apenas alguns dias comigo, pois eu insistia para ele ir para sua casa.

Já fazia duas semanas que eu havia saído do coma e continuava com a mesma rotina no hospital. Fui informada a pouco tempo pela Dra. Miller que receberia alta em apenas mais uma semana. Obviamente eu teria que continuar com a terapia e fisioterapia três vezes por semana. Então de acordo com minha recuperação a frequência das consultas irá diminuir.

A respeito de minha saúde, eu já estava consideravelmente melhor. A fratura em minhas costelas melhorou, pois eu já conseguia fazer mais coisas sem elas doerem. Entretanto, ainda era muito difícil andar sem apoio de nada, sustentar o corpo todo. Isso também porque apenas agora o corte em minha perna começou a cicatrizar e demoraria um bom tempo, já que o corte foi profundo e grande.

Também explicaram tudo que havia acontecido no acidente e também sobre o coma. Eu continuo muito perdida no que pensar a respeito. Afinal, não é fácil você descobrir tudo isso, mas todos os dias eu tentava pensar de uma maneira melhor, e aceitar o que aconteceu.

Mesmo agora sabendo de tudo que aconteceu uma coisa ainda me deixava confusa, por que Austin queria tanto cuidar de mim e minha irmã? Ele não ganha nada com isso e nem é sua obrigação. Tento encontrar respostas todos os dias, mas essa preocupação logo some quando o vejo entrar todos os dias em meu quarto. Sei que algum dia vou ter que perguntar, mas por enquanto é tão bom tê-lo perto de mim.

Como eu teria alta do hospital em uma semana eu e Austin começamos a discutir para que casa eu vou. Obviamente eu queria ficar em minha casa com Mel, pois ela já deve ter dado bastante trabalho. Mas, Austin sempre tem mais razão. Ele defendia que, eu não tinha como sustentar a casa já que não estou trabalhando e não é justo eu gastar o resto de minha herança; como não consigo fazer muitas coisas sozinhas não vou conseguir cuidar de Mel. Pedi para que ele viesse hoje, terça feira, para lhe responder. Eu estava nervosa com fato de conviver com Austin e toda sua família, afinal...

– Meu Deus Ally, preste atenção em mim – Esse grito me tirou de meus vários pensamentos. Olhei para lado e me dei conta que Mary havia entrado no quarto e estava falando comigo – O que você tem? – Perguntou curiosa e um pouco preocupada.

– Ahn... Vou aceitar morar com Austin – Falei com vergonha e respirei fundo.

– Sério? – Perguntou sem expressão e eu assenti – Ah que legal – Gritou animada e eu a olhei confusa – Meu casal favorito – Falou sonhadora.

– Mary isso não é uma série ou livro – Falei irritada, mas feliz pela animação da garota.

– Ah, vamos lá Ally – Falou animada – É quase isso, admita – Apontou o dedo para mim.

– Okay – Apenas disse – O que veio fazer aqui?

– Tudo bem, sirvo apenas para isso não é? – Perguntou dramática e falsamente ofendida. Revirei os olhos e ela continuou – Vim te ajudar com a fisioterapia. Sua fisioterapeuta já está vindo – Avisou.

Na fisioterapia ocorreu tudo bem, mesmo com umas dores nas costelas e perna. Já estava na hora do almoço e Mary continuava no meu quatro, pois não queria me deixar sozinha.

– Eu não sou um bebê – Reclamei.

– É quase – Fuzilei ela com olhar que acrescentou – Brincadeira. Já vou almoçar estou apenas esperando... – Ela foi interrompida por uma pessoa ofegante que entrou no quarto.

– Cheguei – Austin falou cansado.

– Mas o... – Comecei, mas fui interrompida.

– Agora posso ir embora – Mary se levantou e piscou para mim.

– Mary vo... – Falei brava, mas não terminei.

– Tchau – Falou para mim e acenou para Austin.

– Pare de me interromper – Gritei e ela apenas riu enquanto fechava a porta. Ouvi uma risada ao meu lado e olhei acusadoramente para Austin.

– Desculpe – Disse rapidamente levantando os braços.

– O que foi isso? – Perguntei confusa.

– Eu apenas pedi para ela me esperar chegar. Precisamos conversar – Disse mais sério.

– Sobre o que? – Perguntei.

– Ally você sabe que terá que ir para minha casa não é?

– Austin – Suspirei – Eu não sei por que você se preocupa tanto. Sua família deve estar me odiando – Falei com vergonha.

– Eu quero me preocupar com você, ok? E minha família adora você, mesmo não a conhecendo – Falou sincero.

– Mas não é justo vocês terem que cuidar de nós – Falei.

– Ally, minha família quer que você fique lá. Não se preocupe.

– Não faz sentido Austin – Falei e ele ficou confuso – Porque sua mãe se preocupa tanto com nós?

– Desculpe Ally, eu acabei não contando uma coisa. Sua mãe quando morava em Miami estudava com a minha mãe. Elas eram grandes amigas que perderam contato. Portanto minha mãe sente que tem a responsabilidade de cuidar de vocês – Ele explicou com calma. Olhei ainda confusa, aquilo era tão estranho, tanta coincidência.

– Então... – Falei o encarando tentando entender – Mas, continua não sendo obrigação de vocês – Tentei argumentar.

– Ally, por favor, aceite. Você sabe que não conseguirá cuidar de sua irmã assim – Pediu com calma. Assenti lentamente já vencida.

– Mas saiba que só até eu me recuperar e fazer aniversário – Apontei com o dedo.

– Ah, sim. Daqui uns três meses não é? – Perguntou sorrindo convencido. Lancei um olhar desconfiado.

– Como você sabe?

– Eu estou cuidando de você nesse hospital há meses, meio obvio que sei seu aniversario – Disse revirando os olhos. – Você vai gostar da minha família – Disse mudando de assunto.

– Tenho certeza que sim – Concordei.

Durante todo o resto da semana Austin me contou praticamente tudo sobre sua família. Até que eles há alguns anos tinham uma banda. Fiquei muito animada com essa noticia e tentei argumentar para eles seguirem em frente, mas Austin apenas negou. Mary ficou melancólica toda a semana dizendo que eu iria abandona-la. E eu sempre a respondia que viria no hospital três vezes por semana, afinal ainda estava me recuperando, mas ela preferia fazer drama.

Já no ultimo dia no hospital, me despedi e agradeci todos os enfermeiros e médicos que cuidaram de mim. Austin parecia mais animado que eu, diferente de Mary. Os dois ficaram a manha inteira ao meu lado, como se eu fosse a algum lugar. Já no final da manha Mary me deu uma roupa sua que ela havia pegado para eu ir embora.

A roupa segundo ela era larga por causa de meus machucados e ainda tinha um colar. Tentei explicar que eu parecia estar indo para uma festa e não estar saindo do hospital, mas ela não me ouviu. A roupa, pelo menos, cobria todos os meus machucados sem incomodar. Logo depois de ter me trocado, com ajuda de Mary, a Dra. Miller e Dr. Thomas entraram no quarto com expressões bem serias. Vi Austin congelar ao meu lado, Mary ficar séria no meu outro lado e eu mesma prendi a respiração.

– Olá Austin, Ally e Doutora Brown – Dra. Miller acenou. Às vezes era difícil encarar Mary como uma psicóloga aqui. Todos nós cumprimentamos os dois médicos. E então eu vi um pequeno sorriso surgir nos lábios da medica. – Porque essas caras sérias? – Perguntou divertida e Thomas também sorriu. Nós três relaxamos encaramos os médicos.

– Esta tudo bem com você Ally. Os exames não apontaram nada diferente. Mas você sabe que deve continuar vindo em exames de rotina, fisioterapia. E também os cuidados que deve tomar, evitar muito esforço físico, tomar todos os remédios – Ele explicou seriamente e eu assenti, assim como o Austin, não sei o porque.

– Nós conversamos sobre tudo isso não é Ally? – A médica perguntou sorrindo e eu assenti – Apenas tome todos esses cuidados e você ficará recuperada – Ela disse confiante e eu sorri.

– Nós já assinamos sua alta – Thomas falou e a médica assentiu.

– Obrigada por tudo que vocês fizeram – Falei sincera e a médica sorriu simpática.

– Vamos continuar fazendo – Corrigiu e os dois sorriram para mim.

Nós conversamos mais um pouco sobre todos os cuidados que eu devo tomar e eles me passaram a receitas dos meus remédios e algumas coisas que eu ainda não posso comer.

– Ally? – A médica chamou minha atenção e sorriu carinhosamente – Acho que vocês já quer ir embora não é?

– Muito – Concordei sorrindo.

– Então o que está esperando? – Mary se pronunciou sorrindo também.

– Vocês vão precisar de uma cadeira de rodas? – Thomas perguntou me analisando. Todo o tempo em que conversamos eu tive que continuar sentada na cama. Antes que eu pudesse falar Austin respondeu.

– Não, pode deixar, eu a levo. E Ally não sairá muito de casa então não é preciso – Falou de uma forma responsável que me fez querer sorrir. E então e me toquei o que ele tinha falado.

– O que? N... – Mas como sempre me interromperam, uma mania muito chata.

– Não há problema Ally. Desde que não a machuque – Thomas disse com um mínimo sorriso. Era bem provável que ele estivesse fazendo aquilo de proposito. Que médicos eu fui arranjar?

– Tudo bem – Disse vencida por eles. Austin sorriu alegremente, como se tivesse ganhado um premio.

– Agora vão – Mary falou – Vocês estão enrolando de mais. Acho que não vou deixar vocês irem mais – Mary falou triste. Eu ri de seu jeito e a abracei.

– Vá para minha casa hoje. Uma comemoração para Ally – Austin disse e recebeu dois olhares o reprovando-o – Uma pequena comemoração – Acrescentou sorrindo.

Mary concordou e pegou o endereço da casa. Nos despedimos mais uma vez dos dois médicos e Austin se aproximou de mim. Com muito cuidado ele colocou um braço em minhas pernas, não tocando no curativo. O outro braço passou por minhas costas deixando as minhas costelas fraturadas, no lado direito, para fora. Ele me levantou sem a mínima dificuldade e me aproximou de seu peito com cuidado.

– Tudo bem? – Perguntou bem perto de mim e eu assenti meio tonta. Na verdade estava muito bem. Sua proximidade era o que me deixava tonta. Dava para sentir todos os seus músculos fortes. Balancei a cabeça com uma vontade imensa de rir de mim mesma.

Mary sorria alegre, a doutora nos observava também alegre e Thomas tinha um pequeno sorriso.

– Cuide dela Austin – A médica pediu e eu os outros dois concordaram.

– Sempre – Austin respondeu sorrindo e eu retribui. Era tão difícil ficar triste perto dele.

Austin saiu do quarto me carregando com cuidado e andou até a recepção. Ele assentiu para a mulher que trabalhava ali, é, acho que ele fez tantos amigos aqui quanto eu. Ele andou para o estacionamento quase como se não tivesse carregando ninguém no colo.

– E então, feliz por sair daqui? – Falou alegre enquanto se aproximava de um carro.

– Sim – Sorri. – Vejo que você também.

– Pois é – Falou envergonhado.

– Não tenho como agradecer tudo que fez por mim- Falei um pouco emocionada.

– Não agradeça – Falou sorrindo. Ele abriu a porta do carro e me colocou com calma no banco do passageiro. Durante todo esse tempo no hospital aprendi algo, Austin é definitivamente perfeito, mas talvez, apenas para mim.


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Notas finais do capítulo

Como ficou? Erros? Não sei quando vou postar o próximo okay? Então Feliz Natal e um bom ano novo se eu não aparecer aqui antes!!! Tudo de bom para vocês :3
Comentem!!