POV Ally

Como eu tinha que arranjar um emprego, começou a procurar no dia em que cheguei. O lugar que mais me chamou atenção foi a Sonic Boom, uma loja de instrumentos, pois amo musica. É como eu escapo do mundo, finjo que nada existe que não existe pessoas egoístas e nem falsas. Quando perguntei pelo emprego um homem, senhor Moon, me entrevistou e falou que eu parecia entender muito de musica, então me aceitou. O salario não é muito, mas da para sustentar minha irmã. Pelo menos até eu ir para a faculdade e tentar começar novamente.

Após uma semana não estava nada fácil cuidar de 2 pessoas além de mim. Eu trabalhava de manha e de tarde. Minha mãe fica com Mel, mesmo eu não gostando muito disso. Penny às vezes sai de carro, à noite, mas eu recusava a lhe dar dinheiro para comprar bebidas. Mel dormia comigo, pois tinha pesadelos e as vezes eu cantava minhas musicas para acalma-la.

Eu estava cozinhando o jantar quando notei a falta do relógio da cozinha. Fiquei confusa, mas logo minha expressão mudou para compreensão.

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– Penny – Gritei com raiva e andei até a sala – Você roubou o relógio para comprar bebida? – Acusei furiosa. Ela desviou os olhos e não respondeu, portanto encarei como um sim. – Porque você não pode superar? Tente ser forte ou pelo menos finja – Gritei tentando controlar as lagrimas que ameaçavam cair. – Olhe para mim, eu pareço ter 17 anos – Comecei a gritar – Tente parecer uma mãe. Para de ser egoísta e desnaturada – Berrei quase sem conter as lagrimas

– Me respeite, eu sou sua mãe – Penny falou muito alto e furiosa.

– Você não é minha mãe. – Falei com magoa.

Penny se aproximou de mim rapidamente e levantou a mão, no outro segundo sua mão estava no meu rosto com tanta força que bati a cabeça na mesinha ao lado do sofá. Mesmo tonta vi que Penny avançou para mim, não sei se para me ajudar ou me bater, mas antes que ela chegasse, uma pequena silhueta colocou-se entre nós.

– Saia...- Penny começou a dizer furiosa pegando no pulso de Mel.

– Não – Gritei a interrompendo. Me levantei mesmo tonta- Nunca mais toque na minha irmã – Gritei, mas não de raiva, apenas magoada.

Peguei Mel no colo e com a outra mão segurei o meu violão que estava no canto da sala. Não esperei Penny falar mais nada, somente sai pela porta.

– Não chore – Mel disse quase chorando.

Eu já tinha andado uma quadra, mas não tinha percebido que estava chorando. Quando tentei me acalmar me dei conta também que minha testa sangrava. Meu sangue já manchava minha roupa, mas pra mim não tinha diferença.

– Não vou – Respondi já mais calma – Vamos para o parque? – Perguntei tentando ser forte. Vi seus assustados percorrendo a noite escura e fria – Ei, não vou deixar nada acontecer. Vai ficar tudo bem – Falei confiante. Ela apenas assentiu e encostou sua cabeça em meu ombro, como se confiasse em mim. Tive vontade de sentar e chorar o resto da minha vida, mas continuei andando fingindo ser forte.