Pas de Deux escrita por Mokocchi


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna o/
Sendo fã de Princess Tutu, não veria graça criar uma conta aqui sem escrever pelo menos um oneshot da história. Bom, como podem ver, o casal da fanfic é Ahiru e Fakir, espero que gostem :D. Boa leitura!!



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Era uma vez, um príncipe e uma princesa.

Seus destinos estavam nitidamente interligados. Seu amor enfrentou milhares de obstáculos. Um após o outro. Mas nunca desistiram. Tendo seu final feliz, eles finalmente puderam dançar seu Pas de Deux tão esperado. A dança representava sua liberdade, sua ternura, sua paixão. Sentir a dança era o mais puro gesto de amor. Um amor puro, agora livre das garras do corvo, destinado à felicidade até o fim de suas vidas.

É assim que os contos de fadas são. É assim que deve ser.

Uma vez em que o conto estivesse escrito, o fim não seria alterado.

Pas de Deux

—--X---

Era uma vez um pato.

Havia um cavaleiro também.

Eles eram apenas uma parte da história para um cumprimento de um sonho. O pato, não era bem um pato, agora era uma menina. E o cavaleiro, no fim encontrou uma utilidade nas páginas da história. Para o cumprimento de um sonho e a largura de uma música, eles desapareceram das páginas. O conto longo e sinuoso veio a sua conclusão, e eles foram deixados para trás, como marionetes que terminaram seu papel e sentaram silenciosamente na ponta do palco para assistir o fim do espetáculo.

A pata refrescava seus pés na água gelada. No momento, ela era menina, e estava contente pois presenciara algo raro. Duas pessoas dançando em toda a superfície de um lago, como cisnes deslizando no tecido das águas. Embora seu coração tenha doído um pouco, limitou-se em um sorriso sereno.

Pôs seus pés para fora da água, colocando seus sapatos e caminhando até debaixo de uma grande árvore, onde estava seu belo cavaleiro das sombras com uma pena em sua mão e um caderno. Escrever se tornara o passatempo predileto do rapaz. Isso não a incomodava nem um pouco. Muito pelo contrário, ela gostava de admirá-lo escrever.

Senta-se a seu lado, observando a maneira que Fakir escrevia. Seu braço deixava-se envolver em sua própria história, o único som a alcançar seus ouvidos era a brisa tocando o lago, era como se tudo e todos a seu redor desaparecessem. Todos exceto Ahiru.

— Sobre o que você está escrevendo agora? – Pergunta a menina, curiosa.

A voz desafinada quebra toda a sua concentração, ele volta para o mundo real e lembra do quão irritante ela era ao interrompê-lo. Volta seu olhar para aqueles grandes e curiosos olhos azuis claros, o rosto angelical estava mais perto que o de costume, fazendo-o ruborizar o rosto pela vergonha de tê-la tão próxima. Ela sempre o deixava assim, sem reação, incapaz de sentir raiva dela.

Esse era o mais estranho, e também mais poderoso efeito que Ahiru causava no cavaleiro.

Fakir revira o rosto de maneira rápida, evitando olhá-la nos olhos para não ruborizar ainda mais.

— Nada em especial. – Ele responde de maneira rápida, tentando concentrar-se novamente em seu texto. O doce perfume da garota o impedia de prosseguir o que havia começado. Percebendo que aquilo não o levaria em lugar algum, guarda seu caderno e sua pena no bolso, voltando sua atenção para a garota que deseja um pouco de atenção. – E você? O que fez o dia todo?

— Nada em especial. – Responde, em vingança da última resposta do moreno não ter alcançado suas expectativas.

Ele bufa. Ela sorri.

O casal que a menina havia visto há alguns minutos atrás continuava a dançar, espalhando toda a sua graciosidade e paixão. A paixão que colocavam na dança era familiar para ambos. Era exatamente assim que Mytho dançava.

Tais recordações provocavam suspiros na menina de cabelos ruivos.

— Eles dançam tão bem... – Diz Ahiru em meio de mais um suspiro. O rapaz bufou em resposta, inclinando a cabeça para cima, descansando-a contra a árvore. Ele reconhecia bem quando ela lembrava de Mytho, e não gostava nem um pouco ao ver seu sorriso desmanchado. – Dançam muito bem. – A menina repetiu teimosamente para si mesma. Ela fingia não saber o motivo de dizer aquilo repetidas vezes, na verdade estava esperando uma resposta sincera de Fakir. Sabia muito bem que ele não responderia até que ela não fosse direto ao ponto. – Lembram um pouco Mytho e Rue... – Fakir estava esperando que ela dissesse algo assim. A saudade dos amigos era algo que a incomodava quase todos os dias e Fakir nunca soube como confortá-la. Sentia-se um tanto inútil por não suprir essa falta com sua própria companhia. Mal ele sabia que a garota-pato considerava a sua companhia a melhor de todas. – Me pergunto como eles estão...

Ela tentou parecer alegre quando havia um grande aperto em seu peito, sentia falta da história que havia chegado ao fim.

O garoto fechou os olhos ao ouvi-la. De certa forma, ele sabia que lágrimas haviam brotado naqueles grandes olhos azuis. Sentiu-se muito cansado de repente, mas sentiu que mesmo após tantos feitos, ainda havia um dever a cumprir. Mesmo após cumprir sua parte escrevendo um final para a história para Mytho, não sentiu uma sensação de glória ou de realização, mas apenas o vazio cansado de um dançarino após a última cortina fechar-se no palco.

“Mas eu não falhei...”, pensou com raiva para si mesmo. “Que bobagem...”

Ainda faltava a certeza de que Ahiru sorriria pelo resto da vida, de que sequer uma única lágrima escorresse por seu rosto. Ainda faltava a certeza de que Ahiru era realmente feliz.

Apenas iria se sentir vitorioso quando tivesse essas certezas.

— Sorria. – Disse o garoto de repente. A menina se assustou e virou seu olhar para ele com os olhos umedecidos.

— Fa-

— Shhh. – Ele murmurou, pondo o dedo indicador em seus lábios, depois enxugando suas lágrimas com os polegares. – Você estava pensando em querer dançar com Mytho e Rue mais uma vez, não é?

Ela segurou suas mãos, que ainda tocavam seu rosto, encarando-o com um certo espanto.

— Eu...

— Então vamos dançar. – O moreno se levanta e a puxa para cima, conduzindo-a para um pouco mais longe do tronco. – Você está com as suas sapatilhas?

— N-Não.

— Tudo bem, não importa. – Ele murmurou, a sua espera.

Fakir a conduziu para uma dança que se iniciava em passos lentos. Ahiru nunca se imaginou dançando com tanta graça e leveza não estando na forma de Princess Tutu. Sentia-se estranha, como se ela fosse mais uma vez parte da história. Ou de algo que eles deveriam lembrar.

O Pas de Deux foi pronunciado com o coração dos dois jovens apaixonados pela dança, quando dançavam juntos, sentiam-se um só. Seus passos seguiram da grama até a superfície do lago, dançando em cima dele como vidro ou gelo, assim como o príncipe e a princesa tinham feito. Seus movimentos e formas eram fluídos como se encarna o vento, como se criassem asas que estavam prestes a voar.

Assim como sua escrita, Fakir pode esquecer a presença de qualquer outro ser existente, e seu mundo silenciou, focando no Pas de Deux que dançara com a garota que ama.

Já a menina, nem lembrava mais o motivo de suas lágrimas. Elas cessaram assim como a dor que sentia em seu peito. A dor que apenas Fakir podia curar.

Enquanto dançavam juntos no momento perfeito, ele mau podia acreditar que a menina que antes lhe causara tanto incômodo, que sempre lhe atrapalhava nos assuntos de Mytho, a medrosa e escandalosa colega de classe poderia lhe transmitir um sentimento tão puro como este. Muito menos ela, poderia acreditar que um rapaz bruto, amedrontador e egoísta, que achava que fazia tão mal a Mytho, a faria sentir tão única e especial. O quão irônico é o destino, eles pensavam.

Lentamente, suavemente, no meio daquela dança, puderam sentir como se até seus reflexos na água tivessem mudado. Se olhassem para baixo, veriam em si a imagem de Princess Tutu e um cavaleiro armado. Assim os papeis que receberam na triste história do príncipe que perdeu seu coração.

Fakir segurou sua mão, puxando-a para perto de si, abraçando-a com força. Ela também não se importou em parar a dança, queria ter seu cavaleiro mais perto. As mãos do rapaz seguraram seu rosto, analisando cada detalhe, principalmente os lábios rosados. Após ataca-los com o olhar, os atacou com seus próprios lábios, iniciando um beijo profundo e cheio de desejo.

Ela não fez nada além de retribuí-lo, apesar de ser totalmente inexperiente no assunto. O moldar de lábios tornou-se intenso à medida que eles se aproximavam ainda mais, Fakir pôde ensiná-la como aquilo funcionava, ela teve um pouco de dificuldade no início, mas logo se acostumou com o tempo.

A sensação de ter um ao outro daquela maneira era incrível, talvez a melhor sensação que ambos já sentiram. A sensação que representava o verdadeiro Pas de Deux.

Quando ele se afastou, ela soltou seus braços. O encantamento havia desaparecido e seus reflexos voltaram a ser o que eram. Ambos estavam com os rostos vermelhos como um tomate, ela começou a gaguejar, com os olhos arregalados e os lábios trémulos.

— F-Fa-F-F-Fakir...

— Não fique desse jeito. – Respondeu com um sorriso suave. Ela logo se acalmou, vendo a expressão tão encantadora quanto a de um príncipe no rosto do moreno. Ele a abraça, transmitindo todo o seu calor ao toque, fazendo-a se sentir confortável. – É assim que será daqui por diante. – Ele pode sentir um balançar de cabeça em seu peito, assentindo. Ele sorri da maneira mais alegre possível, a afasta um pouco, para olhá-la nos olhos. Logo viu que ela estava chorando novamente, só que dessa vez com um sorriso no rosto. Seu sorriso alarga ainda mais. – Idiota, não chore a toa.

— Desculpe... – Ela diz, enxugando as lágrimas. – É que eu estou... Tão feliz...

O cavaleiro lhe dá um beijo na testa, segurando seu rosto mais uma vez.

— Esse é o início de uma nova história. – Fakir diz calmamente, sorrindo daquela mesma maneira. – Vamos terminar nossa dança?

Ela assentiu a cabeça, sorrindo.

Eles finalmente puderam dançar em novas páginas, de uma nova história, com um novo destino. O misterioso destino do cavaleiro das sombras e da menina-pato.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Ficou bom? Ficou horrível? Querem me matar? Deixem suas opiniões ^^
Kissus ♥



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