Hereafter escrita por Suzana Alves


Capítulo 14
Cap. 13: Será que o tempo poderia parar agora?


Notas iniciais do capítulo

Hiii *--*

Hoje uma bela quarta feira na qual meu time acaba de ser campeão nada melhor que comemorar postando mais um cap. HAHAH' Flamengoo

Nossa é tanto para comemorar. Ainda mais que ultrapassamos os 100 comentários... É muitaa felicidade.. E acreditem me esforcei essa semana para responder a todos comentários, mas ainda à alguns faltando, mas calma, eles não serão esquecido.

Sem enrolar aqui... Desculpe os erros e boa leitura.



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Quando chegamos da casa dos Pritons corri direto para o meu quarto e a cada degrau que subia rezava para que o Nathaniel estivesse lá, mas acho que por eu não andar indo muito a igreja minha pequena prece não foi atendida.

E lá estava eu no meio do meu quarto, olhando para minha cama que desde ontem permanecia vazia e ainda arrumada, pois meu amigo fantasma não estava lá para bagunçá-la como o de costume.

Respirei fundo e tentei tirar a idéia que não saia da minha cabeça, essa que não iria mais vê-lo e tentando me focar na ótima tarde com meu novo amigo.

Mesmo depois de uma tarde tão divertida, esta sozinha em meu quarto de novo era realmente solitário.

Fui para o banheiro tomar meu banho. Botei minha banheira para encher e enquanto isso me olhava ao espelho. Que visão deplorável. Cabelos todos desgrenhados – culpa de tantos mergulhos e nada de pente. Tentei passar os dedos entre os fios, mas até parecia crina de égua. Okay, foi muito exagerado esse comentário.

Tentei ignora o ninho em minha cabeça e comecei a tirar cada peça do meu biquíni e enfim mergulhei naquela água quente. Me banhar na banheiro era algo que mais me tranqüilizava, bem, até o dia em que o Nathaniel me viu nua. Agora aqui em vez de relaxar, eu só conseguia ver fleches daquele dia. Lembro-me como fiquei com raiva por ele ter me visto sem nada, mas pensando melhor agora, acho que prefiro muito mais que ele me veja sempre nua do que não aparecer mais.

Oh Droga. Estou pensando nele de novo!

Afundei a cabeça tentando tirar aquelas imagens da cabeça, aquele rosto, aquele sorriso e aqueles olhos cinzas. Mas parecia impossível.

– Nate por favor aparece! – Praticamente gritei dentro do meu banheiro. Mas nada aconteceu, nenhum Puf como sempre, nenhum susto. Nenhum Nathaniel.

Fiquei ali esticada na banheira uma hora. Quando sai estava como uma velha, com as mãos e pés com as famosas rugas da água.

Não me importei em sair sem toalha para o meu quarto, molhando todo o caminho em que passava. A janela ainda estava aberta, não faria diferença se assim ela ficasse, pois o único que conseguiria me ver não mora mais lá. Mas graças a um vento frio que entrava por ela fui obrigada a ir fechá-la.

Quando fiquei exatamente a sua frente parei alguns segundos para novamente encarar aquela casa, e durante esse tempo que estava a olhando pude ver algo lá dentro se mover. Uma sombra. Era o Nathaniel? E foi ai que me lembrei de uma conversa que tivemos há alguns dias.

Flashback On

– Ok chega de rir de mim. E posso saber onde você estava?

– Tava na minha casa. – O que?

– O que você estava fazendo lá? – Ergui uma sobrancelha não entendendo nada.

– Jullie, lá é minha casa, eu preciso de um motivo para ir lá? – Tudo bem, essa ele me pegou.

Mas desde sua morte ninguém mora lá, e pelo que sei tudo está do mesmo jeito, afinal nunca vi nenhuma mudança. Os pais dele simplesmente foram embora sem levar nada.

– Então é lá que você fica quando não está comigo. – Ele apenas concordou com a cabeça. – Mas o que diabos você faz lá, Nathainel?

Flashback Off

É isso, porque eu não lembrei disso antes? Ele disse que ficava em casa quando não estava comigo, só pode ser isso. Ele tem que está lá. E eu irei ver isso agora.

Vesti a primeira roupa que me veio na cabeça e desci as escadas correndo, por pouco que não caio no caminho. Mas mesmo que caísse nada me pararia, eu tinha que ir até lá.

Meus pais já estavam trancados no quarto, então não me iriam ver saindo, portanto não teria que mentir para onde afinal eu iria. Apenas sai pela porta dos fundos e fui até o portãozinho que fazia divisa com o quintal da minha casa.

Atravessei em passos rápidos todo o jardim que estava repleto de folhas e até mesmo fezes de algum tipo de animal. Muito diferente de quando tinha gente morando aqui. Tudo era tão bonito, as rosas da mãe do Nate espalhavam seu cheiro por todo o quintal, e agora não tinha mais nada.

Cheguei à porta dos fundos e com uma pedra não me importei em quebrar o vidro facilitando minha entrada.

Toda a casa estava um caco e repleto de poeira, os móveis cobertos com lenços, e o cheiro de mofo dominava. Poderia até dizer que estava realmente parecendo com uma casa mal assombrada, se não fosse pelo o quarto que acabei de entra.

Sim, o quarto do meu amigo, que estava como sempre foi, ainda tinha poeira cobrindo os moveis, mas tudo estava arrumado. Tinha brinquedos no chão, e em cima da cama estava quem eu tanto queria ver com um livro nas mãos.

– Eu não sei se fico zangada ou feliz por te achar aqui. – Dessa vez foi minha vez de lhe dar um susto fazendo com que acabasse por jogar o livro longe. Me abaixei e peguei o livro que ele tinha derrubado. – Pequeno príncipe, não acha que é infantil de mais?

– Jullie? – Me olhou já de pé.

– É, esse é meu nome. Que bom que ainda lembra. – Falei irônica.

– O que você faz aqui?- Me sentei respirando fundo.

– Você não apareceu, e isso estava me deixando meio solitária, ai me lembrei que você disse que ficava aqui. – Ele se sentou ao meu lado de cabeça baixa.

– É eu sempre fico aqui. – Disse em um tom baixo.

– Nathaniel, por que você não apareceu quando eu te chamei? – Ele não respondeu e o silêncio dominou aquele quarto. – Nathaniel! – Chamei de forma dura o fazendo se virar novamente para mim.

– Eu só queria ficar um pouco sozinho.

– Você ficou sozinho praticamente seis anos, por que diabos queria ficar sozinho agora que eu posso te ver. Sabe como isso me fez me sentir mal? – Segurei seu rosto o fazendo olhar nos meus olhos.

Aqueles olhos cinzas estavam tão ilegíveis como sempre.

– Desculpa. – Pediu forçando um sorriso.

– Eu não estou zangada. – Suspirei. – Só estava com medo.

– Medo?

– Sim medo, de não te ver mais. Seis anos indo todos os dias ao cemitério apenas para conversa com o nada era algo que me confortava, mas nada se compara em poder te ver, te ouvir, te sentir. – Lagrimas se formavam em meus olhos o que o fez me olhar preocupado.

– Juh não chora. – Me pediu e eu tapei meus olhos com as mãos impedindo que as lágrimas escorressem.

– Nathaniel, você não pode fazer isso, ficar sem me ver sem mais nem menos. Eu não posso ficar mais seis anos sem você. Nathaniel eu t.. – Logo quando eu tive coragem de fala fui impedida pelas mãos do meu amigo puxando meu rosto para cima e assim fazendo com que nossas bocas se chocassem iniciando um beijo que eu nunca esperava, que na verdade já tinha até mesmo desistido em conseguir. E agora eu estava com os lábios do meu amigo fantasma junto aos meus. Tão macios.

Não fiz movimento algum, nem mesmo para aprofundar aquele singelo beijo apenas aproveitei os segundos que tive seus lábios nos meus.

Como seria perfeito se o tempo parasse agora.

Parecia um dos meus sonhos, eu e ele juntos, com nossos lábios em um encaixe perfeito. Eu poderia ficar apenas sentido aqueles lábios sem me mover, mas eu queria sentir sua língua, queria ter um beijo de verdade com ele, um beijo que até alguns meses parecia que eu só teria em meus mais lindos sonhos.

Assim deixei minha boca um tanto aberta deixando passagem para que ele fosse a frete, só que algo veio em minha mente. Ele nunca beijou antes, como saberia o próximo passo a dá? Então não teria jeito, eu teria que continuar aquele beijo e aproveitar enquanto não acordo desse sonho tão real.

Segurei sua nuca e o mantive ainda mais perto – como se isso fosse possível. Aos pouco comecei a contorna sua boca com minha língua até que conseguisse a brecha perfeita para tomá-lo para mim.

Ao sentir a ponta de sua língua tocar a minha, um arrepio tomou o meu corpo, e era como se recebesse um choque, mas não um choque desconfortável, muito pelo contrario. Estávamos em perfeita amônia, era como se eu tivesse nascido para esse momento, até diria que agora poderia morrer, mas mesmo que eu esteja beijando meu amigo morto, eu me sinto cada vez mais viva enquanto ele segura o meu rosto e o acaricia com seus longos e finos dedos.

Desci minhas mãos para tocar suas costas e lá o arranhei lentamente, mas talvez o deva ter assustado, pois ele se afastou subitamente.

– O que houve? – Perguntei um pouco irritada por ele ter dado um fim aquele beijo.

– Eu não devia ter feito isso. – Ele passava as mãos no rosto, e dizia de forma que parecia ser mais para ele do que para mim.

– Hey, está tudo bem. Eu também quis, certo? – Tentei me aproximar novamente para tocar seu rosto, mas ele se afastou ainda mais.

– Não Jullie, a gente não pode! – Me olhava serio, e aquilo em vez de me deixar triste estava me dando raiva.

– A é? Por que não? – Bufei- Porque você esta morto? Mas quem disse que eu ligo para isso. – Disse rápida me sentando em sua cama.

– Desculpa. – Disse se sentando ao meu lado.

– Desculpa por me beijar ou por te parado o beijo?

– Jullie, isso não é bom para você. – Ele suspirou. – Você nem devia ter vindo aqui me ver. – Abaixou a cabeça e com as mãos tapou se rosto me impedindo de olhar aqueles olhos. – Afinal você tem o Adam agora. – Completou.

– Como? – Espera eu não estou entendendo mais nada.

– Eu vi o beijo. – Suspirou mais uma vez. – Ai achei que se continuasse te vendo só iria atrapalhar... Mas você veio até aqui e eu meio que perdi o controle. – Eu não estava acreditando... Será que tinha entendido bem? Ele estava com ciúmes? Não, não.

– Deixa eu ver se eu entendi. – Puxei a cabeça dele para cima para que finalmente pudesse olhar novamente os seus olhos. – Você estava pensando em me deixar de novo porque achou que iria atrapalhar minha relação com o Adam? – ele apenas concordou com a cabeça e fui obrigada a rir. – Primeiro, eu e o Adam somos só amigos. Amigos entendeu?

– Mas ele te beijo!

– E você também. – Sorri de lado me aproximando ainda mais dele. – Mas o mais importante é saber qual beijo me agradou mais. – Sussurrei em seu ouvido o fazendo me olhar. – O seu idiota. O Adam só quis me ajudar. – Acho.

– Mas vocês poderiam ter algo. Ele parece gostar de você, e como você mesmo disse, ele te ajudou. Duas vezes. Enquanto eu não pude fazer nada porque estou morto.

– Fala serio Nathaniel! – Bufei irritada com esse drama todo. – Ele é legal quando quer e ele com certeza não gosta de mim desse jeito que você pensa, e eu já falei que não me importo se você esta ou não vivo. O que importa e que você esta comigo aqui e agora.

– Juh. – Ele me fitava serio e segurou a minha mão. – Por favor não se prenda a minha. Você é minha melhor amiga e eu quero te ver feliz. – Sorri segurando a sua mão ainda mais forte.

– Eu estou feliz Nathaniel. Afinal agora eu posso conversar com meu melhor amigo. – Pela primeira vez daquele dia o vi sorrido. Um sorriso que veio radiante mais que logo se foi.

Ele me puxou forte o que me assustou, me fazendo sentar em sua perna e me abraçou encostado o queixo em meu ombro.

– Jullie eu só quero que você prometa uma coisa. – Apenas assenti esperando que ele continuasse. – Que você aproveite sua vida, e que quando chegar a hora que eu tiver que ir você não chore.

Me afastei um pouco surpresa com aquela conversa.

– Eu não vou conseguir. – Abaixei minha cabeça não querendo nem pensar nesse dia.

– Me prometa. – Ele segurou meu rosto e aproximou o dele, ficando a centímetros de distancia do meu.

– Não me peça algo impossível.

– Juh quando eu morri você chorou tanto, mas eu vi o quanto você ficou forte com o passar dos anos. Apenas quero que continue sendo forte. Para que eu não me arrependa quando for à hora. Acredite isso é mais difícil para mim do que para você.

– Eu duvido, mas okay, eu prometo se você não falar mais em ir embora.

– Mas uma hora eu irei. – Sua voz era calma, e isso acabava comigo.

– Mas não será agora. Então vamos aproveitar o tempo juntos, sim? – Forcei um sorriso e ele me devolveu me abraçando novamente.

– Você sempre foi à pessoa mais importante para mim minha, espertinha – Disse meu apelido da época em que eu era uma nerd e só o tinha como amigo. Aquilo fez com que uma pequena lagrima escorresse. Poxa ele me fez prometer não chorar quando ele partisse, não agora.

Era uma mistura de felicidade e tristeza que nem eu mesma sabia explicar.

– Você é o meu idiota favorito. – E assim ele me beijou. Um beijo que saiu um pouco molhado, por conta das outras lagrimas fujonas.

Depois quando eu precisei de ar - algo que para ele não era necessário. Cortei o beijo permanecendo apenas com nossas testas colada enquanto ele passava as mãos em meus fios loiros. Era um silêncio agradável, onde só se ouvi o bater do meu coração em sincronia com minha respiração ofegante. Enquanto ele permanecia calmo com um sorriso doce no rosto.

– Juh, tem mais uma coisa que eu quero que me prometa.

– Quantas promessas. – Rolei os olhos o fazendo rir.

– É serio. – Ele segurou meus ombros e me afastou um pouco. – Você não deve dizer o que sente por mim, sabe aquela palavrinha com A.

Sim eu corei, mais o que diabos esse fantasma estúpido esta falando?

– Como você... – Não consegui termina de tão sem graça que estava.

– Juh, eu morri mais não fiquei burro. E devo dizer que te conheço melhor do que qualquer pessoa que ainda irá te conhecer. – Sorriu torto passando a mão em uma mecha do meu cabelo e a pondo atrás da minha orelha.

– Droga Nate. – Bati em seu peito o fazendo rir ainda mais.

– Você me chamou de Nate. –Disse segurando meu rosto e fazendo com que eu quase perdesse a respiração.

– É chamei Nathaniel. – Provoquei o fazendo rir.

“ Como eu amo essa risada”

Eu não queria dizer mais nada e nem discutir, apenas o beijei.

Claro que eu estava muito confusa com tudo. Feliz com o suposto ciúme dele pelo Adam, mas irritada por ele achar que eu seria mais feliz com outro do que com ele. Tudo bem, ele até pode estar certo que pela as circunstâncias atuais sim eu até poderia tentar ser feliz com outro, mas nunca seria feliz o quanto sou em apenas poder vê-lo de novo. E ele ainda me vem com essa de não poder dizer que o amo. Que, aliás, está bem claro que ele já saiba. Mas por que eu não posso dizer? Será que ele não quer ouvir isso por que não sente o mesmo? Não ele tem que senti se não, não teria me beijado.

E Deus que beijo!

Será que eu realmente irei me acostumar em ficar sem ele quando ele partir? Será que esse dia está próximo?... Espero que demore e muito, pois a cada minuto que eu fico ao seu lado eu fico ainda mais dependente de sua presença.

Talvez eu nunca fosse saber o que ele realmente sente por mim. Poderia ser apenas um afeto de amigo, ou realmente amor. Mas uma coisa eu tinha completa certeza. Que esse sentimento que fluía entre nós era maior do que a lamentável realidade que era sua morte.


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Notas finais do capítulo

Enfimmm. O beijoooo!!! O que acharam? Fofo? Emocionante? Ah espero que tenham gostando. Então comentem...

Aviso: O próximo cap. como prometido será o especial do Nate. Estejam preparados. *-*

Meus fofos e fofas. Fiquem com Deus. Beijos