Sem Nem Dizer Adeus escrita por Alice


Capítulo 6
Caindo No Vazio da Minha Alma


Notas iniciais do capítulo

Tipo assim, eu fiz o capitulo na sexta-feira e ia postar quando a net caiu... Malz ai...
Mas eu estou aqui!! Vivaaaa!!
Bem o capítulo está dramático e eu ainda vou decidir se mato ela ou não...
Vejo vocês já em baixo!!



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Vingança. As facas de caça em meu punho. Vingança pelo Savage ter me tirado o Wally. O sorriso psicótico. Não. A raiva dele ter me tirado tudo. Um olhar cheio de ódio, melancolia. Um olhar doentio, como os de psicopatas ao olhar para suas vítimas encolhidas e mortas de medo. Ah, eu queria o sangue dele. Todo o sangue dele, banhando minhas mãos. Todo o sangue dele.

Virei-me para ele e soltei uma gargalhada maluca, como se estive sob o efeito de drogas, num nível que morreria de overdose. Mas ele não se afetou por isso, já deveria ter visto coisas piores. Rum, ele não tinha ideia de quem eu era.

Tentei atacá-lo na barriga com a faca direita. Ele bloqueou com sua espada. Essa era mais longa que as minhas facas, mesmo que minhas armas fossem do tamanho de meus braços a dele chegava a ter um metro e meio. Era assustador. Mas tamanha era a adrenalina que eu nem me importava. Nada importava além das minhas facas de caça e a espada dele se chocando. Nada. Eu apenas tinha de ser veloz e matar ele da forma mais conveniente o possível. Mais conveniente o possível para mim.

Ele me atacou, tentando logo acertar minha garganta. Ele estava com medo, estava tentando acabar logo com a luta, para não correr riscos. Já eu, bem, eu queria fazê-lo sofrer como eu sofri. Ao menos chegar perto disso. Dobrei minha coluna para trás, desviando da lâmina. Quando fiquei reta novamente girei em meus calcanhares e lhe dei um chute certeiro no rosto. Savage cambaleou para trás e cuspiu sangue. O sorriso sínico tinha voltado.

Aproveitando o momento avancei para frente e lancei os meus braços simultaneamente em direção do monstro, tentando alcançar, com minhas facas, o rosto e as pernas dele. Sua espada parou o meu golpe que atingiria o rosto, mas o sorriso que ele exibia se desfez quando viu o quanto de sangue saia da área acima de seus joelhos. Sorri de lado. A lenda era verdadeira, eu podia tirar sangue de Savage, cortá-lo e fatiá-lo do jeito que quisesse. E pela maneira que seu rosto havia ficado mais pálido com a recente perda de sangue, eu podia matá-lo.

Com esse incentivo tentei um ataque duplo, fazendo minhas facas ficarem em diagonal e cortarem o peito de Savage. Todo o sangue - dissera eu. Nada poderia estragar os meus planos de morte. Nada.

Porém o monstro não parou e, em meio a minha risada doentia, ele acertou os cabos de minhas facas de caça fazendo-as caírem de minhas mãos. Eu estava desarmada. Mas ainda tinha alguns truques.

Momentos antes de ele cortar minha cabeça eu dei um mortal para trás e sai correndo, até estar a cerca de 20 metros de distancia. Perfeito. Savage apenas exibia um sorriso de lado, achando que como eu esta "desarmada" era apenas questão de tempo até minha cabeça estar entre suas mãos.

Antes de qualquer coisa analisei a situação ao meu redor: Todos estavam apenas observando tudo de olhos arregalados, completamente espantados com o modo que tudo estava acontecendo. Porém no momento me olhavam espantados. Então notei o que olhavam. Abaixei os olhos, vendo a grande mancha de sangue no meu uniforme. Era no mesmo lugar onde o Kaldur havia me "apunhalado" antes. Dessa vez era real. Por um momento a minha loucura vacilou. Eu também não era indestrutível, não ia aguentar por muito tempo. Tinha que matar logo o Savage.

Assim, arranquei da parte de dentro do meu cinto três adagas em forma de meias-luas, usadas por mestres nos tempos antigos do Japão como arma letal. Eu havia sido treinada por eles. Eu era melhor que eles. Fechei os olhos e inspirei fundo. Então soltei o ar de meus pulmões, lançando as três ao mesmo tempo. Uma se encontrou com o bíceps flexionado de Savage, no braço que carregava sua espada. Ele estava correndo até mim. A outra fincou-se acima do corte feito na cocha direita dele, e a ultima tirou parte de sua bochecha. Teria se enterrado ali, mas o Leão havia desviado o rosto. Para a minha felicidade ainda corria muito sangue.

Ele estava praticamente em cima de mim, pronto para me atacar quando tirei um punhal escondido na manga de meu uniforme. Ao mesmo tempo em que o braço esquerdo de Savage dirigia sua espada a mim e tentava acertar meu peito eu desviei a lâmina com o meu antebraço direito. A espada desviou e acertou meu ombro em cheio. Mas Savage caiu. Eu havia enfiado o punhal, com toda a minha angústia de ter passados o ultimo ano sem o Wally, toda a minha raiva de não ter em quem confiar plenamente, tinha tanto ódio de, mesmo tendo amor no meu coração, saber que eu não poderia dá-lo a ninguém, com tudo isso o punhal penetrou o coração de Savage e com tudo isso eu o tirei de lá, levantando a minha cabeça e encontrando uma expressão de incredulidade estampada no rosto do portador do espírito do Senhor da Selva. Ele nunca havia pensado ser realmente mortal. Ninguém pensava. Mas naquele momento eu não estava mais pensando.

- Quem herdará? - Esse foi o único som que me permiti dar. - A quem você irá entregar esse espírito?

- Eu irei entregar a alguém que não é do meu sangue, já que não existe ninguém. - Disse ele, em suas últimas palavras. Ainda via o tom de incredulidade em sua voz. - Mesmo na morte vou fazê-la sofrer, uma das únicas pessoas que ainda lhe faz sentir-se com ele. Inimigos mortais, lembre-se disso. Sempre foi e sempre será desse jeito.

Eu tremia. Sabia que ele ia falar. Sabia quem ele iria indicar. Não podia mudar. Mas a dor, essa era muita, mesmo a pessoa não estando morta eu não poderia ficar com ela, confiar nela. Outra pessoa seria arrancada de mim. Mais uma. E mais uma vez, nada poderia fazer.

- Bart Allen - Anunciou Savage. Nem via mais direito: seria o cansaço? Os ferimentos? Não, aposto que eram as lágrimas. Quem Savage pensava que era? Obviamente ele acha ser o destruidor da vida e talvez morte de Ártemis Crock. - Eu anuncio você como herdeiro do Espírito do Leão, o Senhor das Selvas, considerado por alguns o Rei dos Animais. E o inimigo natural e declarado do Espirito do Tigre, atualmente Ártemis Crock.

Ainda grudada ao Savage, encharcada com o sangue dele, com uma espada ficada no ombro e segurando o punhal. Ainda estava olhando com uma máscara de angústia no rosto encarando o monstro da minha vida, que levava todos, de um jeito ou de outro, para longe de mim.

- Lembrando que você não tem escolha. - Continuou ele. - E você, Tigresa, boa vida, ou morte. Espero que tenha sentido o que acontece quando se mete com alguém mais selvagem que você.

E assim ele caiu. Ele caiu em cima de mim. Literalmente. Caí junto com ele, com ele sobre mim, todo o sangue que ainda restava dele caiu em mim. Eu caí. Por dentro. E por fora.

Tudo o que consegui ver, depois disso, foi tudo que passei e todos aqueles que me importavam me rodeando. Não sabia mais o que era real. E tudo o que conseguia fazer era me lembrar da ultima imagem que tinha dele. Um sorriso convencido de que tudo daria certo. Um sorriso seguro que me passava segurança. Ele se dissolveu em minha frente. E então outra imagem veio: um rosto muito parecido com o outro. Não era tão importante para mim como o outro, mas ainda assim era uma pessoa que eu amava. Amava como irmão. Quando notei, verdadeiramente, que não tinha mais nenhum deles caí novamente. Cai na escuridão. Na escuridão da mente, do meu coração e da minha alma misturada com a da Tigresa.


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Notas finais do capítulo

Bem, o que acharam?
VOCÊS SABEM COMO É IMPORTANTE PRA EU SABER A LINDA E AMADA OPINIÃO DE VOCÊS?? Não?? Então fiquem sabendo disso u.u
Comentem!!
Ahhhhhh, e obrigada a Jessy Wisets por me acompanhar nesse mês de falta de criatividade!!
E eu sinto muito por não ter postado nesse ultimo mê, falta de criatividade dá nisso... :/
QUERO COMENTÁRIOS!!!



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