O loiro ajeitou pela centésima vez o paletó e a porta foi aberta. A mulher que abrira a porta tinha um sorriso orgulhoso nos lábios.

–Senhora Granger. –Cumprimentou-a educadamente.

–Entre Draco, Hermione já está terminando de se arrumar. –A mulher deu passagem e Draco entrou.

Hermione colocou o anel de compromisso que havia ganhado de Draco no dedo, respirou fundo e abriu a porta do quarto, o caminho estava um pouco dificultoso, pois, Hermione não costumava andar de salto, nem mesmo as aulas de Astoria haviam mudado muito coisa. A menina apontou no topo da escada, ela estava simplesmente deslumbrante, o vestido caía-lhe perfeitamente no corpo, o cabelo preso num coque e alguns fios caiam-lhe no pescoço em cachos perfeitos, a bolso dourada levava apenas o celular, a sandália combinava com o tom do vestido e a correia apertava delicadamente o tornozelo de Hermione, os brincos e a pulseira combinavam com o anel. Draco abriu a boca em um formato perfeito de “O”.

–Você está... Linda. –Disse maravilhado.

–Obrigada Draco, você também está lindo. –Apertou a mão do rapaz.

–Junte-se, eu quero uma foto desse momento. –Clarisse estava tão entusiasmada quanto Hermione.

Draco e a namorada foram no carro do pai da menina, Lúcio e Narcisa não acharam prudente Draco dirigir. Ao chegarem ao colégio, avistaram de longe Pansy e Rony, eles pareciam descutir sobre algo.

–Ronald eu não sou um cachorro pra andar por ai com uma coleira com a sua inicial. –Pansy contrariava tudo o que vestia naquele momento, a menina vestida como uma dama agia como uma leoa.

–Parkinson eu já disse que não é uma coleira. –O ruivo teimava.

–E é o que então? –Fez careta.

–É um símbolo do nosso compromisso, eu tenho uma pulseira com a sua inicial. –O ruivo puxou a manga da camisa social para cima e mostrou a pulseira que tinha a inicial de Pansy.

–Que lindo. –A morena agarrou o namorado. –Você sabe que apesar de brigar demais com você, eu te amo demais. –Encarou-o.

–Você nunca havia falado assim. –Disse com os olhos ardendo.

–Nunca disse por que sou orgulhosa. –Admitiu.

–Chata e implicante. –Pansy fez careta.

–Certo, eu sou chata e implicante também. –Revirou os olhos.

–Ciumenta, boba, teimosa. –Sugeriu enquanto fechava o delicado fecho do colar.

–Agora você tá começando a me ofender seu ruivo chato. –Pansy fez cara de ofendida.

–Vamos entrar, porque conhecendo nós dois como eu conheço, tenho certeza que logo vamos começar a brigar. –O Weasley ofereceu o braço e Pansy agarrou se recostado ao braço do namorado.

Neville abraçava Luna protetoramente ao constatar os olhares alheios, principalmente dos rapazes. Ele tinha razão, Luna nunca esteve tão formosa quanto naquela noite. O vestido delicado tinha rosa e lilás como cores principais, a sandália roxa chamava a atenção para as longas pernas pálidas, o cabelo preso num torcidinho elegante e uma tiara dava um ar de menina para a loirinha.

–Por que você está com essa cara Neville? –A loira pôs-se a frente do namorado.

–Só estou abobalhado com a beleza da minha menina. –Acariciou o rosto de porcelana da menina com o polegar.

–Para. –Ordenou corando. –Estou morrendo de vergonha. –Apertou a bolsa de mão e abaixou o rosto, escondendo o tom avermelhado que havia adquirido.

Harry entrava de mãos dadas com Gina e ao avistar de longe um belo moreno que a olhava, apertou a cintura da ruiva contra si.

–O que está acontecendo Harry? –Gina sorriu.

–Nada, não posso mais apertar a cintura da minha namorada? –Harry encarou-a.

–Você está assim porque o... –Gina calou-se.

–Olá Gina, e ai Potter?! –Blásio parou de frente ao casal.

–Oi Blásio, tudo bem? –Gina transpareceu um pouco de mágoa.

–Estou. –Respondeu rapidamente. –Você está muito bonita. –Harry cerrou os punhos e Gina apertou o braço do namorado.

–Obrigada Blásio, com licença. –Tentou a fuga.

–Espera ai. –O rapaz falou quase que automaticamente. –Queria pedir desculpas pelas coisas que fiz, não era a minha intenção. –Ele esfregava uma mão na outra em sinal de nervosismo.

–È claro que eu desculpo se Draco o perdoou, quem sou eu pra não perdoar? –Blásio então puxou a menina para um abraço e Harry ficou bastante incomodado.

–Desculpe, foi um impulso. –Blásio afastou-se e saiu andando.

–Harry... –Gina olhou para o namorado com uma expressão assustada.

–Não fala nada. –Negou-se em ouvir qualquer pedido de desculpas. –Vai passar. –Garantiu e beijou a testa da ruiva.

Todos os formandos já haviam recebido seus diplomas á tarde, na noite estava acontecendo apenas o baile de despedida.

Hermione, Harry, Rony, Pansy, Luna, Neville e Astoria haviam se formado, Blásio e Draco não. Eles já sabiam disso, mas resolveram aparecer no baile, Draco por Hermione e Blásio para se desculpar com Gina e libertar-se daquele sentimento.

O diretor Dumbledore, fez sinal para que a música parasse e então o homem caminhou até o microfone.

–Fiquem calmos, já discursei hoje. –Disse num tom brincalhão. –Agora, só quero pedir para que peguem seus pares e encaminhem-se até o meio do salão, porque agora é a hora da dança dos casais. –O diretor esperou os casais tomarem suas posições e então deu sinal para que a música fosse tocada.

Don't Let Me Go

Em todos os casais o mesmo ritual: As mãos dos rapazes nas cinturas de suas damas e elas por sua vez com a cabeça recortada ao peito do cavalheiro, as delicadas mãos encaixadas perfeitamente em seus pescoços.

–Você melhorou muito desde a última vez que dançamos. –Draco brincou.

–É eu sei, você também melhorou. –A bela Granger desdenhou.

–Nem tente disfarçar, eu sei que danço perfeitamente bem. –Disse num tom egocêntrico.

–Agora sim, o velho Draco reapareceu. –A menina sorriu docemente.

–Você gosta do velho Draco? –O loiro mordeu o lábio inferior.

–Amo todos os Dracos existentes em você. –Selou-o.

–Tá ouvindo a música?! Don’t let me go. –Sussurrou ao pé do ouvido.

Gina ainda estava tensa e Harry sabia disso, mas a barreira que havia criado estava alicerçada demais para desmancha-la tão rapidamente, seria difícil.

–Gina... –A voz falhou.

–Diz Harry. –A tensão era expressa na voz da ruivinha.

–Desculpa pela crise de ciúmes, é só que amo você e tenho medo de perder. –Confessou.

–Você nunca vai me perder. –Beijou-o ali na frente de todos. –Amo você. –Voltou a se recostar no namorado e continuar a dança.

Pansy e Rony compartilhavam naquele momento, um momento de paz. Eles se amavam tanto, mas brigavam todos os diais e sempre eram por coisas bobas.

–Rony, desculpa por todas as vezes que eu implico com você. –A menina pareceu ler os pensamentos do namorado.

–Estava pensando em te dizer a mesma coisa. –Sorriu docemente e Pansy encarou aqueles olhos verdes e sentiu a calmaria que ela só sentia com ele.

Neville ainda olhava maravilhado para a loira que dançava com ele. Sempre havia gostado da melhor amiga, mas nunca havia passado por sua cabeça que ela também o amava, agora estavam juntos e ela estava cada vez mais linda.

Astoria estava sentada, o olhar alcançava todos os casais na pista de dança e ela sorria ao reparar algum erro na dança e deseja que Johnny estivesse ali com ela, ela não se importaria em errar todos os passos da dança, se seu par fosse ele.

–Quer dançar? –Uma mão foi oferecida a ela.

–Eu não acredito. –Astoria pulou no pescoço do namorado em fração de segundos. –Mas como você conseguiu vir? –Encarou-o, sem soltar a mão do rapaz.

–Seu pai alegou que tenho bom comportamento, que não sou tão culpado assim e então o diretor da cadeia resolveu me deixar vir. Mas Ast, é só por três horas, tem um carro de polícia lá fora e dois polícias ali me vigiando. –Pareceu envergonhado por estar fazendo-a passar por aquilo.

–Eu não me importaria se o FBI estivesse aqui. –Sorriu largamente. –Vamos dançar. –Saiu puxando-o.

Hermione sentiu as mãos de Draco apertarem e soltarem a cintura dela diversas vezes, então elas afrouxaram de vez e o peso do corpo de Draco pesou nos braços na menina que caiu do chão segurando o namorado.

–Draco. –Hermione o sacudia diversas vezes e as lágrimas já invadiam o rosto dela.

Leiam sem a música

–Liga pra ambulância Astoria. –Johnny ajoelhou-se ao lado do primo.

Todos estavam assustados e muitos choravam. Depois de pouco tempo a ambulância chegou, Astoria foi de acompanhante porque Hermione estava muito abalada e foi de carro com Rony, eles chegaram mais rápido e Hermione ficou a espera. Quando a maca saiu com Draco, Hermione correu até a cama e Draco abriu os olhos rapidamente, apenas para dizer uma única coisa.

–Amo você. –Os olhos fecharam novamente e os enfermeiros correram com o rapaz para dentro do hospital.

Havia quinze minutos que a maca havia adentrado do hospital, Draco estava numa cirurgia numa cirurgia de alto risco, os médicos acharam melhor opera-lo, pois, era talvez o único jeito de salvar a vida do loiro que continuava inconsciente.

Johnny havia voltado ao presídio porque não podia ir a outro lugar que não fosse o colégio, Narcisa estava sentada numa cadeira e Lúcio encostado á uma parede, Pansy estava sentada no chão e a parte maior do vestido esparramada no mesmo, Rony estava ao seu lado abraçando-a, Harry havia se apegado a amizade de Draco e estava chorando e Gina o consolava, Luna abraçava Hermione que estava aos prantos, Neville andava de um lado para outro, Blásio estava lá também e estava no banheiro do hospital chorando escondido, todos ali sofriam.

Já havia muito tempo que todos estavam ali, já entrara a madrugada e ninguém dava nenhuma notícia sobre Draco.

Já no centro cirúrgico os médicos estavam nervosos, a cirurgia não estava indo como eles esperavam, Draco não estava reagindo.

–Pelo amor de Deus. –O enfermeiro levou as mãos a cabeça ao constatar que os batimentos cardíacos estavam diminuindo.

Então o som mais temido foi ouvido.