Draco estava tenso era como se fosse seu primeiro dia de aula novamente. Havia dias que Draco não ia ao colégio.
Lúcio parou o carro na frente do grande prédio e encarou Draco que relutava entre entrar e não entrar.

–Você quer voltar pra casa? –O pai abaixou a cabeça dando um tempo para o filho pensar.

–Não, eu vou entrar. –Respirou fundo. –Thau pai. –Saiu do carro e foi andando em direção á entrada.

Draco entrou no colégio de cabeça baixa, todos já sabiam de sua doença e muitas pessoas olhavam com pena e pessoas preconceituosas com desprezo.

–Olha só como o grande Draco Malfoy virou uma barata assustada. –A voz chamou a voz de Draco que olhou de onde ela vinha. –Bem vindo de volta ao seu antigo reino. –Blásio estava encostado á um armário e caminhou até Draco.

–Blásio. –Draco cuspiu o nome. –Tá tentando me fazer ficar com medo de você? –Draco avançou um passo.

–Você é um idiota doente que está com o pé na cova você acha que eu teria medo de você? –Atacou e Draco sentiu um aperto no peito.

Ele sempre tivera considerado Blásio como um amigo. Alguém que ia á sua casa, sentava á sua mesa, comia da sua comida e agora estava ali o humilhando na frente de todo o colégio. Maldito Blásio.

–Perdeu a língua Malfoy? –O rapaz deu alguns passos a frente e para mostrar ao colégio que agora era o novo rei levantou o braço para socar Draco.

–Não coloque suas mãos sujas nele Zabini. –Hermione ficou entre Blásio e Draco.

–Qual é Malfoy?! Você tá mesmo falando sério?! Sendo defendido pela namoradinha. Que decadência. –Balançou a cabeça e Draco tentou avançar em cima do rapaz sendo impedido pelas pequenas mãos de Hermione em seu peito.

–Calma Draco. –Ela o encarou. –Ele não merece, ele é só um babaca. Um bocó, sem coração, carente, idiota, desprezível. –Hermione virou-se e encarou a fúria de Zabini que no seu extremo pegou no braço de Hermione.

– A solte agora e resolva as coisas comigo. –Draco gritou exaltado e Zabini soltou Hermione a fazendo cambalear para trás e partiu para cima de Draco o empurrando.

–Se for pra bater nele tem que bater em mim Zabini. –Surpreendentemente Ronald Weasley estava se pondo entre Draco e Zabini.

–Até o Weasley resolveu sair em defesa do doente. –O rapaz disse em tom de nojo. –Se é pra ser assim. –Zabini socou Ron que cambaleou para trás. –Tão mole. –Revirou os olhos e andou até Draco que estava tonto por causa da tensão. –Sua vez Draquinho. –Socou o rapaz que bateu as costas no armário sendo amparado por Hermione.

–Fique longe dele seu monstro! –Gritou a Granger irada.

Zabini não fez questão de discutir apenas virou-se para Rony levantando o ruivo pela gola da blusa gargalhando.

–Saia Zabini. –Pansy jogou a mochila no chão e correu até lá. –Faça o que eu estou mandando ou...

–Ou que Parkinson? –Arqueou a sobrancelha.

–Ou isso aqui. –Pansy acertou-lhe um soco no olho esquerdo fazendo com que Blásio soltasse Ron no chão. –Seu idiota.

–Você vai ver garota. –Gritou furioso. –Sua encalhada, ridícula, idiota. –Pansy sentiu as lágrimas brotarem.

–Sua mãe não lhe ensinou á não ofender uma garota? –Harry apareceu para completar a confusão. –Você é um cara idiota sabia?! –O local estava cheio de alunos.

–Até o Potter quer brincar? Lembre-se que em você eu posso bater e lhe garanto que vai doer. –Foi á caminho de Harry com passos apressados que foram interrompidos pela ruiva que se pôs entre os dois. –Gi... Weasley? –Era como se as palavras sumissem da boca do rapaz. –Você está. –Procurou palavras. –Mais atrevida do que nunca. –Cerrou os punhos.

–Não toque no meu namorado Blásio. –Gina disse em tom autoritário e era como se surtisse efeito em Zabini. –Estamos entendidos?

–Quem você pensa que é pra falar assim comigo? –Blásio continuava encarando Gina com um olhar perdido.

–Você sabe quem eu sou e sei que você não é tão malvado assim. Pare com isso Blásio, você não é um monstro. –A ruivinha parecia ter certeza do que falava.

–Saia daqui Ginevra. É sua única chance. –Ninguém entendia aquele diálogo. –Agora Gina.

–Eu desisto de você Zabini. –O rapaz congelou ao ouvir seu sobrenome da boca da ruivinha. –Eu odeio você. –Gina disse firme.

–Ah garota insuportável. –Zabini deu um passo à frente e segurou o braço de Gina.

–Solte a garota e deixe todos em paz Blásio. –A voz de Astoria não estava soando enjoada. –Vá. –Fez sinal para que saísse.

–Você não manda em mim sua... –A ofensa de Blásio foi interrompida.

–Senhor Zabini para a diretoria agora. –Minerva a vice-diretora apareceu para acabar com a confusão. –Os demais se dispersem.

–Astoria. –Draco começou a falar.

–Te conheço Draco, sei que está pensando que eu só defendi vocês por causa da sua doença. Esqueça. Defendi por que achei certo e conheço você á muito tempo e você foi o meu namorado jamais deixaria você passar por isso. –Astoria surpreendeu á todos com a sua bondade e bom senso.

–Achei que você me odiasse. –Draco encarou-a.

–Jamais, você foi meu namorado e apesar de tudo sei que atrapalhei as coisas. –Astoria sorriu. –Amigos. –Estendeu a mão.

–Amigos. –Draco aceitou o aperto de mão.

–Granger nós então podemos ao menos viver em paz? –Se dirigiu á Hermione que estava ao lado de Draco.

–Claro que sim. –Astoria surpreendeu ainda mais ao abraçar Hermione.

–Á propósito Granner bonito anel de compromisso. –Deu ênfase ao sobrenome errado sorrindo. –Espero que sejam felizes e que você se cure. Qualquer coisa é só avisar. –Disse retirando-se do local.

–Isso foi estranho, mas foi legal. –Hermione disse sorrindo.

–Obrigada á todos você, principalmente você Weasley. –Draco estendeu a mão e Rony apertou.

–Pode me chamar de Rony, pelo que percebi agora você é o mais novo membro do nosso grupo. Você e Parkinson. –Encarou Pansy que corou.

Draco e Hermione foram para a sala e Harry e Gina foram em direção ao armário da moça. Harry estava emburrado.

–O que você tem Harry? –Gina pegou o livro no armário e virou-se para o namorado.

–Por que você falou daquela maneira com Zabini? –Perguntou enciumado e Gina gelou. –Perdeu a língua?

–É que... Nada Harry. Tratei-o normal. –Gina tentou escapar, mas Harry impediu a trazendo de volta.

–Ele ia te chamar de Gina e você se referiu á ele como Blásio e falou de uma maneira como se o conhecesse bem e se não me engano você disse que o conhecia e sabia que ele não era assim. –Gina estava se sentindo encurralada.

–Ah Harry. –Passou a mão nos fios ruivos e fixou o olhar no chão. –Foi com ele que eu tirei meu bv e nós ficávamos. –Admitiu fazendo Harry abrir a boca em sinal de surpresa e então saiu andando. –Harry. –Foi ignorada. –Droga.

Gina estava quase chegando à sala de aula quando se deparou o moreno alto que a esperava encostado á um armário.

–Brigou com o namoradinho Gina? –Blásio desencostou-se. –Responda Gina.

–Me deixe em paz Zabini. –Tentou se desviar dele. –Saia. –Ordenou. –Eu vou gritar. –Ameaçou quando ele avançou e a encurralou na parede.

–Você voltou mais linda do que nunca. –Acariciou o rosto da ruiva. –Só um beijo e eu te deixo passar.

–Zabini você está me assustando. –Empurrou o rapaz e foi saindo.

–Vou fazer da sua vida um inferno Ginevra Molly Weasley. –Gina tremeu com a ameaça e saiu correndo.

No intervalo...

Hermione estava sentada ao lado de Draco que estava tenso, ela acariciava o rosto do loiro e tentava o fazer sorrir.

–Tá preocupado por que o tratamento começa hoje né? –Segurou a mão do namorado que suspirou pesadamente.

–Tô, não quero você me veja lá. –Hermione fez careta.

–Para com isso Draco Malfoy. –Repreendeu Draco e cruzou os braços.

–Você é a melhor namorada que um cara poderia ter. –Abraçou-a de lado e selou-a.

Astoria olhava aquilo de longe e tinha um pouco de inveja, pois, Draco jamais havia tratado ela assim e nem dado um anel de compromisso. Era inveja, mas não ódio. Ela sentia que ele estava sendo feliz e era isso que importava. Ela o amava do jeito dela. Com o tempo iria esquecer, ainda mais agora com essa doença. Ele iria morrer. Nem ficaria com ela e nem com Hermione. Era trágico. Mas era a verdade.

–Invejando o namoro dos outros Ast? –Blásio sentou-se ao lado dela.

–Me deixa em paz Zabini. –Astoria revirou os olhos.

–Eu te ajudo á conseguir Draco de volta, mesmo que por pouco tempo. E você minha cara Astoria me ajuda a destruir o namoro da Gina e do Potter. –Zabini fuzilou o casal que ia entrando na cantina.

–Jamais seu obcecado. –Astoria levantou-se e caminhou até Gina e Harry. –Tomem cuidado com Zabini, ele é um babaca obcecado por você Weasley. –Disse se retirando.

–Então ele ainda gosta de você? –Harry encarou Gina.

–Dane-se. Eu amo você Harry. Você. –Gina beijou o namorado.

–Desculpe a crise de ciúmes, só tenho medo de te perder. –Harry saiu andando abraçado á Gina.

–Devo admitir que foi bem fofo. –Disse beijou o rosto do namorado antes de sentar-se com Dramione.

Pansy estava terminando de escrever o assunto dado pelo professor Severo e Ron estava em conflito se entrava na sala e falava com ela e a agradeceria por tê-lo defendido. Respirou fundo e foi.

–Parkinson. –Pansy levantou-se com o susto que tomou e derrubou um livro no chão. –Desculpe ter assustado você.

–Não foi nada, com licença. –Tentou fugir e Ron segurou em sua mão.

–Queria agradecer por ter me defendido. –Disse o ruivo tremendo. –E eu queria saber o porquê de você ter me defendido? –Temeu a resposta.

–Oras... Porque eu... Eu sou uma boa pessoa. –A moça corou. –E eu acho que gosto de você.

–Mas você disse que não queria me beijar no dia em que fomos ao cinema. –O Weasley disse.

–Eu menti né seu idiota. –Pansy levou as mãos à boca mostrando que havia falado demais.

Ron tomou coragem e puxou Pansy pela cintura e colou os lábios nos dela, e ela correspondeu depois do choque e levou as mãos aos cabelos ruivos.

–Eu gosto muito de você. –Pansy assustou-se com a declaração de Ron e apenas saiu correndo da sala deixando o ruivo sorrindo feito bobo.

O resto da manhã passou normamente, mas Draco sentia medo do que faria à tarde. Quando chegou em casa almoçou, tomou um banho e foi com os pais até o hospital.

Estavam no hospital. Draco não gostava de estar ali, o assustava ver macas com pessoas já falecidas e macas com pessoas definhando. O cheiro de desinfetante e soro o deixava enjoado. O rapaz estava esperando o médico chegar para dar início ao tratamento.

–Narcisa eu vou precisar ir para a empresa. –Avisou Lúcio. –Quando terminar aqui me liga. –Selou a mulher e caminhou até Draco. –Tudo vai dar certo filho. –Abraçou-o e saiu com o coração na mão.

–Será que a teimosa vem? –Draco sentou-se ao lado da mãe.

–Hermione? –Draco assentiu. –Com toda a certeza. –Narcisa sorriu.

–Draco. –Hermione pulou em cima do namorado e o abraçou confortantemente. –Senhora Malfoy. –Cumprimentou a sogra e ficou de mãos dadas com Draco.

–Draco Lúcio Malfoy? –A enfermeira era velha, mas tinha uma aparência agradável e parecia ser legal. –Me siga. –Sorriu para o rapaz que a seguiu.

Outra moça ia com eles, certamente faria tratamento junto com Draco o que não agradou Hermione já que a menina olhava demais para o Malfoy. Hermione foi andando atrás.

–Senhorita não pode nos acompanhar, encontre seu namorado no quarto. –A enfermeira encarou Hermione.

–E deixar meu namorado com uma oferecida como ela? –Hermione disse tomada pelo ciúme e Draco riu. –Jamais.

–Hermione relaxa. –Draco caminhou até ela. –Eu amo você. –Selou-a demoradamente e voltou á caminhar.

–Continuo de olho em você. –Hermione se dirigiu á moça que fez cara de ofendida.

–Não sabia que você era tão ciumenta. –Narcisa parou ao lado da nora. –Você está certa, ela olhou estranha pra ele.

–Aquela vaca. –Hermione se sentou e Narcisa riu da cara emburrada da nora.

Draco entrou em um quarto e trocou de roupa, a outra moça estava em outro quarto o que tranquilizava Draco. Havia ficado assustado com o ciúme de Hermione.

–Boa Tarde Malfoy. –O médico entrou e Draco assentiu. –Bom como você já sabe seu tratamento será usualmente o mesmo tratamento quimioterápico com citorabina e antraciclina. Esta primeira fase de indução requer apenas um mês de hospitalização, do início do tratamento quimioterápico até a recuperação do paciente.

Draco ficou na posição certa e o médico com muito cuidado injetou na parte inferior da coluna vertebral de Draco que sentiu um pouco de dor.

Depois do procedimento o rapaz se sentia tonto. E o médico parou ao lado dele.

–Você será internado por um mês. –O médico avisou e Draco foi levado ao quarto.

Draco estava se sentindo fraco. Hermione e Narcisa entraram no quarto do rapaz que tinha uma feição triste.

–Um mês, mãe. Vou passar um mês internado. –Draco disse chorando. –Eu não quero passar por isso.

–Ah meu filho, se eu pudesse escolher passaria tudo isso por você. –Narcisa caminhou até o filho e beijou-lhe a testa.

–Draco você está muito mal? –Hermione parou ao lado do namorado que assentiu.

–Eu não quero que você me veja definhar, ficar careca... –Draco começou.

–Pare com isso agora. –Hermione disse já aos prantos. –Eu tenho que ir embora, mas sua mãe vai passar a noite com você. –Hermione beijou o namorado. –Nunca se esqueça do quanto eu amo você.

–Eu também amo você. –Draco disse e virou o rosto para outro lado já quase sem conseguir manter os olhos abertos.

–Thau senhora Malfoy. –Hermione abraçou a sogra.

–Me chame de Narcisa. –Hermione assentiu e saiu do quarto aos prantos.

Ao chegar a casa Hermione correu para o quarto jogando-se na cama entrando em desespero. A mãe da menina correu até o quarto da filha a abraçando.

–Tudo vai acabar bem minha filha. –Consolava a filha.

–Você tinha que ver ele... E ele está apenas começando o tratamento. –Hermione disse chorosa.