Fix You escrita por Diana Wright, Naya Parker


Capítulo 23
O certo não é o fácil.


Notas iniciais do capítulo

Gente, tenho que três coisas para falar com vocês. Primeira: Esse é o penúltimo capítulo. Não pensem que eu não estou triste, muito pelo contrário, mas...tem que acabar.
A segunda notícia é que o último capítulo vai ter umas 4.000 mil palavras :D
A terceira, é um pouco triste. A Luce realmente existe. Não como na fanfic, tipo, não é exatamente assim, essa não é a história correta. Mas a personagem Luce foi inspirada em uma pessoa real. Uma grande amiga minha, para ser exata. Ela permitiu que eu criasse essa história, que não se baseia na vida dela, mas que mostra alguns traumas e problemas que ela teve. Então, esse capítulo é para a minha Luce, que é mais forte do que qualquer herói de livros e filmes e que com um sorriso consegue mudar tudo.



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"Come out upon my seas

Cursed missed opportunities

Am I

A part of the cure?

Or am I part of the disease?" - Clocks, Coldplay.

Todos dizem que o tempo cura tudo, mas Luce nunca confiou nisso. Se o tempo realmente curasse tudo, por que ela ainda estava assim? Com a mente perturbada e com lembranças assombrando a sua cabeça? Há anos dizem para ela esperar, que iriapassar. Mas ela estava cansada de só esperar.

Ela estava sozinha no quarto, não estava se sentindo muito bem, mas não queria chamar ninguém. Ela queria um tempo para pensar.

Mesmo com a mente confusa, ela teria que resolver seus problemas. Não podia conviver com eles para sempre. Teria que fazer isso, e pela primeira vez, estava tomando uma decisão por ela mesma. Porque não adianta viver pelos outros e não viver por você.

Seu momento “crise” já tinha passado. E agora ela se sentia um pouco melhor, na medida do possível. Ela olhou para o lado e viu um caderno, muito antigo, que estava em uma mochila que ela deixou na clinica há algum tempo atrás.

Ela pegou o caderno e leu alguns anotações, e viu alguns desenhos. Ela tinha esse caderno desde seis anos e sempre foi como um escape. Escrever , desenhar, ler...todo mundo tem o seu esconderijo.

Ela abriu em uma página que tinha a data de 184 de 2002, quando ela tinha seis anos.

Ela observou seu antigo desenho, do qual nem se lembrava mais.Tinha duas casas, uma do lado da outra. Mas eram casas muito diferentes; uma era colorida e viva, com crianças correndo e quadros por toda parte. A outra, era cinza e melancólica, com pessoas tristes e sombras espiando nas janelas.

Tinha algumas frases riscadas em volta do desenho.

"Essa prisão costumava ser um abrigo.

O abismo só aumenta, e me puxa junto, para a queda que nunca termina.

Eu sou uma cura ou a doença?

Estou no inferno e as vezes penso em chegar ao céu."

Ela soluçou, colocando a mão na boca para abafar o choro. Lembrou de tudo o que aconteceu no dia em que ela escreveu isso, e fechou os olhos deixando algumas lágrimas caírem.

A última frase, ela lembrou, foi um pensamento de suicídio. Por isso, “chegar no céu”. Ela lembrou que tentou várias vezes, mas não tinha coragem.

E então lembrou por que não tinha coragem:

Porque achava que a vida tinha muito mais para oferecer, e acreditava que um dia tudo mudaria, que algum dia seria tudo diferente.

E naquele momento, ela decidiu que realmente seria.

[...]

– Peça que eles não venham me ver, por favor. Nem hoje, e nem na clinica. Quero que eles se afastem por todo o período que eu passar na clínica. – Luce parecia muito melhor, e decidida. A psicóloga olhou para ela com dúvida, mas logo percebeu que ela não mudaria de ideia. A garota confusa que estava histérica antes, agora estava determina e triste ao mesmo tempo.

– Mas, Luce, não acham que eles vão concordar – debateu a psicóloga.

– Também não acho que eles vão concordar. Mas diga que eu não quero vê-los, diga que eu preciso ficar sozinha. E faça questão de dizer que euque pedi isso, não você.

– Luce, isso...isso realmente não é necessário. Eles te visitarem não vai mudar seu tratamento, vai ser a mesma coisa – insistiu a médica.

– Eu sei que vai. Mas eu não quero vê-los, porque sei que vai ser mais difícil e eu vou querer ir para casa sempre que eles forem me visitar. E quero que eles vivam um pouco sem mim,sem se preocupar comigo, com as minhas reações, meus problemas ou minhas opiniões – explicou Luce, levemente corada, por estar sendo determinada de uma maneira que ela não sabia que podia ser.

– Por que isso? – perguntou a psicóloga, curiosa.

– Porque são meusproblemas, não deles. Cansei de ser um peso para eles carregarem. Cada pessoa carrega o peso que recebe. Eles não devem carregar o meu – disse Luce.

– Acho que entendo. – ela suspirou. – Mas você não está fazendo isso por achar que é um monstro, está? Porque você não é, Luce, não é. Não tome decisões...

– Eu não sou um monstro – disse Luce, espantando a psicóloga, que não espera essa reação de alguém que se colocava tão para baixo. – Meu pai era um monstro. Já entendi isso. Não estou fazendo isso para proteger eles ou algo assim, estou fazendo por mim.

A psicóloga sorriu radiantemente, e percebeu que ela estava se curando por contra própria. Ela não sabia como, mas sabia que estava acontecendo, e talvez, isso demorasse menos de um ano, bem menos.

– Acho que você não precisa ficar tanto tempo na clínica. Só com essas palavras, eu já vejo que você avançou muito de um dia para o outro. Poderia saber por quê?

– Porque eu percebi que eu não quero viver mais assim. E percebi que o último motivo de eu estar vivendo desse jeito, é que eu mesma não tentava. Estava tão ocupada me afogando no meus próprios medos e problemas, que esqueci que precisava de uma saída para isso.

– E como você percebeu isso? – a psicóloga perguntou, tentando entender mais sobre aquela mudança tão repentina. Ela era, realmente, um caso extraordinário.

– Digamos que...minhas lembranças me ajudaram dessa vez, ao invés de atrapalhar – Luce disse, dando de ombros.

– Vamos fazer com que elas te ajudem mais vezes - a psicóloga sorriu.

– Pensei que você tentaria me fazer esquecer – admitiu Luce.

– São essas lembranças, boas ou ruins, que fazem você ser quem você é. Não se pode apagar o passado, mas podemos escolher o nosso futuro.

[...]

Quatro meses depois.

– Ai, meu Deus, o que eu faço!? – perguntou Diana, desesperada esse sentindo feliz ao mesmo tempo.

– Liga para Emma, agora! –gritou Jake, e Diana foi correndo pegar o celular.

Helena estava deitada no sofá, gritando de dor. Finalmente, tinha chegado a hora: O bebê iria nascer. Ian e Alex estavam ajoelhados na frente dela, tentando ajudar de alguma forma.

– Alex, pega o carro! – disse Ian, Alex assentiu e saiu as pressas. – Jake, chama a Diana e eu levo a Helena para o carro.

Ele pegou Helena no colo, com cuidado enquanto ela gritava e fazia caretas.

Alex abriu a porta do carro quando eles se aproximaram, e Ian deitou ela com cuidado no banco de trás. Ele olhou para ela uma última vez e fechou a porta. Foi para o banco da frente, enquanto Alex sentava na cadeira de motorista.

– Cadê a Di e o Jake? – Alex perguntou.

– Eles estão vinda atrás, no carro do Jake...

– EU ESTOU TENDO UM BEBÊ AQUI ATRÁS! – gritou Helena, assustando os dois. Alex sorriu, apesar de tudo, e começou a dirigir em direção ao hospital.

Depois de alguns minutos, eles chegaram. Se apressaram e levaram Helena no colo até a emergência.

– Ela está tendo um bebê! – gritou Ian, e logo duas enfermeiras vieram ajudar. Trouxeram uma maca e deitaram Helena nela, chamaram um médico e mais algumas enfermeiras. Perguntaram algumas coisas à Ian, e depois correram para a sala de parto, deixando os dois conversando com uma outra enfermeira, que explicava algumas coisas.

– Alex, Ian! – gritou Diana, entrando no hospital nervosa com Jake logo atrás.– Aonde está minha irmã? O bebê está bem? Ela já está na sala? Ah, meu Deus, não pode acontecer nada de errado. Não pode, não pode, não pode...

– Diana! – exclamou Ian. – Não vai acontecer nada, fica calma.

– Tudo bem – Suas mãos tremiam violentamente, e ela estava pálida. – Ah, como você se sente com isso?

– Eu? – perguntou Ian.

– Sim. Você meio que adotou a criança como seu filho. Como se sente sabendo que...vai ser papai? – Era meio estranho dizer isso para Ian, já que ele não era o pai biológico, mas logo ela se acostumaria.

– Ahn...me sinto...nervoso, e com vontade de fugir daqui – Alex e Jake riram, e Diana olhou feio para os dois. – Mas ao mesmo tempo, estranhamente feliz.

Ela sorriu para Ian e pegou a sua mão.

– É o melhor tipo de felicidade.

[...]

Sete meses depois.

– Oi, trouxe um presente para você. Não é meu. – Disse a psicóloga, entrando no quarto de Luce, sorridente.

Luce sorriu quando ela entrou. E a sua psicóloga percebeu o quanto ela estava diferente. Há um ano atrás, ela era pequena e frágil, parecia que quebraria no primeiro toque. E tinha uma aparência angelical, como uma criança.

Agora, ela parecia uma mulher crescida.

Tinha cortado os cabelos no ombro, ficado bem mais alta e curvilínea, e seus olhos pareciam mais brilhantes e alegres do que eram antes.

– Presente?! Aaah, de quem? – Ela se levantou correndo da cama, com um sorriso enorme no rosto. Se você comparasse a Luce cheia de problemas com essa menina feliz, você nunca diria que é a mesma pessoa.

A psicóloga sorriu mais uma vez, vendo que sua melhor paciente já estava melhor do que poderiam imaginar.

– Da sua família – respondeu a psicóloga.

Ela entregou um envelope na mão da garota sorridente, que logo ficou um pouco sem reação.

Ela pegou o envelope, hesitante, e passou a mão pelo papel.

Foram doze meses sem vê-los, sem uma ligação, uma carta, nada. Por que eles se importariam mandando um presente? Ela foi...grossa. Pediu que não viessem vê-la...mas...será que eles entendiam a decisão dela?

Ela abriu, na frente da sua médica, sem mais devaneios.

Eram fotos.

Ela viu uma bebê, de cabelos loiros e olhos claros, no colo de Helena. Ela sorriu ao perceber que era o bebê de Helena. E atrás estava Ian fazendo uma careta, junto com Diana, Jake e Alex. E Ally estava nas costas de Jake, puxando os cabelos dele.

Ela sentiu uma pontada no coração por ver todos eles assim, tão diferentes e iguais ao mesmo tempo. Ela queria poder ter estado lá com eles. Queria ver sua sobrinha, ver suas irmãs, seus amigos, sua tia, Tyler,...Alex.

Tinha muitas outras fotos, de todos eles na praia, em eventos, em outros países...e até da sua mãe e seu irmão sorrindo.

– Eu nunca recebi um presente melhor do que esse, sério. Nem o meu super quarto na mansão da minha tia podre de rica – comentou Luce, limpando uma lágrima e sendo sarcástica de um jeito que ela só conseguiu ser depois do tratamento na clinica.

– O presente não é meu, Lu. – A psicóloga riu. – Fotos são o melhor presente que você recebeu? Mais do que um quarto perfeito em uma mansão? Acho que você não está batendo bem, vamos ter que prender você aqui por mais tempo.

Luce riu.

– É, talvez.

– Estou brincando, entendo porque são os melhores presentes. E...tenho uma ótima notícia.

– Qual? – Luce levantou o olhar, animada.

– Você pode sair daqui amanhã mesmo, depois de assinarmos alguns papéis. Eu vou ligar para sua tia hoje e avisar da sua saída. Ela pode vir te buscar. – Luce assentiu, assustada e ansiosa com a ideia de rever todos eles depois de uma ano. Ela sorriu nervosa.

– Obrigada por tudo, mesmo. Nunca fizeram tanto por mim, Cely. Obrigada. – Luce abraçou a psicóloga. Elas ficaram amigas no meio do tratamento, e Luce nunca conseguiria pagar por tudo que Cely tinha feito por ela.

– De nada, Lu. Eu queria te dar mais alguma coisa...um presente de despedida. Mas não faço ideia do que eu possa te dar.

Luce sentou-se na sua cama novamente, pensando no que gostaria de ganhar. Ela não queria nada em especial, mas pensou em uma coisa que poderia ser muito importante para ela. Como uma passagem para uma nova vida que já estava começando.

Um presente de mudança, superação e recomeço.

– Tem uma coisa que você pode fazer por mim, Cely. Vai parecer meio estranho, mas é tudo que eu quero agora.

"And tonight I know it all has to begin again

So whatever you do, don't let go" - Us Against The World, Coldplay


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Notas finais do capítulo

Qual será o presentefavor que a Luce pediu para a psicologa? Descubram no próximo capítulo, e último...aai, como doí dizer isso :
Por que tanta letra do Coldplay? Porque o nome dessa fanfic é inspirada na música deles.
Postando na madruga, porque é uma das únicas horas que eu fico inspirada '-'
GEEEENTEEEEE, ESTOU HIPER FELIZ PORQUE GANHEI O DVD DO COLDPLAY (CHOREM) ACHO QUE VOU ATÉ POSTAR O ÚLTIMO AMANHÃ (SONHEM u-u)
Esqueci de uma coisa, esse capítulo vai para a Thais também, minha amiga que chorou com o último capítulo (que só foi mostrado para ela).
DESCULPA TATA, MAS EU TENHO QUE RIR DE VOCÊ, AMIGA AUSHAUSHUAH
Gente, não tem nada para chorar no último capítulo! Ou...será que tem? 3:D