Fix You escrita por Diana Wright, Naya Parker


Capítulo 1
Mudanças e lembranças.


Notas iniciais do capítulo

Hey! Ai, ai, lá vem eu com mais uma fic. Eu sei, eu NÃO acabei The Prophecy, mas mesmo assim, estou postando essa *--*
Espero que gostem da história! Critiquem a vontade, mas não me xinguem!! Essa história é uma história bem diferente de The Prophecy, é um drama...mas eu me identifico com essa fic. Mostra a vida de uma adolescente que não teve uma vida fácil, e que só a torna pior. Que não se importa com nada que os outros pensam, e que não se importa com a vida e nem com a morte. Ela é diferente, e essa é a sua história, permitam-me que eu apresente.



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Minha mãe me dizia que as pessoas mais fortes são aquelas que estão sempre sorrindo. Aquelas que sorriem quado estão tristes, cansadas, apreensivas...aquelas que, não importa o que aconteça, sempre estão sorrindo. Eu invejo muito essas pessoas, acho que minha mãe invejava também.

Enxuguei as lágrimas dos meus olhos e tentei sorrir, mas eu não consegui. Não consegui apenas sorrir...as lágrimas sempre eram mais fortes. Sou fraca, e eu sei disso. Se eu não fosse eu não estaria nessa clínica...como eu queria ser forte.
Pelo menos, eu vou sair amanhã. Vou morar com a minha tia, Emma. Ela é uma das pessoas mais legais que eu já conheci. Espero que ela ainda seja assim.

Não deveria estar saindo, porque eu não estou bem. Eu sei que eu deveria ficar, e aceitar o tratamento, que isso pode me ajudar...mas não consigo. Não gosto de hospitais, nem clínicas, nem coisas do gênero. Eu estou enganando os médicos. Não tomo os remédios, mas digo que tomo e finjo não ter mais alucinações e nem pesadelos. 

Sim, eu sou uma mentirosa. Uma problemática mentirosa. Mas eu gosto de ser assim, isto sou eu. 

O sangue começou a pingar no lençol. Meus pulsos ensanguentados começaram a arder. Tenho que limpar isso, se me verem assim eu não vou sair daqui. E eu tenho que sair.
   
 [...]

Depois de limpar o chão e colocar um casaco para esconder os cortes eu me deitei na cama dura e fria da clínica, sem sono algum. Estou apenas cansada. Cansada dessa vida, se é que posso chamar assim. Estou cansada de precisar de ajuda, estou cansada de sofrer, estou cansada de estar cansada.

-Luce? - perguntou minha médica abrindo a porta lentamente.
- Estou aqui - respondi.
Ela entrou no quarto e se sentou na ponta da cama. Ela me olhou com aqueles olhos penetrantes e segurou minha mão. Ela apertou minha mão e sorriu.
- Você será liberada agora - ela falou em um tom calmo. - Sua tia está lá embaixo. Já arrumou suas malas querida? - ela perguntou.
- Sim, mas...minha tia não vinha amanhã? 
- Eu também pensei que sim, mas ela disse que amanhã não poderia.  Não sei o porque. - ela falou dando de ombros.
- Só um minuto, já estou descendo.
- Okay. Te espero lá embaixo, Luce.
- E...C-clare? - eu perguntei baixo, quase para mim mesma.
- Sim. - ela parou e olhou para mim.
- Obrigada...por...cuidar de mim.
- Esse é meu trabalho não é? E foi um prazer te ajudar, espero que você seja feliz Luce, que faça isso valer a pena. - ela sorriu e saiu.
Faça isso valer a pena.
Desculpe Clare, acho que não vou conseguir.

[...]
 

Sai pelas portas dos fundos da clínica, que dava para o estacionamento. O sol estava muito forte, meus olhos se encheram de lágrimas e eu piscava repentinamente.

Um carro vermelho e grande demais para o meu gosto, parou na minha frente. Uma mulher ruiva, alta e com a pele bronzeada saiu de lá. Essa é minha tia. Ela tirou os óculos e sorriu.
- Luce! Nossa, você está linda! - ela disse me abraçando forte. - Meu deus, garanto que os garotos vão pirar com a aluna nova da Madee! - ela me deu uma piscadela.
- Madee? - eu perguntei.
- Sim, Madee. Sua escola. - ela observou minha expressão de dúvida. - achou que iria ficar sem ir a escola? - ela riu.
A verdade, é que faz quatro anos que eu não vou a escola. Quatro anos que estou nessa clínica. Quatro anos de prisão.
- Ah, estou atrasada! Vamos Luce! - ela abriu a porta do carro e fez sinal para que eu entrasse. 

Eu entrei no carro. Ele era bem maior por dentro e o ar gelado me fez tremer. Encostei minha cabeça no vidro e fiquei observando as pessoas andando na rua, com pressa e com telefones no ouvido. Alguns sorrindo, alguns sérios...apenas mais um dia normal...para eles.
- Lu? - perguntou minha tia. Senti vontade de sorrir com o apelido. Mas não o fiz.
- Sim, tia. 
- Oh! Não me chame de tia! Não sou tão velha, só tenho 28 anos! - ela sorriu. - Me chame de Emma por favor. 
- Okay. Emma.
- Olhe, eu sei que eu pareço uma doida que não sabe nem fritar um ovo, mas eu sei que você é uma garota muito especial Lu, sei que você é diferente. E quero que você possa contar comigo, que você possa conversar comigo, e me contar qualquer coisa. Será que podemos ser amigas Lu? - ela perguntou me olhando pelo vidro.
- Claro que sim, Emma - eu sorri  também. Seria fácil conviver com Emma. Ela era uma pessoa alegre, divertida...feliz.
- Ótimo. Vamos nos divertir Lu.


[...]

- Bem vinda Lu! Essa é sua nova casa! - disse minha tia abrindo a porta da sua enorme casa. Ela tirou o casaco e sentou no sofá. - Vai ficar aí em pé mesmo? - ela perguntou. Foi então que eu percebi que nem tinha entrado ainda.
- Ah...é tão linda. - e eu não estava mentindo. Era uma casa enorme, cheia de quadros e flores, e aparelhos tecnologicos e brinquedos...?
Minha tia olhou para mim e depois para os brinquedos.
- Ah, são os brinquedos da Ally. - ela sorriu. - Desculpe Lu, esqueci de avisar...eu tenho uma filha. Uma filha adotiva, o nome dela é Ally. Ela está na escola agora e... - ela olhou para o relógio. - oh meu deus! Estou atrasada! Tenho que ir buscar ela, tchau Lu! Tem comida na geladeira! - ela gritou antes de sair.

Eu olhei em volta da casa. E subi as escadas de mármore branco que ficavam no meio da grande sala. Enquanto subia olhei para as fotos, minha tia estava sempre sorrindo. Ela é uma daquelas pessoas fortes, aquelas que eu gostaria de ser. 

Eu cheguei a um corredor longo e largo. Com mais fotos entre as portas. Uma garotinha de no máximo 11 anos sorria na foto. Ela tinha cabelos enrolados e loiros e olhos marrons claros. Ela é linda.

Cheguei a uma porta branca com detalhes azuis e uma placa verde escrito "pequena toca da Luce". Sorri. Aquele era meu quarto? Pequena toca da Luce? Aposto que foi ideia da Ally.

Abri a porta e não pude evitar de sorrir. Era um quarto aconchegante, calma e tranquilo, completamente diferente da minha vida atribulada.

As paredes eram azuis claras, o armário era tão grande que ocupava uma parede inteira. Uma estante com muitos livros que eram muito bons, na minha opinião. A cama era de casal, e de madeira branca. E tinha uma escrivaninha de madeira antiga abaixo da janela. Era perfeito. Era tudo perfeito.

Fui até a estante para apreciar os livros. Adoro ler, me leva para longe desse lugar frio e sombrio chamado terra, me leva para longe da ignorância e da dor. Folheei um livro rapidamente e uma fotografia caiu de uma das páginas. Coloquei o livro de volta a estante e me agachei para pegar a foto. 

Minha tia sorria como sempre, com seus cabelos voando e com um lindo vestido cinza. Ao lado dela estava minha mãe, com meu irmão ainda na barriga. Tyler. Oh, Tyler...como eu queria que você pudesse viver mais. Como eu queria que você e mamãe tivessem sobrevivido e eu estivesse no lugar de vocês. Ao lado da minha mãe, estava eu. Segurando a sua saia e se escondendo atrás dela, como sempre, eu não estava sorrindo. Meu pai estava do lado dela.
Meu pai. Meu pesadelo.
Tudo começou a girar, desabei no chão. As lembranças voltaram....de novo não. Não.
" Você é sempre tão imprestável! Seu verme inútil. Como eu queria que você morresse. Porque não morre? - ele agarrou meu braço com força. - Porque? - ele perguntou mais alto. Ele me deu um tapa forte no rosto. - Isso, é para aprender a responder o seu pai, sua maldita criança! PARA O QUARTO AGORA VERME! - ele gritou enquanto eu corria para o quarto com as pernas ensanguentadas pela tortura."
- NÃO! NÃO! Para...para...socorro! Eu quero morrer...eu só quero...só...quero morrer...- eu gritava entre soluços e lágrimas. - PARA! Por favor...me deixa em paz! Por favor... - eu comecei a chorar mais ainda.
- Lu! - minha tia deixou a bolsa cair no chão e entrou no quarto. Ela se abaixou ao meu lado e me abraçou. - Calma, Lu. Calma. Tá tudo bem...- ela olhou para a foto e a pegou. Logo ela entendeu o que aconteceu. Ela rasgou a foto. - Pronto. Acabou, Lu. - ela sussurrou no meu ouvido. 
- Ele...meu pai...minha mãe...morte...- eu estava tento as alucinações de novo. Não sabia mais o que eu estava dizendo. 
- Lu? Você não está bem de verdade não é? Porque você mentiu? Você ainda está mal Lu...a clínica...
Eu a interrompi.
- NÃO! - eu gritei- Não...clínica não! Não...por favor...não...- eu soluçava mais do que falava.
- Shhh. Tudo bem. Não vamos para clínica tá legal? - eu assenti. - Vamos ficar aqui...na sua casa. Vem cá Ally! - ela disse para uma menininha parada na porta. Espantada, comigo obviamente.
Ela se aproximou devagar. E se ajoelhou ao lado de Emma. 
- Oi. - ela disse.
- Oi...é...é Ally? Não é? - perguntei um pouco mais calma.
- Sim. E você é a Luce. - ela disse sorrindo. - Você vai ficar com a gente Luce. Você vai melhorar...porque eu posso te ajudar, se você quiser. Mamãe diz que, aqui todo mundo é feliz. E não precisam chorar...só se for de alegria.
Eu sorri. Queria ser assim com Ally. Achar que tudo era assim, feliz e fácil. Mas eu melhor do que ninguém sabia que não era.
- Ally, a Luce teve um dia cansativo. Vamos deixar ela dormir, ok? - Ally assentiu. - Boa noite, Lu.
- Boa noite Emma. 
- Boa noite Luce, você vai melhorar. - ela saiu antes que eu pudesse responder.
Ela estava errada. Há feridas, que nunca são cicatrizadas. Há coisas, que nem o tempo cura. Há pessoas que nunca vão deixar de sofrer. E eu sei que eu sou como essas pessoas, bem, eu não queria ser assim, mas infelizmente, eu não tive escolha.

 


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Notas finais do capítulo

Tem muitas coisas que só vão ficar claras com o decorrer da história, deixem seus reviews lindos *--*