Segredos De Família. escrita por Tauana Indalecio Braga


Capítulo 4
Capítulo 4 Assombrado




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Quando os paramédicos entraram na casa, entrou com eles um tufão de vento que abriu as janelas, antes seladas, do quarto pútrido da mãe louca de Mari, que começou a gritar e a amaldiçoar alguém que Marcus não via. Gritava ao vento que ele não a tomaria novamente.

O quarto estava frio, e Marcus sentia, junto com o vento entrando pela porta, e os passos apressados dos paramédicos, a sensação de que tinha sim alguma coisa muito estranha naquela casa.

Um pequeno redemoinho de vento se formou no meio do quarto, levantando o pó e páginas soltas espalhadas pelo chão, enquanto os socorristas, três deles, tentavam imobilizar a mulher, com a ajuda da filha, a sedando para poder leva-la com segurança até a ambulância.

Um dos papeis voadores se prende em Marcus. A pagina, suja de sangue, mostrava letras em garranchos inelegíveis. Ele a guarda no bolso, e segue o grupo ate a porta da frente, não estava disposto a ficar naquela casa sozinho.

– Vamos ao hospital Santa Maria, mas você não precisa ir se não quiser!- diz Mari já subindo na ambulância junto com os socorrista, para acompanhar sua mãe.

– Quer que eu vá? – pergunta Marcus ainda atordoado com tudo, não era uma pergunta feita de mau grado, ele realmente estaria disposto a ir. Mas a resposta da garota foi interrompida pelos socorristas que já fechavam a porta da ambulância.

Marcus vê os olhos de suplica da menina pela janela de trás do carro médico. Ele teria de ir, ele sabia que teria de ir, se não fosse pelo intuito de saber mais informações daquela historia que o sugava mais e mais a cada segundo, seria pela sua nova amiga, que parecia tão perdida e solitária quanto ele.

Viu a ambulância se afastando até o fim da rua deserta sem a sirene ligada, até mesmo o som dos grilos haviam silenciado. Não se ouvia nada além do vento que balançava os galhos das arvores, aquele frio na barriga voltou de repente, lhe arrepiando os pelos da nuca.

O uivo do vento em seus ouvidos pareciam assobios, e logo em seguida sussurros baixos , incompreensíveis. Ele se voltou para a casa descascada, ela agora parecia vazia , abandonada, o coração palpitante das velas haviam se apagado. Depois de um suspiro de alivio, seguiu a passos largos, mais por nervoso daquela casa do que por pressa, até o fim da rua, onde a ambulância havia sumido.

A sensação de ser observado o acompanhava a cada passo. Marcus olhou em volta, a procura dos olhos que lhe perfuravam a nuca, mas a rua continuava tão vazia quanto antes. Ele continuou andando, tinha um plano e pretendia se ater a ele. Chegaria até a avenida principal e pegaria um taxi, iria até o hospital e faria companhia a sua nova amiga e a sua mãe perturbada, conseguindo assim, com sorte, mais informações sobre aquela historia assustadora.

O som de seus sapatos contra o asfalto era a única coisa que ouvia além do assobio sussurrante do vento, mas o som de seus passos, aos poucos foram duplicados. A sensação de que havia alguém o seguindo era tão concreta, que ele agora andava olhando para trás, a procura do outro pé passante que lhe acompanhava, mas não havia nada lá, ninguém na rua deserta, somente ele, ele e o vento.

O medo era palpável, ele estava sendo seguido por um ser invisível, que lhe sussurrava frases nos ouvidos, disfarçados de vento. Ele se manteve firme, com passos confiantes, agora já não olhava para trás, se concentrava no som de seus sapatos, no farfalhar de suas roupas, qualquer coisa para que pudesse fugir daqueles sussurros, qualquer coisa que o fizesse ignorar o que quer que seja que o estivesse seguindo.

– Quem és tu?- sussurrava o vento agora mais audível.

Marcus para. Ele mal sentia suas pernas, mal podia se mexer, um gelo lhe correu a espinha. A sensação era a de que um enorme buraco havia sido aberto sob seus pés e ele caia em queda livre, mesmo parado no mesmo lugar.

A lente de seus óculos embaçaram com o vapor que saia de sua boca, o lugar havia ficado alguns graus mais frio de uma hora para a outra. E novamente o sussurro lhe perguntava.

– Quem és tu?- a voz agora ficava mais grave, como de um homem mais velho, não mais suave como o sopro de vento.

O tom da voz assusta o jornalista, que numa injeção de adrenalina, sai correndo rua acima. Era difícil movimentar-se, suas pernas bambas, corriam sem jeito, quase o derrubando no chão algumas vezes. Sentiu alivio quando chegou na avenida principal, onde havia gente passando, aquilo o acalmava, se sentia mais seguro.

Se recompôs, ajeitou seu casaco de couro marrom, passou a mão pelos cabelos mechados de loiros normalmente já bagunçados. Limpou o suor que lhe caia da testa, ajeitou o óculos. Pigarreou e acenou com a cabeça para uma velinha que passou o encarando.

– Esta tudo bem, esta tudo bem...eu estou imaginando coisas...fiquei impressionado com o que vi na casa fétida daquela menina...eu estou bem...eu estou bem...esta tudo bem!- repetia ele para si mesmo enquanto andava pela avenida, passando pelas vidraças dos estabelecimentos comerciais, onde podia ver seu reflexo e confirmar para si que não havia ninguém o seguindo.

Seus passos foram ficando mais firmes e seguros com o passar dos quarteirões. Quanto mais longe estava daquela rua, mais seguro se sentia. Sentiu sua mão tremer, decidiu que tomaria um whisky antes de ir ate o hospital, não poderia chegar naquele estado de nervos na frente de Mari.

Entrou no primeiro boteco que viu e se sentou numa mesa de canto. Os homens que estavam no bar, velhos clientes que envelheciam junto com a cachaça no fim da prateleira, estranharam o novo cliente, e as atenções saíram dos jogos de cartas e de dominós que aconteciam nas mesas em volta do bar para voltar-se para marcus.

Ele se encolheu, e logo foi recebido pelo garçom que era tão oleoso quanto o paninho com que ele limpava um copo.

– Esta perdido?- pergunta o garçom fazendo os outros rirem.

– Não, estou bem obrigado, uma dose do seu melhor whisky por favor!- responde Marcus incomodado com a pergunta.

–Wisky? HAHAHAHA Oh Seu Maneco, o cara quer whisky!- ri o garçom para um senhor de idade sentado na ponta do bar.

– Aqui não tem whisky não rapaz!- diz o velho que levava o nome do bar- Aqui tem cachaça! Cachaça da boa! Tem rum também mas você não me parece do tipo pirata hahahaha- zomba o velho virando uma dose de cachaça e se servindo de outra, de uma garrafa com a qual estava praticamente agarrado.

– Então me vê a sua melhor cachaça por favor!- retruca Marcus sentindo seu estomago revirar. Era uma nova onda de sensações estranhas, agora era quente, o fazendo suar. Sentiu raiva daqueles homens que debochavam dele. Tanto que poderia sair batendo em todos aqueles velhos caquéticos que passavam o resto da vida medíocre jogando e bebendo naquele boteco sujo.

Marcus não percebeu, mas olhava com ódio para os velhinhos que, ao notarem logo ficam sérios e voltam aos seus jogos, evitando olhar novamente para ele. Ao notar isso, Marcus se envergonha, era como se eles tivessem ouvido seus pensamentos sobre eles.

O garçom serve a cachaça na frente de Marcus, esperando para vê-lo beber. Nessa hora, uns e outros clientes arriscavam uma olhadela. O jornalista estufa o peito, ainda sentindo aquele calor dentro de si, estava se sentindo forte e corajoso, inconformado com o ar de teste do garçom. Virou o copo de uma vez, e o garçom da um sorriso satisfeito e serve outra dose , dando tapinhas de congratulações nas costas de Marcus.

– É assim que fazemos por aqui! – ri o garçom se afastando. Marcus agarra seu avental, o puxando de volta, vira a segunda dose e oferece o copo pedindo mais para o atendente que fica chocado, mas o serve.

– Quer saber...me deixa a garrafa!- diz Marcus, arrancando a garrafa das mãos do homem que olha para o Seu Maneco no fim do balcão. O velho da de ombros, e o garçom se afasta ressabiado para seu lugar.

Marcus já não sabia se o calor que sentia era por conta daquela sensação estranha ou por causa da cachaça. A cabeça anuviara, como pretendia, e isso era o mais importante naquele momento. Os pensamentos agora giravam confusos na cabeça, enquanto ele tentava passar mentalmente tudo o que lhe havia acontecido desde que chegou àquela cidade.

Virou mais uma dose, e depois mais outra. A cachaça era doce e descia agradavelmente quente pela sua garganta. Tudo estava bem , até que os sussurros voltaram com força total.

– Menina bonita aquela Mari...poderia dizer que saiu ao pai, já que a mãe não era lá grandes coisas!- sussurrou a voz em seu ouvido. Marcus virou-se violentamente, procurando a fonte da voz num sobressalto.

O susto dele foi tão grande que derrubou o copo no chão, o quebrando e chamando atenção dos demais. Ele pediu desculpas, jogou algumas notas de dez na mesa e se dirigiu até o banheiro, cambaleante.

Ele entrou no banheiro sujo do bar, era unissex e previsivelmente sujo. Não tinha ninguém lá, ele trancou a porta, e se debruçou sobre a pia, com um enorme espelho manchado pelo tempo em sua frente. Ele se encarou por alguns instantes, esfregou o rosto e os olhos. Estava suando, seu corpo todo tremia.

Se arrependeu de ter bebido tanto, não conseguia pensar no que fazer na situação que estava, e a bebedeira parecia não parar de subir. Jogou agua no rosto, esfregando com força como se assim fosse tirar todo o álcool que tinha em seu sangue. Lavou a mão repetidas vezes, se sentia sujo, empesteado pelo odor de fritura e cachaça do lugar. O cheiro de urina o enjoava, ele tinha que sair dali.

Ele se apoiou novamente por alguns instantes na pia, tentando fazer sua cabeça parar de girar, e quando olhou para seu reflexo no espelho uma ultima vez, um vulto negro lhe sorria por detrás dele.

Marcus se virou instintivamente para trás, seu coração batia tão forte em seu peito que podia senti-lo em suas têmporas. Nada lá, quando voltou-se novamente para o espelho, a figura havia sumido. Ele não esperou mais tempo, correu até a porta e tentou abri-la sem sucesso.

O pânico subia pela sua garganta, e o frio já tomava todo o lugar. Uma risada gutural ecoa pelo banheiro encardido. As torneiras , todas as três , abriram ao mesmo tempo sem ninguém tê-las tocado.

Marcus grita, chutando a porta , girando a maçaneta com toda a força. Ate que tudo para, a porta se abre sozinha, e ele sai como um tufão bar a fora. Pegou o primeiro taxi que encontrou, praticamente se jogando na frente do carro.

– Hotel Francine por favor, rápido moço!- diz Marcus jogando uma nota de cinquenta no colo do taxista.

– Que isso moço, parece que viu um fantasma!- brinca o taxista, que foi completamente ignorado por Marcus, que apenas esfregava as mãos e se balançava no banco de trás.

Ele iria embora, não aguentaria mais daquilo nem por mais um minuto. Aquela cidade era mesmo assombrada! Aquela família assim como Mari e sua mãe, eram mesmo amaldiçoadas e não tinha explicação melhor para tudo aquilo.

E se aquelas mulheres matam mesmo seus maridos e filhos homens? E se Mari e a mãe dela correm perigo? E se aquele ser que o assustou tivesse alguma coisa a ver com tudo isso?

As perguntas eram assustadoras e tentadoras ao mesmo tempo. Quanto ele estaria disposta a dar de si para conseguir aquela matéria? Quanto ele queria aquele emprego? Até onde sua curiosidade natural o poderia levar?

Foi então que Mari lhe veio em mente. Ela devia estar apavorada com a mãe no hospital, e ele prometera a ela que iria, não prometera? Ele já não se lembrava, sua cabeça estava a mil, pensando nas possibilidades. O que faria? Tentava medir dentro de si o quanto aquilo tudo o apavorou e se estava disposto a passar por aquilo de novo, porque de uma coisa ele tinha certeza, aquele ser apareceria novamente.

Era aquele ser de quem Mari comentou mais cedo no almoço? Era sobre ele que a mãe da menina gritava quando chegaram na casa e em todas as vezes que teve um pesadelo? Era ele, ele sabia, ele só não sabia porque, quem ou o que era aquele ser, e como aquilo era possível.

Ele nunca foi dado á essas coisas, sempre se considerou cético, até porque, seu trabalho, de certa forma, exigia isso dele. A imparcialidade exigida de um jornalista agora se mesclava com o que ele viu e sentiu por si mesmo. Os conflitos de crenças dentro dele cresceu, e num estalo, já sabia o que devia fazer.

– Moço, para! Dê a volta! Me leve até o hospital Santa Maria!- diz Marcus quando já estavam quase na esquina de seu hotel.

– O senhor esta bem? Esta sentindo alguma coisa? – pergunta o taxista preocupado.

– Estou bem...só...vai rápido! O mais rápido que puder!- diz Marcus, que temia mudar de ideia no meio do caminho.

– Vocês de cidade grande tem uma pressa não é?!- diz o motorista lhe analisando pelo espelho retrovisor.

– Muita! Muita pressa!- responde Marcus impaciente, roendo as unhas que lhe restavam dos dedos.

Marcus entra no hospital meio duro, ele detestava hospitais, e aquilo não ajudava em seu estado de nervos. Ainda estava aterrorizado e pensando se contaria ou não o que lhe aconteceu para Mari. Perguntou na recepção pela mulher fora de si, que havia chego havia pouco tempo, e pela descrição a mulher soubera dizer bem quem eram. Não era a primeira vez delas no hospital, mas segundo a enfermeira, aquela poderia ser a ultima, já que a mulher havia perdido muito sangue.

Ficou curiosa de vê-lo procurando por elas, mas o julgou como um pretendente desavisado de Mari, pobre rapaz, não sabia onde estava se metendo. Ele resolveu não contestar, e seguiu as instruções da mulher até o segundo andar no fim do corredor, na sala de espera. A mãe de mari estava numa cirurgia de emergência.

Andar pelos corredores do hospital o causava arrepios, odiava o cheiro, as cores assépticas dos corredores, a lembrança do gelado do metal frio sobre a pele. Nada de agradável, nada que lhe desse qualquer tipo de conforto. Foi onde sua mãe um dia morrera, e onde seu pai passara internado nos últimos anos de sua vida. Não, nada agradável em hospitais, o nervosismo já lhe subia pela garganta.

Ao chegar na sala que lhe fora indicado, ela estava vazia. Perguntou para uma enfermeira que passava por ali que de nada sabia. Marcus se sentou desconfortável no sofá de espera, folheou uma revista genérica de fofoca, entediado. Já fazia meia hora que estava ali, quando já estava desistindo de se torturar com a espera, Mari entra na sala.

– Você veio!- sorri ela correndo para um abraço inesperado. Ela tremia e o abraçava forte, ele se sentiu feliz por ter ido. Ela tinha os olhos inchados de chorar.

– Como ela esta?- pergunta Marcus assim que a menina o solta.

– Na sala de operação ainda...mas...eu tenho novidades...

– Ah é? O que foi?

– Encontrei o doutor Resende...ele é um dos médicos que cuidaram daquele marido inválido das Siqueira...aquele que demorou mais para morrer. Eu consegui algumas informações...

– Que tipo de informações?

– Ele disse que o homem desenvolveu uma trombose rara e progressiva que foi tomando o corpo dele aos poucos, disse que no fim, ele mal falava porque a trombose já havia afetado até mesmo sua língua...ele ficou receoso de me contar mais...acho que ele me contou alguma coisa por ver o que houve com a minha mãe e saber, como a cidade toda, o que acontece com ela...ele sabe muito mais, só temos que arranjar uma forma de faze-lo falar.

Marcus a encarava sério, em duvida se contava o que havia acontecido a ele a apenas alguns minutos atrás. A conversa foi interrompida por um médico que entra na sala sério e se dirige á Mari. Marcus conhecia bem aquele semblante de más noticias.

– Srta borges?

–Sim...- responde Mari se aproximando mais de Marcus, como se assim ele pudesse protege-la de alguma forma.

– Bem...sua mãe esta fora de perigo, mas terá de ficar um tempo internada...tivemos de remover seu útero...você sabia que ela estava gravida?^

– gra...gravida?...- Mari parecia em choque. O jornalista coloca sua mao no ombro da amiga.

– Sim...de um mês aparentemente!

– Um mês...? – marcus quase podia ouvir as engrenagens do cérebro da menina funcionando na cabeça.

– Ela esta em algum relacionamento? Tem de avisar o namorado dela? – aquele comentário soava ate debochado aos ouvidos de Marcus.

– Ela não tem namorado...ela esta acordada? – responde a menina tentando se recompor.

– Não. Estamos mantendo ela sedada, os socorristas falaram que ela estava muito agressiva, resolvemos deixa-la sob influências de medicamentes por alguns dias, até a sutura ficar mais firme, para não haver ruptura dos pontos e possível infecção. Ela tem histórico de esquizofrenia no histórico dela...preciso que me passe os remédios e dosagens para mantermos o tratamento apropriado.

– ah...certo...

– A enfermeira pegara os dados e informações necessárias com você ali na recepção, sua mãe ficará desacordada por alguns dias, mas poderá vir visita-la nos horários de visitas que é das 10 a 13 e das 15 as 18!- termina o medico, dando um tapinha de consolo nas costas de Mari.- qualquer coisa é só me procurar! Sou o Dr Mendes.

–Obrigado doutor.- responde ¬Mari, já se encaminhando, seguida de Marcus, para a saída do hospital.

Ele não ousara dizer nada, apenas acompanhou a menina até a recepção, onde ela passou todas as informações para as enfermeiras, e para o alivio de Marcus, logo eles já saiam do hospital.

– Tenho uma coisa para te contar também...- diz ele assim que saem do hospital. Mari para imediatamente para olha-lo. Ela estava nervosa, parecia já esperar pelo o que ele tinha a dizer.

Ele atravessou a rua e sentou com ela num banco de praça logo em frente ao hospital, havia decidido que contaria o que lhe passou. Despejou sua historia com o máximo de detalhes que podia se lembrar. Ela se mantinha calada, ouvindo com atenção e sem quase nenhuma reação ao que ele lhe contava sobre seu encontro com aquele ser.

– Agora...você pode me explicar o que foi isso? O que é esse ser?- finaliza Marcus.

– Meu deus Marcus...é melhor você se afastar...ele já te viu! Eu te disse que não demoraria! Minha mãe tinha razão! Você irá se sujar se ficar perto de nós! Eu já sabia...eu sabia...- diz a menina inconsolável.

– Eu acabei de falar que ele falou de você, e você ainda se preocupa comigo? Mari, estou aqui porque quero!

– Você acabou de me contar que ele te atacou, você não esta nem um pouco preocupado? Você tem pelo menos a menor noção de onde esta se metendo? Já não viu o bastante para sua reportagem idiota?!- responde Mari nervosa, se levantando do banco. Marcus ficara sentado alguns instantes em choque, ela sabia, afinal, que ele era um jornalista.

– Você sabia?- pergunta ele indo até ela, que já andava a passos largos pela rua.

– Claro, não sou tão estupida quanto pareço! Só achei que teria mais tempo com você me ajudando a desvendar pelo menos alguns desses mistérios que rondam a minha vida e a de minha mãe! – responde ela sem olha-lo, seus olhos estavam marejados, e ela os limpava com raiva de si.

– Ainda posso te ajudar!

– Você viu o que aconteceu com ela?!- grita Mari, apontando para o hospital- Ela estava grávida! Grávida! Por isso tentou se esfaquear! Tirar de dentro de si mais um bebe indesejado como eu! Agora me responde uma coisa, como ela ficou grávida eihn? Como? Quando? Eu passo a maior parte do tempo com ela! A única explicação pra isso também não faz sentido!- grita ela inconsolável.

–E qual seria essa explicação!?

– Aquele ser que fez isso com ela! Foi ele! Eu sei! Eu sinto! Agora faz todo o sentido... e isso quer dizer então...que...eu...

– Mari isso é impossível! Um ser sem corpo não pode engravidar um ser humano!

– Você tem uma explicação melhor? Porque eu estou realmente muito interessada em ouvir!- responde ela se virando para ele que se cala- Me explique então uma coisa mais fácil, quem foi que te prendeu naquele banheiro? Quem te apavorou hoje? ISSO era possível pra você antes de ver com os próprios olhos? O que você acharia de uma pessoa que te contasse uma historia dessas?

– Mari, se acalme!

– Me acalmar? Eu sou filha do demônio e você quer que eu me acalme? Acho melhor você ir embora! Fique o mais longe possível dessa cidade e de mim! Será melhor para você!


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