_Desci do avião e logo avistei meu avô me esperando no saguão. É tão estranho chamar outra pessoa que não Carlisle de avô, mas Charlie ficaria magoado se eu o chamasse pelo nome. Busquei dentro do meu ser vampiresco o melhor sorriso do mundo.. aquele que deslumbra.

- Oi vovô.... – Disse enquanto o abraçava.

- Nossa Nessie... Como você está linda... – Me esqueci que aqui seria Nessie para cima e para baixo.

- Obrigada vô.... Você também está ótimo!!! – Charlie não estava velho, apenas não tão jovem quanto da ultima vez que o vi há quase duas décadas atrás.

- Pensei que tivesse se esquecido completamente do seu avô... Nunca apareceu para visitar.

- Nunca me esqueci vô... Apenas não tive muito tempo.. Mas agora estou aqui...

          Entramos na dita viatura policial do Charlie.. o que me lembrou de algo... Com o que eu iria andar? Precisava providenciar um bom carro o mais rápido possível, já que a viatura não era nem potente e nem bonita. Nota mental. Comprar um turbo.

          Charlie não era muito de conversa... Percebi isso durante a viagem até Forks... Eu não tinha papo... então deixei o silencio inundar o ambiente e as lembranças do meu vampirinho alado minha mente. A principio eu ficaria aqui um mês para ver como as coisas estão e descobrir o que está causando os desaparecimentos e mortes. Pedi férias novamente no trabalho.. bom que meu chefe seja meio doido... certo o Sr. Sparrow não regula bem mesmo... Mas ainda assim logo eu teria que morrer... Para os humanos.. Afinal e já estava a uns 5 anos como uma pessoa de 21... minha desculpa era que enquanto existissem produtos franceses e um ótimo cirurgião plástico essa seria minha idade. Com o meu chefe e minha família humana isso foi normal, afinal os loucos são ele...

          Para falar a verdade eu não lembrava muito da casa do vovô... Estive aqui umas duas ou três vezes no máximo. Mas a casa parecia menor fisicamente do que era em minhas lembranças. Na entrada da casa tinha uma picape preta e velha. Meus olhos correram pela rua até onde não era mais possível enxergar... Eu queria muito ir ver a casa dos meus avos e a cabana. A casa grande havia sido limpa. Sem moveis. Já a cabana estava toda mobiliada. Sinto falta daquele quarto. Charlie estacionou a viatura. Não tinha muitas malas. Só cinco. Pois não tinha closet na casa do Charlie... E eu não perderia a chance de fazer compras. Quando peguei uma mala e me virei para a porta, vi a figura de uma mulher parada nela. Era Sue. Ela e Charlie haviam meio que se casado... ou algo do gênero. Logo na porta apareceram Leah e Seth. Pacote completo. Leah nunca gostou muito de mim, e o sentimento era recíproco. Seth era demais.. Pena que era um lobo fedorento... hauhauhuah.... Iria ser legar ficar tirando onda com isso. Ele me viu e veio correndo e me levantou em um abraço.

- Nessiiie Cullen!!! – Para todos os efeitos eu não via mais Seth desde os três anos, Charlie não sabia que ele havia ido à minha festa de aniversario há apenas alguns anos. Então fiz cara de quem não tava entendendo nada.

- Desculpa, sou Seth. Eu era muito amigo dos seus pais.. – A ta... vai nessa...

- Oi. – Tentei parecer tímida.

- Então, já que Seth já se apresentou. – A voz de Charlie vinha da porta. – Essa é Sue, mãe do Seth, e Leah, irmã.

- É um prazer. – Fui um poço de simpatia, Leah fingiu não me ver e foi em direção à floresta.

- O que deu nela? – Charlie questionou.

- Deve ser TPM. – Sue abafou o caso. – Entre querida.

          Vovô e Seth levaram minhas malas para dentro. Realmente, de duas uma, minha memória ta pifando ou a casa encolheu. Tudo parecia pequeno demais. Vovô me conduziu escada acima até o quarto que era da mamão. G-zuis. Que decoração horrorosa era aquela. Quando tia Alice me disse isso eu não acreditei. Minha mãe vampira-linda-bem-vestida-deslumbrante dormia naquilo? Fiquei até com medo de abrir o armário e ver as roupas de humana, já que quando ela saiu de casa para o casamento não voltou mais... Certo. Quando me virei para agradecer ao Charlie ele já havia sumido.

          Tinha três notas mentais agora. Primeiro: Eu preciso de um carro. Segundo: A casa ta fedendo a cachorro molhado, isso significa faxina total e terceiro mas mais importante de todos: Charlie cheira muito bem, preciso me alimentar com urgência. Coloquei a cabeça para fora da janela do antigo quarto da mamãe e agora meu. Já estava escurecendo. Fiquei no quarto com a desculpa de estar cansada da viagem. Logo Charlie iria dormir e eu poderia sair para caçar.