Uma Garota Fora Da Lei escrita por Bia Alves


Capítulo 29
"Mais Rápido"


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem com minhas novas/fantasmas/desaparecidas/e/as/lindas/que/eu/amo/demais/que/sempre/comentam leitoras?
Como vão vocês? Tudo okay?
Bom, esse capítulo ficou pequeno, capítulo para mim é aquele com 3000 para cima, e esse tem menos, masok, as coisas vão animar, não agora, digamos que a partir de agora a historia entra em uma fase meio... Dramática?!
Mas fiquem tranquilas, não é aquele drama chato.
Sobre o julgamento, ele está mais perto do que nunca, eu já estou tipo, com mais um e meio capítulo pronto, então... rsrsrsrs' Coisas vão acontecer. - o que é obvio né -.-'
Boa leitura.



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Sabe como é dormir agarrada a algo não muito macio? Pois é, essa é a sensação de dormir com o David. Ainda mais quando ele está sem camisa, ninguém merece ter que sentir aquelas suas ondulações no peito e pouco abaixo. Odeio, e eca... Eu dormi no peito dele. Tá, não foi tão ruim assim.

Tudo bem que foi ele quem ficou aqui me aturando, ouvindo coisas românticas que o Guilherme fazia para mim, mas foi ele quem pediu.

Foi ele quem ficou aqui me ouvindo falar mil e umas vezes que sou inocente, mas eu sou, quem matou foi o Félix, não eu.

Assim que abri os olhos logo olhei para o ser que estava quase babando. David é um bom amigo. Até que eu posso suporta-lo.

Levanto devagar para não acordar a bela adormecida, mas a tentativa foi em vão.

– De fininho hein? É assim que a senhora sai depois de uma noite como a nossa?!

Franzo o cenho.

– A gente só assistiu a um filme.

– E sobre o que acha que eu estava me referindo? – Ele sorri pelo canto dos lábios.

– Até acordando você consegue ser malicioso e chato.

– Mas diz ai, eu sou sexy acordando não é? – Ele pisca, eu dou risada e depois ignoro indo para o banheiro.

Faço a minha higiene necessária, e depois saio, e me deparo com David olhando minhas roupas.

– Ei! O que é que você está fazendo?

– Olhando as suas roupas?!

– Isso eu sei, mas o que quer fazer com isso idiota?

– Eu realmente não te entendo, até ontem de noite você estava toda feliz comigo, se bombeasse até beijo você roubava.

– Não exagere.

– Ok! Mas então... É... Ah Não! – Ele quase grita.

– O que foi?

– A aula é daqui – ele procura algum relógio – dois minutos, Emily.

– O quê? – Eu franzo cenho – Por que não me acordou seu idiota?

– Eu? Você que pediu para que eu ficasse conversando com você a noite toda.

– Nem venha, você que ficou perguntando coisas sobre o Guilherme.

– Eu sou queria saber mais dele.

– Para quê?

– Ué, curiosidade.

– Não precisa de ciúmes David, ele está morto.

– Porque você matou... – Ele tira o sorriso de brincadeira dos lábios.

Fico séria e o encaro. Eu não acredito que ele disse isso, depois de tudo que a gente conversou.

– Sai do meu quarto, agora.

– E-Emily... Me desculpa, eu não queria ter dito isso, eu... Eu sou um idiota.

– Sai do meu quarto David, agora.

– Não Emily, me desculpa, por favor, eu sou um idiota, não é isso?

– Vou pedir pela última vez... Sai do meu quarto.

Ele abaixa a cabeça e suspira, ele me olha e assente.

– Desculpa – Ele diz e sai do quarto.

Idiota, como eu odeio o David. Odeio. Odeio. Já disse que eu odeio o David?

Pois então... Eu o odeio.

[...]

Me explica se aprender o passado te ajuda no futuro? Pois eu realmente acho que aulas de historia são desnecessárias, que tédio.

Ficamos quase uma hora ouvindo como algum país que eu não sei nome foi dominado por outro que eu também não sei o nome, que legal.

Depois que o sinal tocou, faltou os alunos levantarem e gritaram comemorando. O professor sai da sala assim como os alunos.

– Vai ficar ai hoje é? – Olho para o lado e Renata sorria.

– Oi! Vou sim, to sem fome.

– Comeu a noite toda? – Franzo o cenho

– Hã?

– Eu vi o David saindo do seu quarto hoje de manha.

– Ah! Isso. Não fizemos nada de mais.

– Imagino – Ela sorri – Se vai ficar aqui, eu vou comer, mas... – Ela da uma pausa e faz silêncio.

– O que foi?

– Ele está logo ali – ela aponta disfarçadamente para trás, eu olho e David estava lá, ele me olha também.

– Acho que eu vou sair – vou levantar, mas ela me segura.

– Nem pensar – me empurra pelos meus ombros e me senta novamente na cadeira – Vai ficar ai.

Ela sorri e sai da sala, é claro que eu podia sair, ela nem saberia, mas a preguiça falou mais alto, então eu fiquei.

Não olhava para trás, e tenho quase certeza de que ele também não olhava para mim, eu nem sei como é que eu tive a coragem de contar tudo para ele, para ele. David. Que idiota que eu sou, muito.

– Vai mesmo ficar sem falar comigo?

É claro que ele iria falar alguma coisa, é o David, ele é idiota.

Não respondo, fico em silêncio apenas encarando a lousa na minha frente.

– Pelo visto, sim.

Minha língua estava coçando para falar, mas eu vou ficar quieta, não vou falar. Até que ele vem e senta ao meu lado.

– Vai mesmo ficar assim Emily? - Ele diz bem próximo ao meu ouvido. Inútil.

– Estou tentando te ignorar, se você deixar, eu agradeço – ele ri e balança a cabeça negativamente, coloca a mão em meu queixo e vira meu rosto para o dele.

– Emily, eu já pedi desculpas.

– Mas eu não quero te desculpar – Tiro sua mão do meu queixo e viro o rosto novamente.

– Por que é assim hein?

– Assim? Como?

– Não sei, tão complicada...

– Não sou.

– Imagina... Emily, até pouco mais cedo você estava de bem comigo, falando em uma boa, mas depois ficou brava, eu não te entendo.

– Não tem que entender, a única coisa é que você falou uma coisa desnecessária e depois de que eu te contei TUDO, você me diz aquilo – Levanto da cadeira, mas ele segura meu braço e levanta ficando em minha frente.

– Emily, me desculpa, eu sei que o que eu falei foi errado, saio da boca para fora, você confiou em mim para contar a verdade, porque não me perdoa agora?!

– Porque você é um idiota.

– Ah Emily. Conta outra. Me desculpa poxa, o que quer que eu faça? Vá ao meio do refeitório e grite que eu quero que você me perdoe?

– Tá ai! – Olho em seus olhos.

– Falei de mais – ele revira os seus.

– Se quiser minhas desculpas, vá até e peça desculpas gritando para todos ouvirem.

– Eu não vou fazer isso!

– Foi bom enquanto durou... Tchau!

Puxo a minha mão e saio andando.

Contos de fada: “Ele veio atrás de mim, e disse em alto e bom som que queria o meu perdão, eu aceitei, nos beijamos, nos amamos e vivemos felizes para sempre”.

Mas foi tudo ao contrario, ele não veio atrás, o que é bom. Porque não queria mesmo beija-lo.

Chego ao refeitório e assim que entro, Luther já estava saindo.

– Bom dia princesa!

– Oi! – respondi.

– Tudo bem?

– Vou indo.

– Quer ir para algum lugar comigo? – se esse lugar for bem longe do David.

– Sim! – Sorri.

– Vem.

Ele segura a minha mão e saímos, passamos pela sala e David saia de lá, olho por alguns – poucos – segundos e logo desvio o olhar, Luther passa fácil pelo porteiro e não demorou muito para estarmos fora do internato.

– Não sabia que tinha essa intimidade toda com o porteiro – ele ri.

– Pois é, tem coisas que você ainda não sabe.

– Ui! – Disse em tom de brincadeira.

– Se quiser saber, basta perguntar, ok?

– Nós já conversamos tanto, não acredito que tem coisas sobre você que eu ainda não saiba.

– Minhas palavras preferidas, sabe quais são?

– Hum... Mulheres e festa – ele ri.

– Mais rápido.

– Hã?

– Essas são minhas palavras preferidas.

– Por quê?

– Porque eu amo ouvir as garotas falando “mais rápido” para mim.

– Que horror Luther.

– Você sabe que não.

– Pois é.

Rimos e continuamos a andar, passamos por uma lanchonete, pedimos um hambúrguer, sentamos para esperar. Ficamos um bom tempo lá, sentados conversando coisas aleatórias quando ele toca em um assunto desnecessário;

– Ainda tenho chances com você? - o encaro.

– Luther... Eu não quero mesmo te iludir, mas... eu não sei.

– É claro que sabe...

– Sim, quer dizer, não... A gente é tão diferente.

– Peças de quebra-cabeças também, e eles se encaixam.

– Frases feitas, não comigo.

– Mas Emily, eu gosto tanto de você.

– Eu sei, mas eu não sei se daria certo.

– Você sabe.

– Eu sei, mas, eu acho que a gente não combina tanto assim...

– Com quem você combina? O David?

– Para com isso, eu não combino  com ele.

– Você o ama Emily.

– Não o amo não.

– Será que não vê que está o amando?

– Eu não estou vendo, porque eu não estou.

– O pior cego é aquele que não quer ver, Emily...

Ele levanta.

– Foi bom o pouco tempo que passamos juntos – ele sai.

– Luther, volta aqui – ele não dá ouvidos e sai da lanchonete – Idiota, o mundo está cheio disso.

– Ai está o lanche moça – uma garçonete trás.

– Jogue fora, perdi o apetite – Levanto.

– Mas quem vai pagar?

– Põe na conta do Luther Parker.

– Quem?

Ignoro e saio sem dar mais atenção a garçonete.

Idiota, ainda perguntam por que não me apaixono.

Eu, apaixonada pelo David. Eu sei que às vezes ele é fofo comigo, me abraça, me diz coisas bonitas, me conforta, diz que vai ficar tudo bem, mas... Não estou. E nunca estarei.

Chego ao internato cansada de tanto andar e ainda tive que correr de um cachorro que um idiota de um velho deixou escapar, todo mundo idiota. Até eu mesma.

Entro e vou direto para o meu quarto, assim que abro eu arregalo os olhos.

– Mas... Que merda é essa aqui?

Olho em volta, tinha flores pelo quarto, não em todo o quarto, mas em parte dele, com um especial em cima da cama.

Se eu fiquei brava? É claro que SIM.

Eu quero matar um. Um não, todos, primeiro pelo fato de ter invadido o meu quarto e em apenas uma hora fazer o que fez com ele, e em segundo, matar por ser tão idiota.

Tinha pelo menos uns dez buquês pelo quarto, e o que estava em cima da cama tinha uma carta, mais uma carta. Eu preciso matar essa pessoa.

Estava escrito:

“Eu sei, você deve está me xingando por está te mandando isso e de ter feito isso em seu quarto, me desculpa, mas eu estava passando pela rua, vi essas rosas, e sabe? Comprei mais uma coisa, mas isso eu só entregarei quando eu tiver certeza de que você estará disposta a usar, então... Posso aguardar mais um pouco. Posso até ser idiota por está te mandando isso, mas acredite, eu tenho meus motivos, eu também acho que eu sou um idiota, porque eu também não sou muito fã de romance, mas... É impossível não fazer isso, ainda mais quando a pessoa que isso irá será você, gosto de quando me abraça, me olha nos olhos, me beija, gosto de tudo em você. Tudo e mais um pouco. Amo tudo em você. Você me pegou em alguma das suas inúmeras e perfeitas características, queria tanto poder entrar ai e do nada dizer tudo que sinto... Eu sei que você me acha chato, idiota por isso, mas não vou poder fazer mais nada se te amo”.

Eu quero matar esse idiota, ainda aos poucos vendo só o sofrimento dele. Eu quero te ver morto.

[...]

– Emily? – Alguém bate na porta e me chama do lado de fora. Ainda estava encarando aquele bilhete, não me pergunte por que, eu não sei.

– David? - ele sorri.

– Desculpa ter vindo aqui. Eu sei que você está muito brava comigo, mas eu não quero que fique assim, Emily me perdoa por ser tão idiota, eu sei que você odeia isso, eu disse aquilo sem querer, eu sei que você não fez aquilo, porque você contou a verdade e eu acredito em você, mas eu preciso que você acredite em mim e saiba que eu quero mesmo que você me perdoe.

Ele falou tudo tão rápido que eu tive que fazer esforço para entender tudo.

– David... Calma, tá?

– Vai me desculpar? O que é? Se quiser eu vou lá ao refeitório e peço.

– Não! – Seguro seu braço, porque ele realmente iria sair, maluco? Eu acho que sim – Está tudo bem, tá?

– Sério? Você me perdoa?

– Sim – olho para o nada e reviro os olhos.

– Sabia que não resistiria ao meu charme.

– Argh! O verdadeiro David está aqui – ele ri.

– Posso entrar?

– Quais as suas intenções?

– Quais você me deixar botar em pratica.

– Não quero botar nada em pratica.

– Então eu apenas quero entrar.

– Entre...

Ele entrou.

– Hã? E o que esse tanto de flores faz aqui?

– Rosas, de tudo quanto é cor – Olho bem nos olhos dele – Eu quero matar o idiota que está fazendo isso – Ele sorri e olha para o chão

– Legal. Mas o menino, que por acaso é doente? – ele ri – está apaixonado por você.

– Eu quero que ela morra engasgado quando for se declarar para mim.

Ele me encara um pouco, abre a boca várias vezes e depois diz.

– Ainda me pergunto como um dia você amou o Guilherme.

– Ele é outro jeito, ele era... Especial.

– Eu também sou e nem por isso você gosta de mim – Solto uma baixa risada.

– Ai David, a cada dia que passa eu te acho mais idiota e convencido.

– Apenas a realidade – Ele se aproxima – Ou acha que eu não sou irresistível? Olhe bem nos meus olhos Emily, eu não sou irresistível?

Ele se aproxima tanto que se ele me atravessasse eu não acharia estranho. Sim, essa frase faz sentido.

– Se você ainda quiser se divertir com a Maria. Se afaste.

– Não.

– David! Está brincando com fogo...

– Se não sabe... Quanto mais quente melhor...

– Quanto mais se aproxima mais suas chances de morte aumentam.

Eu acabo encostando-me á parede e ele junto – colado – a mim. Tá legal, ele quer mesmo perder a vida.

Eu sou um poço de hipocrisia ou quem sabe bipolaridade, até ontem eu queria seu abraço e ele junto a mim, hoje, eu o quero o mais longe possível.

Eu realmente não me entendo.

– David...

– Emily...

– Se afaste. – Ele leva seus lábios para perto dos meus. – Eu estou falando sério.

– Medo?

– De?

– De se apaixonar pelos meus beijos?

– Já nos beijamos outras vezes, e não me apaixonei!

– Então... Eu acho que não se importaria se eu fizesse isso – Em questão de segundos ele me puxa contra seu corpo e sim, ele me beija.

Sim, mas uma vez eu estou beijando o David, se eu quero mata-lo? É claro que sim, mas não sei, ele beija tão... Legal?!

Tá bom, ele beija muito bem, e eu gosto, então eu deixo.

É isso ai, eu estou beijando David Carter pessoal, um beijo tranquilo, mas por trás... Cheio desejo.


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Notas finais do capítulo

Algum erro por ai pessoal? Preguiça de revisar ele todo rsrs'
Enfim, espero que tenham gostado, vou nem falar minha opinião sobre ele, eu nunca gosto das coisas que eu faço mesmo, então...

Será que está tão visível as coisas assim? Por que quem não está sacando as coisas ai, é bem lerdinha hein? Mas ok. Eu perdoou vocês, eu também sou lerda.

Enfim, espero que tenham gostado do capítulo, do "novo" David e da bipolar da Emily...

Estou aceitando, favoritos e recomendações, :3

Beijo para quem comentar, e quem não comentar, eu quero que seu canudo do Toddynho afunde muahahahha.
Beijos :*