Herdeiros E O Filho Do Lorde escrita por Castebulos Snape


Capítulo 3
Pedido de Desculpas


Notas iniciais do capítulo

ai está outro cap, posto todo sabado. comentem.



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POV.: Severus Snape

Por que Kate não estava falando comigo?

Eu gostei do jeito que ela falou de Tobias e do Potter quando a vi pela primeira vez, gostei dela, parecia uma menina sensata, e gostava de mim (isso é tão raro!). E ela parecia tão decidida, corajosa... Bi também era interessante ela parecia ser o coração da dupla, e quando ela executou meu feitiço como seu primeiro feitiço, fiquei orgulhoso, mas quando Kate fez aquele patrono corpóreo em forma de cobra com asas, eu fiquei preocupado. O patrono mostra sua alma e a alma de Kate era uma cobra com asas, uma cobra livre, uma serpente sonserina mais perigosa ainda...

Se fui violento, sim fui, mas estava assustado e ela também, eu sei que só piorei as coisas, mas não fui como Tobias, ela não sabe como Tobias era. Quando vi que ela estava me vendo como aquele traste nem consegui lhe dar uma bronca por ter corrido daquele jeito, apenas quis me enfiar em algum lugar longe daqueles olhos azuis acusadores.

Não vi que bichinho ela comprou, e não pude evitar uma careta de desgosto quando ouvi o nome do coelhinho de Bi, mas os olhos azuis era, familiares e parecia uma almofada mesmo (não terei culpa se me sentar nele, se me encher muito a paciência). Aparatei na minha mansão, não gostava daquele lugar, mas também não gostava da Rua da Fiação e aquele lugar seria mais confortável para as duas.

– Não íamos para sua casa? – perguntou Bi, enquanto Kate fazia questão de não me olhar na cara, da ultima vez que vi uma mulher tão furiosa, ela nunca mais falou comigo, ou me desculpou. Mais que droga!

– Depois da guerra eu recebi uma herança de um tio da minha avó que não tinha filhos, ele não teria deixado nada para mim, afinal eu sou mestiço, mas como sou o ultimo Prince... Vamos para dentro. Está frio.

O interior era completamente verde e prata, Sonserina, e Kate não escondeu o sorriso de satisfação. O salão de entrada estava pouco mobiliado, tinha apenas a pintura de minha mãe que me deu boas vindas e começou a conversar com as meninas.

– Ora, olá!

– Olá – responderam em uníssono, obviamente encantadas.

– Sou Eileen Snape, vocês são nossas convidadas? As Sterveson?

– Sim – responderam com um olhar de pura devoção, eu mereço mesmo, logo estarão sentados no chão ouvindo minhas historias de bebê! – Eu sou Kate. Eu sou Bi. É um prazer!

– É claro que é! – interrompi – Desculpe, mamãe – Bi mordeu o lábio para não rir, oh inferno! –, mas elas precisam conhecer o quarto delas. Venham – levei-as escada a cima pelos corredores frios e escuros até chegarmos ao único quarto que eu deixei intacto. Três quartos eu derrubei as paredes para fazer minha biblioteca particular e meu escritório, dois quartos eu destruí para minha suíte, cinco para meu laboratório e para a conserva de ingredientes, os últimos dois quartos eu nunca mexi, até descobrir que elas vinham morar comigo, então transformei em um só quarto e ajeitei tudo mantendo as paredes limpas para que pudessem arrumar de acordo com suas casas em Hogwarts, duas camas de casal, armários separados, banheiro espaçoso, cômodas e mesas de estudo, tudo em cada canto do quarto.

– Uau! – exclamou Bi, Kate apenas sentou na cama e massageou seu braço distraidamente. Será que eu a machuquei de verdade? – Obrigado.

– Não a de que! – respondi distraído – Posso falar com você, Bi? – peguei-a pela mão e a levei para a biblioteca.

– Uau, que coisa enorme!

– Olha, sua irmã ainda está zangada comigo? – Ela assentiu – Droga! O que eu faço para que ela me perdoe?

– Bem, para nós duas, tudo que é preciso fazer é pedir perdão – mais que ótimo! Só que não... –, mas não vai adiantar nada se ela ainda estiver com dor, aí vai demorar até a dor que ela está sentindo passar, sem contar a mágoa.

Por que essas meninas têm que ter esses olhos sinceros e puros?

– A dor eu faço passar com minhas poções, pelo menos a física, o quanto está doendo emocionalmente?

Ela deu de ombros.

– Olhe, você é o herói dela – Puta. Que. Pariu! Essa me fez engolir a seco, eu era o herói de alguém? E eu machuquei esse alguém. Malditas ruivas, elas sempre me fazem sentir um merda –, tudo que ela faz lembra você, tudo que ela fala ela relaciona a você, nas redações da escola ela coloca seu nome em um dos personagens principais, ela nunca esteve mais feliz do que quando você apareceu, assustada, sim, mas feliz, você agiu de um jeito que a assustou, Kate é forte, mas não é inabalável, você a machucou fisicamente e fez desmoronar um muro inteiro de adoração a você, de ilusões criadas a sua volta – ilusões? Não eram ilusões, eu não sou mau –, ela está muito magoada. Talvez quando você pedir desculpas para ela, isso a deixe feliz e orgulhosa de si mesma, mas não vai passar tão rápido. Vai com calma!

Ótimo, agora eu estou mesmo arrependido, e isso não é muito comum.

– Tudo bem, depois do jantar, deixe-a sozinha, vou fazer com que me perdoe!

POV.: Kate Sterveson

Meu braço estava doendo, sabia que com uma simples poção a marca roxa dos cinco dedos e a dor incomoda passariam, mas eu não pediria nenhuma poção para Snape, nem falaria com ele, nem olharia em sua cara. Ele conseguira ser solitário e forte, se agarrara a sua dor e agüentara, se ele conseguiu, eu conseguiria, mas eu não ia ser como ele, não agiria como as pessoas que me feriram, não iria ferir ninguém inocente.

A mansão era muito bonita por fora, mas ainda era meio assustadora, era inteiramente sonserina em seus tons de preto, prata e verde, não posso dizer que não gostei, adorei, mas aqueles corredores sombrios e que pareciam mal-assombrados eram meio sinistros demais pro meu gosto.             

O quarto era muito legal, eu já estava planejando onde colocar a cobra da Sonserina, os tons verde e prata, o lema da escola, o brasão de Hogwarts, minha guitarras e violões... Ia ficar incrível! Nossas malas haviam sido colocadas na frente nas nossas camas, as caixas dos instrumentos estavam empilhadas umas em cima das outras. Senti a preocupação com meus bebês aumentar.

Quando Snape levou minha irmã, fiquei preocupada, não que eu achasse que ele fosse lhe fazer mal, mas nunca ficaria confortável com minha irmã longe de mim.

Soltei Vaílisa na cama e ela observou o quarto com ar critico.

– Gostou do novo lar?

Ah, sim, é espaçoso e branco, eu gosto de branco!

Soltei uma risadinha enquanto ela passeava pelo quarto e gostado do lugar embaixo de minha cama, eu ia ter que cuidar bem daquele cantinho para ela, seria bem melhor que uma caixa de vidro, que devia ser cara, e eu duvidava que ela fosse gostar. 

– Não vai ficar branco para sempre, só até eu voltar para as férias de Natal, se e for para a casa que eu quero, vai ser tudo preto, prata e verde! Vai ficar lindo, e eu vou fazer uma bancada, ou qualquer coisa assim, em baixo da janela para seus banhos de sol matinais, que tal?

Aí sim!

Ri dela e me deixei cair na cama, era um lugar legal, seria minha casa pelo ultimo mês de férias, e pelos feriados que teriam durante o ano. Vaílisa subiu na cama e se enrolou no meu peito apoiando a cabeça em uma das dobras de seu corpo; pensativa. Ela era gelada, mas era tão fofinha e pequena que eu não podia imaginar alguém que não gostasse dela.

Bi voltou para o quarto e pegou Almofadinhas nos braços também. Eu não sabia o que provavelmente ela estava pensando, porque não sabia o que ela e Snape tinham conversado, e isso me incomodava porque eu não podia saber o que ele estava tramando ou se tinha feito algo de mal a ela, mas logo e saberia e poderia dar o troco, fosse ele bom ou ruim.

Um “crake!” alto ecoou pelo quarto e nós quatro pulamos de susto. Era um elfo domestico muito pequeno e parecia bem assustado, devia ser só uma criança!

– Minhas senhoras, o jantar está na mesa – pela voz era fêmea.

– Tudo bem, um elfo domestico! – murmurei – Não precisa nos chamar de senhoras só de Kate e Bi mesmo! Qual é o seu nome?

– Vinny, K- Kate!

– Quantos anos você tem, Vinny? – pergunto Bi, tentando ser simpática.

– Vinny tem oito anos, B- Bi!

– Ownt! Que fofinha! Vem cá, Vinny – peguei-a no colo, era tão bonitinha, tão delicada e tão pequena! – Você é muito fofinha! O Snape te faz trabalhar?

– Não! Meu senhor Snape nunca permitiu que eu trabalhasse, diz que eu sou muito nova ainda, ou que os pais de Vinny se punissem, é um bom senhor!

– Tenho certeza que sim! – Bi a tomou de meus braços, apoiando-a na cintura e a levou pelo corredor – Vamos jantar! – Vaílisa me apareceu com um filhote rato na boca e começou a comê-lo, devia ter um ninho de baixo da cama. Almofadinhas seria o único a não comer... Não é que já tinham colocado uma cenoura para ele!

Desci as escadas e Snape me apresentou a família de elfos domésticos que ele tinha herdado: o pai, Trasgo; a mãe, Tal; o irmão menor de Vinny, Puki. Eu não agüentava esses nomes! Continuei sem falar com Snape, e iria ignorá-lo para sempre.

O jantar estava bom, quentinho e tinha me dado sono, a sobremesa estava muito boa, pudim de abobora (adoro essas coisas com abobora!), mas notei que Snape preferiu um uísque de fogo. Tobias! Alcoolismo é hereditário e eu acreditava que ele era um herói, como eu pude esquecer que ele também já foi Comensal por escolha própria?

Ele fez uma careta e mordeu o lábio inferior com força, há quanto tempo estava na minha mente? Era bom eu aprender oclumência e rápido se quisesse viver com ele. Bi e eu subimos para o quarto (ela o deu boa-noite, eu apenas dei à Eileen e a Tal que tirava a mesa). Bi disse que ia dar uma olhada na biblioteca de Snape e eu não queria deixá-la sozinha por ai, minha confiança em Snape tinha ido para o ralo, mas ela nem me ouviu e eu me conformei pensando que ela devia ter bons motivos para confiar no Comensal.

Vaílisa estava debaixo da cama, digerindo seu rato e sibilando Gostoso de vez em quando. Almofadinhas estava dormindo sobre o travesseiro de Bi e eu comecei a relaxar com aquela sensação de paz e sono, isso quando Snape abriu minha porta de vagar sem bater e colocou a cabeça para dentro.

– Posso entrar? 

          

POV.: Severus Snape

Eu ia fazer Kate me desculpar! Eu consegui enganar o Lorde das Trevas por anos, agüentei Dumbledor com aquele sorrisinho dele, eu sobrevivi à aqueles cabeças de vento dos meus alunos... Eu podia fazer aquela garota me perdoar.

Bi desceu a escada de dois em dois degraus e tirou o copo de uísque da minha mão.

– Mais que ótimo! Eu estou proibido de beber agora? – tentei pegar meu copo de volta, e quase consegui, mas ela bebeu o resto. Seus olhos quase viraram nas orbitas, era muito forte para uma criança pequena, e como era baixinha!

– Você... – ela sacudiu a cabeça como se quisesse desanuviar e me olhou – Você não vai querer chegar perto da minha irmã com esse cheiro de uísque.

– Tem razão... – droga! – Ela está com muita raiva mesmo?

– Ah, é! Você nem faz idéia – me endireitei e comecei a subir as escadas – Ah, e não implique com Vaílisa!

– Quem?

Ela riu, o que elas viam de engraçado em mim?

– Você vai ver! E leve logo a poção!

Mal sabe ela que em cada dobra das minhas vestes tem uma poção, não seria muito difícil achar a certa.

Respirei fundo e abri a porta sem bater, colocando a cabeça para dentro, ela estava deitada na cama com os olhos quase fechados, ao me ouvir, ela fez uma careta e se sentou me olhando com raiva. Ótimo, não vai ser tão fácil!

– Posso entrar?

– Você já está dentro, professor! – Ela está simplesmente furiosa. O que eu fiz para merecer isso? Certo, eu sei o que! Entrei no quarto e fechei a porta, segurando o frasco.

– O que é isso? – ela recuou, sem tirar os olhos de mim, e se encostou na parede, ela estava com medo de mim?

– Kate, eu machuquei você?

Ela apertou o próprio braço e rangeu os dentes. Em sua mente ela via um homem alto e forte, extremamente parecido comigo avançando para cima de um garotinho. Mais que droga...

– Não – respondeu, teimosa, e cruzou os braços, foi ai que percebi sua varinha, ela estava com medo de mim e pronta para se proteger. Sentei-me na cama, mas mantive distancia, ela era tão pequena e parecia tão vulnerável perto de mim.

– Não precisa ter medo de mim, e não queria te machucar – seus olhos ficaram marejados, mas ela expulsou tudo aquilo com um piscar de olhos e não me olhou na cara. Sentei-me um pouco mais perto e ela recuou se espremendo contra a parede – Não tenha medo de mim! Olhe, eu gosto de você e da sua irmã, são meninas ótimas, e fiquei preocupado com o seu patrono, o patrono mostra a alma da pessoa, você ser neta do Lorde das Trevas e ter uma cobra na alma é preocupante, todos irão julgá-la por isso. Eu fiquei preocupado, só isso.

“Eu não sou delicado, porque não consigo ser, só fui delicado em minha vida duas vezes: com Lily, e com Draco, e só quando ele era pequeno. Eu não consigo controlar direito minha força quando estou transtornado. E meço muito mal minha força de vez em quando Eu trouxe isso para fazer a dor ir embora.”

Ergui o frasco de poção e ela o olhou com um desespero doído e que me fez me sentir um verdadeiro merda, devia estar doendo mesmo. Então se sentou ao meu lado, olhando o chão, emburrada. Que linda! Levantei sua manga e olhei seu braço.

– Mais que... Desculpe-me, Kate – estava roxo e eu conseguia ver as marcas de meus dedos na pele, eu não achei que tinha apertado tanto assim! E minha mão parecia maior em seu braço diminuto – Está doendo muito?

– Só um pouco – sua voz estava tremula e ela pareceu mais frágil, não resisti e peguei-a no colo para consolar-la, primeiro ela se encolheu no meu colo, devia estar com medo ainda, mas logo relaxou e enterrou o rosto em minhas vestes como se sentisse meu cheiro.

Passei a poção com todo o cuidado para não machucá-la mais ainda. Logo a pele clareou e eu me permiti um beijo no topo de sua cabeça.

– Melhor? – ela assentiu e se encolheu de novo – Kate, confia em mim, eu não queria te machucar. Não sou Tobias, não gosto que me compare a ele porque eu não tenho nada a ver com ele – esperei que ela dissesse algo, mas apenas soluçou –, me responda e não chore!

– Você me machucou – acusou ela com uma voz falha e embargada – Não devia fazer, você não é cruel, não é um covarde, é o mais corajoso da Sonserina... É meu herói! – ela soltou um soluço e eu notei como ela me via, sim, eram ilusões, mas ilusões tão boas...

– Me desculpe... Nunca mais eu vou te machucar, ou à Beatrice. Nunca mais eu vou decepcionar vocês – e eu percebi o quanto aquilo era verdade.

POV.: Bi Stevenson

         

Quando vi que os dois tinham se resolvido e que me nome foi incluso, me espreitei para dentro e cai na cama, me agarrando aos dois. Severus fez uma careta pelo susto e Kate por eu estragar seu momento com ídolo.

– Entrosada! – xingou ela, em português, e se enrolou no pescoço de Severus. Primeiro ele ficou incomodado, mas logo me envolveu num abraço também, passando o braço a minha volta e me puxando para perto, sua testa estava franzida como se não entendesse porque fez aquilo. Gente, não dá para ser mais fofinho! – Achei que tivesse ido à biblioteca, mas, é obvio, vocês dois armaram isso tudo. Gostei, foi discreto o bastante, nem teria desconfiado se você não fosse tão entrosada. 

– Eu sou entrosada sim, problema? – falei em português com o intuito de ser cruel – Pelo menos eu tinha amigos em casa, e você?

Seu olhar foi um misto de raiva, dor e rancor. Não devia ter dito aquilo, Kate nunca tivera amigos, ela só tinha a mim, e, de vez em quando, eu a abandonava em suas bandas de rock e seus livros para ficar com meus amigos, eu tinha um monte deles, e isso a magoava, ser só nunca é bom, eu só fui perceber isso alguns meses antes de tudo aquilo, mas o estrago já estava feito, Kate sempre foi fechada e solitária, nunca pegou afinidade com ninguém alem de mim e sempre afastou todos que eu apresentava. Esfregar aquilo na cara dela não foi legal.

Oh, inferno pra ter cão!

Seus olhos se encheram de lagrimas que eu sabia que ela não conseguiria afastar como sempre fazia, não podia aparentar mais força, não naquele assunto, ela saltou do colo de Severus, que nos olhava tentando entender a cena, e saiu correndo pelo corredor, provavelmente se esconder para chorar um pouco.

– Idiota – me xinguei e já ia correr atrás dela para pedir perdão quando Severus me segurou.  

– O que você disse a ela?

Expliquei-lhe tudo e comecei a chorar também, odiava quando ela ficava com raiva de mim porque eu começava a me sentir suja e ter a mesma raiva, não queria que minha própria irmã me odiasse, mesmo que só por algumas horas.

– Agora é sua vez de pedir desculpas – zombou ele com um sorriso de lado, passando a mão levemente na minha cabeça –, mas deu para notar que ele também não estava gostando daquela história.


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Notas finais do capítulo

comentem!



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