Liz Ou A Guardiã escrita por CR


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora... A sério, mas é grande, por isso, espero que me perdoem...

Boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/389369/chapter/8

As Minas de Moria

- Bem, finalmente estamos aqui - disse Gandalf. - Aqui termina o Caminho dos Elfos de Azevim. O Azevinho era o símbolo do povo daquela terra, e eles o plantaram aqui para marcar o fim de seu domínio, pois a Porta Oeste foi feita principalmente para ser usada por eles em seu comércio com os Senhores de Moria. Aqueles foram dias mais felizes, quando havia ainda uma forte amizade entre povos de raças diferentes, até mesmo entre Anões e Elfos.

- Não foi por culpa dos Anões que a amizade acabou - disse Gimli.

- Nunca soube que tenha sido culpa dos Elfos - disse Legolas.

- Ouvi as duas coisas – disse Liz, olhando tanto para Gimli como para Legolas com as sobrancelhas erguidas.

- Também eu - disse Gandalf -, e não vou fazer um julgamento agora. Mas peço a vocês dois, Legolas e Gimli, que pelo menos sejam amigos, e que me ajudem. Preciso de ambos. As portas estão fechadas e escondidas, e quanto mais rápido as encontrarmos, melhor. A noite está chegando.

Voltando-se para os outros, ele disse:

- Enquanto procuro, vocês poderiam se aprontar para entrar nas Minas? Pois aqui receio que devamos dizer adeus ao nosso bom animal de carga. Devem deixar de lado a maior parte das coisas que trouxemos contra o clima mais rigoroso: não vão precisar delas lá dentro, e nem, espero, quando tivermos atravessado e avançarmos para o Sul. No lugar dessa bagagem, cada um de vocês deve pegar uma parte do que o pônei vinha carregando, especialmente a comida e os frascos de água.

Liz suspirou. Estava cansada. Durante o longo caminho até ali, haviam enfrentado Wargs, e sabiam que os Orcs deviam estar perto. Abriu a mochila, onde tinha uma roupa mais pesada para o frio e tirou de lá praticamente tudo, enfiando dois sacos mais pequenos de comida do animal de carga, assim como todos os outros.

- Já estamos prontos, mas onde estão as portas de Moria? – Perguntou Merry.

Voltaram-se para Gandalf. Ele parecia não ter feito nada. Estava parado entre as duas árvores, olhando fixamente a parede lisa do penhasco, como se fosse perfurá-la com os olhos. Gimli andava de um lado para o outro, batendo na pedra aqui e ali com seu machado. Legolas se encostava contra a parede, como se tentasse escutar alguma coisa.

- As Portas dos Anões não são feitas para ficarem visíveis quando fechadas – disse Gimli. - São invisíveis, e nem mesmo seus donos podem encontrá-las ou abri-las, se seu segredo for esquecido.

- Mas esta Porta não foi feita para ser um segredo conhecido apenas pelos anões - disse Gandalf, de repente voltando ao normal e virando -se para os outros. - A não ser que as coisas estejam completamente mudadas, olhos que sabem o que procurar podem encontrar os sinais.

Andou para a frente, em direção à parede. Exatamente no meio da sombra das árvores havia uma superfície lisa, sobre a qual ele passou suas mãos de um lado para o outro, murmurando palavras num tom baixo. Então recuou outra vez.

- Olhem! - Disse ele. - Podem ver alguma coisa agora?

A lua agora brilhava sobre a face cinza da pedra; mas os outros não puderam ver mais nada por um tempo. Então, lentamente, sobre a superfície, onde as mãos do mago tinham passado, linhas claras apareceram, como veias finas de prata correndo na pedra. No início, não passavam de uma teia de prata, tão fina que apenas piscava oscilante nos pontos onde a luz da lua batia, mas gradativamente as linhas ficavam mais largas e visíveis, até que se pôde adivinhar o desenho que formavam.

Na parte superior, numa altura que o braço de Gandalf podia alcançar, via-se um arco de letras entrelaçadas, letras que pertenciam à língua dos elfos. Abaixo, embora as linhas estivessem em alguns pontos borradas e quebradas, podia-se ver o contorno de uma bigorna e um martelo, abaixo de uma coroa com sete estrelas. Abaixo destas estavam duas árvores, cada uma carregando luas crescentes, Mais nítida que todo o resto brilhava, bem no meio da porta, uma única estrela com muitas pontas.

- Lá estão os emblemas de Durin! - gritou Gimli.

- E ali está a Árvore dos Altos-elfos! - disse Legolas.

- E a Estrela da Casa de Fêanor - disse Gandalf - Estão gravados em Ithildin, que reflete apenas a luz do sol e a da lua, e fica adormecido até que seja tocado por uma pessoa que pronuncie palavras há muito esquecidas na Terra -média. Faz tempo que as ouvi, e tive de pensar muito antes de trazê-las de volta à mente.

- Que diz a inscrição? - Perguntou Frodo, que tentava decifrar a inscrição no arco. - Pensei conhecer as letras dos elfos, mas não consigo ler estas.

- É antiga… - Liz murmurou, franzindo a testa.

- As palavras estão na língua élfica do Oeste da Terra-média dos Dias Antigos - respondeu Gandalf. - Mas não dizem nada de importante para nós. Dizem apenas: As Portas de Durin, Senhor de Moria. Fale, amigo, e entre. E abaixo está escrito, em letras pequenas e apagadas: Eu, Narvi, as fiz. Celebrimbor de Azevim desenhou estes sinais.

- O que isso significa?

- Isso mesmo! – Respondeu Gimli. – Que devemos dizer a palavra secreta para entrar. Mas ninguém a sabe.

- Sim. – Gandalf apoiou a teoria de Gimli.

- Mas tu sabes a palavra secreta, Gandalf? – Perguntou Boromir.

- Não.

- Muito bem, à porta de Moria estamos, e nada nos espera! – Boromir falou, sentando-se numa rocha derrotado. - Isto é ridículo! – Boromir disse, frustrado.

- Não… - Liz sentou-se ao seu lado, olhando-o. – Gandalf sabe o que fazer, embora eu perceba que as suas meias respostas te irritem.

- Boa… esperar! – Suspiraram Pippin e Merry ao mesmo tempo, aborrecidos.

Os dois sentaram-se no chão, pegando em pedras e atirando-as para o lago enquanto a noite escurecia cada vez mais.

- Parem! – Legolas parou os Hobbits passado algum tempo, olhando para o lado. – Não sabemos o que estas águas escuras escondem.

- Ennyn Durin Aran Moria: pedo mellon a minno. Im Narvi han echant: Celebrimbor o Eregion teithant I thiw hin. – Sussurrou Liz para si própria as próprias inscrições da porta. – Que poderá isso significar?

Gandalf disse muitas frases, palavras antigas que, de algum modo, pareciam difíceis e mesmo assim, a porta não abriu. Quando se acalmou e ficou um longo tempo a pensar, o semblante abriu-se num sorriso.

- Claro! – Ele falou. – Não temos que dizer a palavra secreta, ela está na pedra. Diga Amigo, e entre…

- Oh! – Liz compreendeu. – Então só precisamos de dizer Mellon?

Mal disse isto, as portas abriram-se e eles entraram rapidamente, porém, algo dentro do lago se moveu. Era um monstro de patas enormes, verdes e muito compridas e começou a atacá-los dentro da mina. Armas foram usadas para parar a besta e tudo voltou ao normal, mas a Irmandade ficou presa lá dentro. Gandalf acendeu uma tocha que lhe fora concedida pelo facto de ser um Mago da Luz.

- Isto não é uma mina. – Disse Aragorn, vendo esqueletos de Anões. – É um túmulo.

- Não, não! – Gimli chorava, lamentando o destino dos seus companheiros. – Isto eu e meu pai temíamos mais que tudo, mas tínhamos certa esperança. Quanta injustiça! – Liz abraçou-o fortemente, tentando passar-lhe alguma força o que o Anão agradeceu intimamente. – Eu não preciso da tua pena. – Ele parou de chorar, fazendo-se forte e durão.

- Não é pena que te dou, Gimli, é força. Passo-te a minha força, porque precisas mais dela do que eu. Amigos somos, mestre Gimli. E os amigos servem para multiplicar as nossas alegrias e dividir as nossas tristezas. – Ela separou-se do abraço, olhando-o. – Eu também já perdi pessoas queridas e sei como é doloroso e como precisamos de todo o apoio por mais força que tenhamos. – Ela deu-lhe a mão. – Deixa-me ser a fogueira de novo, Gimli. – Ela sorriu.

- Obrigada, Liz! És realmente uma pessoa muito especial

- Temos de ir. – Legolas falou solenemente e Gimli olhou-o. – Lamento a tua perda, mas temos que encontrar a saída daqui.

- Eu sei… - O Anão disse, respirando fundo.

Eles começaram a andar. Liz pressentia que algo horrível iria acontecer ali e, como a sua visão de Elfo só lhe mostrava sangue, destruição, armas e morte, esse pressentimento só crescia. À medida que os dias passavam, as sombras ficaram mais escuras e o medo aumentou com o silêncio sepulcral.

No terceiro dia, eles entraram na sala do trono, onde leram um diário. Era um diário do Rei Balin. Gandalf leu um excerto:

- “Muito fundo em Moria escavámos e agora encurralados estamos, pois os Orcs tentam entrar e Buroth saiu das profundezas, matando já dezenas de nós.”

- Buroth? – Perguntou Boromir. – O que é isso?

- Boromir, capitão da Torre Branca, muito destemido tu és, mas pouco sabes da História dos povos. – Gandalf explicou.

- Um monstro é o que ele é! – Gimli tinha fúria no olhar. – Tem uma língua de fogo de vinte metros. Vive nas profundezas da escuridão, e eles cavaram muito fundo, demasiado fundo.

Quando disseram que tipo de monstro era Buroth, Pippin recuou assustado com a ideia de o enfrentar e numa tentativa de se proteger. Nesse momento, Pippin bateu num poço e, por lá, caiu um crânio e depois o corpo pertencente a ele. O barulho pareceu ensurdecedor em meio àquele silêncio.

- Peregrin Took, és um tolo! – Sussurrou Gandalf, um pouco aliviado porque tudo voltou ao silêncio.

Liz abanou a cabeça, Gandalf poderia não ouvir nada, mas ela ouvia, a sua parte de Elfo fazia-a ter uma audição mais apurada. E ela ouvia movimentos vindos das profundezas.

- Gandalf! – Legolas sussurrou, e Liz sabia que ele ouvia exatamente o mesmo ou até mais do que ela.

- Oh… - Gandalf percebeu o Elfo.

Agora todos ouviam passos apressados e a espada de Frodo tornou-se azul, o que significava que Orcs estavam presentes e muito perto.

- Preparem-se! – Aragorn falou, empunhando a sua espada.

- Pequenos, protejam-se! – Boromir gritou, metendo os Hobbits atrás de si.

Um Troll arrombou a porta da sala e fez um buraco na parede, o que libertou a passagem para que os Orcs entrassem. Liz e Legolas começaram a mandar flechas, matando uns poucos deles, mas eles continuaram a avançar e Liz empunhou a sua espada, que brilhou ferindo o olhar de muitos Orcs o que deu a oportunidade para matar mais uns quantos. De seguida, todos começaram a combater. Por toda a sala se ouviam espadas a bater umas contra as outras.

- Frodo, o que fazes? – Liz gritou, vendo Frodo separar-se dos quatro Hobbits, tentando fugir do Troll. – Legolas! – Liz chamou-o e ele olhou-a, seguindo o olhar de Liz até ao Troll. – Frodo está em perigo e temos que proteger o portador do Anel.

- Deixa comigo! – Legolas preparou três flechas e lançou-as enquanto Liz impedia os Orcs de se aproximarem do loiro, deixando-o à vontade para matar o Troll. – Não!

Liz virou-se para ver o que se passara e viu Frodo deitado no chão agarrado ao seu tronco, parecendo sofrer de um ferimento. Ela deu-se conta de que o Troll o ferira com a sua moca.

- Liz! – Legolas virou-se para ela, conseguindo matar um Orc que avançava para eles.

- Mata-o! Mata o Troll! – Ela mandou, virando-se de novo para combater os Orcs. – Frodo pode estar a morrer mas temos que nos livrar do Troll. – Ela explicou, ouvindo as flechas de Legolas furar o ar.

Liz combateu mais uns Orcs e viu quando a Companhia conseguiu matar todos eles, escapando ilesa. Ela virou-se, vendo o Troll cair morto.

- Bom trabalho, Legolas! – Ela disse, passando por ele e indo ver Frodo, que estava com algumas dificuldades em respirar.

- Eu vi quando o Troll lhe bateu no tronco, ele deve estar com todas as costelas partidas. Alguma deve ter perfurado órgãos internos. – Gimli falou, indo ter com ela. – Sendo assim, por que razão não morreu ele?

- Afastem-se! – Legolas passou por eles a correr e abaixou-se abrindo a sua camisa.

- O que fazes? – Perguntou Sam com tristeza no olhar.

- Vejam! – Gimli exclamou, vendo a vestimenta de Frodo aberta, que revelou algo. – Uma Mithra! Leve como uma pluma, dura como pele de dragão. És mesmo um Hobbit de sorte, Frodo Baggins! – Falou ele, abraçando-o e abotoando-lhe a camisa.

Todos o abraçaram, excluindo Liz, que não queria despertar a presença do seu Anel de Paz.

- Avancemos! – Mandou Gandalf quando Frodo melhorou. – Muito escuro me parece o caminho para já o estar a festejar. – O Mago seguiu à frente, com todos os outros a seguirem-no, avançando por um corredor escuro.

Era impressionante! Quanto mais avançavam, mais Liz pressentia que algo horrível iria acontecer. Algo que iria abalar a todos. Liz não conseguia afastar esse pressentimento, o que era ainda pior para ela que estava preocupada com todos.

- Tenham cuidado! – Pediu Legolas que, tal e qual Liz, pressentia que algo de mau iria acontecer. Gandalf também o pressentia. – Mantenham-se juntos e sejam silenciosos!

- Aragorn! – Liz sussurrou baixinho para o homem. – Algo de mau vai acontecer, algo horrível.

- Por que razão dizes isso? – Legolas perguntou, aproximando-se deles cautelosamente.

- É só um pressentimento. – Ele estava descrente. – Pronto, na verdade, eu sei que os Elfos têm grandes capacidades de pressentir e tu pareces-me extremamente preocupado, logo, calculei que estejas a pressentir algo de mau. – Mentiu ela.

- Mantenham-se juntos, apenas isso! – Mandou ele.

- Não vai acontecer algo de mau contigo, pois não? – Perguntou-lhe Boromir, aproximando-se dela. Ele parecia preocupado com ela.

- Não, não comigo. – Respondeu ela.

Boromir pareceu mais aliviado, mas apenas um pouco mais, pois Liz não excluíra a hipótese de algum dos outros se magoar, ou até mesmo, morrer.

- Como podes ter tanta certeza disso? – Perguntou Legolas a Liz, que se havia esquecido da presença do loiro a seu lado.

- Tendo. Apenas isso! Ainda não passámos por metade do que vamos passar. Isto ainda agora começou, mas temos que manter a esperança e a paz.

Eles atravessaram uma ponte e Orcs apareceram atirando setas a eles. Liz e Legolas ripostaram com as suas flechas e, ao contrário dos Orcs, eles sabiam o que faziam e eram certeiros, matando muitas dessas criaturas. Uma seta passou de raspão pela cintura de Liz, que começou a deitar sangue. Ela abaixou-se provando a seta Orc que a havia atingido, e aliviou-se vendo que ela não estava envenenada. Eles continuaram a correr e chegaram à última ponte, mais essa e estariam livres de Moria. Os Orcs fugiram todos e eles perceberam porquê. Buroth aparecera.

- Corram! – Mandou Aragorn a todos, que correram ainda mais depressa, porém a ponte estava partida a meio e para passar teriam de saltar para o outro lado.

Aragorn foi o primeiro a saltar, assumindo o controlo. Legolas atirou os quatro Hobbits, pois eles eram demasiado pequenos para irem sozinhos e Aragorn apanhou-os.

- Não! – Gimli disse, quando Legolas precipitou a sua mão para o atirar. – Eu consigo sozinho.

- Então anda! – Gritou Frodo.

O Anão atirou-se e Aragorn conseguiu segurá-lo pela barba, mantendo-o são e salvo.

De seguida, Legolas e Boromir atiraram-se, aterrando seguramente no outro lado.

- Liz, salta! – Boromir mandou preocupadamente, ela tinha os olhos arregalados.

- Não consigo! É um salto muito grande! Eu não sou capaz! – Ela estava apavorada.

- Liz… - Legolas olhou-a bem nos olhos. – Temos pouco tempo. Tens de saltar! Faz isso pela Irmandade.

- Tudo bem… Mas agarra-me senão eu mato-te! – Ele sorriu com a ameaça da ruiva.

Liz tomou algum balanço, atirando-se com toda a coragem que tinha, e sentiu os braços de Legolas envolverem a sua cintura. Ela agarrou-se ao pescoço do loiro, tentando encontrar o equilíbrio.

- Pronto, já estás segura! Tem calma! – Legolas sentiu a sua mão molhada, e olhando-a viu sangue. – Liz, tu estás ferida?

- Uma seta orc atingiu-me, mas foi só de raspão. Não é nada de grave. – Ela respondeu, tentando soltar-se dele, mas ele não a deixou. – Temos que ir agora.

Gandalf saltou para se juntar a eles e eles continuaram a correr para fugir de Buroth. No entanto, a besta não se cansava de os perseguir e o medo deles fazia com que os seus sentidos fossem muito mais aguçados. Ela perseguia o medo.

Gandalf virou-se de repente, defendendo um golpe da língua de fogo de Buroth e gritou:

- Tu não passarás! – Com isto dito, cravou o seu bastão na rocha, mandando Buroth para as profundezas da mina. – Pronto, vamos prosseguir.

Eles viraram-se para andar para a frente, mas, de repente a língua enorme de Buroth alcançou o tornozelo, puxando Gandalf com ele, que se agarrou à ponte.

Liz tentou alcançá-lo para o ajudar, mas Gandalf parou-a com a sua voz ressonante de Mago, dizendo:

- Fujam, idiotas! – E ela só o viu soltar-se da ponte e cair nas profundezas.

Eles saíram por ordem de Aragorn. Quando encontraram a saída, os quatro Hobbits e Liz sentaram-se em pedras, onde começaram a chorar. Estavam todos abalados, mas os cinco eram os únicos que choravam.

- Liz… - Ela viu Legolas abaixar-se ao seu nível, com um pano na mão para lhe estancar a ferida.

- Legolas… - Ela puxou-o para um abraço forte e disse-lhe ao ouvido. – A culpa foi minha!

- Que dizes? – Perguntou ele surpreendido.

- Tu tens razão, Legolas, eu só nos coloco ainda em maior risco. Se eu não tivesse vacilado a saltar, talvez o Gandalf estivesse connosco.

Legolas separou-se do abraço, olhando-a atentamente. Os olhos dela tornaram-se mais claros, não só pela luz do dia mas porque chorava. Uma enorme dor estava espelhada neles.

- Oh, Liz… - Ele provou um pouco do sangue dela.

- Eu podia ter-te dito que a seta não estava envenenada, eu averiguei. – Ela respondeu, percebendo a ação do Elfo.

- Ouve, tem calma! Sê forte! Se o Gandalf estivesse aqui, ele não quereria isto. – Ele disse.

- Será que não vês que o problema é mesmo esse, Legolas? Gandalf não está aqui! – Ela chorou ainda mais.

- Tem calma! Tens de ser forte, senão será pior para muita gente. – E, dito isto, foi-se embora.

- Então? – Aragorn perguntou a todos eles. – Já se esqueceram por que razão estamos aqui? O Gandalf quereria que continuássemos.

- Deixa-os viver a sua dor, Aragorn! – Gimli pediu.

- Liz… - Ela olhou para Aragorn que a chamara. – Daqui a pouco os Orcs estarão aqui, nós temos que continuar a andar e arranjar um local mais abrigado. Nós estamos em campo aberto. – Liz não reagiu. – Vá lá, Liz, nunca travaste batalhas para perceber o perigo que corremos? É a nossa Missão! A tua Missão, lembras-te? – Ele olhou significativamente para ela, e Liz suspirou.

- Pequenos, o Aragorn tem razão. – Liz ergueu-se e foi ter com os quatro. – É a nossa Missão. Talvez, quando chegarmos ao fim, não chegaremos todos. Talvez o Gandalf tenha sido apenas o primeiro de muitos nós. Mas uma coisa é certa: nós não vamos desistir porque, se nós estamos aqui, é para destruir o Anel Um e vamos fazer isso até ao último de nós. – Ela tocou no ombro de Pippin, que a olhou. – Medo eu tenho, fiquem a saber. Medo eu tenho do meu destino, medo de uma morte dolorosa. Mas tenho mais medo de vos colocar em risco, porque não cumpri a minha missão de vos proteger. – Eles olharam-na. – Gandalf quereria que continuássemos. – Ela olhou para Legolas e Aragorn e ergueu a cabeça para cima. – Além disso, temos que ouvir o Aragorn. Agora que Gandalf não mais está entre nós, é Aragorn quem será nosso líder.

- A Liz tem razão, Mr. Frodo. – Sam ergueu-se, mais animado.

- Pois tem, o Gandalf confiava muito no Aragorn. – Pippin ergueu-se igualmente.

- Sim, quando ele não pôde ir até à estalagem foi a Aragorn que recorreu. – Merry abraçou Pippin.

- É verdade! – Frodo ergueu-se, olhando para Aragorn e limpando as lágrimas. – Guiar-nos-ás a partir de agora, Strider. Eu não posso, nem nenhum de nós, Hobbits, porque desconhecemos o caminho a seguir e nem os outros podem, porque existem algumas divergências. És tu quem nos mantem unidos, pois tens uma boa relação com todos. Eu tomarei as decisões, mas és tu quem nos irá guiar. – Aragorn aceitou a mão de Frodo relutantemente.

- Então, vamos! – Aragorn meteu-se à frente de todos, tomando o controlo. – Temos que ir para aquelas árvores além, pois os Orcs perseguem-nos.

Todos avançaram rapidamente, pensando ainda em Gandalf e no que teria acontecido realmente com ele.

- Para onde vão os Magos quando morrem? – Perguntou Merry. – Eles morrem sequer?

- Para onde vão eu desconheço. – Liz respondeu. – Assim como desconheço o sítio exato de onde vêm. – Ela suspirou. – Só sei que vieram do Mar.

- Devíamos cantar uma música em homenagem a Gandalf. – Suspirou Frodo.

- Sim… E não nos podíamos esquecer de dizer o quanto ele era maluco. – Boromir disse com um sorriso, fazendo todos rir baixinho.

- E como as meias respostas deles nos irritavam. – Legolas acrescentou.

- Eu poderia fazer uma canção facilmente com isso. – Liz sorriu. – Mas partes élficas elas teriam que ter, e na língua dos Anões também, pois Gandalf conviveu com todas essas raças. – Liz olhou para trás, tentando ver alguma coisa para averiguar se os Orcs estavam perto.

- Não se demorem! – Aragorn mandou. – Ao anoitecer ficamos mais vulneráveis.

- O Aragorn tem razão. Temos que encontrar um bom abrigo. – Legolas e Liz disseram ao mesmo tempo, pois ouviam muito ao longe os Orcs.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?

Mandem as vossas reviews fofas que me deixam alegre e eu demoro menos tempo, sim? Quero redimir-me pela demora...

Kiss kiss,

CR, a autora



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Liz Ou A Guardiã" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.