***

−Atenção meninas! Quero que façam novamente! –Eu disse. –Tá uma porcaria...

Ouvi murmúrios de protesto, mas eu não estava nem aí. Teríamos a final do campeonato dali a duas semanas e os ensaios continuavam terríveis. Ser líder de torcida nunca foi tão cansativo...

−Mas Silena, nós estamos treinando sem intervalo por três horas seguidas! –Disse Piper.

Ah, como é difícil ser eu... Eu preciso lembrar a essas meninas quem é a capitã?

Não Silena, não faça isso... Respira e fale com calma. Peça com carinho.

Pelo amor de Deus Silena, coloque essas piranhas pra ralar!

Balancei a cabeça na tentativa de afastar aquela batalha interna que se travava e se estenderia por muito tempo.

−Não interessa! Esse treino só acaba quando vocês fizerem direito! –Eu me estressei. Estava cansada, queria voltar pra casa e ainda estava sendo desafiada... Céus! –Piper, você está parecendo uma cabra de tão saltitante! Fora do tempo, totalmente precipitado. Drew, você parece uma alavanca de tão dura! Clarisse, você precisa levar isso a sério! –Não, nem as minhas amigas escapam de Lilith – Rachel, eu acho que você está conversando demais com esses espíritos, porque sua cabeça definitivamente não está aqui! Katie, sem comentários! E Reyna, obrigada por aumentar a minha autoestima... Depois de ver a sua performance hoje, sei que sou uma ótima líder de torcida! Ctrl C e Ctrl V... Sejam menos patéticas! –As últimas eram Bianca e Hazel Di Ângelo.

−HEY! –Ouvi uma voz masculina vinda de um ponto atrás de mim. Era o idiota do Leo, claro... Gente, eu odeio esse povo pacífico que sempre chama o corpo de bombeiros antes mesmo de o circo pegar fogo.

−Cai fora daqui, Valdez! –Eu disse. O que ele estava fazendo ali? Devia estar treinando Lacrosse, do outro lado do campo...

E ele teve a audácia de se aproximar de mim e me puxar pelo pulso para longe das garotas, perto da arquibancada. Ele me olhou e eu já sabia que ali vinha bronca. Quem esse mocorongo pensa que é? Meu pai?

−Silena, que droga era aquela? –Perguntou- O que aconteceu com a conversa que tivemos mais cedo?

Eu abaixei a cabeça. Acho que estava muito acostumada a ouvir Lilith... Fala sério, ser boazinha não era assim tão fácil! Além de ser uma droga, porque meu orgulho é do tamanho da Rússia. Não pediria desculpas.

−Desculpe. Eu não sei o que deu em mim, Leo... –Eu respondi- Estamos tendo um treino horrível hoje e eu perdi a cabeça. Toda essa história de carma está me colocando em TPM constante... Mas obrigada por tentar colocar controle na minha linda cabecinha. Pode voltar para o seu treino agora...

−Si, o meu treino acabou faz tempo... Eu estava te esperando para irmos pra casa, caso você não encontrasse carona. Pensei que vocês tivessem morrido no campo, por alguma bomba-destruidora-de-líderes-de-torcida.

Péssima piada Valdez, super fail.

Meu Deus... Que grande vaca –magra e esbelta- que eu sou. As meninas estavam treinando além do horário por causa de um capricho meu.

Respirei fundo.

−Vamos... –Dessa vez, eu o puxei pela mão até a rodinha das meninas que estavam sentadas na grama, provavelmente exaustas! Ah, qual é, eu estava fazendo a elas um grande favor... Aeróbica grátis! Ok, fail... –Meninas, me desculpem. O treino acabou.

−Espera... –Disse Katie. –Silena está pedindo desculpas? –O olhar dela se dirigiu para Leo. –Eu não sei o que você fez Valdez, mas deveria estar por perto mais vezes.

−Talvez ainda não tenha feito... –Disse Reyna rindo em escárnio. –Aposto que vão se agarrar atrás das arquibancadas assim que sairmos daqui.

...

...

...

Aqui jaz Reyna Jones, aquela que insinuou que eu me agarraria com o Valdez. O Valdez gente! O Vadez! Estou ficando com náuseas. Droga! Eu só não arrebentei a cara dela porque estava chocada demais pra levantar um braço.

−E talvez você devesse se juntar a nós... Essa amargura é falta de homem. –Disse Leo, todo controlado. Acho que Hefesto colocava maracujina na mamadeira do Valdez, porque gente, não tem cabimento. Rachel segurava Clarisse para que ela não voasse no pescoço de Reyna, eu ainda estava em estado de choque. As outras apenas assistiam.

−Vai se foder, Valdez! –Ela devolveu.

−Ah isso depende... Você vem comigo? –UHHHH, ele sabe brigar! Ela corou. Gente, isso é inédito! A única vez que ví Reyna vermelha, foi de raiva... No dia em que eu a convidei para a minha festa “à fantasia”... Vocês tinham que ver a cara dela, fantasiada de garrafa de Heineken, no meio de um monte de gente com roupas normais.

−Só no dia que o inferno congelar. –Ela disse – E nós estivermos nele.

Onde estão os baldes de pipoca quando se precisa deles? Fala sério... Essa briga estava digna das discussões de Clarisse e Chris. E sabe o que é pior? Além da falta do bendito balde de pipoca, eu não tenho nenhuma câmera comigo. Culpa do carma... Essa vadia.

−Então acho bom garantir seus agasalhos... Não vai demorar muito. –Ele piscou.

Alguns instantes depois, ele ainda a encarava sorrindo, ela pegou a sua garrafa de água do chão e saiu com Drew a seu encalço. Espero que um buraco se abra no chão e elas caiam lá dentro. E espero que eu consiga encontrar uma pá a tempo... Pra jogar terra por cima, sabe?! Só pra garantir que, se elas sobrevivessem a queda, morressem soterradas.

−Vejo vocês no próximo treino. –Eu disse – E não comam!

−Mas temos que comer, Silena. – Explicou Katie – Pelo menos alguns cereais e fibras...

−Katie querida, -Eu interrompi – Se as pessoas quisessem ver baleias fazendo piruetas, elas iriam até um daqueles parques aquáticos com aqueles tanques enormes. Ou assistiriam a reprise de Free Willy ao invés de esportes.

−Saco vazio não para em pé! –Argumentou Clarisse. Oi? Tá certo isso, produção? Minha própria amiga indo contra mim?

−E nem você vai parar em pé quando estiver na sua cadeira de rodas! –Eu disse – Aquela que vai ter que usar quando estiver gorda demais e os seus joelhos não puderem aguentar o seu próprio peso!

Parece que foi o suficiente. Gente, essa foi demais. Me aplaudam! Isso, me aplaudam muito, porque depois de falar assim com a Clarisse eu provavelmente não tenha muito tempo de vida. Não... Espera!

Eu não ia morrer virgem. E eu não ia morrer sem ter a chance de sair com Charles! Céus, não... Deletando isso da minha memória em 3... 2...

−Agora dispersem! –Eu praticamente gritei. As meninas começaram a deixar o campo, Rachel estava do meu lado. Valdez me encarou apreensivamente e eu revirei os olhos, entendendo o recado. Segurei o pulso de Clarisse antes que ela pudesse se afastar. Claro que, com a mão livre, eu protegi o meu rosto do soco que viria a seguir. –Clarisse, me desculpe.

−Tudo bem. –Ela disse e eu finalmente abri os olhos. –Mas da PRÓXIMA VEZ QUE VOCÊ FALAR DESSE JEITO COMIGO, EU VOU EMPALHAR A SUA CARA NO MEU QUARTO! E AINDA VOU COLOCAR CHIFRES! –Ela me virou as costas e saiu. Rachel me olhou como se pedisse permissão para ir atrás dela. Eu assenti.

Isso bitches, eu que mando nessa budega!

−Vamos, encrenqueira... –Leo disse passando a mão por cima dos meus ombros. –Tenho uma surpresa boa pra você.

Eu semicerrei os olhos. Vindo do Valdez, boa coisa não era... Eu esperava que pelo menos fosse lícito e não envolvesse fogo.

−E o que seria? –Perguntei.

−Se eu te contasse não seria mais uma surpresa, gênia. –Ele retrucou.

−Então por que diabos você está me contando que tem uma surpresa!? Se você está me contando que vai fazer uma surpresa então, tecnicamente, eu não vou ficar surpresa quando você tentar me surpreender com a sua surpresa! Adivinha por quê? Porque você já me contou que tinha preparado uma surpresa! Então, basicamente, não vai fazer diferença nenhuma você me contar ou não o que deveria ser a surpresa porque agora, seja lá o que for, não é mais uma surpresa. –Eu disse em um fôlego só. Isso seria suficiente para dar um nó nos neurônios de qualquer pessoa. E, se a pessoa fosse Percy, eles explodiriam... Não ‘pera, o Percy não tem neurônios... É...

Ele me encarava.

−O que foi? –Eu perguntei. –Tem alguma coisa no meu nariz?

−Não... Eu só estava imaginando se deveria calar a sua boca com um tapa ou com um beijo... –Ele disse, o canalha. –Mas, como eu não bato em mulheres e nem beijo pseudo patys azaradas... Estava só me perguntando se você tem um botão de ‘mute’.

−Ah... Faz sentido. Bela escolha Valdez. Se você tivesse escolhido qualquer outra, provavelmente estaria voltando ao inferno agora mesmo.

***

−Vá tomar um banho, daremos uma festa mais tarde. Para comemorar a volta do Jason. –Disse o infame do Leo, finalmente me revelando a tal surpresa.

Eu pisquei.

−Festa? –Indaguei- Hoje é segunda-feira!

−E...?

−Nossos pais não estão na cidade!

Ele sorriu maliciosamente.

−E...?

−Que ideia... BRILHANTE! –Eu pulei. –Na verdade... Como eu não pensei nisso?! – Eu estava tão dispersa que nem tinha dado tanto atenção ao fato de que Jason Grace, O Jason Grace, lindo ft. loiro ft. fofo estava de volta com a família... Mal posso esperar pra tirar onda com a irmã estranha dele...

Silena! Comporte-se!

−Sabia que ia concordar, maninha! –Ele falou fechando a porta atrás de si. –Vá se arrumar. Eu cuido da preparação e você manda alguns e-mails e avisa a galera.

−Você cuida da preparação? –Ergui a sobrancelha. Ele assentiu. Bom, menos trabalho pra mim. –Mas eu não quero saber de pirofagias... E nada que envolva fogo!

Ele ergueu as mãos.

−Você que manda! –Ele disse – Alguns amigos vão chegar logo para me ajudar com a decoração.

−Você tem amigos? –Eu fiz cara de espanto. Puro recalque da minha pessoa, Leo nem era tão rejeitado assim... Estava sempre rodeado de gente e tals. Mas eu tenho sérias desconfianças que as pessoas só gostam dele porque ele mora comigo. Beijos bitches. –Isso sim é novidade.

Ele não respondeu. Eu pendurei o meu casaco em algum lugar da sala e subi às escadas pensando no modelito perfeito para uma festa de arromba em plena segunda-feira... Deve existir alguma coisa apropriada no meu closet. Opa, momento Lilith... Que tal um dos vestidos da mamãe? Ah, se você pudesse ver a minha cara de mal intencionada!

−Hoje eu vou me acabar.

Eu coloquei a banheira do quarto da mamãe pra encher. Tudo bem, tomar banho na banheira era o mesmo que nadar na própria sujeira, mas quem liga? Estou considerando a ideia de pegar uma garrafa de champagne... Foco Silena! Você precisa convidar as pessoas! Foco... [N/Isaa: Carol, Lady, KKKKKKK Eu não resisti!].

O marido da foca?

Grrr. Que droga de pensamento foi esse? Foco... Marido da foca... PELOS DEUSES! Pensamento idiota... Por que eu não consigo parar de rir? Aff. Chamem um manicômio. Talvez me aceitem no Briarcliff*...

Maldita Sheila e suas “Sheilices”. Balancei a cabeça e comecei a digitar a mensagem que enviaria no grupo de contatos “Festas”.

“Olá galera do Olympus! Alguém aí está a fim de se divertir muito e acordar com uma baita ressaca amanhã? Foi o que eu pensei... Eu e meu irmãozinho estaremos dando uma festa hoje, na nossa casa! Vocês fazem o horário! Beeijos :* S.B.”

Acho que está simpático o suficiente... Enviei a sms para o grupo, e coloquei o celular na mesa ao lado da banheira. Eu estava acabada depois daquele treino. E sabe o que é pior? Eu não podia jogar o fardo em cima de ninguém! Vida injusta! O celular começou a vibrar sem parar, que nem um trator de fazenda. Ótimo, pelo menos as pessoas estavam falando sobre a festa.

Eu estava na melhor parte do refrão de It’s Got To Be Me, começando a me empolgar e jogar flores para os fãs, quando, acima da música que vinha do meu retorno (lê-se ‘fones’), ouvi alguém derrubando a porta. Alguém? Aff, como se além de mim existisse outra pessoa que não fosse o Valdez na casa. Mas ele iria me pagar por estragar meu dueto com o DJ Shampoo.

−Silena! – Eu murmurei em resposta – Eu estou levando a Puta Que O Pariu pra passear! –Ótimo, pensei. Menos uma tarefa para mim... O mataria só quando ele voltasse. Eu estava pensando na morte da bezerra enquanto escolhia outra música na playlist do IPod. Percebi que o Valdez falou alguma coisa, mas como ele só fala merda, eu parei de ouvir na parte em que a conversa parou de me interessar. Agora, minhas sinceras transcrições do que eu entendi depois da palavra “passear”.

− 찰스가 전화 해 궤도에있다. 당신이 그를 위해 문을 열 필요가, 알았지, OK?

Franzi o cenho e resolvi seguir o conselho dos Pinguins de Madagascar. Sorria e acene. No caso, concorde e torça para que não seja importante. Como diria Clarice Lispector, “É melhor a cabeça sacudir, se não estiver a fim de pedir alguém pra repetir.”.

−OK!

Eu coloquei os fones novamente, sentindo o cansaço pesando nas minhas têmporas. Arrgh, que ódio. Minhas pernas estavam acabadas por causa daquele treino. Infelizmente, já era tarde demais para cancelar aquela festa... Essa espuma é bem bacana. A sensação é como se eu estivesse nas nuvens, com os olhos fechados... Sentindo a brisa soprar sobre o meu rosto... E o Justin...

ACORDA SILENA!

Eu me sobressaltei. Droga... Eu tinha mesmo quase dormido dentro da banheira? Sério isso? Jesus... Que fraca! Muito fraca, Silena. Resolvi terminar o meu banho no chuveiro, afinal, seu dormisse de pé, só teria que me preocupar com a queda. Do chão eu não passava... Um afogamento com shampoo e espuma seria bem mais complicado.

***

Terminei meu banho, enrolando uma toalha na cabeça e outra no corpo. Eu escutei barulhos no andar de baixo. As pessoas já deviam estar chegando... Ou talvez o Valdez estivesse preparando a mansão. De qualquer forma, eu teria que começar a me arrumar. Começando pelo cabelo, que ainda estava encharcado.

Olha, primeiramente, é melhor vocês não repetirem isso em casa. Nem sempre caras gatos estão por perto. Eu não pude resistir àquele espelho imenso e iluminado do banheiro da mamãe. Como eu disse anteriormente, fraca, muito fraca. É que mamãe nunca me deixava usar o banheiro dela, gente! Qual é!? Entendam o meu lado. Eu sou uma pobre adolescente sem costume... Desenrolei o fio do secador que estava guardado dentro do armário da pia e pluguei na tomada.

Gente, acho que até o Percy sacaria que isso deu merda, certo? Pia molhada + Secador + Eletricidade... Na hora que eu apertei o botão pra ligar o bendito secador...

−AHHHHHHHHHHHHHHH – Sentindo o choque, joguei ele do outro lado do banheiro. Graças aos deuses, meu raciocínio é rápido.

As luzes começaram a piscar. O maldito secador tinha ido parar dentro da banheira ainda cheia. Pessoas da Terra, pensem bem nos seus atos, porque essa maldição que estou vivendo, não desejo pra ninguém. Bem, talvez para a Drew...

E tudo se apagou.

−SILENA! VOCÊ TÁ BEM? –Ouvi alguém falar do outro lado da porta. –SILENA!

−Viva! –Respondi, me controlando pra não responder algo como “Claro, eu costumo gritar depois de escovar os dentes... Funciona melhor do que fio dental.”.

−Abre a porta. –O idiota disse. Meus olhos embaçavam. Eu já estava começando a chorar. Gente, qual é... Levei um choque que podia ter me matado... E o pior: Queimara o secador preferido da mamãe!

−Eu não sei onde tá a droga da maçaneta! –Eu disse entre soluços tateando um lugar onde pudesse me sentar. Tinha que ser o Valdez mesmo, energúmeno. Como ele esperava que eu enxergasse no escuro?

−Ah droga... Você tá chorando? Estou entrando! –Antes de eu conseguir elaborar uma resposta ‘Like a Boss’, ouvi o barulho da porta sendo aberta. Eu não tinha trancado essa coisa?

−Vem, eu peguei você. - A voz ficou mais próxima, eu senti a mão do babaca em minhas costas, como se estivesse me guiando.

−Eu não preciso de um cão guia, Valdez. –Disse eu. Não, eu não tinha educação. Mais beijos, bitches!

−Silena... Eu acho que estamos com um mal entendido aqui. –Ele disse. Pela mudança na corrente de ar, pude perceber que havíamos deixado o banheiro.

−Jura? –Eu disse ironicamente – Que parte você não entendeu? A que eu quase morri eletrocutada, mas sobrevivi... O que não vai demorar muito, considerando que eu só ganhei mais alguns dias de vida. Mamãe vai me matar de qualquer jeito por causa do secador... Ou a que daremos uma festa em uma hora, mas não temos energia elétrica o que significa que estamos: Sem luzes, sem música, sem... Sem festa porque né... Sinceramente Leo, não tem como piorar!

TZIIIIIIIIIIIIIIIUUUUMM

Aquele barulho irritante denunciava que o gerador elétrico que Hefesto instalara por causa das tempestades do último inverno, realmente funcionava. Pelo menos essa! Dessa vez, a lei de Murphy* foi contrariada! A situação que estava ruim, não piorou.

HÁ! NA SUA CARA, MURPHY!

−GRAÇAS A HEFESTO! –Eu gritei. Padrasto querido, me desculpe por todas as vezes que te comparei aos os bichos do livro de biologia! –Lembre-me de agradecer seu pai pelo gerad...

Minha voz morreu no minuto em que eu me virei pra encarar “Leo”. Agora o quarto já estava totalmente claro.

Isso foi pra você nunca duvidar da lei de Murphy. E nem desafiar o destino. –Sheila.

Aproveite Silena! Vocês estão no quarto do seus pais! E você está quase nua! Não é demais?!

−C-CHARLES?!

−Olá, garota-do-pompom! –Ele sorriu. Céus, se eu não estivesse tão aterrorizada com a situação, eu estaria babando por causa daquele sorriso. –Você me assustou pra caramba sabia?

Eu engoli seco. As palavras me abandonaram... Traidoras. Sempre tão presentes e na hora que eu preciso, somem! Tipo a Rachel... Eu senti minhas bochechas queimarem e abaixei a cabeça. Só pra perceber que ainda estava de toalha, com o cabelo molhado e sem maquiagem! Céus! O garoto vai sair daqui traumatizado! Aquele inútil não serviu nem pra avisar que Charles chegaria mais cedo pra ajudar na organização!

−Belas pernas...

Preparem uma mortalha para o filho de Hefesto! Valdez está morto.

−VOCÊ SÓ DEVERIA ME VER ASSIM NA LUA DE MEL!

Ele arregalou os olhos.

−Ér... Desculpe?

Meu nome é Silena Beauregard, tenho 17 sofridos anos e estou tentando não perder O Bofe para a vadia - e minha pior rival -, Carma. Graças ao inútil do meu “irmão” - e futuro defunto -, Charles Sarado ft. Delicious ft. Oitavo Pecado Capital me viu em uma situação embaraçosa e espero que ele ainda queira sair comigo depois que eu me tornar uma assassina procurada pelo FBI viva ou morta, quero dizer, isso se eu não morrer antes.

Deuses! Ainda temos uma festa para preparar!

*Briarcliff: Faz referência ao manicômio da série American Horror Story Asylum. Suuper recomendo u.u!

*Lei de Murphy: Basicamente, se uma coisa pode dar errado, ela dará. Da pior forma e no pior momento, as coisas sempre podem piorar.