Quatro Elementos: O Confronto escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 16
Calmaria


Notas iniciais do capítulo

Hello friends! Bom estar de volta.
Capítulo zen hoje. Vai ter momento de todos contarem um pouquinho. Espero que gostem.
E deixei um gif pois que vcs gostam hehe :-D
Boa leitura! ;)



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Rick

Semana lenta e cansativa. Um tempo para arrumar a casa da Kate, outro para ficar de vigia dos traidores, e mais um para tentar ficar sozinho com a Claire. Isso é quase impossível. Tem também o tempo que passei conversando com o Cabeça de Pedra. Ele é um cara legal, tirando seu temperamento incontrolável. Acho que estamos virando amigos, isso é bom!

Também tem a Lucy... O que mais me preocupa. A todo instante eu fico pensando que alguém pode chegar e leva-la, que podem machuca-la ou qualquer outra coisa. Eu não me perdoaria se algo acontecesse a ela.

Bom... mais cá estou eu pensando na Lucy e me esquecendo que combinei de ir tomar sorvete com ela e a Bia. É! A Bia. A Claire foi ajudar o Felipe na casa da Kate, já que a Bianca ainda tem o problema de não se curar e se machucar facilmente. Então nós decidimos que é melhor ela ficar quieta no instituto.

É melhor eu ir, e não me atrasar tanto. A tarde já está caindo e ficando escuro.

...

Depois de contornar conversa com a Jullya finalmente consegui sair. Lá estavam elas sentadas na calçada brincando com alguma coisa no chão. A Bia virou dando um sorriso para mim. A Lucy se levantou e veio correndo na minha direção. Estava usando um vestido azul de babados, uma sandália e algumas pulseiras. Seu cabelo estava preso numa trança, e a franja, acho que está mais comprida caindo na testa. A pele clara deixando suas bochechas rosadas e seu rostinho lindo.

- Oi princesa! – abri os braços para recebe-la.

- Pensei que não vinha seu atrasado. – me olhou reprovando.

- Estava me arrumando pra você horas! – sorri.

- Se for assim. Tudo bem! Te desculpo.– ela deu aquele sorriso lindo me abraçando.

A coloquei no chão segurando sua mão indo até a Bia.

- Oi! – a Bia deu um sorriso educado.

- Oi bonita! – sorri.

- Vamos? Eu quero um sorvetão de chocolate. – a Lucy falou me puxando pela mão.

- Aquele que tem umas cinco bolas? Desse tamanho? – fiz um gesto com as mãos.

- Esse mesmo! – ela deu um sorriso animada.

- Então vamos correr antes que alguém pegue. – a puxei pela mão atravessando a rua.

Ela entrou correndo na sorveteria se virando para mim e a Bia chamando para entrarmos.

- Um sorvete bem grande de cinco bolas! – a Lucy falou ao vendedor.

Ele sorriu e pediu para que ela escolhesse o sabor.

- De que vai querer? – perguntei me virando para a Bia.

- Morango e você?

- Vou te acompanhar. – a peguei pela mão indo até o balcão.

...

- Olha Ri, o maior de todos! – a Lucy me mostrou seu sorvete de casquinha quase derramando.

- Tó vendo! Mas o Cabeça oca, vai cair tudo e eu vou rir e muito! – apontei para o sorvete.

Ela começou a correr até o banco comendo o sorvete com a colher. Eu e a Bia nos sentamos um do lado do outro perto da Lucy. Reparei na Bianca agora: estava bonita, aliás sempre está bonita. Estava usando um short jeans, camiseta rosa e sandálias. Os cabelos compridos estavam caindo livres.

- Meu favorito! – a Bia falou dando um sorriso.

- Um dos meus. – tomei mais uma colherada do sorvete.

Só não sei como a Lucy tomou o seu sorvete tão rápido, mas quando a olhei de novo estava implorando para ir brincar no meio da praça com as outras crianças, onde tinha umas bolinhas de sabão voando.

- Posso ir? – perguntou pela decima vez.

- Claro Lu! Vai lá! – a Bia falou apontando para as outras crianças correndo no meio da praça.

- Obrigado Bia! – a Lucy deu um beijo na bochecha dela e saiu correndo até as crianças.

- Toma cuidado! – gritei quando ela saiu.

Era bom vê-la tão feliz e livre. Era isso que me deixava com medo, de que isso mudasse, de que ela sofresse.

- Ela é muito especial mesmo. – a Bia falou quebrado o silencio.

- Muito. – olhei a Lucy correndo tentando pegar bolinhas de sabão. – É minha irmãzinha mais nova! – sorri me virando para a Bia que me observava com atenção.

- Eu percebi. – ela sorriu. – Você nunca fala sobre isso desde que te conheço.

- Sobre o que? – perguntei a analisando.

- Sobre família. Nunca fala o que gostaria.

- Não é algo que eu conheça, e nem que eu possa te dizer se teria ou não. – olhei a Lucy e depois me foquei na Bianca.

- Eu entendo. – ela suspirou. – Mas, a família acho que você já tem.

- Claro que tenho e eu amo cada um deles. – sorri. – Até mesmo o seu Cabeça de Pedra.

Ela deu uma risada e depois negou com a cabeça.

- Você é bobo!

- Não acredita? – cutuquei a sua cintura a fazendo dar um pulo do banco.

- Não mesmo! – ela sorriu devolvendo o cutuque.

Nos encaramos por alguns segundos. Era bom ver seus olhos castanhos de novo, seu perfume, seu jeito doce.

- Você não tem ideia do quanto senti sua falta. – deslizei os dedos pelo seu rosto.

- Também senti a sua Rick. – ela se aproximou beijando minha bochecha. – Mas... pensando bem, acho que não sentiu coisa nenhuma. Estava ocupado demais com a Claire.

Soltei uma risada quase caindo do banco.

- Sua louca! – me ajeitei para não cair de bunda no chão.

- Mas vem cá... Vocês brigavam tanto pelo o que me lembro. Como aconteceu tão rápido?

- Ah sei lá! Acho que a atração foi maior que as brigas.

- Isso com certeza! – deu uma risadinha. – Mas, fico muito feliz por vocês.

- E eu fico feliz que não fique um clima estranho entre nós dois. – isso era ótimo.

- Somos amigos e isso jamais vai acontecer. – sorriu me dando certeza.

Concordei com a cabeça e a recebi num abraço. Isso com certeza nunca mudaria: o carinho que eu sinto por ela.

***

Bianca

Hoje eu estava decidida! Tudo bem que tinha que ficar por aqui, mas preciso ganhar dinheiro de alguma forma, preciso de um emprego. E ai eu pensei: o Felipe também não tem um e poderíamos procurar.

Me olhei no espelho sendo observada por um olhar curioso a Claire. Estou bem apresentável: uma calça jeans, blusa de mangas e uma bota curta.

- Tentando impressionar alguém? Apesar que você não precisa disso. – ela falou se levantando da cama.

- Um chefe! – me virei sorrindo. – Acha que consigo?

Ela me analisou e veio até mim.

- Bom... se der um sorriso e jogar o cabelo o emprego já éseu.

Revirei os olhos e sorri.

- Obrigado! Tchau Claire!

- Vai lá! – sorriu acenando.

Andar pelo corredor é como... algo novo, depois de ter passado tanto tempo mofando em uma cama de hospital. Acho que preciso de ar fresco como ontem à noite com o Rick e a Lucy. Só agora entendi o porquê dela ser tão especial para ele. É uma criança incrível, cheia de vida e se adaptou tão rápido as mudanças que eu me pergunto se estou agindo certo em relação as minhas mudanças.

Me sinto confusa com tanta coisa, que não sei nem por onde começar, na verdade... vou começar pelo emprego. Pode parecer ridículo ter um emprego para uma vida como a minha,mas ainda preciso de dinheiro ou vou acabar ficando sem roupas. Tenho sorte por ter o João e o instituto.

Fico observando e vendo que o tempo passa tão rápido, a um ano e alguns meses atrás eu estava procurando pelo outros dominadores e olha onde já estou.

Parei em frente a porta do quarto dele. Era bem menor agora, já que deu o seu quarto antigo para a Lucy dormir. Pelo menos ele fica sozinho aqui e vou ter uma boa desculpa hoje, já que o Rick vai dormir lá com a Claire e logico que não vou ficar para assistir.

Bati na porta duas vezes e esperei. Seu cheiro doce de menta se aproximou e a porta se abriu devagar.

- Oi! – sorri tentando ser educada logo de manhã.

- Oi! – se aproximou me dando um selinho depois deu um sorriso torto, mas não aquele que o deixa parecido com um anjo e sim o que o deixa sexy.

- Ocupado? – perguntei tentando ver pelo pequeno espaço que ele abriu a porta se tinha algo que o ocupava.

- Só estava organizando umas coisas. – abriu a porta toda. – Entra!

Sorri passando por ele respirando seu aroma inebriante. O quarto tinha as paredes claras, pisos de madeira, uma cama, comoda e armário. Estava um pouco desorganizado mesmo, e tinha uma pilha de livros e papeis espalhados pela cama.

- Desculpa por isso. Estou meio sem tempo para coisas normais. – ele passou perto de mim indo tirar os papeis da cama.

Agora que percebi que ele usava uma calça jeans, camisa azul e o seu cabelo estava bagunçado como se tivesse acabado de acordar.

- Tudo bem! – acho que não foi uma boa ideia chama-lo.

- Senta! – tirou os papeis e apontou para a cama.

Assenti me sentando com cuidado.

- Você está bem? – me olhou brevemente e começou a colocar os papeis em caixas.

- Sim e você? – não que ele não parecesse bem.

- Tó ótimo! – se virou para mim. – Estou até me dando bem com a Caroline.

- Isso é maravilhoso Felipe! – eu fico muito feliz por isso.

Ele deu um sorriso e se agachou guardando mais papeis.

- Então... eu estava pensando... já que não tem acontecido tantas confusões essa semana, eu queria saber se você não quer sair para gente procurar alguma coisa que nos dê dinheiro. – falei meio sem graça.

- Eu preciso mesmo de um emprego! – ele se levantou e me encarou.

- Eu também, já que não rola mais da padaria nem pra mim e nem a Kate.

- Seria ótimo Bia! – ele concordou com a cabeça. – Hoje mesmo?

- Na verdade seria agora de manhã que acho que é mais fácil. Se você puder, é claro!– coloquei a franja atrás da orelha.

Ele deu uma risadinha e veio se sentar do meu lado.

- Você não precisa ficar assim quando for me perguntar alguma coisa. – esticou a mão acariciando minha bochecha. – Claro que eu vou.

Sorri sentindo seu perfume invadir minha mente. Esperei que ele se aproximasse, mas ao invés disso se levantou.

- Só vou trocar essa blusa aqui e a gente pode ir está bem?

Assenti e suspirei frustrada.

...

Ele terminou de guardar os papeis e foi até uma pilha de roupas em cima de uma cadeira. Tirou a camisa azul que estava usando e começou a vasculhar as roupas.

Observei com atenção os traços das suas costas: eram perfeitamente alinhados, no seu devido lugar. Ele tinha os músculos no limite como o de alguém que vai algumas vezes na academia. Eram do tamanho exato, não precisava mudar nada.

Desci os olhos pelo seu corpo, notando que ele não parecia tão alto assim quando ficava longe de mim. Talvez eu que seja baixa demais. Ele era perfeito e eu não tinha o que reclamar em nada. Tinha era que colocar as mãos para o céu e agradecer por um homem tão lindo gostar de mim.

Me veio uma vontade enorme de ir aperta-lo. Ele virou-se de frente agora deixando com que eu analisasse seu abdômen definido e....

- Bia? – acordei das minha imaginações pervertidas com ele me chamando. – E então?

- Então o que? – estava completamente perdida..

- Te fiz uma pergunta. – não acredito que não ouvi ele.

- Desculpa Lipe, estou distraída demais. – abaixei o rosto sentindo que coraria logo.

- Eu percebi! – ele riu. – Perguntei se tem algum lugar em mente.

- Lugar de que? – não sei do que ele está falando.

- De ir procurar um emprego. – ele fez uma cara como se isso fosse óbvio.

- Desculpa mesmo. – não acredito que só de olhar para ele tenho tanto distração assim. – Não tenho nada em mente.

Ele assentiu e se virou de novo puxando uma camisa preta e a vestiu rapidamente para minha alegria. Remexeu no cabelo e depois sorriu me estendo a mão.

- Vamos?

Assenti pegando sua mão quente e fomos até a porta.

Meu corpo gritava para agarra-lo e não soltar mais. Acho que não devia ter observado tanto.

Ele abriu a porta e deu caminho para mim, depois passou a fechando e trancando com uma chave pequena a colocando no bolso em seguida.

Andei alguns passos na frente tentando colocar em ordem meus pensamentos. Algumas pessoas também nos observava e principalmente a mim.

Suspirei e voltei para trás o segurando pelo braço e o encostando na parede mais próxima. Ele me olhou confuso e não esperei que questionasse e nem me importei com os que nos olhavam. O beijei com toda a necessidade do mundo.

Claro que ele não me negou, me recebeu com um aperto na cintura retribuindo o beijo como se quisesse o mesmo que eu. Aumentei o ritmome deixando ser levada pela sensação que invadia minha mente, a sensação Felipe.

Estava ficando sem ar quando mordi seu lábio inferior e o puxei mais pelo pescoço fazendo uma dança de línguas começarem. Ele se colocou mais a mim tomando controle, nos girando e me pressionando na parede agora.

Nossas respirações ficaram ofegantes e ele depois de normalizar o coração que batia de um jeito rápido e descontrolado idêntico ao meu, me encarou erguendo uma sobrancelha deixando de novo seu olhar extremamente sexy.

- O que? – perguntei me aproximando com uma vontade de morde-lo por fazer aquela cara tão... provocante.

Ele não permitiu me segurando na parede.

- O que digo eu! – falou me observando e olhando brevemente os comentários baixos das pessoas ali presentes.

- Posso fazer isso. Sou sua namorada. – o puxei para mim de novo, o devorando em mais um beijo. – Aproposito: adoro quando dá esse sorriso torto, você fica irresistível.

Sorri o empurrando e voltei a andar como se não tivesse dito nada. Me virei e ele permanecia parado me olhando confuso.

- Anda Lipe! – fiz um sinal com a mão e voltei a andar.

Ouvi ele dar uma risadinha e segurei para não fazer o mesmo. É divertido quando ele fica confuso e meio perdido por minha causa. Na verdade, isso é novo também!

***

Claire

Acho que já tem mais de uma hora que estou aqui esperando ouvir alguma coisa útil do Vicente e da Maria. Eles mal abrem a boca para falar alguma coisa e estão sempre com um olhar mortal.

Só acho que não vamos conseguir arrancar muita coisa deles e o que nos resta agora édeixá-los presos no tal escudo invisível da Liz. O único problema é que depois de amanhã é lua cheia e aí sim teremos um grande problema. O Vicente ficará mais forte e a Liz disse que tem grandes possibilidades dele conseguir ultrapassar o escudo.

Não sei o que vamos fazer, mas uma coisa é certa agora: precisamos impedi-lo de tentar fazer algo.

Suspirei pegando minha jaqueta no chão indo até a porta.

- Mais já vai? – ouvi a voz meio cansada do Vicente. Me virei o encarando.

- Chega não é? Estou cansada e com fome. – remexi no cabelo. – Amanhã a gente tenta melhorar o nosso nível de comunicação.

- Claro! – ele deu um sorriso irônico.

Revirei os olhos e entrei na casa. Passei pela Kate em silencio, mas não o suficiente para escapar.

- Já vai? – perguntou me observando.

- Ai Kate! Minha cabeça está a mil e eu realmente preciso de um banho.

- Vai lá! – sorriu desanimada e eu já sabia o motivo daquilo e só de pensar me subia uma irritação...

- Você vai ficar bem?

- Claro que sim! – eu sei que ela estava mal.

- Qualquer coisa me liga.

Ela assentiu e me deu um abraço rápido.

....

Acho que o banho foi mais que perfeito. Hoje estava um pouco frio, a noite já tinha caído e agora estou no meu quarto tentando me concentrar num livro, mas o sono está pesando demais.

Deixei o livro na cômoda e me enrosquei no edredom a fim de dormir e me esquecer pelo menos da metade de tudo. A inconsciência estava quase pesando quando ouço uma batida na porta. Já até sei quem é, pois o seu cheiro chegou antes da sua presença.

Me levantei e abri a porta com um sorriso. Me joguei em cima dele sendo recebida por seu abraço familiar. Me estiquei na ponta dos pés para beija-lo. Seu beijo quente e extremamente perfeito, ainda mais com o frio.

- Desculpa se te acordei amor! – falou dando um beijo no meu pescoço.

- Não. Eu fico melhor perto de você. – sorri.

Ele deu um sorriso mostrando os dentes e segurou minha mão nos levando para dentro do quarto. Fechou a porta e eu me sentei na cama.

- Como foi na Kate? – perguntou se sentando do meu lado.

- Estou morta de cansaço Ri! – deitei na cama. – Minha cabeça está doendo e só quero dormir como um urso no inverno.

Ele deu uma risada e se deitou do meu lado me cobrindo com o edredom.

- Posso dizer que olhar a Lucy é mais fácil. – se aproximou beijando meu cabelo.

- Com certeza é! – me abracei a ele sentindo sua temperatura quente e confortável.

- Amanhã eu vou e você fica. Tudo bem?

Assenti fechando os olhos. Só queria dormir e não tinha companhia melhor para que eu dormisse bem.

***

Bianca

Felizmente eu consegui um emprego até legal. Em uma loja de roupas bem no centro. O Felipe conseguiu em uma loja de consertos de celulares em geral.

Fiquei até feliz por termos conseguido alguma coisa, antes isso do que nada. Bom... Agora eu só tinha de deixar a Claire e o Rick em paz por uma noite, ou várias.

A noite parece que seria mais fria que a anterior. A praça já estava toda iluminada e tinha alguns casais e donos com seus cães passeando por ai.

- Hoje vai ficar frio! – falou no meu ouvido, meu corpo se arrepiou e eu me afastei.

Ele rodeou o banco se sentando do meu lado. Me entregou um copo grande de cappuccino.

- Obrigado. – sorri.

- De nada!

Tomei um gole sentindo meu corpo se aquecer com o calor e ficar melhor pelo açúcar. Fechei os olhos para sentir o gosto doce e bom. Abri vendo o Felipe me observar. Ele deu um sorriso torto, aquele que o deixa como um anjo. Senti as bochechas esquentarem e abaixei o olhar fitando o chão. Não consigo ficar olhando para ele por muito tempo sem corar.

Ele esticou a mão levantando meu queixo para que pudéssemos nos olhar de novo. A luz fraca do poste iluminava o seu rosto deixando seus olhos incrivelmente lindos e hipnotizantes.

Tomei outro gole tentando disfarçar. Ele me fitava como se esperasse alguma coisa.

- Que foi? – tive que perguntar tomando mais do cappuccino.

- Nada. – sorriu. – Gosto de olhar pra você. Gosto de ver suas reações quando eu faço isso.

Dei uma risada o encarando.

- Gosta disso? Eu fico sem jeito.

Ele deu uma risada baixa depois me olhou negando com a cabeça.

- Não precisa. Sou só eu. – deslizou a ponta dos dedos pelo meu rosto. – Além do mais... você é tão linda que eu poderia ficar o tempo todo só te olhando.

Acho que fiquei mais que vermelha, porque a expressão dele era de divertimento.

- Para com isso. – virei o rosto para ver a praça.

Ele virou o meu rosto para ele de novo dando um sorriso angelicale se aproximando mais de mim. Olhei dentro dos seus olhos sentindo meu coração se acelerar. Ele ficou a centímetros do meu rosto fazendo seu perfume de menta inebriar o meu ser. Fechei os olhos sentindo sua respiração bater no meu rosto.

- Eu amo você! – sussurrou me fazendo sorrir feito uma boba. Abri os olhos e segurei seu rosto com as mãos.

- Eu também amo você Lipe!

Me aproximei encostando a ponta do nariz no seu. Ele aproximou mais o rosto me dando um beijo lento, fazendo meu corpo estremecer. Passei os braços no seu pescoço deixando que ele dominasse o beijo.

A sua mão subiu da minha cintura até a minha nuca, entrelaçando os dedos no meu cabelo me puxando para mais perto. O ar já estava faltando e ele me abraçou suspirando no meu pescoço. Respirei sentindo seu aroma e não pude deixar de sorrir novamente.

Me afastei afrouxando nosso abraço e o olhei atentamente.

- Lipe... posso ficar com você hoje? A Claire e o Rick vão dormir juntos e.... seria meio estranho eu ficar por lá. – falei meio sem graça.

Ele sorriu acariciando meu rosto e assentiu.

- Pode ficar quando quiser Bia.

Sorri o abraçando de volta.

...

Tomei um banho rápido e vesti uma blusa de mangas compridas e uma calça. Confesso que gosto de frio, mas não é por isso que não o sinto.

O Felipe foi tomar banho e enquanto isso eu fico por aqui, apenas olhando as cosias dele. Não é muito organizado, mas o seu quarto tem exatamente o seu jeito.

Me sentei na cama e olhei alguns papeis ali. Remexi vendo que eram desenhos. Na verdade, ótimos desenhos!Que eu nunca conseguiria fazer. Entre eles um me chamou mais a atenção. Tinha os traços tão bonitos e delicados e se parecia comigo. Sorri satisfeita com a parte artística do Felipe e com o desenho do meu rosto.

- Gostou? – nem vi que ele já tinha voltado. Estava parado despreocupadamente perto da porta com uma calça e a camisa dobrada no seu ombro.

Não pude impedir meus olhos de o varrerem rapidamente concluindo o que vi mais cedo.

- São lindos! Você tem um talento nato.

Ele sorriu se sentando do meu lado. Pegou o que tinha o meu rosto e colocou na minha frente.

- Eu fiz quando conheci você. Não conseguia esquecer seu rosto e fiz para ver o quanto você era linda. – abaixou o olhar com certeza envergonhado. É até estranho ver o Felipe orgulhoso e teimoso ficar assim todo fofo e sem jeito.

- Não precisa mais dele. – falei me aproximando. – Eu estou aqui.

Ele me olhou e deu um sorriso encantador.

- Ainda bem! – ficou mais próximo também deixando nossos lábios se tocarem.

Esqueci tudo a minha volta e só vinha a sensação boa que o seu beijo me causava e a sua presença. Não lutei contra e quando dei por mim já estava deitada com o calor do seu corpo por cima. Mais cedo eu tive vontade de fazer isso e não ia perder a oportunidade agora!

Deslizei as mãos pelas suas costas nuas e subi de novo permitindo que minhas unhas a tocasse também. Ele deslizava a mão pela minha cintura como se esperasse algum sinal meu para continuar.

Não pensei muito e passei uma das pernas na sua cintura e logo a senti seus dedos deslizarem pela minha barriga por baixo da blusa. Eu queria gemer quando sua mão subiu lentamente, mas sua boca não me permitiu a isso, então arranhei a sua nuca na esperança de ter algum resultado. E tive! Sua outra mão livre levantou devagar a minha perna a colando mais a ele. Ia me faltar o ar se ele não tivesse deixado a minha boca para começar beijos arrepiantes no meu pescoço. Mordi os lábios contendo gemidos que com certeza sairiam por causa dos seus beijos lentos e provocantes. Sua mão levantava sem muita pressa minha blusa.

Acho que minha temperatura subiu, pois comecei a achar que aquela roupa que havia vestido era desnecessária demais.

Um gemido me escapou quando senti sua boca tocar a pele sensível da minha barriga. Me contorci e acho que ele entendeu como se lesse na minha mente que eu precisava de um beijo, mas não um beijo calmo.

Atendeu ao meu pedido silencioso antes, me dando um olhar sereno para depois me deixar sem ar e dessa vez arranhar suas costas sem dó.

Mordi seu lábio e usei minha força nos girando e ficandono comando agora. O beijei de novo deixando que me devorasse para sentir seu gosto doce e bom. Uma de suas mãos subia e descia pelas minha costas debaixo da blusa.

Não é que eu não queira, mas...

- Espera! – pedi me afastando tentando normalizar minha respiração.

- O que foi? – vi seu olhar mudar ficando preocupado.

Neguei com a cabeça e me deitei ao seu lado. Respirei devagar ouvindo meu coração quase sair para fora.

- Bianca? O que foi? – lá estava a preocupação na sua voz.

- Ainda não! – falei me virando para ele.

Me olhou confuso por um instante depois pareceu entender.

- Desculpa. Não queria te assustar.

- Não é você não Felipe! – engoli meu medo. – Preciso de um tempo.

- Desculpa. – beijou minha bochecha.

Apenas dei um sorriso amarelo completamente constrangida por faze-lo passar por isso. Não acredito que ainda tenho... medo. De algo que já foi, algo que não volta mais.

Me deitei virando para a parede. Queria afundar minha cara no travesseiro e tentar apagar as imagens embaçadas do passado que teimavam em voltar.

- Bia? – senti certo medo na sua voz.

- Sim? – tentei manter minha voz firme e não de uma covarde.

Ele suspirou baixinho antes de falar quase inadiável.

- Boa noite. – eu sabia que não era aquilo que ele queria falar, mas...

- Boa noite. – respondi num sussurro.

Não era a primeira e com certeza não seria a última vezque isso aconteceria. Eu só não conseguia controlar minha memória e esquecer. Queria apagar como se nunca tivesse acontecido, porque... o passado nos destrói por dentro, principalmente quando ele fica guardado.

***

Felipe

O vento batia leve no meu rosto. Olhei para o lado vendo seus cabelos ruivos balançarem. Ela me olhou e sorriu deixando a mostra as bochechas rosadas.

- Ainda não me disse o que veio fazer aqui. – questionei.

- Ver você!

- Claro que não é isso. – sorri torto. – O que foi Vick?

Ela suspirou e sentou-se virada para mim cruzando as pernas.

- Tudo bem Felipe. – estendeu um papel amarelado. – Trouxe pra você.

- Uma cartinha? – dei um sorriso sarcástico e ela me encarou seria. – Desculpa. – peguei o papel da sua mão e fui para abrir.

- Não. – segurou minha mão me impedindo. – Não abre.

- Como me dá uma coisa Vick, se eu não posso ver?

- Não agora. – ela suspirou. – Você só iráabrir essa carta quando realmente estiver pronto para entender.

Fiz uma cara de confusão e ela deu um sorrisinho.

- Você terá o momento certo para abri-la. Jamais faça antes disso. Nem eu mesmaentendo algumas coisas.

- Como vou saber que é o momento certo? – perguntei olhando seus olhos azuis.

- Quando sua mente se lembrar de mim. – sorriu meio corada. – Isso será um aviso de que precisa ler o que está escrito. Mas somente quando se lembrar de mim.

Assenti olhando o papel e não me atrevi a olhar... até agora...

...

Abri os olhos quase dando um pulo da cama. O teto girou por ter me sentado tão rápido. De novo! Mais um sonho com a Vick, uma lembrança na verdade.

- Que foi? Pesadelo? – a Bia colocou a mão no meu ombro.

Neguei com a cabeça e engoli em seco tentando fazer meus olhos se acostumarem com o ambiente.

- O que foi então? – ela se sentou.

- Tive uma lembrança. – falei esfregando os olhos.

- Quer conversar? – a voz dela ia de cansaço a preocupação.

Ainda estava meio escuro e o frio parece ter aumentado. Ignorei sua pergunta e joguei as pernas para fora da cama me levantando em seguida. Fui até a cômoda e comecei a revirar as gavetas.

- O que está acontecendo? – perguntou-me.

De novo a ignorei e fui até o armário já que o que eu procurava não estava na cômoda e acho que só pode estar numa mochila velha que tenho guardada.

Comecei a reviraras roupas e lençóis a procura da mochila.

- Lipe o que foi? – a voz da Bia já estava ficando irritada.

- Preciso encontrar uma coisa. – falei por fim avistando a mochila mofando por baixo de alguns cobertores.

- O que?

Abri a mochila e procurei pelos bolsos encontrando todos os tipos de papéis e até mesmo dinheiro.

- Felipe! – a Bia aumentou o tom de voz e já estava se levantando da cama.

- Achei. – olhei satisfeito para o papel amarelado que estava dobrando exatamente como no sonho.

Virei o verso e lá estava o que comprovava que eu havia guardado. E agora, mais do que nunca precisava saber o que ela tinha escrito. Estava destacado com uma letra redonda e bonita:"Faça sempre a escolha certa!"


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Notas finais do capítulo

Capítulo sem muitos acontecimentos extravagantes, mas um mistério em mãos. O que acharam? O que será a carta misteriosa da Vick? Melhor... Quem é a Vick?
Será que vamos descobrir?
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