Dei um último suspiro antes de voltar a conferir o local, realmente não canso de admirar a rica decoração ofertada por Alice, a camareira maluca do hotel. Tudo está como deveria.

As portas em que Bella irá entrar é de um mármore envelhecido e branco com uma aparência antiga, o teto é bem alto e há vitrais com alguns anjos e muitas nuvens e coisas alegres, tão perfeito quanto uma fotografia; os bancos largos em que as pessoas sentarão são de madeira e muito bem envernizados com o acento vermelho com a marca da costura dourada, no total de 15 bancos em cada lado da igreja, e nos cantos próximos aos tapetes são distribuídos vasos altos com a parte que os sustenta bem fina e mais ou menos a partir de meu cotovelo, com o gesso imitando uma trança e as flores que estavam dentro eram helicônias brancas com alguns pingos d’agua dando a impressão de que eram diamantes e muitas rosas bem vermelhas, tão vívidas que até criei uma metáfora meio boba, a qual digo que quando mais vermelha mais é a intensidade do amor. Mas não tive o desprazer de contar isso pra ninguém, já que em casamentos é comum que alguém da família relembre tempos passados ou deem antigos conselhos.

Minha mãe conversa animadamente com o padre, que era todo elogios pra mim. Eu era o recém-milagre na terra, e durante a última semana antes do casamento por onde eu passava pessoas me aplaudiam e me davam palavras de conforto, o que me faz ser eternamente grato a meus pais, que não desistiram de mim mesmo com o meu estado avançado da doença, sabendo a data da minha morte e por isso eu posso afirmar com toda certeza do mundo que o amor dos pais é o mais poderoso de todos os sentimentos da terra. Eu os amo espontaneamente.

Estranhei uma echarpe vermelha em uma das últimas fileiras, afinal pelo que vi na lista de convidados tudo está lotado e tem uma hora que eu estou em pé esperando Bella... Não liguei, deve ser uma paranoia da minha cabeça.

Foi então que a vi e esqueci de todas as formalidades do local.

Sia – Breathe me

Ela estava linda em um vestido branco que abraçava sua
cintura curvilínea e afigurava suas costas nuas e lisas até as nádegas
com um tecido fino e transparente, deixando a base de sua coluna à mostra
enquanto um tecido cintilante que deduzi - por Alice me dar uma aula completa
sobre cada pedaço de pano existente no mundo - ser seda que cobria seus pulsos
e a ponta dos seus ombros fazendo um decote em V discreto, e o tecido se
descolava a partir de seu quadril sem deixar de delinear suas nádegas, com
pérolas seguidas de sua nuca que iam até a calda longa e cintilante do vestido.
Seus olhos estavam destacados por uma maquiagem preta e leve que coroava seus
lábios carnudos que estavam forrados apenas por um gloss da cor avermelhada,
convidativos pra mim. Ao me ver, ela sorriu e corou, um sorriso que nem o blush
poderia esconder.

Ela caminhou até mim, recebendo os olhares de admiração por parte dos convidados.

Sorri quando analisei seus traços perfeitos e lembranças de nossos anos juntos me assaltaram; quando eu a conheci, quando a vi pela primeira vez, quando a apresentei a meus pais, quando me apaixonei e toda a felicidade que partilhamos a cada segundo juntos. Meu peito doeu de satisfação, e a felicidade brotava já no canto de meus olhos, assim como nos dela. Tudo que passamos, superamos, vivemos seria consolidado agora, e nada mais importaria. Se eu precisasse voltar o tempo, não precisaria mudar nada. Bella estaria junto de mim em alguns minutos, e depois desses minutos seria para sempre.

Segurei sua mão quando ela subiu o primeiro degrau do altar. Estava absurdamente linda e graciosa.

–-- Cuide bem da minha filha – Charlie sussurrou pra mim e eu sorri para ele.

–-- Com a minha vida, sr. Swan – dito isso ele começou a chorar silenciosamente enquanto ia para o seu lugar.

Bella me olhou e entrelaçou os dedos nos meus com um tímido sorriso enquanto o padre falava. Não conseguia prestar atenção enquanto via em seus olhos as mesmas lembranças refletidas nos meus.

–-- Eu aceito – ela disse com uma convicção que nunca ouvira sair de sua boca antes, com a exceção de quando eu a pedi em namoro.

Depois de eu afirmar com todas as letras que eu a concebia, uma garota pequena com os cabelos amareladas me entregou a aliança com a frase escolhida “plus que ma propre vie”. Bella prendeu o ar enquanto eu a pegava; a aliança escorregou no dedo anelar fino e pequeno de Bella, que tremeu ao sentir meu toque. Após a encaixar ali, beijei a aliança e ela soltou

E, ao invés de beijá-la quando o padre pediu, eu a abracei com força enquanto ela chorava. Beijei o topo de seus cabelos por alguns segundos, sentindo o cheiro delirante de morangos silvestres que eu tanto adorava.

Aos poucos fui abaixando a cabeça até colar nossas testas, e ficamos nos olhando magneticamente uma fração de segundos até eu pressionar meus lábios delicadamente contra os dela em um beijo sereno.

Os aplausos não foram ouvidos, apenas a música suave que fechava a bolha que eu estava com minha esposa.

–-- Eu te amo – ela sorriu e eu peguei seu queixo com as mãos.

–-- Eu te amo – falei, eternizando o momento que se seguiria para sempre.

Para sempre.

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Pare de pensar no quão incrível você poderia ser, levante-se e seja simplesmente o melhor; não se lamente e não desista sem antes tentar.

Se atira. A vida é uma só e não importa o quanto tenha sido ruim até aqui, sempre há uma chance de ser melhor daqui pra frente.

Permita-se, faça o que quiser fazer AGORA, nesse exato momento. Faça o que há tempos tem pensado em fazer mas que está sempre deixando pra lá, termine aquele livro, ligue para aquela pessoa, diga a seus pais que os ama e seja feliz! Afinal, quantas vidas você vai viver além dessa? Eu não sei, mas sei que essa em especial é única, e como tal deve fazer com que suas chances também sejam. Não planeje seu futuro como um jogo, não encare a vida como algo que se possa manipular. O mundo sempre nos dá obstáculos e nem sempre poderemos ter a desejada segunda chance que Edward e Bella tiveram. Então;

VIVA.