Amor Além Da Vida escrita por Isabelle Masen


Capítulo 10
Parte X


Notas iniciais do capítulo

Nos vemos lá em baixo \o



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A curiosidade me bateu na porta mas ela fora escancarada quando eu virei a esquina chegando na rua da casa de Alice e vi o inacreditável. Fire in the Water – Feist (OBS: Se a música acabar no meio, repitam-a, pois ela é curtinha.)

Ele estava lá, plantado bem na porta da casa de Alice, trajando uma blusa preta de botões e uma calça jeans, os cabelos bagunçados e uma expressão prostrada. Parei imediatamente, minhas pernas estacaram e o ruído do saltinho de minhas botas chamou a atenção dele.

Nossos olhares se encontraram e eu paralisei. Era uma miragem, era óbvio, pois não se molhava na chuva. Esse fato deixou caírem lágrimas de meus olhos, que logo foram disfarçadas com algumas gotas de chuva que respingavam por meu rosto. Ofeguei, soltando um soluço alto.

No auge de minha alucinação, pude vê-lo dar um passo pra frente e a água começou a molhá-lo, e sua expressão ansiosa fora como uma chave pra minhas pernas destravarem. Ele estava ali! Era ele! O meu Edward!

Sem mais pensar, larguei o guarda chuva no chão e corri até ele, que abriu os braços me abraçando no ar. Ele me carregou e eu não conseguia deixar de soluçar, era realmente ele que estava ali. Não consegui tirar minhas mãos dele, as lágrimas ainda rolavam por meu rosto. Era quase impossível que fosse ele, eu precisava confirmar, ele tinha que estar ali, seus braços estavam tão macios e reconfortantes que nem me lembrei que estava sem guarda chuva.

--- Bella... – ele sussurrou meu nome e eu chorei alto, abraçando-o com ainda mais força. Era ele!

--- É você... – falei quase sem voz, afastando o rosto para fitar o dele, sem desgrudar nossos corpos. O medo de larga-lo e ele desaparecer falavam mais alto. Toquei sua bochecha em um ato desesperado.

Seu cheiro inebriante ainda estava intacto, mas havia uma cicatriz pequena e recente um pouco abaixo de sua clavícula. Essa era apenas uma pequena amostra do que tinha espalhado por todo seu corpo. Toquei as mãos em seu rosto e o puxei pra mim, beijando-o com ardência e desespero, um beijo típico de reencontro. Ele passou suas mãos fortes e protetoras por minha cintura e a outra em meus cabelos, me puxando mais pra si. Ah, que saudade dessas sensações maravilhosas que sinto ao beijá-lo, quanto tempo esperei por isso...

Interrompi o beijo e em um movimento rápido consegui destravar a porta de casa e chutar as minhas sacolas pra dentro, ainda com os braços em seu pescoço. Ele me carregou pra dentro e eu apontei o quarto, para logo toma-lo em meus braços novamente e beijá-lo até o ar já não se fazer presente em meus pulmões.

Quando chegamos no quarto, primeiro ele me deixou sentada na cama em seu colo enquanto passava o polegar por cada linha de meu rosto. Ofeguei quando seu dedo contornou a linha de meus lábios, e desceu para meu queixo, erguendo-o para si. Beijou meu lábio inferior, me fazendo estremecer. Desci os lábios buscando os seus. Ele sentou na cama enquanto me beijava. Suas mãos foram pra minhas costas, rasgando a blusa que eu usava. Arrepios foram distribuídos por toda minha espinha, tanto pela atitude desesperada e tanto pelo beijo maravilhoso que partilhávamos. Sentia minha barriga ficar quente e minhas mãos geladas, como se fosse minha primeira vez. Os efeitos que Edward causava em mim estavam à flor de minha pele e de minhas mãos, que em uma atitude surpreendente até mesmo pra mim, empurraram-no na cama. Coloquei meu corpo por cima do seu e enquanto ele distribuía selinhos por meu pescoço eu desabotoava sua blusa preta. Ele afastou seus lábios dos meus por um segundo para que eu afastasse sua blusa e logo voltou a selar nossas bocas, em uma perfeita sincronia, embora o beijo estivesse rápido. Passei as mãos por suas costas nuas, desci pros seus quadris e depois subi novamente para seus cabelos, puxando-os levemente. O toquei em todos os lugares que pude para evidenciar que aquilo era real. Ele, como se pensasse o mesmo, segurou minha coxa, apertando-a levemente e minha bochecha com a outra mão.

Nos afastamos e eu tirei sua calça com um só puxão, logo me colocando por cima dele. O beijo se tornou um pouco mais calmo, pois queríamos saborear lentamente o sabor doce de nossas bocas, o qual sentimos tanta falta. Ele segurou a base de minha coluna enquanto o fazíamos.

Ele sentou na cama e eu coloquei as pernas firmes em seu quadril. Ele desceu os dedos lentamente por minhas costas e eu cravei os meus em seus cabelos, fazendo ele ofegar baixo. Estremeci apenas ao ouvir sua respiração próxima à meu pescoço, onde ele depositou alguns beijos, afastando alguns fios de cabelo que ali estavam. Cada um de seus toques me deixava arrepiada e... molhada.

Ele deu um chupão em meu pescoço que me deixou fora de órbita, fazendo meus pensamentos fugirem de minha cabeça. Fechei os olhos e gemi baixo. Nem percebi que ele já tinha tirado minha calça, e se concentrava em tirar meu sutiã. Mordi seu ombro enquanto ele o fazia, ocultando um gemido.

Logo suas mãos foram pra meu traseiro e eu fiz uma trilha de beijos de sua boca até a sua clavícula, roçando o nariz levemente em sua pequena cicatriz. Ele ofegou e me pegou pela base de minha coluna, virando-me na cama, se colocando em cima de mim. Arqueei um dos joelhos e ele mergulhou o rosto no vale de meus seios, mordiscando, massageando, tocando, enfim, tudo que é de seu direito. Eu era propriedade exclusivamente dele, isso já era explícito.

Quando seu sexo roçou em minha intimidade gemi e agarrei o lençol. Ele segurou minha coxa por baixo e levantou o rosto, beijando meus lábios com calma, saboreando toda sua extensão sem pressa. Retribuí, mas quando ele descolou nossos lábios ofeguei em reclamação. Mas fui surpreendida quando ele me penetrou sem avisos.

Fechei os olhos e arqueei as costas. Meu mundo parecia ter passado a girar mais devagar, tudo passava em câmera lenta. Eu gemia incontrolavelmente seu nome, assim como ele o meu. Nossos corpos se chocavam em uma sincronia perfeita e prazerosa para ambos. Ouvir meu nome em seus lábios era como andar nas nuvens, minha felicidade era do tamanho do mundo. Me sentia completa, me sentia viva, me sentia tomada por um prazer imensamente bom.

Nossas mãos se encontraram e se entrelaçaram. Ele mordeu meu lábio inferior que estava aberto, pois eu gemia. Tremeliquei e ele beijou o canto de minha boca, voltando a entrar e sair dentro de mim.

Chegamos em nosso êxtase juntos, e nossos corpos desabaram. Ele estava alguns centímetros acima de mim de olhos fechados, inspirando e expirando lentamente, como se absorvesse a energia que eu sentia pra si. Estiquei um braço pra tocar seus cabelos e ele deu um sorriso torto. Deitei a cabeça em seu braço e ele abriu os olhos, me fitando intensamente. Nossa simples troca de olhares já diziam um “eu te amo” silencioso. Sentimentos ocultos foram revelados, eu o amava. Amava muito.

--- Eu te amo – ele disse e eu sorri, fechando os olhos. Eu estava completa agora.

Rolei o corpo por cima do dele e ofeguei contra sua boca, fazendo ele se arrepiar e levar as mãos à base da minha coluna.

--- Eu te amo – falei e lhe dei um selinho, para logo voltarmos a nos amar novamente, até o dia amanhecer.

Fire in the Water – Feist (Tradução)

O amor é o mais doce sentimento

Abertamente acreditar

Não importa o que encontramos lá

Volte através dos olhos de lá

Criação e nascimento único

Os leãoes estam em casa

As flores estão no ar

Falhando contra a escuridão

Ah, ahhah ah…

Fogo na água

É o corpo de nosso amor

Ninguém deve ver isso

O grau de refinação da luz

Ah, ahhah ah…

Fogo na água

É o corpo de nosso amor

(...)

Acordei, mas não queria levantar.

Ele estava ali, ressonando tranquilo ao meu lado, as feições tão serenas quanto as de um anjo. Suspirei, totalmente apaixonada. A

pesar de ter virado a noite com Edward, sinto uma energia cativante, tão intensa como se eu tivesse colocado o dedo em uma descarga elétrica potente. Como dirigir a mais de 120km em uma rua vazia. Mas, apesar de eu querer aproveitá-la, não sinto a menor vontade de levantar. O rosto que eu desejei reencontrar por tantos meses está aqui ao meu lado, segurando firmemente minha mão, comprovando que aquele fato era mesmo real, que não era apenas mais um sonho. Esse fato me fez dar um longo suspiro.

Senti como se o gigante adormecido dentro de mim se despertasse, me sentia desabrochada como se eu tivesse renascido no momento que o vi prostrado em minha porta. E quando fizemos amor ontem foi tão mágico e perfeito... Edward conseguiu fazer em uma noite o que eu queria fazer em toda minha vida. Nunca me senti tão mulher, tão forte como me sinto agora.

Uni as sobrancelhas, as dúvidas vieram como bombas: por que ele não estava se molhando? Por que ninguém me disse que ele tinha acordado do coma? Será que alguém sabia que ele estava aqui? Carlisle e Esme ficariam chateados se soubessem que Edward, ao invés de ir vê-los, veio pra cá? As dúvidas martelavam em minha cabeça, porém, não seriam elas a estragar meu precioso momento.

Levantei-me com cuidado para não acordá-lo. Precisei lutar contra meu interior para deixa-lo sozinho no quarto, mas seria uma luta justa. Afinal não poderíamos ficar sem comer de manhã.

Substituí minha mão por uma almofada e ele se remexeu.

--- Bella... – ele balbuciou meu nome e mais alguma coisa incompreensível pra mim, enterrando o rosto no travesseiro, me impedindo de ver sua face adormecida.

Ri baixinho e coloquei sua blusa de botões, não podia ir cozinhar sem roupa pelo risco de encontrar Jasper pela casa.

Lay Lady Lay – Magnet (Versão Sr. e Sra. Smith)

Algumas frestas da janela e uns poucos buracos no telhado deixaram a casa semi-iluminada pela luz do sol. Andei a passos cautelosos para a cozinha, não preciso ter pressa. O dia está lindo, os pássaros estão cantando e o sol está brilhando...

Sol? Pássaros? Ri ao perceber que o pássaro era eu. Estava assobiando com tanta graça quanto o canto de um canário ao acordar. Ri com o pensamento tolo e cheguei na cozinha. Bebi um pouco d’agua e fui em direção à curta janela e me debrucei, fechando os olhos e aspirando fundo o ar puro O ar da felicidade – sorri.

O dia quente refletia a felicidade que me apossava, meu corpo parecia estar em perfeito equilíbrio. Era tão glorioso me sentir bem novamente!

Corri até o banheiro e me olhei no espelho. Paralisei quando vi meu reflexo; as olheiras monstruosas de meus olhos sumiram misteriosamente de meu rosto, meus olhos recuperaram o brilho, mas esse brilho era totalmente inferior ao das lágrimas que derramei. Era um brilho de felicidade. Era um brilho de Edward. Sorri e comecei a fazer minha higiene matinal, para logo voltar para a cozinha e começar a preparar o bolo.

(...)

O bolo estava no forno e eu prendi os cabelos em um coque imperfeito, com alguns fios soltos.

--- Bom dia – ouvi a voz sonolenta e surpresa de Alice e me virei, com um sorriso de orelha a orelha. Um lampejo de curiosidade passou por seu rosto quando ela notara o mesmo que eu notei há alguns minutos atrás no banheiro.

--- Bom dia. Vai sair? – perguntei analisando suas roupas curtas, dignas de uma praia.

--- Vou, e você... Está sorrindo? E sem olheiras? – um sorriso malicioso surgiu em seu rosto – o efeito da foda de ontem à noite caiu bem em você, hein? – ela disse e saiu rindo. Corei totalmente.

Espera aí...

--- Ei, como sabe que eu...

--- As paredes tem ouvidos – falou gargalhando e bateu a porta na minha cara. Suspirei e balancei negativamente a cabeça, voltando para a cozinha e me sentando em um dos altos bancos que ficavam atrás do balcão da cozinha.

Fechei os olhos e sorri, apertando meu lábio inferior com os dedos.

“Seus lábios sugaram os meus, mordiscando meu lábio inferior em seguida. Abri os olhos e encontrei os seus, que sorriam pra mim. Ele afundou o rosto em meu pescoço enquanto apertava minhas coxas pra si...”

... depois o nariz...

“ Nossos narizes se roçaram e eu toquei sua bochecha delicadamente. Ele enlaçou seus dedos em minha mão e deu um selinho em meus lábios, depois traçou uma linha deles até minha clavícula...”

... meu lóbulo...

Enquanto eu recuperava o fôlego, me arrepiei quando ele afastou os cabelos de meu ombro e beijou o lóbulo de minha orelha, mordiscando-o. Gemi e ele segurou meu rosto entre suas mãos. Fechei os olhos quando partilhamos mais um dos muitos beijos que daríamos aquela noite...”

... abracei meu corpo...

“Agora Edward penetrava forte, porém lentamente, me fazendo apreciar ainda mais a sensação de estar sendo amada naquele momento pelo único homem que poderia me amar. Nossos corpos estavam abraçados, suados e em uma sincronia perfeita. A proteção que senti em seus braços era bastante sólida, como se eu estivesse fechada em nosso mundo. Fechei os olhos e pendi a cabeça pra trás, enquanto ele acariciava minhas costas e beijava meu pescoço...”

...toquei minhas mãos...

“Enquanto deitados, enlaçamos nossos dedos e apertamos nossas mãos. Eu estava por cima, rebolando enquanto Edward fechava os olhos, completamente extasiado, chamando por mim. Meu peito subia e descia, minha respiração era rápida, meu coração estava acelerado, em sincronia com o seu...”

...meus seios...

“Edward depositou um beijo em meu mamilo e deitou a cabeça no mesmo, ouvindo as batidas de meu coração. Passei levemente as unhas por suas costas, fechando os olhos. Ele afastou a orelha e depositou um beijo no vale de meus seios, logo subindo o rosto para dar um beijo cálido em meus lábios...”

...minha barriga...

“Edward desceu o rosto de meus seios até meu abdômen, passando a língua por todas as extensões existentes. Arqueei as costas e segurei os lençóis com força, enquanto me contorcia. Se com aquele simples gesto eu estava me sentindo tão íntegra, imagino como seria se ele estivesse dentro de mim. E como se lesse meus pensamentos, foi descendo o rosto até chegar em meu sexo...”

...minhas coxas...

“Edward apertava minhas coxas pra si, massageando-as enquanto nossas línguas lutavam uma batalha sem vencedores em nossas bocas. O sol já iluminava parcialmente o quarto, mas não percebemos. A concentração de amá-lo cada segundo possível me consumia, e isso era viciante...”

Abri os olhos, ainda mais fascinada por aquele homem.

--- Bom dia – sua voz melodiosa adentrou meus ouvidos e me tremi por inteira.

Ele me abraçou por trás passando os braços por minha barriga e deu um longo beijo em minha testa.

--- Edward...

--- Está fazendo um bolo? – ele sorriu quando se afastou. Foi aí que eu percebi que deixara o bolo cozinhando.

--- Oh, droga – falei dando um pulo e correndo pra pegar minhas luvas. Edward riu e sentou no banco que eu estava.

--- Isso é um pouco familiar – falou e eu sorri, abrindo o forno com minhas grandes luvas de cozinha.

--- Nem vem. Ainda temo que isso seja só uma alucinação minha... – não pude controlar as palavras. Ele mordeu o lábio inferior.

--- Eu estou aqui, Bella – disse com a voz rouca e eu balancei a cabeça, tremulando levemente.

--- Eu tenho algumas duvidas – falei e me virei pra ele, colocando a forma do bolo quente entre nós. Ele ergueu as sobrancelhas e se inclinou pra frente, gesticulando pra eu continuar – Por que ninguém me avisou que você tinha acordado?

Ele olhou pro lado e eu segui seu olhar, vendo meu celular jogado em cima da mesinha de centro.

Andei até ele e o peguei, vendo que tinham 40 chamadas não atendidas...

--- Oh, droga – falei e ele riu – e porque ontem você não se molhou quando estava aqui na porta?

--- Tem um toldo de madeira em cima da porta. Aliás, por que você está aqui? Deu muito trabalho pra encontrar você – falou e eu sorri, olhando um pouco triste pro chão.

--- Bom... Eu vim pra cá por que Charlie estava querendo me obrigar a ir pra Jacksonville.

--- Por que?

Andei em sua direção, sentando ao seu lado no balcão.

--- Por que eu estava na pior, Edward. Não saía de casa, não conversava, não comia... Só fazia tudo por fazer. Nada fazia mais sentido – dei de ombros e ele aproximou o banco do meu, passando um braço por meus ombros. Deitei a cabeça em seu peito e funguei.

--- Não chora, Bella... Também não foi fácil pra mim. Não conseguia parar de pensar em você. Você estava em todos os lugares, era como se eu pudesse tocá-la... – falou olhando pro vazio, relembrando. Peguei sua mão e a acariciei, solidária. Também me sentia assim.

--- E... Alguém sabe que você está aqui? – falei e um pequeno sorriso brotou e seus lábios.

--- Eu rodei toda Forks atrás de você, mocinha – piscou pra mim e eu corei - eu queria ver você logo. Não aguentava ficar mais um minuto longe. Foram sessenta dias...

--- Longos dias – suspirei e ele deu um beijo em minha testa.

--- Eu achei que você me esqueceria – me afastei e olhei-o incrédula.

--- Edward, seja como for, continuo amando você, da mesma forma. E o tempo que passamos afastados não impediu isso, muito pelo contrário – falei me juntando a ele novamente – eu te amo, e isso não vai mudar nunca. A distância impede o toque, mas não impede o sentimento – falei roçando nossos narizes de olhos fechados – por exemplo, ontem – falei um pouco mais baixo – o nosso “reencontro” foi maravilhoso – ele sorriu.

--- A noite anterior foi a melhor da minha existência – falou sincero e me arrepiei.

--- Você está fazendo aquilo denovo... – ele riu baixinho – mas eu senti tanta falta disso...

--- Eu senti falta do seu bolo – falou e eu ri, levantando pra pegar um prato.

--- Seus “dotes culinários” estavam descansando, resolvi não incomodar – ele deu uma gargalhada gostosa. Fui até a frente do balcão e cortei um pedaço de bolo pra nós dois.

--- É, mas agora ele estão bem dispostos – falou e piscou maliciosamente pra mim, dando a primeira gafada no bolo.

--- Edward! – repreendi mas soou em falso, já que eu sorria.

Comemos em silêncio por alguns segundos e a minha última dúvida gritava em minha cabeça.

--- Edward... – falei olhando pra ele – nós ainda vamos nos casar?

--- Você acha mesmo que eu sou capaz de adiar? Pois saiba que não abro mão do que me faz feliz – falou segurando firmemente minha mão.

--- Contou a seus pais sobre isso? – falei e ele ficou em silêncio, comendo o bolo – Edward?

--- Meu pai ficou um pouco irritado, mas ele decidiu que não iria interferir em minhas decisões do acontecido – suspirou – se sentiria sobrecarregado se algo do tipo acontecesse novamente, e se dessa vez eu não resistisse... – apertei forte sua mão.

--- Eu descobri – falei me referindo a sua doença e ele me olhou pálido – mas eu entendo porque não me contou.

--- Entende? – suspirei antes de começar a falar.

--- Eu fui à sua casa. Todos os dias eu vou, na verdade. Mas nesse dia eu senti algo incomum, alguma coisa não se encaixava. Fui até o quarto de Esme e encontrei um papel em cima da cama... – fiz uma pausa e ele esperou pacientemente – eu pouco pensei sobre o que aconteceu. Alice clareou minha mente me fazendo enxergar o seu lado da situação, e vi que você segredou porque queria o melhor pra nós dois. No início fiquei irritada, mas depois me coloquei sob o seu ponto de vista. Ninguém aguenta ser olhado como coitado o tempo todo, eu aprendi isso com meu pai. Aprendi muitas coisas, e a lição mais valiosa foi a que não podemos reescrever o passado, e sim viver o presente para que não possamos deteriorar nosso futuro.

Um sorriso orgulhoso surgiu em seus lábios.

--- Eu pensei em te contar várias vezes, de várias formas. Mas o que tínhamos sempre falava mais alto, tapando a razão. Quis passar minha última semana ao seu lado, foi meu último desejo. Quando descobri que meus pais descobriram a cura me senti feliz em poder continuar no nosso plano de vida, mas não sabia que nossa história poderia ser corrompida novamente, mas dessa vez por algo mais grave, que poderia nos afastar pra sempre. Só aí é que eu percebi que não poderia mais perder tempo. Viveria com você o quanto o tempo permitisse. Então não digo mais que será pra sempre, só desejo que seja verdadeiro.

Ele se levantou e eu também, ficando de frente pra ele.

--- O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. Por isso vamos viver o agora, e não pensar no amanhã, pois pode ser tarde demais. Não guardaremos mais segredos em nós, pois eles são a marca que falta pra atrapalhar o futuro.

--- Exatamente. Por isso vamos viver o agora, pelo nosso passado e sem se preocupar com o que virá amanhã – deu um sorriso e beijou minha aliança. Sorri igualmente.

--- Edward? – chamei quando ele se afastou - o que vai fazer? --- Vou tomar um banho para irmos contar pra nossos pais – falou – pode vir comigo, se quiser – riu. Ri também.

--- Pode me esperar, “querido” – falei e ele virou pra trás, de olhos arregalados – o que? Você não acabou de dizer que precisamos viver o “agora”? – pisquei e ele riu, balançando a cabeça e voltou a andar rumo ao banheiro.

Enquanto o seguia, fui desabotoando os botões de sua blusa que eu vestia, até ficar apenas dois cobrindo minha intimidade e um decote. Quando paramos na porta do banheiro, ele se virou pra mim para falar algo, mais fechou a boca rapidamente observando a blusa aberta, que cobria apenas o bico de meus seios e minha intimidade. Corava absurdamente, mas me entregaria ao momento.

--- Vamos ao “agora” – deu um sorriso e eu ri quando ele se aproximou para me carregar pro banheiro.

Eu nunca me cansaria de fazer amor com Edward.

(...)

Paramos em frente a minha casa. Meu coração estava em um ritmo tão acelerado que dava pra ouvir as batidas há 1km de distância.

Engoli em seco e imaginei a postura de Charlie quando eu contasse a ele sobre Edward, o casamento...

Me despertei quando Edward enlaçou seus dedos nos meus, me dando um sorriso confiante. Na medida que ele apertava minha mão, minhas preocupações se dissipavam, ligando minha mente ao único fato que importava naquela situação: ele.

Depois de tudo que passamos com o acidente, de todas as revelações chocantes e o seu retorno milagroso, finalmente achei que nossa situação fazia juz à frase dita pelo próprio Edward: viva o agora, antes que seja tarde demais.

Decidida, saí do carro e caminhei firmemente com Edward a meu lado. Paramos em frente à porta quando ele me chamou.

--- Aproveitei que falaremos com Charlie e chamei meus pais aqui.

--- Ai meu Deus – falei e escondi o rosto em seu peito. Ele me abraçou.

--- Não precisa ter medo – deu um beijo no topo de minha cabeça enquanto me envolvia em seus braços – eu estarei com você. Vamos resolver isso juntos e vai ficar tudo bem – ele me deu um sorriso e de repente me senti pronta pra qualquer obstáculo que se colocasse em frente à nosso relacionamento.

Batemos na porta e ela prontamente fora aberta. Sorri pra Charlie quando entrei, o qual cumprimentou amigavelmente Edward com a mão. Estranhei, mas decidi não falar nada. Não é todo dia que Charlie e Edward andam “amiguinhos”.

Mas me senti receosa quando encontrei Esme e Carlisle sentados no sofá. Engoli em seco e segurei com força a mão de Edward.

--- Calma – ele sussurrou perto de meu ouvido e suspirei.

--- Oi, Bella – Esme veio me abraçar e eu a correspondi, meio desajeitada ao soltar a mão protetora de Edward. Como um bebê dando os primeiros passos sem a ajuda dos pais, me senti insegura.

--- Oi – falei quase em um sussurro, mas por sorte ela ouviu. Seu sorriso amigável me fez sorrir. Foi bobagem pensar que Esme se revoltaria contra mim, ela é uma mulher tão doce...

--- Olá Isabella – Carlisle disse com pejoração no tom de voz. Ele nunca me chamou de Isabella antes... E quando eu abri os braços para recebe-lo, ele apenas me estendeu a mão. Engoli em seco e prontamente balancei-a contra a minha.

Me sentia inútil.

Quando eu comecei a sentir o sangue sumir de meu rosto, Edward colou sua mão na minha, acariciando com o polegar as costas de minha mão. Meus músculos relaxaram, mas meu interior estava em chamas.

--- Então, qual é a grande notícia? – Esme perguntou esperançosa quando meu pai sentou com eles. Edward deu um sorriso torto e me rebocou para que eu sentasse no sofá de frente pra eles, já que eu estava sem reação.

--- Primeiramente, Sr. Swan – Edward disse cortês pra meu pai, que se mostrava incomodado com toda aquela situação – eu gostaria de pedir sua permissão ter a mão de sua filha em casamento.

Charlie arregalou os olhos, assim como Carlisle. Esme foi a única a sorrir e comemorar, eu permanecia parada, como se apenas meu corpo estivesse lá.

--- VOCÊ O QUE!?! – meu pai gritou e eu engoli em seco, fechando os olhos. Uma lágrima ameaçou descer quando ouvi o som de seus sapatos se firmando no chão e esperei pelo tapa que viria.

Mas o que me surpreendeu foi o silêncio que se seguiu e algo se afastar de meu lado. Abri um olho e vi Edward de pé em minha frente com uma postura protetora. Hein?

--- Quero pedir a mão dela em casamento, sr. Swan – disse com a voz em um tom sério, porém amigável. Carlisle estava vermelho ao lado de Charlie.

--- Como ousa? Se você sumiu só por alguns meses e a minha filha entrou em depressão profunda, imagine se você sumir pelo mundo ou trai-la! Nunca irei permitir que minha garotinha se case com um sórdido asqueroso como você, Edward Cullen! – gritou meu pai, vermelho de raiva. Carlisle se levantou subitamente do sofá.

--- Chamou Edward de que? – Carlisle estufou o peito.

--- Disso mesmo que você ouviu! – meu pai decidiu peitar Carlisle.

--- Pai, por favor... Sr. Swan, você já me disse os seus impropérios, mas agora chegou a vez do senhor me ouvir – a voz de Edward estava tão séria quanto a de um dominador de feras selvagens. Me encolhi.

Carlisle se sentou com um incentivo de sua esposa e meu pai nem se atreveu a sair do lugar, ficou apenas calado esperando as palavras de meu namorado.

--- Sr. Swan, se o senhor soubesse tudo que eu e Bella já passamos, todos os obstáculos que enfrentamos para nosso relacionamento seguir em frente, todos os altos e baixos, nunca ousaria duvidar de minha fidelidade para com ela. Sua filha é especial, e merece um tratamento especial, e acredito que possa cuidar e proteger ela. Eu sei que errei ao mentir sobre minha doença, mas isso foi para o bem de todos nós aqui. Talvez eu não estivesse vivo aqui hoje, mas estou graças a minha família. E é por estar vivo que eu desejo amar sua filha antes que seja tarde demais. – ele fitou o vazio por alguns instantes em uma pausa - Talvez o senhor não saiba, mas o que eu sinto por ela vai muito além de um amor adolescente; é algo místico, inexplicável. É um amor muito melhor e menos complicado que esses de hoje. – ele levantou o olhar pra meu pai novamente e sorriu de leve - Um amor além da vossa compreensão. Um amor além da vida.

As lágrimas já estavam espalhadas por todo meu rosto. Meu pai estava chocado, Carlisle refletia e Esme estava orgulhosa das palavras do filho. Meu coração pareceu falhar nos batimentos de repente, e depois voltou a bater em velocidade máxima. A declaração de Edward fora algo realmente inesperado e... perfeito. Ele conseguiu dar uma perfeita definição para o nosso sentimento.

--- Eu te dou a minha bênção – Esme foi a primeira a se levantar pra me abraçar e abraçar o filho. Permaneci imóvel – será uma honra ser testemunha de um amor tão puro que é o de vocês – disse emocionada, voltando a sentar. Edward sorriu e olhou pra Carlisle sugestivamente.

Meu pai ainda fitava o chão.

--- Filho... – Carlisle disse e ficou pálido olhando pro chão. Engoli em seco e segurei novamente a mão de Edward, mas nem mesmo o conforto e a proteção que sentira acalmaram meus receios quanto ao que Carlisle diria. Senti Edward também ficar rígido e o olhei rapidamente. Ele estava tão temeroso quanto eu. Dei meu sorriso mais confiante possível e apertei sua mão, acariciando-a. Ele me olhou e sorriu tranquilamente, fazendo sua ruga de expressão desaparecer com facilidade.

Era injusto que o tempo todo ele me acalmasse e eu não fizesse nada por ele. Em um ato inesperado, Esme pôs sua mão no ombro de Carlisle com um sorriso confiante, travando um diálogo de olhares com o marido. Carlisle hesitou, desconfortável, mordeu os lábios e por fim sorriu abertamente para Esme, que só fez aumentar o seu sorriso. O companheirismo dos dois fora invejado por mim.

--- Contanto que vocês se formem... Eu dou-os a minha bênção – me deu um sorriso e eu voltei a respirar – desculpe Bella – ele me abraçou e deu ênfase ao “Bella”, talvez tivesse notado meu desconforto quando pronunciou meu nome inteiro.

Edward suspirou aliviado, com um sorriso torto. Ri e olhei pra Charlie, limpando as lágrimas de meu rosto. Ele me fitava com a expressão séria. Levantou-se do sofá e ficou de frente pra mim, esperando uma explicação.

Quando ia abrir a boca, ele levantou um dedo, surpreendendo a mim e a todos os presentes.

--- Há muito tempo atrás, quando eu perdi sua mãe – ele suspirou – eu entrei em estado psicótico, chegando a me questionar sobre minha própria sanidade. Eu estava louco, e solteiro. Só tinha você, e te criaria sem ajuda de ninguém. Eu a amava muito, e quando a perdi e você nasceu parecia que parte de mim tinha morrido com ela. Pensei até em me matar, mas não poderia deixa-la sozinha, e só por isso estou aqui hoje. Me arrependo de não ter dito todos os dias para Renée que a amava, me arrependo de tudo que não fiz antes de ela morrer. Eu morreria no lugar dela. Eu achava que essa forma de eu amá-la era a mais correta do mundo, e por isso jurei pra mim mesmo que nunca permitiria que você conhecesse alguém que te fizesse sofrer como eu sofri. A dor da perda é... – ele balançou a cabeça, sem conseguir completar a frase. A expressão vazia – Eu não queria que isso acontecesse com você. Quando você me apresentou a Edward parecia que a outra metade ainda viva de meu coração estava sendo arrancada de meu peito, e eu temi por você. Não queria que passasse pelo mesmo que eu, e ainda não quero – ele limpava os olhos com medo de chorar em minha frente.

O abracei e coloquei meu rosto em seu ombro, como sempre fazia quando era pequena e tinha medo de algo. Ele acariciou meus cabelos em minhas costas, como fazia para eu me sentir segura. Eu estava em casa, estava segura nos braços de meu pai. Um amor puro e eterno meu por meu pai; um laço inquebrável.

--- Pai, Edward é a minha vida. Acredito que um amor verdadeiro supera todos os limites da vida só para salvá-lo da morte, e ele fez isso por mim. Na moto, ele me entregou seu capacete para que fosse em meu lugar, e isso é a maior prova que ele poderia me dar de que está preparado para ficar do meu lado e arcar com as consequências. Eu amo ele, pai, mas preciso que o ame também – falei e me afastei, assustada de como minha voz soou sincera. Minhas mãos desceram de suas costas para encontrar com as suas, que estavam gélidas.

Ele engoliu em seco e olhou pra Edward por longos instantes. Sem poder segurar por mais tempo, começou a chorar incessantemente.

--- Eu amo você, filha – falou me puxando pra um abraço, chorando alto contra meus cabelos. Fechei os olhos, confortada.

Ele se afastou rápido demais e foi pra frente de Edward, os olhos vermelhos e fungando. Um sorriso aparecia aos poucos em minha face na medida que Charlie levantava a mão para apertar a de Edward.

--- Cuide de minha filha, Cullen.

--- Para sempre – falou Edward e sorriu, enquanto Carlisle e Esme levantavam do sofá, alegres.


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Notas finais do capítulo

Háaaaaaaaaaaaaa, matei a curiosidade de todo mundo \o mas devo dizer que foi de última hora, pois podem me chamar de má, mas desde o início da fic meu objetivo principal era matar ele, mas com o tempo fui me apaixonando pelo que eu mesma escrevia e vocês me incentivaram a deixá-lo vivo, então podem dizer que foram vocês, minhas queridas leitoras, que salvaram o Edward.


Próximo capítulo será o epílogo e, já que algumas leitoras me pediram pra escrever o que aconteceu no acidente, ele será um dos bônus. Prometo a todas que me comprometerei essa semana em postar mais cedo, pois eu mesma sei que demorei muito à saciar a vontade de vocês de saberem se o Ed morria ou não.


Enfim, antes que eu comece a chorar, deixarei as despedidas e os agradecimentos no epílogo. Comentem sobre o que acharam, se querem algo a mais nos bônus, uma ideia pro epílogo, me xinguem... Etc.


Até o próximo capítulo!



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