Back In Time escrita por Hunter Demigod


Capítulo 5
The Truth


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey peeps! Aqui tem mais um pra vocês ^^
Enjoy!



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POV Miles

Acordei do meu estranho flashback-sonho de quando tinha 5 anos. Era estranho saber que eu ainda tinha aquela memória...

Abri os olhos devagar e tentei passar a mão no rosto, mas não consegui movê-la. Desisti de abrir os olhos devagar e os arregalei olhando para minha mão que estava presa a cabeceira de uma cama no... meu quarto?

É, aquele era meu quarto! Ou pelo menos ia ser, daqui a alguns anos... Olhei ao redor e vi meu pai me encarando ainda com raiva e pude jurar ver, novamente, asas. Ao lado dele minha mãe me olhava com curiosidade e até um pouco de compreensão, eu acho.

Minha avó estava ali também e ela estava com uma sobrancelha arqueada me encarando. Pra resumir, todos ali estavam me encarando, e aquilo era totalmente incomodo.

-Vou tentar mais uma vez, vadia, quem é você? –meu pai perguntou

Meu próprio pai me chamando de vadia. Estão vendo isso? Trágico...

-Gabriel, pare de chamá-la assim... –minha mãe falou

-Por que? –ele se virou para ela

-Você gostaria que eu ficasse te chamando de vadia? –ela perguntou

Ele abriu a boca para responder mais desistiu. Ela sempre vencia, incrível. Meu pai revirou os olhos e voltou a me encarar.

-Além do mais... –minha mãe continuou –Tem alguma coisa nela... Não sei dizer bem o que é... –ela disse

Opa, ela estava me reconhecendo? Bem, isso eu não sei. Mas meu pai respirou fundo e suavizou a expressão de raiva.

-Tudo bem... Vou pegar leve com você. Tudo que eu quero saber é: Quem é você, o que faz aqui, e como sabia o nome dela? –meu pai perguntou apontando para minha mãe

Fiquei calada o encarando sem saber o que responder. Eu podia abrir o jogo e dizer “Ei, sou sua filha!”, mas talvez essa não fosse uma boa opção...

-Eu não sei o que estou fazendo aqui... Simplesmente fui trazida pra cá. –falei tentando soltar minhas mãos

-Então você quer dizer que veio parar aqui por coincidência e que não sabe como isso aconteceu? –meu pai se aproximou da cama

-Isso. Mas realmente acho que não foi por coincidência... – disse

Ele me estudou com o olhar. É sério que ele não percebia nenhuma semelhança? Sempre achei que meu pai não era muito inteligente, mas não perceber que a garota na sua frente tem várias semelhanças com você, e com sua namorada, é de mais até pra ele.

Dei um sorrisinho forçado e pude ver quando ele se segurou para não sorrir também logo depois fazendo uma cara de desconfiança para mim. Ele fez um gesto com as mãos e elas se soltaram da cabeceira. Arregalei os olhos com aquilo. Como ele tinha feito esse truque?

Me sentei na cama acariciando meus pulsos agora livres e olhei para minha mãe. Ela provavelmente ainda estava tentando descobrir alguma coisa sobre mim. Meu pai me olhou uma ultima vez como se fosse uma ameaça para não fazer nada e saiu do quarto.

-Ele tá irritadinho... –foi o comentário de Stela

-Coloca ele e Bruna sozinhos num quarto que a irritação num instante passa. –Laura falou e as duas riram

Minha mãe rolou os olhos e saiu do quarto, indo atrás do meu pai.

/POV Miles

***

POV Bruna

Desci as escadas da minha casa em direção a sala aonde Gabriel estava sentado queimando neurônios tentando pensar em alguma coisa. Sentei ao seu lado e ele me encarou. Sabia exatamente o que ele estava pensando.

Quem era aquela garota? O nome dela não poderia ser realmente Miles... Seria muita coincidência... Mas o estranho era que parecia que eu conhecia ela. Alguma coisa nela me chamou a atenção.

-Como ela sabia sobre a Miles? –Gabriel me perguntou

Sua voz saiu triste, por mais que ele quisesse esconder isso. Só fazia uma semana que a Miles havia morrido e quando aconteceu, Gabriel ficou mais agressivo e seu lado brincalhão estava ficando raro de se ver.

-Não sei... –falei e encarei seus olhos

Os olhos da suposta Miles eram iguais aos dele. Não podia ser, eu devia estar imaginando coisas. Mas eram da mesma cor, tinham a mesma intensidade e, até mesmo, o mesmo brilho no olhar que ele tinha. Meu peito se apertou só de pensar que ela poderia ser outra filha dele.

-Gabriel... Você já teve outra filha, além da Miles? –perguntei

Ele franziu o cenho com a minha pergunta e negou com a cabeça. É claro que não! Seria muito estranho se as duas filhas dele tivessem o mesmo nome... Respirei fundo. Talvez a semelhança dos olhos dos dois fossem apenas mera coincidência. Mas nada é mera coincidência na minha vida, isso eu tinha certeza.

Decidi deixar para lá aquele assunto e abracei ele. Tão safado, porém tão meigo... Era incrível essas mudanças de humor dele.

-Não fica triste não. –falei com uma voz de bebê e ele riu

Sempre funciona. Ele me olhou e beijou a ponta do meu nariz. Foi então que eu vi minha mãe descendo as escadas com os olhos levemente arregalados.

-O que foi mãe? –perguntei preocupada

-Eu tinha esquecido! Seu pai e a bruxa veem aqui hoje! –ela disse indo para a cozinha

Legal. Já não bastava a garota lá no meu quarto, agora eu teria que aguentar a minha madrasta também. Qual o problema de eu ter uma vida normal?

/POV Bruna

***

POV Miles

Eu estava na sala com todos os outros que de vez em quando olhavam discretamente para mim, como se esperassem que eu fizesse alguma coisa.

-Você, não faça nada, entendeu? –meu pai disse apontando o dedo para mim

Eu assenti e continuei lá, sentada no sofá, esperando que alguma coisa, que eu não sabia o que era, acontecesse.

Segundos depois a campainha tocou. Prestei atenção e vi minha avó indo atender a porta. Minha respiração ficou falha depois que vi quem estava ali. Meu avô, muito mais jovem, apareceu na porta sorrindo timidamente como sempre fazia. Tive que me controlar para não ir para cima dele, abraça-lo e chama-lo de “vovô”...

Era o seguinte, eu o via raramente por que ele se mudou para a Europa –mais especificamente, Paris- com a esposa e os dois filhos. Eu amava quando ele vinha me visitar... Era muito divertido, tirando pela minha “avó” que insistia em brigar com minha mãe. Era uma velha rabugenta. Já teve uma vez que ela falou mal da minha mãe quando ela estava com uma vassoura na mão... Meu pai teve que segurar o cabo da mesma, antes que minha mãe acertasse um golpe mortal na cabeça da madrasta...

E, falando no diabo, lá estava ela. Também mais jovem e com uma maquiagem digna de uma puta -também falo palavrão, ok? -. Gabriela, esse era o nome dela se eu não me engano, entrou olhando com o maior desgosto possível para minha avó. Os dois filhos dela que eu tinha que chamar de tios, entraram também. Dois pirralhos. Era interessante ser mais velha que eles...

-Olá, Loren. –meu avô cumprimentou

-Oi Klaus. –minha avó disse com um meio sorriso e saiu da porta

Tenso.

-Pai! –minha mãe correu para abraça-lo e ele riu quando ela pulou nos braços dele

-Olá Brubs...

Minha mãe se dirigiu para a madrasta dela com um olhar mortal e Gabriela fez o mesmo.

-Olá, little bitch. –Gabriela falou

-Oi, bruxa. Aonde estacionou a vassoura? Cuidado para não ganhar uma multa. –minha mãe disse com um sorriso sarcástico e saiu de perto dela

Meu avô olhou para todos que estavam ali e parou o olhar em mim.

-Quem é ela? –ele perguntou

Ops, ferrou.

-Ela é uma amiga, Pai... –minha mãe disse

-Engraçado... Ela se parece com você... –meu avô alegou

Cantemos Aleluia e deem glória ao Senhor por que alguém percebeu isso! Se bem que não era muito legal terem percebido... Olhei para a janela tentando disfarçar o nervosismo e vi um par de olhos azuis me encarando... Castiel.

Mas será que era o meu Castiel? Digo, o do meu tempo? Só tinha um jeito de descobrir... Enquanto todos conversavam, me esgueirei até a porta e consegui fugir, indo até aonde Castiel estava.

-Você é o Castiel do meu tempo? –perguntei

Em voz alta, aquilo parecia mais ridículo.

-Sim, sou eu Miles. –ele respondeu

-Ótimo! Agora me tire daqui! Quero voltar para casa! –falei

-Você não pode, Miles. Não entende? –ele perguntou calmo

-Não! Você me deixou aqui sem explicação nenhuma além de que tinha que salvar meus pais! Salvar de quê, Cass? –eu perguntei irritada

Ele ia responder mas então arregalou os olhos e desapareceu. Senti vontade de socar tudo na minha frente.

-Que merda! Vão pro inferno com tudo isso e... –quando me virei me deparei com um ser me encarando raivosamente

Meu pai estava ali de braços cruzados me encarando de um jeito até assustador na escuridão da noite.

-O que está fazendo aqui fora? –ele perguntou, tentando deixar a voz calma

-Não te interessa. –respondi

Já estava cheia daquilo, só queria ir pra casa, voltar a minha vida normal...

Ele me segurou pelos ombros e me imprensou numa das paredes da casa, com um olhar que parecia que iria me matar.

-Olha o jeito que fala comigo, garota... –ele alertou

-Pai, para... –murmurei e ele me olhou confuso

Foi então que eu percebi o que eu fiz. Merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda, merda! Eu chamei ele de “pai”!

-“Pai”? –ele perguntou

Por um momento a expressão de raiva dele deu lugar para um semblante triste, mas logo a raiva voltou com mais intensidade. Estava claro que meus braços iam ficar com marcas roxas depois de toda aquela força.

-Já chega. –ele disse –O que você quer? Por que está usando o nome dela contra mim?

Daí eu não entendi mais nada... Como assim “o nome dela”? Aquele foi o momento mais confuso da minha vida.

-Eu não sei do que você está falando. –falei tentando me manter calma

-Não se finja de idiota.

-Eu estou falando a verdade! –gritei, já prestes a chorar

Ele me olhou e me soltou com uma expressão confusa no rosto.

-Eu só quero ir pra casa... –falei num tom baixo e me sentei no chão

Já estava chorando a essa altura. Meu pai passou um tempo me analisando e sentou ao meu lado, relutante.

-Não sabe, realmente, quem é Miles? –ele perguntou

-A única Miles que eu conheço, sou eu. –respondi

Ele encarou o chão por um instante.

-O que você é? –perguntei

Ele me olhou, esperando que aquela pergunta fosse explicada.

-Por que vejo asas em você algumas vezes? Estou ficando louca?

-Sou um arcanjo... Não sabia disso? –ele franziu o cenho

Um arcanjo? Ok, aquilo estava ficando cada vez mais estranho e eu estava com quase toda a certeza de que estava ficando louca. Mas então me lembrei do nome do meu pai... Gabriel... Não, não podia ser, era só uma coincidência!

Olhei para o rosto dele... Não parecia estar mentindo nem mesmo brincando comigo... Era isso que eles sempre escondiam de mim? Que meu pai era um arcanjo? Minha respiração pareceu acelerar naquele momento...

Eu era filha de um arcanjo.


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Notas finais do capítulo

Rewiens?